Verso

Foto de Raiblue

Quando nossas línguas se tocam...

.

Esgrimo com a palavra
Inventando trilhas
Que me levem até ti
Samurai da eterna noite
Transformo em poesia
Cada gota de silêncio
Que sussurra nas entrelinhas
O nosso destino...
Deixo que cada sílaba
Conduza-me pelas rotas invisíveis
Dos rios do desejo
Mergulho o verso em suas águas
Como se mergulhasse em sua boca
E me deixo ser absorvida
Conduzida por sua língua
Que ao tocar a minha
Cria uma sinfonia anarquista
Que revoluciona o ritmo do poema
Luta insana de línguas que se enlaçam
E travam o mais ardente combate
Línguas que se traduzem em pleno ato
No palco enigmático da poesia
Por trás da cortina azul da noite
Cama perfeita
Onde a palavra se deita
Sedenta... vermelha...
Profana ceia
Numa madrugada
Onde tudo incendeia
Onde nossas línguas se beijam
Estendendo a noite
Num poema inacabado
Só para prolongar o contato
Só para ter você ao meu lado...

(Raiblue)
.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"ADOLECENCIA"

ADOLECENCIA.

Falas aos ventos
Vento que traz
Vento que leva
Vento que faz

Verso dos sonhos
Sonhos de paz
Vida que leva
Renuncia jamais

Juras eternas
De amores fugazes
Cabeças enfermas
Decepções infernais

Equilíbrio necessário
Estabilidade emocional
Precioso relicário
De um vigor triunfal.

Foto de Sirlei Passolongo

Refúgio

Me escondo
nesse poema
de amor...
faço de cada verso
meu refúgio
cada rima
meu riso.
Me encontro...
quando o poema
chega ao seu
ponto final.

Sirlei L. Passolongo

Foto de Raiblue

Na tenda azul de um soneto...

.
.

Teço palavras que caibam
Na forma exata do teu corpo
Macias... leves ...provocantes...
Plumas vermelhas sobre a pele nua...

Metáforas decifradas apenas por nós
Sílabas impregnadas de sonhos e sóis
Em suas asas libertamos os sentidos
Em versos derramados num silêncio pervertido...

E a tinta transborda na eterna noite
Sol vermelho tocando a lua no firmamento
E as palavras se estendem em ecos de gemidos...

Que dissolvem a distância e o silêncio
E permitem o toque entre os corpos ansiosos
Na tenda azul de um verso livre ...sedento....

(Raiblue)

Foto de Sirlei Passolongo

Coração de Poeta

Para sentir o pulsar
Do coração de um poeta
... escute em silêncio
Cada verso seu
Junte os pontos
e as reticências...E sentirá o ritmo
que o coração do poeta deu.

Foto de Raiblue

Românticos...

Metades...

Que buscam ser inteiras
num amor total
nessa vida corrriqueira...
Lançam-se na eternidade
na busca de afinidades...

Metades...

Quando não se encontram
são eternamente meios
existem numa solidão fatal...
Doídas e ansiosas
pelo encontro final...

Metades...

Que se precisam
porque uma é salvação
a outra, abismo...
Românticos
buscando o paraíso...

Metades...

Uma é o grito
a outra, o silêncio
dia e noite
abraço completo
gerando o infinito...

Metades...

Disfarces
numa vida feita
de contrários
cruzando
os mesmos caminhos...

Metades...

Que se complementam
no círculo vicioso
da busca do sentimento
mais majestoso...

Metades...

Que se enlaçam
desfazendo a solidão
construindo um ninho...
preenchendo o vazio...

Metades...

Ilhas avançando no oceano
para tornar-se continentes...
Hemisférios que se unem
formando o maior planeta
do universo...

Amor...

Verso inteiro...completo...

(Raiblue)

Foto de Carmen Vervloet

LÁGRIMAS

Lágrimas

Escorrem dos meus tristes olhos
Espelhos de minha alma
Onde se reflete a dor que sinto
E se perdem neste estranho labirinto!

Transmutam-se em poesia
Escrita em papel molhado
Com cheiro de maresia
Deste mar de lágrimas
Do meu coração descarrilado!

Cristalizam-se em cada verso
Diamantes a brilhar!...
Pálido outono confesso,
Sonhos secos a desfolhar!...

Carmen Vervloet
http://www.youtube.com/watch?v=8IaHHK5_iVs

Foto de Ana Botelho

REVELAÇÃO

REVELAÇÃO

Como tudo na vida vale o tempo da dedicação,
E por conta das desmedidas e incontáveis paixões,
Companheiras fiéis dos frágeis e descuidados corações,
Que quase nunca sobrevivem aos reveses do amor,
As poesias brotam incessantemente desde os primórdios,
E provam que não existem palavras certas, bastante capazes
De evitarem que os seus turbilhões deixem de nos aniquilar.
Ainda que estejam esmaecidas pelo correr do tempo,
Revelam a dor da morte de um lindo encantamento,
Restos de projetos de vida desfeitos, os mais preciosos,
Ou belas verdades poéticas que não pertencem a ninguém,
São palavras buriladas e contextuadas sem destino certo
E a cada poeta cabe apenas a dor do seu nascimento.

