Universidade

Foto de Ivone Boechat

SOS - misericórdia para as crianças

A sociedade vive sobressaltada, de cabelo em pé, com o resultado do seu próprio estilo de vida. É muito barulho pra todo lado. Aí, a própria família, essa que reclama tanto do incômodo, basta alguém comemorar o aniversário e o barulho é o primeiro convidado a chegar. Nas festas de casamento então, o barulho chega de fraque e cartola. Os convidados, coitados, que imaginavam rever amigos e botar o assunto em dia, nem pensar. Ninguém consegue falar, só se gritar para saber, pelo menos, como o outro vai. Aliás, na primeira chance as pessoas vão saindo, estressadas e frustradas. É para economizar o consumo? É chic? É moda? É claro que um fundo musical na festa é maravilhoso! Mas, por que tanto volume? E não adianta pedir para baixar o som, o profissional contratado, o dj, tem poder; manda na festa e você pode morrer fuzilado com uma guitarra apontada para o seu ouvido que ninguém socorre ninguém.

Por onde anda a educação?

As crianças não escapam dessa maluquice de botar o som em último volume nas comemorações, pasmem, a partir de um ano de vida! Mas reparem como os pimpolhos homenageados se comportam na festa: desesperados, choram, querem tirar a roupa, os sapatos, os penduricalhos do cabelo, e geralmente os avós ou algum voluntário bom samaritano sai com a vítima aos farrapos, para dar uma volta lá fora, onde o aniversariante acaba dormindo, aliviado, longe dessa zoeira horrorosa! É um caos! Enquanto isso, uma nuvem de sofredores de tenra idade se esforçam para ficar na festa, anestesiados pela esperança de ganhar os brindes. Ufa! Que sacrifício! A maioria chega a casa e haja mecanismos para baixar a overdose de adrenalina.

A Escola não pode de maneira nenhuma se omitir na educação sobre o uso inteligente do som.

Os profissionais têm também que baixar o volume dos equipamentos utilizados nas aulas. É um horror! Os professores devem reduzir o volume da voz. Por que gritar tanto assim? Numa conversa normal, com pessoas educadas falando, o decibelímetro marca 30, 35 decibeis! Imagina o incomodo de quem é obrigado a participar de uma aula com 60 decibéis ou mais dos professores que só gritam? O resultado é este que se registra: de cada cinco crianças, nas três primeiras séries do ensino fundamental, somente uma é capaz de ler e entender uma frase escrita! É só porque o professor grita? Não! Claro que não, mas que a gritaria interfere, ah! Interfere, sim.

“O excesso de ruído causa na massa cinzenta um estímulo desnecessário, que a deixa acelerada, sem motivo. Ficamos em alerta, como se estivéssemos em perigo", explica Fernando Pimentel de Souza, neurofisiologista da Universidade Federal de Minas Gerais. Isso significa produção em excesso de cortisol, o hormônio do estresse, em picos indiferente”.
.
Excesso de som altera a química cerebral: barulho excessivo das indústrias, canteiros de obras, meios de transporte, áreas de recreação, recreio da escola, festas, reuniões, etc. estratosféricos, no organismo. "É uma estratégia de defesa, que o próprio cérebro, agredido, articula", justifica o psicólogo Esdras Vasconcellos, da Universidade de São Paulo. Faz sentido, por se tratar de uma reação que prepara o corpo para se proteger de um possível problema”.

“O ouvido é o único sentido que jamais descansa, sequer durante o sono. Com isso, os ruídos urbanos são motivos a que, durante o sono, o cérebro não descanse como as leis da natureza exigem. Desta forma, o problema dos ruídos excessivos não é apenas de gostar ou não, é, nos dias que correm, uma questão de saúde, a que o Direito não pode ficar “A Escola localizada no centro nervoso das cidades tem o ensino prejudicado. Pesquisadores da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, ao avaliar os efeitos do som do trânsito diurno em alunos do 7º ano, chegaram à conclusão que alunos que estudam em escolas localizadas em áreas de tráfego intenso tiveram pior resultado nos testes de leitura - uma defasagem de sete meses - em relação às turmas de instituições situadas em áreas mais silenciosas”.

“Primeiramente, devemos educar a alma através da música e a seguir o corpo através da ginástica” Platão.

Então, mãos à obra: família, escola, igrejas, amigos, todo mundo; baixem o volume do som! Use-o, com inteligência!

