Verdadeiros

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"PORTO"

PORTO

E neste pedaço de terra onde o mar insiste em parar
Sonhos e riquezas embarcam e desembarcam
Fazendo a vida passar
E milhares de corações esperançosos em suas margens sonham

Revolução de capitalistas
Soluços de amores distantes
Augúrios de trabalhadores e artistas
Passagem de pessoas importantes.

Esperança de povos inteiros
Com suas riquezas indo alem mar
Os portos são anseios verdadeiros
De todo aquele que quer trabalhar.

Pedaço de terra importante que o homem ousa adaptar
Para enviar e receber modernidade
E onde muita gente vem trabalhar
Com a cabeça cheia de esperança e o coração transbordando de saudade.

Foto de Daemon Moanir

Para quem escreve!

Escrever. Nada me gratifica mais que escrever um poema. Quando vejo o fim a aproximar-se mal posso esperar por ler aqueles versos, parecem tão perfeitos, não o são é claro, mas cada poema tem um valor indescritível para quem o cria. Parece então perfeito não por o ser mas pelo que lhe transmite, porque aqueles versos são para ele a sua história, talvez sonhos ou paixões ou desamores até. Independentemente do que seja há sempre algo do escritor na sua obra, tivesse ele vivido ou não o sonho ou a paixão ou o desamor.
Para alguns escrever é como um vício e, talvez por isso, um fardo, pra outros é a sua salvação do dia-a-dia, o seu refúgio. Há também os escritores loucos, os alegres, os que escrevem mais com a cabeça ou mais com o coração. Sejam racionais ou não, sejam verdadeiros ou não no que escrevem, seja o vício que o faz escrever ou a busca de uma paixão; somos todos iguais, todos escrevemos, somos todos poetas.

Foto de carlosmustang

CARLOS/ SOBRE PREMIAÇÃO

Nós ficamos um pouco magoados algumas vezes, porque todos queremos ser bom em algumas coisas! Mas temos que aceitar as regras! Fiquei chateado (confesso)de não ver alguns poetas, congrátulados(inclusive eu,rsrs)como a GRACIELE. a CARMEM CECILIA, o poeta DIRCEU, a RAIBLUE, e até a FERNANDA, que quando está inspirada, escreve verdadeiras obras! Mas também tenho que me curvar aos talêntos dos vencedores! Muitos aqui são verdadeiros poetas! Alguns são criticos, outros apreciadores, outros metidos a besta como eu! Mas quero dizer que nossos sonhos ninguém tira, nunca vi aqui um poema. sequer, que não valesse atenção, análise, uma apreciação! Todos aqui são especiais, dignos de publicação!
Quero então dizer: Queridos amigos, sejam artistas, sejam lidos admirados! E pra vocês que ganharam, sempre pé no chão(nenhum critico gosta do imortal PAULO COELHO, um dos maiores escritores do mundo)e é bom ver um filhote da arte de PABLO NERUDA, aqui, humildemente!
abraços a todos vocês....................

