A RUA

Foto de Samoel Bianeck

A RUA - Todo dia piso nela

Todo dia nela piso, não reclama a vejo da janela.
Nunca aviso, ela não tem juízo, porque o riso?
É o humor que vem, você também no teu vai e vem.
Vamos de novo pisar, homenagear, sobre ela viajar.
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Rua que és a casa, para o pardal que perdeu a asa, és profunda e também rasa
Não vasa.vai e arrasa, lá é a casa sua, só não fique nua, está claro com a lua
Fique contente, é minha igualmente, vejo muita gente fria e quente.
Passeio de dia, a noite, que alegria, ser você; às vezes eu queria.
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Rua me sinto solitário, és pesada, parece um calvário, às vezes um rosário.
Olha o manequim, nem olha para mim, vou entrar, é um botequim.
Tem gente andando, alegre, sorrindo, cantando; olha ela; esta chorando.
Multidões; aonde vão, na esquerda e direita, a procura do pão; olha um ladrão;
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Porque isto, outro dia já tinha visto, que pena, santo Cristo,
Deixe que com a lei acerte, não se alerte, tem criança que aqui se diverte.
Adulto também, até encontrei um bem, era linda, foi no meu vai e vem.
É plana, sobe e desce até me engana; achei uma linda gata, acho que me ama.
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Tenho certeza, joga fora esta tristeza, sai desta frieza, canta ela, mostra destreza.
Muitos amores na rua nascem, são lindas todas vem, muitas, mais de cem; procuram quem?
A seu lado já fui feliz, fui professor e aprendiz, muito eu fiz, quase sempre todas quis.
Tem loirinhas, escurinhas, magrinhas, gordinhas, estreitinha; olha que galinha!
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Tem gente chorando, alguém esta brigando que esta rolando? Ela não esta mais amando
Um fim de amor olha sinto dor, todos ficam tristes, agarro o meu fico sinto temor.
Mas nasce outro, encontrará paz noutro, não chores, ande, veja aqueloutro.
A rua é mansa, recebe pés que forte a pisam, não se cansa, até gente que dança.
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Ouço um instrumento, é lisa de cimento, ela me convida, será que experimento?
Muitos dançam, outros olham, o ritmo avança, ela me traz uma lembrança.
A rua é mesmo um palco, gente sóbria e até com álcool, sinto perfume de talco.
Gente correndo, a felicidade querendo, outros sofrendo; olha a água;
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A rua recebe a chuva, o vinha da uva, até limpa a mão turva, e veste uma luva.
A rua que sofre; com o lixo do cofre, te suplico com este estrofe.
És curta às vezes longa e minha força me furta, umas claras e outra escura gruta.
Te seguirei, não sei onde vais, hei!; Que importa, também não sei; aonde irei.

Rua que sobe e desce, ando na frente nada aparece, na frente há algo que cresce
É ela, vejam como é bela, olhe lá, na frete na janela, rua bendita, atirou uma flanela.
Quem me dera, não é para mim, que quimera, mas eu lembro é a Vera, já fui ninguém me espera.
Rua me leva adiante, será que procuro um diamante, cuidado de cima, ali na frente.
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Cai roupas como uma bala, ajudem ele esta sem fala, diz ele; “é aquela mala.
Para rua ela me jogou”, já sei alguém brigou, pela janela muita roupa voou.
Aceitas os despejados, mal amados, todos estão cheios de pecados?
É o último recurso, o homem sofre no transcurso, vira um urso; quem és?;
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Rua machucas meu pé, andei muito vou até não sei, procuro o Deus Javé,
Aqui amor se vende, são elas entende? Nas esquinas do amor são duendes
Por um dinheiro, faço amor num tabuleiro, me amam não perguntam se sou herdeiro;
Amor que passa, que desgraça, vou tomar uma cachaça, esta pesada esta cruz.
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A rua sobe e me conduz, sobe parece é o peso da cruz, lá no alto está Jesus.
Desce, na escuridão tudo desaparece, a favela cresce, aqui gente perece.
Ai de mim, corro procuro um jardim, calçadas de marfim, será para mim?
Olhe assim, quem sorri é um manequim, as flores acenam para mim; onde estou?
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Rua aqui eu paro ou será que vou, quem mora aqui muito dos outros tomou,
Limpa e cheia de guardas, são muitas jardas, coloridas, olhe suas fardas,
Nome chique, não tem alambique, só boutique, estou só, ninguém para que eu fique
Sempre a me receber, quando ando ou quero corre, me viu nascer e agora crescer.
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Rua quanto segredo, as vezes me mete medo, tens sabor do mel e o azedo.
Te chamam de flor pura, rua da amargura, a séculos já dura, sei que és bastante madura
Há as novas, outras muitas coisa viram mas não há provas, teu nome é musica e trova.
Toda hora te vejo, te olho acordado, as vezes bocejo, cansado durmo e te beijo.

Samoél Martins bianeck - Balneário Camboriu – SC
e-mail: samoél@bianeck.com.br rg 74204309 – SSPR –
Autorizo a publicação e divulgação na imprensa, livros e rádios.
Bal. Camboriú – SC Janeiro de 2006.
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Foto de Fernanda Queiroz

Não faltou nada na tua "RUA", muito bela tua prosa. Parabéns
Fernanda Queiroz

Grande abraço.
Fernanda Queiroz

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