Ivone Boechat

Foto de RonanCardoso

A poesia

A poesia não é a cadeira de balanço da consciência
É a árvore intacta, plena de possibilidades
Árvore professora, mestra natureza, universidade transubstancial
O poeta não corta a árvore para dela se servir
O poeta sabe que a árvore é um ser magnífico
O que encanta o poeta é a beleza inerente e a inteligência da semente
Linhas e cores
Quando a vida é mais fresca à sombra de uma árvore
Quando o vento alucina as folhas
Quando o fruto está maduro
Tudo isso, o aroma intrínseco, a vida harmônica
É natural o sonho do poeta
A poesia não é a cadeira de balanço da consciência
É a árvore intacta, universidade transubstancial...

(Ronan Cardoso)

Foto de poetisando

Saudades de Coimbra

Saudades de Coimbra
Que saudades de ti tenho
E Que bela recordação
Do penedo da saudade
Dos tempos que já lá vão
Penedo da saudade
Refúgio de poetas
Onde estão escritos
Lindos poemas nas pedras
Penedo também meu refúgio
Onde tanta vez eu pensei
No que ia ser da minha vida
Tanta vez que eu lá chorei
E o belo jardim da sereia
Que era um sítio de paz e sossego
Onde os estudantes estudavam
Sem terem qualquer medo
Recordações da Sé Velha
Das serenatas que lá ouviam
O seu largo enchia de gente
E todas as serenatas aplaudiam
Coimbra e as tuas repúblicas
Que vida te davam cidade
Tempos que já lá vão
Que me deixam tanta saudade
O Portugal dos pequenitos
Que por tantos é visitado
É onde se vê a história
Onde é tudo nos é contado
Coimbra que és tão bonita
E a tua imponente universidade
Que vista sobre o Choupalinho
E toda Coimbra linda cidade
Montes claros no alto
Com vista sobre a cidade
O Mondego la ao fundo
E a torre da universidade
Se eu fosse um poeta
Das minhas recordações
Sobre ti só escrevia poemas
E tantas lindas canções
Coimbra cidade que me acolheste
Quando ainda era criança
Não me esqueço de ti
Estás na minha lembrança
De: António Candeias