Foto de Noslen

Aos meus amigos

A nossa vida é feita de experiências.
O nosso carácter é cimentado com a aprendizagem que conseguimos retirar dessas ditas experiências.
Aprendemos coisas tão simples como que depois de algum tempo expostos aos raios solares podemos sofrer queimaduras, ou algo mais complexo como aprender que por mais que nos importemos com alguém esse alguém por vezes simplesmente não se importa.
Aceitamos no nosso intimo que na realidade por muito que nos custe, não importa o quão boa uma pessoa seja para nós pois essa mesma pessoa vai ferir-te e magoar-te de vez em quando, só temos de aprender a perdoa-la por isso, pois amanha podes ser tu a magoar alguém…
As verdadeiras amizades perduram para sempre e crescem ao longo da vida, mesmo que afastados pelo tempo e pela distancia os verdadeiros amigos estarão sempre lá…
Aprendemos que podemos passar bons momentos fazendo algo com o nosso melhor amigo mas que mesmo não fazendo nada juntos, um simples olhar, um abraço ou uma palavra de conforto podem tornar o nosso dia bem melhor. Não temos que mudar de amigos só porque os nossos amigos mudaram a sua maneira de ser, temos sim de compreende-los e estar-mos lá nas horas e momentos em que eles poderão precisar de nós.
Com isto aprendemos que não importa o que adquirimos na vida nem o quão ricos possamos ser, mas sim de quem nos rodeamos e que amigos conseguimos manter, pois os amigos são a família que a vida nos permitiu escolher, com eles podemos falar para aliviar as nossas emoções, através da confiança que leva anos a depositar em alguém mas que leva somente um instante para que seja destruída, na vida por vezes fazemos coisas sem pensar ou por teimosia das quais nos arrependeremos para o resto de nossas vidas…
Na hora da despedida deixa sempre uma palavra de carinho, conforto ou um simples olhar mostrando o quanto a vossa amizade é importante, pois o destino por vezes é cruel e retira-nos as pessoas que mais gostamos sem que possamos dizer-lhes o que realmente significam para nós…
Levamos uma vida inteira a tentar ter muitos amigos para no fim de tudo os dedos de uma mão chegarem para contar os verdadeiros, amigos que nos levaram tanto tempo a conseguir e no fim de contas o tempo que realmente vivemos é muito pouco...
Sê amigo do teu amigo, não o julgues nem tentes mudar...
Aceita-o como ele é e está disponível sempre que ele precisar pois a vida é demasiado curta e amanha…
Amanha ele pode já cá não estar…

Foto de HELDER-DUARTE

NATAL

É Natal... é Natal...
Mais um afinal...
Todos os anos, ele vem.
Este ano, também, o tem.

Alegramo-nos, cantamos e comemoramos
Este evento,
Sempre no mesmo tempo.
Até, às nossas casas e ruas, luz damos.

É Natal, dizemos nós...
É tempo de paz,
Paz, paz, paz...
Para mim e para vós!

E sabem que mais?!...
Até há paz...
De certo modo, os homens, de fazé-la, foram capaz,
Como durante o ano, houve jamais...

Diz-se, que há tanta , felicidade...
E verdade,
Na tua casa e na minha, muita liberdade...
Fraternidade.

Igualdade...
Amizade.
Fidelidade...
E outras tantas, ---ades.

Mas oh filhos de Noé!!!
Oh! Deus meu Senhor!
Oh! Vós lideres da fé!!!...
Tu da igreja, que és pastor!

Vós: Céu, terra e mar!
Oh eu e todos nós e vós!
Também tu amor e amar!
Pais filhos e avós!

Ouvi todos!
Que Natais são estes?
São os verdadeiros?
Ou ao menos, quase perfeitos?

Para que valores, anunciados tais,
Sejam... Reais?
O que é Natal?
Na verdade afinal?!...

Conclui, que não o há, neste existir.
Nesta imensidão, a que denominamos Ser...
Não há o Natal sentir,
O verdadeiro, que deveria haver.

Céus e terra, estais mal,
Desequilibrados, no geral.
Eis que tudo, clama por ele.
Pois, só ordem, há n´ele

O ele é Natal..
Que é Deus, por sinal.
É verdade...
E unidade...

Nosso evento, para real ser,
Tem que ter:
Sentimento de amar...
.... e dar...

É preciso, nascer. ..
Ou de renascer...
De novo vida ter.
Continuar espiritualmente a crescer...

Não sejamos hipocritas.
Dízendo, que o já temos...
Ou que santos somos.
Pois a Deus fechado, temos as do coração portas.

Tudo é falso...
Só ele é o verdadeiro.
O primeiro...
O Omega e o Alfa.

Só quem o é, é Deus...
O «Eu Sou...»...
O Natal de sonhos teus...
Em quem eu, nem sempre estou.

Só teremos Natais eternamente...
Não como os que ainda temos,
No dia, em que haja vida de Deus,
Em coracões nossos, para fazermos, actos seus!!!

Foto de Paulo Marcelo Braga

"OPERAÇÃO PAZ NOS RIOS"

“OPERAÇÃO PAZ NOS RIOS”

“Quem oculta o crime tem culpa,
quem ocupa o trono também...”.
(Engenheiros do Hawai).

