Poemas

Vou andando por aí
meio afobada
a procura de mim...

Corro ruas,avenidas,
dobro esquinas,
vou de encontro
a contra mão.

Meu relógio parou,
é inverno
o sol se ofuscou...

Escrevo o passado a giz,
apago as tristezas
e arrisco dizer
que fui feliz...

E o vento da noite
vem me falar:

-A vida é mesmo assim!
Posso e falo por mim
que ontem bramia
com a tempestade no mar
e hoje sou briza solitária
na noite fria a sussurrar...

E... vou andando por aí
na companhia
do meu grito calado,
escalando o abismo
que há em mim...

Vou em busca de outros braços
para abraçar meu abraço
e eu possa, quem sabe um dia...
encontrar-me
em fim...
Ronita Marinho - BN

O dia amanhece após infindável noite
marcada pela presença tediosa da insônia.
A última estrela apaga suas luzes
cega pelo farol do sol que desponta.
Submissa ao sistema recolhe-se à reclusão
para ressurgir nova em nova missão.

Tal rotina não a obstina.Dócil e matreira
oferece à nova noite a doação rotineira.
Brilhar sempre, enquanto brilho tiver...
Brilho que é seu, oferenda para o céu
a abraçar os insones, suavizando suas noites
até que olhos afoitos lhe sorvam a luminosidade
e um dia ela se acabe
perdendo-se na soturna escuridão...

Olhos que por ela se encantam
e obcecados roubam-lhe a luz
refletida em lágrimas derramadas.
Despertos durante noites inteiras,
longas madrugadas, horas de solidão,
tendo como fiel companheira
a lucidez de uma estrela sem constelação.

_Carmen Lúcia_

Aventura deliciosa de caçar,
Inclui na rotina do meu dia
A busca de uma linda poesia,
Para minha alma alimentar.

No meu diário peregrinar,
Entro no mundo da magia
Onde há realidade e fantasia,
Onde os poetas tem seu lugar.

De tanto a poesia amar,
Sou caçadora todo dia
E uma aprendiz de poesia,
Em um simples versejar.

E a minha caça vou mostrar,
Quero repartir toda poesia
Na rotina do seu e meu dia,
E todo o encanto saborear.