Foto de Bruno Silvano

O olhar de uma estrela

“Estrelas, para muitos apenas mais uma grande esfera luminosa sem vida e sem importância. Ao olhar da astronomia um grande astro celeste, de incomparáveis magnitudes, altitudes, diversidades. Muito valorizada pelos astrônomos, podem simbólica e afetivamente representar algo muito importante, bonito e necessário em nossa vida” Foi isso que me chamou atenção no livro.
Para mim não era diferente, era um garoto sonhador, no apogeu da adolescência, minhas expectativas para o futuro eram todas voltadas aos céus, sonhava em ser astrônomo, não importava a que patamar de fama, ou até onde eu seria reconhecido, mas tudo que queria era poder estar dentro daquele mundo de astros, que mesmo sendo apenas um sonho me sentia fazendo parte disso. Vinha de uma família de classe media baixa, uma grande parte da minha infância foi marcada pelas dificuldades, que apesar de serem imensas, nunca tiravam o sorriso do meu rosto.
Era uma noite, não como outra qualquer, era fria, caia aquela chuva fina que passavam pelas gretas do telhado e encharcavam tudo minha cama, a casa só tinha 2 quartos e o jeito era me refugiar no quarto de meus pais. Estava sozinho em casa meu pai havia ido trabalhar como de costume, ele era mineiro e seu turno era na madrugada, minha mãe havia saído as pressas para algum lugar, sem me especificar para onde.
O vento gelado começou a soar ainda mais forte, formando um barulho amedrontador que dava a impressão de arrancar a casa do lugar, o clima ao meu redor começou a ficar pesado, escutei gritos e tiros na parte de fora da casa, corri e me escondi em baixo da cama. A energia havia caído e fiquei iluminado somente pela luz das estrelas e da lua. Passei a observa-las com intensidade, nunca havia me encantado tanto com uma estrela, talvez o medo dos tiros e o nervosismo me fizeram ver coisas, era acostumado a ter observações noturnas no céu, mas nunca havia me deparado com aquela constelação, era muito diferente das outras, era formada por estrelas de grandes magnitudes e parecia formar um diamante e dentro dele parecia estar escrito “Júlia”. Meus olhares se prenderam a aquele lugar, cada vez ia ficando mais lindo e aquilo me acalmou. Continuei por ali e acabei pegando no sono.
Estava encantado com o que acabará de ver, era uma visão perfeita e aquilo me induziu a ter um belo sonho. Era metade da madrugada continuava ali intacto observando-a, não tinha certeza se fazia parte do sonho ou se era realidade, mas nem queria saber, apenas não fiz movimentos bruscos para que aquilo não acabasse. A estrela parecia estar cada vez mais perto, era como um pingo de luz com vida propria, soltava perfume de flor, parecia muito com o de uma dama da noite, era muito cheirosa, dali foi se criando uma mulher, não era muita alta, não emitia nenhum som, mas sua presença deixava um ar de suavidade no lugar, parecia uma deusa. Não permaneceu ali por muito tempo, logo foi embora.
Não tinha certeza se havia sido um sonho, mas no outro dia quando amanheceu brotou ali 3 lindas flores e a guria havia perdido ali um colar de diamantes que por coincidência estava escrito “Julia”.
Mais tarde havia recebido a noticia de que minha mãe havia sido assassinada durante a madrugada, mal pude permanecer em pé. Foi a ultima das quedas que tive. Eu e meu pai tivemos que ir para outra cidade, longe daquele que trazia fortes lembranças de minha mãe. Depois desse dia nunca mais fui o mesmo, jamais havia aberto um sorriso.
A partir daí nunca mais vi aquela misteriosa garota dos meus sonhos, e muito menos visto a constelação de “Júlia”.
Os dias foram passando, passará horas e horas estudando para a faculdade, em qualquer livro ou explicações de professores, não era relatado não sobre aquela constelação, me pergunta se havia aparecido para a outras pessoas e me sentia honrado por até o momento ter aparecido exclusivamente para mim.
A base de muito estudo, ingressei em uma universidade de astronomia, em porto alegre. Havia guardado comigo aquele colar de diamantes que ela esqueceu em meu quarto, todas as noites me perguntara quem era ela, o porque deixará aquele colar comigo, e porque apenas eu avistei aquela constelação. A cada indagação surgia ainda mais duvidas. Desde o falecimento de minha mãe passará a pensar sozinho em voz baixa, até que o barulho da campainha me tirou da transe de meus pensamentos, era uma colega de faculdade, nunca a havia visto, mas logo a reconheci, pensei estar sonhando novamente, mais o colar de diamantes começaram a brilhar em sua presença, não sei se seu nome era Júlia, mas como no sonho estava linda, ela havia vindo atrás de seu colar, também não sei como sabia que ele estaria ali, mas fui recompensado por ter cuidado daquilo com um dos melhores abraços que já tive ganhado. Mas como no sonho foi embora rapidamente, sem se quer dizer o seu nome.
Fiquei ainda mais confuso, mas a noite passará rapidamente e já era hora de ir para a faculdade, era o primeiro dia, cheguei ainda com olheiras na sala de aula. Era palestra com um astrônomo renomeado, um dos meus maiores ídolos. Peguei a caneta para assinar presença, logo surgiu uma mão apreçada que a pegou antes que eu, assinou em “Júlia” e saiu rapidamente, olhei para trás e vi em seu olhar o brilho de uma estrela, não demorei pra perceber que deveria correr atrás, antes que ela desaparecesse novamente.

Bruno Silvano

Foto de Saulo Lalli

Errar é humano, mas acertar é Ser Humano

Errar é humano, mas acertar é Ser Humano.

Os relacionamentos de longa data proporcionam uma repetição de experiências semelhantes, onde cada um mostra ao outro suas reações, decisões, atitudes, capacidades e incapacidades. Desta forma ambos, pouco a pouco desenvolvem outras reações como respostas a cada uma das manifestações do outro, também de forma repetida e com poucas variações, tornando-se bem conhecida e previsível.

Cria-se um mundo particular entre estas duas pessoas e bem conhecida no âmbito inconsciente e pouco no âmbito consciente. Por ser baixo o nível de conhecimento consciente pouco se faz para alterar este quadro. Todas as reações acostumadas que provocam sensações agradáveis ao outro não faz falta aprofundar, porém as que provocam no outro sensações desagradáveis merecem um estudo e compreensão mais profundos.

Como em experiências de ratinhos de laboratório, que podem ser treinados para terem respostas certas a estímulos repetitivos, nós humanos temos certa semelhança em relação a eles. Nada mais, nada menos o que ocorre nas relações de longa data é esse treinamento onde ambos se revezam no papel de cientista e rato. Pressupõe-se que o papel mais favorecido é a do cientista que tem a ciência a seu favor.