De 09 a 28 do mês de novembro de 2007, uma ação integrada do Governo do Estado, fez a “operação paz nos rios”, sob o comando ponderado do coronel PM Barbosa. A população sentiu os brios da briosa equipe de funcionários públicos de várias secretarias, levando segurança, cidadania e saúde às periferias ribeirinhas, durante vinte dias inteiros, à bordo do navio Grão Pará, do Corpo de Bombeiros.
Nas localidades beneficiadas pela referida “operação”, alguns alcaides, influenciados pela atrevida oposição, perderam as oportunidades de uma integração com o poder estadual. Pode ser que o relatório do coronel, comandante da missão fluvial, sirva para desfazer o escarcéu reinante em alguns municípios visitados e atendidos no cumprimento da “operação” determinada pela governadora Ana Julia Carepa. Como integrante efetivo da SESPA, com passagens traumáticas pelo interior deste Estado, não estranhei as defasagens enfáticas, promovidas por um e outro gestor empossado, cujo prazer maior é deixar um trabalhador caloteado e o povo sofredor desamparado.
Durante a viagem, o trabalho foi estressante, sem atalho, mas teve um atenuante: felizmente, a Guarnição de Saúde dos Bombeiros tem (isso eu pude comprovar) a potente vocação, além da boa virtude de verdadeiros profissionais solidários. Eles são guerreiros sociais comunitários, cuja parceria com a SESPA foi importante para me manter atuante, sem esmorecer ao cansaço e atender com desembaraço. Deixo minha gratidão registrada àquela guarnição bem treinada que esfacela qualquer articulação complicada com uma atuação bem organizada.
O expressivo aprendizado adquirido na viagem teve o incentivo inspirado inserido na bagagem. A embarcação saiu fora do horário pré-determinado. Então, quem chegou na hora fez um comentário exaltado, sem perder o requinte. O trajeto navegado foi o seguinte: Gurupá, Melgaço, Breves, Bagre, Curralinho, São Sebastião da Boa Vista e Ponta de Pedras. Em Gurupá, após dois dias trabalhados, a embarcação seguiu viagem. Quem lá compôs poesias guardou a composição na bagagem. Melgaço é uma cidade com discrepâncias marcantes e um traço de atividade com importâncias atuantes. Em Breves, há desrespeito pela saúde da população. Sem greves, não haverá feito que mude tal situação. Bagre é uma cidade pequena, hospitaleira e organizada, que não tem gestão plena, mas a saúde é bem tratada. Curralinho, pobre município, onde muito poderia ser realizado, se o caminho do benefício fosse o intuito do poder empossado. Em São Sebastião da Boa Vista, os desafetos da ditadura oficial não estão parados à toa na pista, são corretos e têm postura social. Em Ponta de Pedras, os exames são aprazados para o mês seguinte. Há tantas refregas e vexames: muitos são prejudicados pelo acinte.
Breves é exemplo de município com gestão plena e recursos adequados, porém não utilizados em prol da população. Lá, graças aos abusos confirmados a doença social não tem cura e merece uma prensa judicial dura. Vários pacientes denunciaram, durante o atendimento médico, que devido o fingimento antiético de quem deveria fornecer passagens fluviais, guias de TFD (Tratamento Fora do Domicílio) e casa de apoio para as consultas especializadas em Belém, ao invés de se ater às molecagens, sem respeito por ninguém. No Hospital Municipal de Breves, consultas são desmarcadas sem justificativas. Pacientes passam madrugadas na expectativa do atendimento e, no dia seguinte, são informados, com atrevimento e acinte, de que as esperas não serão compensadas, nem com aprazamento, quando as consultas são desmarcadas. O sofrimento clama por lutas organizadas, respaldo jurídico e alento ao estorvo considerado crítico.
Resta esperar que as discrepâncias sejam solucionadas pelas instâncias legalizadas. O intento do Governo do Estado em dar alento ao povo desamparado do interior deve ser mantido, aprimorado, e serve para ser instituído, caso seja bem programado, sem que o pagamento dos funcionários saia atrasado. Passei vinte dias trabalhando, enfim, no navio Grão Pará e o meu pagamento ainda não saiu. Assim não dá... Nem a propósito, as diárias e os plantões, devidos e não quitados, são sectárias embromações dos partidos burocratizados, que deixam trabalhadores populares aborrecidos e desestimulados. Apesar dos pesares, é tão bom voltar pra casa, após cumprir o dever em paz e conseguir cortar a “asa” de um algoz “poder” fugaz.

