Poemas

Foto de Carmen Lúcia

Corrida insana

Da janela semiaberta observo a vida
acelerada, apressada, incontida...
Em movimento cíclico
voltando sempre ao ponto de partida
pra de novo recomeçar...
sem saber onde chegar,
sem saber como parar,
onde parar...

Passos incertos conduzem as pessoas
num vaivém desnorteado, descompensado...
A incerteza do caminho as levam a perambular,
vontade insana de chegar...
Em desalinho procuram uma porta,
ansiedade é o que se vê em cada olhar,
entre tropeços e arremessos elas se trombam,
mas não importa,
sonham chegar em primeiro lugar...

Nessa corrida cega e obsessiva
regada à ambição desmedida
desprezam paisagens significativas,
o belo em cada canto contido,
as cores pintadas pela primavera,
flores que sempre estão a nossa espera...
Canções entoadas pelos rios,
a relva que seus pés acaricia,
mas seguem em frente sem se importar,
sem ver o pôr do sol, tampouco o amanhecer,
indo sempre em desencontro ao amor,
sem dar a ele o mínimo valor...

Queimam as etapas mais bonitas da vida
numa competição desenfreada e descabida
sem tempo de parar e observar,
sem tempo de se render e absorver...
Sem nunca amenizar essa corrida,
sem perceber o real sentido da vida...

_Carmen Lúcia_

Foto de Diario de uma bruxa

Diferente das outras

Não quero ser igual as outras que falam de sentimentos sem realmente senti-los.
Sou esquisita, temperamental e minha tentativa em dizer que sou normal falhou, e como as outras uso as mesmas palavras pra lhe dizer o que sinto por você.
Digo com todos os tons e letras que EU AMO VOCÊ e que sinto sua falta.
Mas diferente das outras, não consigo expressar e as palavras travam em minha boca, e no meu olhar tento disfarçar.
Tenho medo do obvio, da rejeição... da simples palavra Não.

Deby N. m.

Foto de Diario de uma bruxa

Desisti de minhas asas

Perdi minhas asas logo quando toquei o chão.
Meu desejo de se tornar humano, as fizeram assim.
Tive que fazer uma escolha, e ela assim foi feita.
Desisti de minhas asas por amor... Amor por ti.

Deby N. M.

Foto de Diario de uma bruxa

... nós dois,

"... nós dois, e
no silêncio nada pode-se ouvir apenas a batida do nosso coração que de tão agitado bate forte e descompassado.
Agora posso ouvir algo mais sua forte respiração, ela camufla a minha, e agora um sussurro, sua voz bem próxima ao meu ouvido... uma palavra de amor, um toque. ! E tudo começou."

Deby N. M.

Foto de Carmen Lúcia

Via Crucis

E então decidi...
Despojar-me de todos pecados,
Ser meu próprio Pôncio Pilatos,
Ter meu corpo crucificado...
Não pra salvar a Humanidade,
Não me crivaria de tamanha dor,
Cristo foi mais sonhador...
Não, foi mesmo autopiedade,
Da alma, em busca de serenidade...

Caminhei com a cruz...A que me impus...
Não caí somente três vezes...Foram muitas!
Já havia tombado tanto,
Pelo peso de meu pranto,
Por minha consciência pesada,
Não ouvir a voz da razão,
Nem mesmo a do coração,
E agora, Via Crucis, levo-me à condenação.

Fui Verônica...Cantei o meu desencanto,
Limpei sangue de meu âmago
Deixei registrado no pano
O meu triste desengano...
A Madalena arrependida,
Pelo homem incompreendida
Agora cheia de dores e acatos...
Vítima dos desacatos...

Tentei levantar-me, ser o meu Cirineu,
Reacender a chama que um dia morreu...
Momento sublime...Maria, mãe que redime,
Um encontro...Um olhar...
Nem foi preciso falar...
A única expressão...a de nosso coração!
Sedenta de amor, bebi o seu mel...
Desnudei minha alma, arranquei-lhe o véu...
E chorei...Implorei...Me ajoelhei...
Finalmente, enxerguei uma luz,
Semi-apagada, de um sol eclipsado
Recomeçando a acender...

_Carmen Lúcia_

Foto de luzJr

VERDADE

Verdade

A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.

Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

Carlos Drummond de Andrade

Foto de KEKE

Apenas Eu

Não sei o que pensar
Não sei o que fazer
Nem como agir
As forças me abandonaram
Tudo está estranho e nebuloso
Não consigo sentir dor
Não consigo sentir nada
Parece apenas ter um vazio.
Acreditei, confiei...
E esse foi o meu erro
Abandonar minhas antigas idéias
Achar que poderia dar certo
No fundo eu já sabia que não.
Não sinto dó de mim mesma
Nem mesmo lamentar consigo
É assim, mas tinha que ser assim?
Por que deixou tudo acabar
Não dá para entender
Não dá para aceitar
Só quero meu eu de volta
A minha vida
Esquecer que tudo existiu
Saber que sou apenas eu
Apenas eu como sempre deveria ter sido
Como havia planejado
Como meu coração havia me avisado.

Foto de P.H.Rodrigues

Simples Gosto

Gosto de escrever, assim como de respirar.
Gosto de gostar, de tudo, e de criar.
Mas para se amar, é necessário inspiração.
Que brote ou venha de algum lugar.

Não precisa ter explicação.
Mas que ao momento dê alguma razão.
Imortal ou temporária.

Foto de carlosmustang

EMARANHADO EM PODER AMAR

Em algum lugar, arrasto em agrado
Dessa força cobrada, me ponho a conquista
Buscando a pouca liberdade
Virando em participar de ti, amo!

Enfrentando-te essa vida
Curioso, quanto minha morte
Em arrasto,desejando, pra viver
Cheiro de bela, pra sonhar

Amei ver você ate o fim
Segredos belos, vai ter
Sincero amor ate acabar

Deita no meu ombro, sei que valei
Virei a andar nessa estradinha
Sei, a falta,carinho, historia,amo você

Foto de Carmen Lúcia

Sinais da vida

Pulei as reticências ...
Me prendi nas lembranças de um passado distante
que me trouxe até aqui, ofegante.
Que me fez, me refez...
Por que pensar num futuro que pode nem vir?
Então desprezei as reticências,
acontecimentos não vividos,
momentos contidos no incontido da vida.

Marquei com asteriscos
os passos seguros que andei
e me levaram a ancorar portos seguros
(anjos que, de repente, suavizam os caminhos).
Desviei dos que caminhei entre falsos atalhos
e causaram tantos transtornos e retornos.

Gravei nas entrelinhas
os bastidores por onde passei,
onde os suores se intensificam
e a espera justifica a lição que sempre fica,
enfatizando o aprendizado, refazendo cada ato,
deixando apto a conquistar o palco
onde a vida representa a arte
ou a arte é a própria vida.

Risquei as interrogações
das perguntas que não mais farei,
respostas que jamais vieram
e se vierem, não serão as que busquei...
Tanta demora não mais vigora
num tempo que anseia pelo agora.
Abastar-me-ei de exclamações;
a perplexidade comanda a humanidade.

Após as vírgulas, pequenas pausas ,
tão necessárias para o recomeço,
recobrar o fôlego, respiração precisa,
concisa , antes de novo arremesso .
De sonhos preencher lacunas,
apagando marcas de esmorecimento.
Estar feliz comigo mesma
no momento certo do ponto final.

(Carmen Lúcia)

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