Numa relação dentro do estágio de desgaste, por repetitivas sensações desagradáveis, podemos deduzir facilmente que se houver uma vocação ou inspiração ou desejo do rato virar um cientista, pode ser um início de melhora na relação. Se apenas uma das partes virar cientista eliminar-se-á cinquenta por cento dos problemas.

Mas como um rato pode virar cientista?

Basta admitir inicialmente que é um rato que age instintivamente sem ciência e que deve agir com ciência. Em seguida deve procurar a ciência. Mas onde encontrar essa ciência? Uma forma mais direta sem ter que frequentar uma universidade é a busca em seu próprio interior. Descobrirá este rato um mundo novo. Perceberá que pode deixar de ser rato e ser humano no melhor sentido da palavra.

Contradizendo o ditado popular de que errar é humano descobre-se que acertar também é humano e ainda mais que escolher também é humano. Basta então escolher ser humano e não ser um rato que reage sempre de forma mecânica à sua própria história, às adversidades da vida, bem como às reações daquele que convive diariamente.

Depois de descobrir que não é um rato e sim um humano inicia-se outra etapa que consiste em silenciar a máquina mental que provoca todo processo de reações mecânicas. Escolha um momento onde possa ficar só, sem interferências do mundo externo e mergulhe no silêncio interior. Aquiete-se seu corpo, deixando-o paralisado e não abasteça a máquina mental afim de que fique em ponto morto, em baixa velocidade. Desta forma perceberá que existe alguém no comando desta máquina, alguém humano, que não é máquina, que não é rato. Este humano pode intuitivamente agir dentro de escolhas estimuladas por um silêncio presente onde não se impera a história, o registro do passado, ou expectativas do futuro, nem em função das reações do outro.

Esse alguém recém descoberto pode escolher as suas reações mediante estímulos internos e profundos, de alguém aparentemente desconhecido, mas por outro lado muito familiar. Este encontro com esse alguém ou consigo mesmo é muito agradável. Esse alguém, que é a própria pessoa, é a essencialidade humana onde existe a matéria original, nativa, responsável, inteligente, sábia, conhecedora da ciência universal. Como uma fonte inesgotável dentro de si mesmo produz os estímulos com ciência de como agir. Ela é a energia que decide na vida de seu mundo externo, ou seja, em relação ao mundo social e consigo mesmo. Esta força interior, este poder é que deve comandar a máquina mecânica mental. Uma vez alcançada a experimentação de si mesmo, percebendo a independência que existe e deva existir em relação a mente mecânica e repetitiva é que o rato se torna um cientista.

Uma vez diante da pessoa a quem tem relacionamento de longa data, de posse de quem comanda o rato, poderá se relacionar em outro nível não programado e ainda surpreender a outra parte. Aquela que estaria esperando uma reação conhecida assiste perplexa a uma nova reação. Esta diante de uma reação nova poderá reagir de forma diferente da usual. Desta maneira abre um portal para um mundo maior, livre e cheio de possibilidades.

Antes disso o mundo desta relação era pequeno, como uma prisão de ações e reações predefinidas e com pouquíssimas chances de novas possibilidades. Este novo cientista, que não irá revezar o papel como rato irá sabiamente conduzir a nova relação com parâmetros dentro de valores universais coerentes à sua condição original e primordial própria de um ser humano que acerta, pois quem acerta também é humano. O outro uma vez rato, recebendo um tratamento diferente, humano e sábio deixará de ser rato ou terá maior chance de não se-lo.

Quer resolver uma relação desgastada, de uma vez por todas? Deixe de ser um rato e torna-se um cientista ou um verdadeiro humano que acerta.
Prepara-se meditando e sossegando o corpo e a mente (ingressando ao seu mundo interior e assumindo as rédeas de si mesmo). Visualize o outro já como outro humano igual a você e não a um rato, como era. Comece a conversar, mostrando mais através de expressão corporal que na fala, que não é um rato. Mude o tom de voz costumeiro, olhe nos olhos, sorria, respire pausada e profundamente, oxigene mais seus pulmões proporcionando alento à sua essência primordial. Lembre-se de si mesmo a todo instante e repita se necessário for: Eu não sou um rato. Sabiamente ouça o que o outro tem para lhe dizer. Após uma introdução do que queira transmitir ao outro deixe-o manifestar. Algo dentro de você conhecerá as reações costumeiras antigas, mas você, não sendo rato, terá a certeza e abertura para receber novas impressões. E caso receba aquelas reações velhas não haverá problema algum, pois são reações conhecidas, não haverá surpresas. Você é que deve surpreendê-lo com as reações novas diante das velhas dele. Reações próprias de um humano e não de um rato evocarão ao outro, dentro de uma grande chance, reações de humano e não de rato.