Paulo Marcelo Braga
Belém, 02/12/2007

"OPERAÇÃO PAZ NOS RIOS":
AS IMAGENS DAS VIAGENS


Foto de PoderRosa

MEU PENSAMENTO EM VOCÊ

MEU PENSAMENTO EM VOCÊ...

MUITAS VEZES PENSO EM VOCÊ...
O TEMPO VAI PASSANDO...
ESQUECI COMO É SEU ROSTO, COMO SÃO SEUS OLHOS.
SERIAM ELES VERDADEIROS?
E SUA BOCA, SABERIA PRONUNCIAR PALAVRAS DOCES COMO OS ATOS DESCRITOS?
E SEU CORPO, SERIA SUAVE COMO A BRISA, MORNO COMO O ENTARDECER E FORTE COMO A ÁRVORE QUE NÃO SAI DO LUGAR NA VENTANIA?
SERIAM OS SEUS BRAÇOS FORTES, COMO OS GALHOS QUE ABRIGAM AS FOLHAS?
E SEU TRONCO SERIA PERFUMADO COMO AS FLORES QUE PRECEDEM OS FRUTOS?
SERIA DOCE SUA BOCA COMO É DOCE O FRUTO DESSA ÁRVORE?
NÃO SEI...
GOSTARIA DE PODER SENTIR...
DEBAIXO DA SOMBRA DO SEU TRONCO, COM SUAS RAÍZES FORTES, ME DEIXANDO SEGURA E CONSEGUIR RETIRAR DE TI, TUDO O QUE É DE BOM... O DOCE DE SEUS FRUTOS, A SUAVIDADE DE SUAS FOLHAS E FLORES, A SEGURANÇA DAS SUAS RAÍZES E A FORTALEZA DO SEU AMOR.
SERIA VOCÊ ENTÃO, MEU REFÚGIO.
ONDE SEMPRE PODERIA ME ABRIGAR QUANDO A TEMPESTADE VIER, NA SEGURANÇA DO TEU AMOR...
E QUANDO NÃO TIVER TEMPESTADE, SERIA O LOCAL IDEAL PARA PODER ME RECONFORTAR E DEITAR, ESPERANDO O TEMPO PASSAR E FICAR A VIDA TODA OLHANDO PRA VOCÊ...
CUIDANDO DE TI, ADUBANDO SUAS RAÍZES, DANDO-LHE AMOR E CARINHO PARA QUE SEMPRE FIQUE AÍ...AO MEU LADO, POIS SOU EGOISTA A PONTO DE CERCAR-TE E DEIXAR SOMENTE PASSARINHOS APROXIMAR DE TI.
É... PENSANDO EM VOCÊ...

Foto de Cecília Santos

AGRADECIMENTOS AMIGOS POETAS

Tudo que é bom dura pouco, ditado certíssimo!
Infelismente o último concurso tem seu término.
Durante as semanas que se seguiram, houve uma chuva de
novos talentos, poetas que brotaram como flores em botões.
Que ao se abrirem exalavam perfumes em forma de poemas.
Todos aqueles que participaram do 4º concurso, postando seus
maravilhosos trabalhos, são merecedores de valorosos aplausos.
Não citarei nomes, pois não quero cometer a indelicadeza de
esquecer de citar algum poeta, que à meu ver são verdadeiros
mestres na arte de escrever!. Portando parabenizo à cada um de
vocês que de poema em poema formou um mosaíco de sentimentos, com coloridos de fazer inveja ao lindo arco-íris.
Espero de coração poder continuar vendo postado poemas de
todos os colegas poetas que estiveram durante esse mês e pouco
nos presenteando com tantos escritos lindamente elaborados,
que nos transportaram ao mundo do encantamento e da magia.
Meus agradecimentos pessoais ao Miguel Duarte que nos possibilitou ter esse espaço onde podemos expor nossos sentimentos, fazer novas amizades, agradeço também a doce poeta Fernanda Queiroz, que bravamente batalha pro sucesso que é esse site de poemas. Obrigada minha linda, por ter me dado a chance de fazer parte dessa grande e maravilhosa família. Vou te confessar que as vezes diante
de tantos poemas bem elaborados, bem escritos e com lindas rimas, me sinto uma tanto acanhada de postar meus escritos, pois diante de tantas feras, sou meramente uma aprendiz, do aprendiz, do aprendiz! Tenho muito ainda o que aprender com vocês. Boa sorte à todos os participantes, um beijo no coração de cada um de vocês!
Carinhosamente