Para quem não tem rima e gosta de encadear com arte,
Ou o que as entona em lindos sons numa marcha sem fim,
Escrevem como quem tropeçasse em vários traços mágicos,
Mostram logo, de cara, todo o bom compasso e enlaçam,
Repousam no papel a sua cria, que cuidaram noite e dia,
Gastam o seu tempo empenhado em dar-lhes belo trato,
Alimentam-lhe com fascínio e esmero mais que exatos.
Muitas são tecidas pelo criador por horas e horas a fio
Algumas ainda jovens, já florescem, formosas e plenas,
Outras chegam até a fase adulta para se perpetuarem.

O ser poeta é um mergulhador do âmago da vida,
Sem comprometer com isso a sua sobrevivência,
É o lançador destemido das máximas cartadas,
No criar, no sonhar e no se envolver nas essências.

Como que levado num redemoinho incandescente,
Com naturalidade, surge o tal clarão inesgotável,
Que ilumina a alma de cada pensamento mais íntimo,
Rasgando-lhe as vestes e deixando-a devassável.

Ele absorve a magia de todas as fases de luzes da lua,
Buscando em zonas abissais todo o mistério submerso,
Energiza-se no sol, sempre, como um amigo maior,
Pondo isso tudo o que lhe alimenta num só verso.

O poeta como ser é um mago inebriado que inebria,
Cantador de encantos, desencontros e da plenitude da vida,
Busca revelar, em palavras, o semblante do seu semelhante
Que ares demonstra e, logo, os descreve-lhe as desditas.

Como se fora um guru especializado em almas,
Segue a sua sina sem reclamar, porque ama,
Ama o outro como a si mesmo e sabe disso,
Porque perpassa as agonias e delas não reclama.

Especialista, é sábio conhecedor da dor alheia sem fim,
Seja esta colhida tenramente, ou até quando madurar.
Mestre em metáforas, em rimas e métricas, mas me vem à mente:
Nunca vi nesta vida, um poeta "expert" na própria arte de amar...

Foto de Fernanda Queiroz

Mulher...

Mulher, mãe, amiga, namorada ou menina.
Empresária, dona de casa, política, poeta.
Que dizer em versos desta natureza e sina,
sem dizer do dom que a ela compete

Mulher, bondade ternura em rima.
Acalento, aconchego, conforto em versos,
como revelar tua alma feminina,
sem entoar um cântico no verso e reverso.

Mulher suave, leve e faceira.
Ternura, abrigo afago, bondade,
que dizer desta brava guerreira,
sem falar de paz e liberdade.

Mulher, sabedoria inspiração e magia.
Donzela ou fera em noite de luar.
como explicar quem é só alegria,
que flores semeia por onde passar.

Mulher, som de todas as melodias.
Cinderela do sapatinho a calçar,
é ela que preenche todos teus dias,
ou é a bela alma que te faz poetar?

Mulher, criação sublime, querida.
Como presente de quem tem sorte.
Prêmio por toda uma vida,
para adorar até a morte.

Fernanda Queiroz

Direitos Autorais Reservados
Não concorrendo

Foto de Raiblue

À luz dos teus olhos índicos...

.

Vem...
A noite me preparou para ti
Despiu-me
Banhou-me em um óleo
Escuro e finíssimo
Feito de vento
Com gotas de lua
E aroma afrodisíaco...

Vem...
Cai sobre meu corpo
Agora!
Estrela cadente
Riscando um verso
Incandescente
Em minha carne
Molhada pela tinta vermelha
Do desejo...

Vem...
Adentra minha íris
Enquanto meu corpo todo treme
Ao mínimo contato
De sua língua solar
Queimando minha pele
Sem doer
Incendiando a noite...

Vem...
Meu eterno poente
Põe o sol dentro da noite
Põe-se dentro de mim...
E grávida ficarei
Da luz que vem de ti
Em direção ao meu jardim...

Vem...
Sou seu banquete
Ofertado pelos deuses
Nesse espaço
Fora do tempo
Espécie de transe
À luz dos seus olhos Índicos
Hipnose
Destino...

Vem...
Nosso mantra é profano
Feito de notas de um orgasmo insano
Invoco seu prazer, de joelhos
Sugo seu néctar, celebrando a festa!
Saciamos a fome
Entre ritos e rezas
Sob o manto azul celestial
Nosso gozo transcendental!

(Raiblue)

P.S.:Todos os meus poemas estão registrados na Biblioteca Nacional.Lembre-se de que plagiar é crime!

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