Fragmentos de amor.

Vejo estes pedaços de mim espalhados no chão
Enquanto a cortina da sala bate de forma imprecisa
Resvala o sentimento que ficou ao bater da porta
Paixão? Ódio? Solidão?
Quebrado estou .
Sou fragmentos de sentimentos múltiplos
E até a poesia que me restava
Picotada está ilegível em algum canto.

Que vidraça é a alma humana ,
Sustentada neste eterno paradoxo.
Sobrevivente das pancadas boçais da vida.
Fez-se cristal na formosura de uma dama.
E hoje até um beijo soprado a esmo
Quebranta as correstes de meu equilíbrio
O mesmo que morava no lar dos esquecidos
Agora tão evidente no consolidar-se da falta.

Olho esta casa e seus cômodos vazios de ti
As lembranças que levitam na altura dos olhos
Parecem apresentar a única sinceridade existente
São estilhaços de você colados nos meus estilhaços
Mas não importa em quantos fui partido, embaralhado e dividido
O que dói são os pequenos pedaços de amor que ficaram.