Cecília- SP/01/12/2007

Foto de Carmen Lúcia

Evocação à Lua

Quero te sentir bem perto, coração irrequieto,
Pisar de leve tua aura branca, clara, mansa,
E derramar recônditos sentimentos
Em teu manto de luz que a dor abranda.

Levam-me a ti, meus pensamentos,
Teleguiados por anseios e tormentos,
Que de tão sedentos já chegaram aí
Em busca da mais pura inspiração,
Latente, na alma ardente dos amantes
E que aflora, submissa à tua atração,
Quando à noite tu despontas tão vibrante.

Não... Não ouças as serenatas doidivanas,
As juras mentirosas, dolorosas, levianas,
Nem uivos de lobos, falsos, traiçoeiros,
Agourando desventuras aos amores verdadeiros.

Ouve-me hoje... tão somente a mim,
Pois, desafiando a noite, abraçar-te vim,
Estou só e minh’alma clama tua afável chama,
Ajuda-me a delinear palavras, que apagadas,
Tento reacender com tua magia, imbuídas de poesia,
Veste-me com as rimas mais ousadas, mais lunáticas,
Pra compor meus versos de amor sem fim...

Batiza-me em tuas fases, com o teu luar,
Pra que eu consiga transcender e ser lunar,
Capta minha essência, me vejas nua,
Intensifica meus sonhos, clarifica meu poetar,
Envolve-me em teu fascínio...Possui-me, lua pura,
Torna-me, enfim, poeta... para que eu possa gritar
Com as inaudíveis vozes da alma, o que é amar!

E ainda que as nuvens te encubram, já dormente,
Ver-te-ei reluzir como um céu torvo que se estrelasse
de repente!

