A poesia inunda-me as veias e os poros, mas nada sai, as letras não se conjugam, as frases não se formam...A língua do que sinto não é a mesma do que a que falo...nunca foi, nem há-de ser...tento passar o coração para o papel, como outrora o fiz, como tantas vezes o fiz, mas hoje não consigo.
Há um enorme buraco, um precípício, negro e obscuro...a tinta dilui-se no papel, as formas desvanecem-se e ficam apenas manchas...manchas insípidas que se atravessam umas às outras...
Sinto explodir-me por dentro de tantas palavras que gritam e se atropelam mutuamente sem nada dizer...elas pulam dentro de mim, numa frenética desorientação procuram uma saída, rasgando-me a pele...sangro...vermelho vivo...
Hoje não há poema, apenas sangue, vermelho vivo...e gritos mudos...
Comentários
Darshan, de Cumplicidade
Vania, solidária com seu momento te mando beijos pra aliviar seu sofrimento! Cumplicidade
Darsham/ Cumplicidade
Querida poetisa muito obrigada pela visita e pelas palavras carinhosas.
Ultimamente pouco tenho entrado no site, mas assim que a poeira assentar prometo que retibuirei a visita.
Beijinho
Darsham
Darsham, de Cumplicidade
Vania, saiba que não sou, apenas solidária ao seus sentimentos, também passo pelo mesmo que descreve. Por isso aí vai um beijo de amiga, parceira, também sentida, não quero magoar ninguém, mas também preciso ser feliz com quem amo! Não se esqueça que a vida é bela, você está nela e vem aqui nos encher de amor! Então, agora pare, sofra, chore, tente reverter o quadro, e se não for possível, só o tempo vai ser seu parceiro, vai te ajudar a viver por inteiro, mesmo faltando ELE. Mas , te confesso que pra mim o tempo não foi antídoto, pelo contrário, só, e sempre, me mostrou que ELE é meu verdadeiro amor!E, assim vamos ....
Sua cúmplice!
Darsham/ Cumplicidade
Doce poetisa, renovo os meus mais sinceros agradecimentos pelas suas palavras e pela força que me tenta transmitir. Vejo pelo que me diz que o seu coração se encontra ferido, então só posso dizer-lhe que não é o tempo por si só que ajuda a esquecer ou ultrapassar.
O tempo apenas faz adormecer o sofrimento, mas ele continua lá. Somos nós mesmos que temos que agarrar nas nossas armas interiores e transformarmo-nos a nós e à nossa realidade.
É verdade que atravesso um momento duro, em que procuro paz de espírito e alegria. Sofro também por ausência de amor, mas não por outra pessoa a que não seja eu.
Se procurarmos valorizar a pessoa que somos, se olharmos para os pontos positivos que existem em nós e acreditarmos nas nossas capacidades é meio caminho para o desaparecimento dos fantasmas que existem dentro de nós. Afinal de contas todos eles existem dentro da nossa cabeça.
No fundo é isso que preciso mais que tudo, acreditar em mim, gostar do que sou e valorizar-me, não pelos outros, não para mostrar nada a quem quer que seja, mas apenas e só por mim.
Neste texto eu escrevi exactamente o que sentia, a minha incapacidade de escrever um poema naquele momento, pois demasiadas vozes ecoavam na minha cabeça e não me deixavam concentrar e sentir apenas aquilo de que queria falar.
Mas no fim acabei por escrever poesia, de alguma forma, e apesar de um pouco amargo, poeticamente falando, o resultado até ficou bom.
É isso que eu tenho que pensar…olhar para o copo sempre como meio cheio e nunca como meio vazio.
Espero e acredito que melhores dias virão para si.
Mais uma vez obrigada.
Meu carinho
Darsham
Graciele Gessner / Darsham
Nossa!!!
Vânia que profunda a sua prosa poética...
Amei! E todo poeta tem dentro de si muitos gritos mudos... ;)
Parabéns pelo tema!
Abraços graciosos,
Graciele Gessner.
http://www.flogvip.net/gracielegessner
Graciele Gessner.
Darsham/ Graciele Gessner
Doce poetisa, antes de mais nada quero agradecer-lhe pela sua visita, pois é uma honra vê-la por aqui lendo e comentando o que escrevo.
Ultimamente pouco tenho escrito, e nada descreve melhor essa minha ausência de letras do que este meu pequeno texto.
Até mesmo para comentar os poemas de quem aqui escreve ando um pouco desmotivada, mas não deixo de ler e votar. A minha presença mantém-se, ainda que em silêncio. E deixe-me dizer-lhe que aprecio muito tudo o que você escreve, muito mesmo.
Estes gritos mudos de que falo, que decerto todos os poetas conhecem, pois em determinado momento também já o viveram, transformaram-se numa constante e muito me entristece, pois a coisa que mais amo fazer é escrever. Eu sou demasiado exigente comigo mesma, e penalizo-me demais, talvez por isso não me consiga soltar e voar junto com as letras como tantas vezes o fiz ;)
Contudo, acredito que esta é a minha essência e que por isso, mais cedo ou mais tarde vou voltar a encontrar-me.
Peço desculpa pela extensão do texto, deixei-me levar e a minha resposta transformou-se num desabafo.
Querida poetisa desejo que o ano de 2009 lhe sorria muito e que você sorria muito também e que Deus lhe acompanhe sempre.
Meu carinho
Darsham
Graciele / Darsham
Não é preciso se desculpar, é a sua alma pedindo para escrever.
Concordo contigo, em algum momento o poeta já viveu estes "gritos mudos"... Eu os já vivi... Porém, acabei ocupando a mente e fazendo deste momento "solitário", um recomeçar poético...
Você é brilhante! Continue escrevendo...
A sua essência poética já se encontra dentro de você.
Vasculhe aí, sei que você vai se encontrar.
Meus fraternos abraços graciosos,
Graciele Gessner.
http://www.flogvip.net/gracielegessner
Graciele Gessner.