Rato! Você não quer virar humano?

Melhorando: Humano! Você não é rato.

Aperfeiçoando: Errar é humano, mas acertar é Ser Humano.

Descondicionando para renovar.

Foto de annytha

Mãe sinonimo de amor - Milagre de Deus!!!

Existe uma variedade de mães, mas no fim é tudo igual e há quem diga que so mudam de endereço ... Até muitas tem o mesmo nome, assim como: Ana, Lourdes, Dalva ,Diná, Denise, Lidya, Maria,Janai e por ai vai...
Tem mães adolescentes, mães jovens, mães adultas e mães já maduras, tem mãe que aos 52 anos de idade já e bisavó, vejam só! Tem mães pobres, mães ricas, não importa: São todas mães!!
Tem mãe patricinha, como a minha vizinha, mãe elegante, mãe doutora, mãe advogada, mãe juíza (Ui! Deve ser chato ter uma mãe juíza, porque ela deve sair por aí julgando tudo o que passa em sua frente, pois esquece que fora do tribunal, ela nada pode julgar, só quem julga,a qualquer tempo, é O Deus Onipotente), Mães dentista, mães que são pai e mãe (pra essa, tiro o chapéu), pois trabalham duplamente pra fazer os dois papeis, a ponto de darem conta do recado, cria seus filhos sozinhas ate chegarem na Universidade!
Tem mãe que ao mesmo tempo que é mãe,além de dona de casa, esposa, doutora e ainda arranja um tempinho pra fazer a obra de Deus, como e o caso
da nossa Pastora , e nunca a vi se queixar de estar estafada. Ufa! Eu que canso por ela!!
Tem mãe que hoje ao invés de receber um presente do seu filho, estará deprimida, por ele não mais estar com ela, pois ele se foi, pra nunca mais voltar, pois por algum motivo que só quem conhece é o criador, o seu corpo jaz sob uma fria lápide, mas seu espírito vive ao lado daquele que o criou!
Tem mãe que recebeu presentes caros, e valiosos, outras, se contentaram em receber um abraço ou uma simples flor... Mas ficaram felizes, pois aquela simples flor, foi dada pelo seu filho amado com todo o seu amor.
Dizem que ser mãe é padecer no paraíso! Padecer no paraíso?! Isso eu não concordo não, pois no paraíso não há dores nem sofrimento e se mãe e sinônimo de amor, logo no paraíso, ela jamais ira padecer e nunca vai sentir dor.
Ser mãe, e uma dádiva de Deus, ser mãe e Divino, pena que nem todas pensam assim, pois não deixaram que seus filhos nascessem, outras, que os jogaram na lata do lixo, jogaram em qualquer lugar, só pra se livrarem de uma criança, que, mais tarde quem sabe, iria ser seu orgulho, mas nem nisso pensaram, queriam apenas se livrar de um pequenino ser, por vergonha de ser mãe solteira e serem banida de uma sociedade cheia de preconceitos. Nem os animais fazem isso, e não tem inteligência como nós, que e agem por puro instinto, cuidam das suas crias, e delas tem muito ciúme e ai de quem chegar por perto, estará correndo perigo de certo!
Tem mãe que Deus já recolheu para si, assim como a minha, e as de muitos que estão aqui, e hoje só nos resta saudade e um enorme vazio, mas ainda bem que temos Deus que nos ajuda a superar tão grande dor!!
Obrigada Deus, por ter nos dado um mãe, obrigada Deus, porque hoje, eu também sou mãe!
Viva a mulher brasileira – Salve o dia das mães!!!

Foto de fsuguino

Sejam bem-vindos

Olá,
Estou iniciando minhas atividades por aqui e fico feliz em compartilhar conhecimentos, experiências e aprendizados com pessoas que, como eu, interessam-se em buscar e promover temas relacionados ao nosso desenvolvimento pessoal que aprimoramos todos os dias.
Sou psicóloga pela Universidade Mackenzie de São Paulo-SP e pós-graduada em Psicopatologia pelo instituto NAIPPE/USP. Nem é preciso dizer que, na minha área, o contato com pessoas é fundamental.
Espero conhecer gente nova, promover debates, discussões e reflexões que contribuam para o meu e o seu crescimento interno e pessoal.
Pessoas bem resolvidas deixam transparecer isso em todos os campos da vida e costumam acumular mais experiências bem sucedidas, seja no campo da afetividade, na vida profissional, no campo dos estudos ou nas relações familiares.
Espero contar com a sua participação! Relatos, perguntas e temas polêmicos são sempre bem-vindos!
Com carinho,
Fernanda Suguino
E-mail: fernanda.suguino@gmail.com
Page: http://gentecomgente.wordpress.com/