Foto de Dirceu Marcelino

ERAM DOIS AMIGOS INSEPARÁVEIS

Dois meninos.
Moradores da mesma cidade.
Um de olhos azul outro verdes.
Eram orgulhos da cor de seus olhos?
“_Ah! Meninos vaidosos”.
Falava nossa professora, Dona Marta.
Foram poucos os episódios de que um não participou na vida do outro.
Um deles ainda no “parque infantil”, neste ainda não haviam se encontrado.
Foi quando o de “olhos verdes” fora expulso da escola em face de se envolver em uma briga juntamente com seu irmão de três anos.
Não aceitaram a justificativa do menino de cinco anos e naquela época ele não sabia se defender.
Vamos pular vários episódios, pois, o objetivo deste conto é apenas justificar o porquê da carta-poesia postada aqui e endereçada ao primeiro depois de muitos anos.
Mas, tem fatos marcantes que precisam ser mencionados:
Tal como a apresentação para incorporação ao Exército Brasileiro.
Lembra-se: Todos nós bem arrumados. Você com um terno que parece que fora tirado do baú de seu pai, o mesmo com que ele viera da Espanha.
Eu, com uma roupa esporte.
Na rua um comboio de mais ou menos vinte caminhões do Exército Brasileiro e no ponto de ônibus do Mercado Municipal não parava de descer jovens cabeludos, muitos naquela época queriam imitar os “Beatles”.
Lembro-me que no momento de subir no caminhão meus cabelos longos caíram na testa e meu pai com os olhos lacrimejados dizia:
_ “Pare com isso. Você agora vai ser soldado!”.
Sinceramente, só fui entender isso depois que já estávamos na barbearia do quartel.
Justamente, quando via os que estavam na fila saírem de “coco pelado”.
Cerca de oitocentos jovens com dezoito anos de idade deixavam caídos ali no chão da barbearia madeixas de vários tipos de cabelo, dava-se para perceber que pouca era ruiva, outras loiras, mas a maior parte de cabelos negros e castanhos escuros.
Como os meus. Os seus eram loiros.
Quanta recordação poderia falar do quartel, ei!
Lembra-se daquele que ocorreu dias depois dos cortes de cabelos.
Sabe que como “cabo da guarda” soube por ele próprio que fora uma vingança, pois, não se conformava com o fato de lhe cortarem os cabelos.
Com ele aprendi que cadeia não regenera ninguém, o pior é que ele dando baixa do quartel, entrou em outra corporação importante e a desonrou, pois cometeu um crime maior: “latrocínio”. Justamente contra um industrial alemão que instalava uma indústria em nossa cidade. Esse não é assunto para comentarmos aqui. Muito grave.
Mas eu tenho que mencionar nossa viagem para aquela pequena cidade vizinha, onde participaríamos do desfile comemorativo de aniversário da municipalidade, quando um comboio de seis caminhões nos levou.
Você dirigia um deles e eu estava na carroceria.
Você teria com certeza condições de narrar melhor o acidente ocorrido, pois via a frente uma estradinha de terra batida, o aclive acentuado e a curva à esquerda. Eu na carroceria só pude ver e pressentir o caminhão que derrapava, empurrado pelo obus 105 mm, peça de artilharia muito pesada que ao mesmo tempo servisse para segurar o veículo não o deixando que caísse abruptamente o tombava, devagarinho, dando-me tempo de pressentir a metralhadora ponto 50, tombar e seus ganchos inferiores caírem sobre meu pescoço, mas eu o colocar como um “boxista” entre os ferros e evitar ser atingido.
Salvo desses fomos para o desfile.
Você dirigindo aquele caminhão com a frente amassada e o vidro dianteiro quebrado e eu como sempre na carroceria, com mais dez soldados.
Lembro-me que conforme treinamento feito durante semanas no quartel todos os soldados deveriam descer e depois sob a ordem do comandante todos deveriam subir rapidamente, dando-se às mãos, o que lhes proporcionava subir com facilidade, mas eu, como sempre ficava isolado, sozinho, pois era o “cabo serra fila”.
A que dificuldade foi subir naquele caminhão, primeiro que me desconcentrei ao ver entre os assistentes que se acotovelam uma linda morena de “olhos verdes”.
Ela me olhava de tal modo que me atraía, me seguravam, me dominavam, mas acredito que quando ela percebeu que eu iria passar vergonha pois os caminhões já estavam sendo acionados, ela me liberou e então em movimento mágico pulei e não sei como já me vi segurando os guidões da metralhadora.
Sim. Espécie de guidões, semelhantes ao de uma bicicleta.
E, naquela posição o comboio circulou por toda a praça e ao retornar, novamente, eu vi ali defronte ao cinema, mas sobre a calçada da Praça Rodrigues de Abreu aquela musa.
Alguém poderá perguntar, mas como ele sabe o nome da praça se aquela era a primeira vez que tinham ido aquela cidade. Bem, aí é outra estória, a ser contada no capítulo II do “menino que queria ser maquinista de trem”.
Antes de perseguir o objetivo deste conto, ainda tenho de contar mais uma breve estória, pois ela está registrada nos anais da história do Brasil.
Refere-se ao período ditatorial, mas sobre um episódio no QG do II Exército época de subversão e quando alguém soltou da porta do ginásio de esportes do Ibirapuera um veículo carregado de bombas que adentrou pelo acesso do quartel semi-subterrâneo e explodiu espetacularmente, matando uma das sentinelas. Sua foto consta de arquivos da internet.
Com esse episódio o jovem de “olhos verdes” acabou sendo promovido a sargento.
Posteriormente, terminado o período do serviço militar obrigatório, nos separamos por vários anos, mas outra vez, o destino nos uniu.
Fomos nos encontrar em Campo Grande – MS.
Em uma academia e depois designados para trabalhar na região da tríplice fronteira entre os Estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Paraguai. Esta região ainda fazia fronteira com uma parte do Estado de São Paulo.
Sei que em contos não se devem por nomes. Mas o faço, pois é um conto baseado em fatos verdadeiros.
Verdadeiros mas desconhecidos das autoridades responsáveis, dos chefes, dos governantes.
Talvez, saibam eles de alguns dados estatísticos, do número de carros furtados que são levados para o Paraguai, interessante, ainda hoje da mesma forma que acontecia há vinte anos.
O “menino de olhos verdes” agora se transformara no Delegado Regional e o “menino de olhos azuis” no Delegado de Polícia da cidade mais importante da sub-região. Mas a deste ficava exatamente na confluência da tríplice fronteira.
Este episódio ocorreu em porto Caiuá, local onde estava sendo construída uma usina hidrelétrica no Rio Paraná e a estrada se delineava exatamente sobre a barreira de contenção.
A operação consistia na abordagem dos veículos suspeitos ainda sobre as balsas que faziam travessia dos veículos do Estado do Paraná para Mato Grosso do Sul.
Na primeira incursão foram apreendidos quatro carros, dois Del Rey e dois Monza, furtados na cidade de São Paulo, no dia anterior, cujos veículos eram conduzidos até as pequenas cidades do Paraná, e ali permaneciam aguardando o momento adequado para serem atravessados. Depois faltariam cerca de cem quilômetros para alcançar uma das inúmeras cidades fronteiriças “Del Paraguay”.
Logicamente, desconhecíamos no que consistia esse “momento adequado”.
Outro fato interessante, mas, por favor, não dêem risadas, más é verdade, os presos eram levados para a única cadeia da cidade e ela era de “madeira”. Aliás, a maioria das casas daquela cidade era de madeiras, naquela época. Não sei hoje.
Só viemos, a saber, na segunda operação, quando afoitos em realizar um trabalho maior escalamos doze policiais que deveriam agir em duplas.
O Delegado Regional chefiava, mas também fazia parte de uma dupla operacional, seu companheiro era um Agente de Telecomunicações. Este tinha a incumbência de se comunicar com os demais componentes e transmitir-lhes as ordens operacionais.
Mas que operação, pois, logo após a descida dos carros da balsa, quando tudo deveria estar concluído, o que vê o Delegado Regional, cada grupo de seus agentes, sim, perto dos carros apreendidos, mas aos seus lados, também, outros homens armados, desconhecidos e entre eles ainda teve a chance de reconhecer um famigerado bandido procurado justamente por ser famoso nesse tipo de tráfico de veículos.
O que restou ao delegado regional, ao ver aqueles homens armados caminhando em sua direção, a não ser, lembrar-se do brocardo:
-“Pernas para que te quero”.
Subir então no veículo que acabara de aprender, praticamente, obrigar o preso e o Agente de Telecomunicações a adentrarem no veículo, tomar o assento no banco de motorista, acelerá-lo e arrancar provocando muita poeira e deixar atrás de si uma nuvem.
Acredita que essa ação os deixou momentaneamente desorientados, pois já estava a uma distância de 40 ou 50 metros quando os viu subindo em suas camionetes, alguns na carroceria e começavam a acioná-las e em comboio a persegui-lo.
Poderia dizer que foi uma delícia, se não fosse trágico, mas lembra-se como se fosse agora do ronco acelerado do Monza, vermelho, lindo... “Vrrooouuummmmmmmmmmm” e o chiado dos pneus nos pedregulhos do chão de terra batida “tchuaaaaaaaaaaaaaa”.
A corrida do carro que batia a “Kart” e assoalho em algumas saliências irregulares da estrada que na verdade era a barreira da futura hidrelétrica.
Olhando para trás via que se formava uma nuvem de poeira que com certeza inviabilizava a perseguição dos bandidos e desse modo foi possível ao término da barreira, adentrar em solo pedregoso sem deixar rastros e desse modo adentrar num paiol e enfiar o veículo sob um monte de feno, que parece que ali fora adrede preparado para esconder o veículo como vemos nos filmes americanos.
O feno cobriu o veículo, desceu do mesmo cuspindo capim, o bandido com um monte enroscado em sua algema, o agente reclamando de estar sujando seus equipamentos.
O delegado regional puxou o preso pela algema, praticamente o arrastou e com palavras de ordem obrigava o agente de telecomunicações a segui-lo e assim subiram em um morro, onde em local alto e camuflado, se assentaram. Dali se podia ter uma visão geral da planície formada pelas margens do grande rio e da estrada que se descrevia agora sinuosa para o oeste.
Dentre os veículos perseguidores três camionetes Ford e duas de marcas Chevrolet, além de um Fiat 147.
Sorte que coube aos dois ocupantes do Fiat fazer a verificação neste paiol, onde o Monza estava escondido. Negligentes os bandidos, deram uma espiada e sequer tiveram o cuidado de cutucar com varas o monte de feno. Depois de alguns minutos também seguiram para o Oeste.
E, nós ali.
Passadas cerca de seis horas viu-se ao longe sobre a barreira o ônibus interestadual que se dirigia para a cidade sede da sub-região, dando tempo de escrever, em uma caixa de bala CBC, um bilhete pedindo ajuda.
Entre as dobras da caixa colocou o Delegado Regional outro bilhete, que teve tempo de redigir, afinal ficou ali várias horas.
Depois de mais algumas horas chegou o reforço, o pior, que entre eles retornavam alguns dos mesmos policiais que tinham participado da nefasta operação.
Mas agiam como se nada tivesse acontecido.
Posicionou-se o Delegado Regional adequadamente de modo que pudesse reagir com armas, mas logo percebeu que tudo aparentava certa normalidade, iria fazer o jogo deles, talvez fosse naquele instante a estratégia adequada.
E, assim, retornaram para a sede.
O “bandido” foi autuado por receptação. Presidiu o flagrante o Assistente do Delegado Regional que foi o condutor.
Ah! Que trabalho em vão, o “cidadão” autuado, no dia seguinte foi posto em liberdade por ordem judicial.
Mas, tudo isso se repetiria depois, quando convidado para uma pescaria o ingênuo Delegado Regional foi e lá depois de ter pescado um grande “serubim”, que ajudou a limpar, no momento de saboreá-lo começaram a lhe contar a estória do “Delegado Bigode”.
Bem, esta estória, será narrada em outro conto, talvez, até o término do concurso, logicamente, se esta for bem recebida.
Ah! Sim.
Vocês querem saber por que contei tudo isso.
É simples.
Só quis justificar porque não entreguei a poesia ao amigo ODAIR ANTONIO ORTIZ, diretamente a ele e naquela época.
Justamente, porque, ela a carta-poesia, fora o bilhete que escrevera em um papel de revestimento de maço de cigarros e a introduziu, entre as frestas da “caixinha de balas CBC”. A mesma caixinha e papel que tem guardada em seus arquivos.
Normalmente, esqueço-me do teor das poesias que escrevi horas antes.
Aconteceu recentemente.
Escrevi para “baianinha” e perdi em meus escritos no próprio computador.
Espero encontrá-la. Mas ainda ontem quando não conseguia revisar este texto, em razão de erro de formatação, reescrevi a poesia “Baininha”, mas exatamente, no momento em que falava com ela pelo MSN.
Amigo com tudo isto estou lhe querendo dizer, que da mesma forma que tenho amigas, musas, você foi uma pessoa importante na minha vida, veja, fiz uma poesia, pensando que iria morrer.
Imaginava que você continuasse naquele Estado, como outros de nossos colegas continuaram.
Mas o destino não quis assim, outra vez nos encontramos aqui em nosso Estado, trabalhamos novamente juntos, divertimos em alguns momentos, trocamos nossas confidências e até fomos confundidos com buques de flores que mandamos.
Finalizando, para corroborar nossas brincadeiras, veja como fiz para você tomar conhecimento da poesia que ainda tenho aqui guardada em casa, no papel celofane, revestimento do maço de cigarros e da caixa de balas CBC, que a recuperei, pois afinal. Eu era o Delegado Regional. E, finalmente, desejo lhe dizer que tivemos a oportunidade de acabarmos com Defensores, pois sempre quis sê-lo, como quis quando tinha apenas quatro anos de idade e não conseguia dizer à minha Diretora que agira em “legítima defesa de terceiro” de meu irmão que contava apenas três anos e eu mais velho: cinco.

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