Foto de MALENA41

O ÚLTIMO POR DO SOL ANTES DO ADEUS

Olhava meus dedos dos pés e chorava. Chorava por ele, por ele que logo partiria.
As malas estavam prontas...
Era a última noite que dormiríamos sob o mesmo teto. Na mesma cama já estava fazendo alguns meses que não dormíamos.
Eu já passava dos quarenta e cinco, porém, me sentia tão imatura.
A borboleta amarela e o beija-flor vieram me visitar. A tarde devagarzinho morria. Como eu, como eu.
Eu poderia chorar, desfazer as malas, me esgoelar. Ele desistiria da partida se eu implorasse.
Mas ficar com alguém desta forma? Como se ele estivesse me fazendo um favor?

A franja me caía nos olhos e eu a afastava, molhava suas pontinhas com as lágrimas que ensopavam meu rosto. Esfregava a boca e assoava o nariz. O lenço de papel estava ensopado. Precisava pegar outro. No entanto entrar na casa àquela hora?
Queria vê-lo chegar. Queria. Queria falar com ele.
Sofrer mais um pouquinho? ─ Diria minha sábia mãe.
Esticava a perna e recolhia, esticava de novo. Ela estava adormecendo de tanto tempo que ficara sentada ali. Uma hora, duas. O telefone cansou de tocar, o celular também. Não atendi.
Devia ser algum chato. “Poderia ser até meus filhos – mas eles ligariam outra hora”. Ou minha mãe. Ela também ligaria depois e faria milhares de perguntas. Sabia que não estávamos bem e estranharia meu silêncio. Conhecia meus hábitos e sabia que eu estava sempre em casa no final da tarde.
E se fosse ele? Ele não ligaria. Terminamos tudo e ele estava apenas aguardando que terminassem uns detalhes de pintura na casa que alugara. Levaria tão pouco, o indispensável eu diria.
Havia me dito que partiria bem cedinho.
Não brigamos desta vez. Só escutei e foi como se uma montanha de gelo despencasse sobre minha cabeça.
Nos últimos dois anos discutimos tanto que tudo se esgotou. O carinho morreu.
Houve um tempo que o medo de perdê-lo era maior e aí eu tentava reconquistá-lo. Depois fui me sentindo tão vazia e via que tudo era inútil.
Ele dizia coisas que me feriam fundo. Será que tinha noção do que estava fazendo? Não sei.
Acabei por feri-lo também. Não entendia ainda que estava agindo de forma errada.
Cada carro que passava fazia meu coração disparar, pois pensava que era Augusto que estava chegando.
De onde estava podia ver o sol descendo lentamente na linha do horizonte. Tínhamos uma vista privilegiada.
Quando compramos a casa comentamos que ninguém no mundo tinha uma vista igual. Até nosso ocaso era diferente, porque éramos muito especiais e nosso amor era exclusividade.
Nunca que terminaria um romance destes, nunca.

Um menino gritou na rua e fez meu coração pular e pensar nos meus filhos pequenos. Que pena que cresceram! Era tão bom tê-los sob a barra da saia.
De repente me via pensando no poema de Gibran: Vossos filhos não são vossos filhos.
Claro que não. Os filhos são do mundo. Só somos os escolhidos para colocá-los no mundo e orientá-los. E amá-los.
A menina se casara tão novinha e eu pensava que ela poderia ter esperado mais. Todavia havia o tal do livre arbítrio...
Meu filho estava cursando a universidade noutro estado. Foi o caminho que ele escolheu.
O menino continuava gritando e eu ficava ouvindo seus berros. Aquilo mexia com meus nervos que já andavam à flor da pele. O sol descia, descia.
Aí o carro estacionou. Era Augusto. Ele ainda tinha as chaves e o controle do portão. Foi abrindo e percebi que estava aborrecido.
Ele se mudaria no dia seguinte e nunca gostara de mudanças.
Na minha concepção meu esposo já tinha partido fazia bom tempo.
Olhei aquele belo homem estacionando na garagem e comecei a pensar quando nos conhecemos. Como ele era bonito!
Lógico que com os anos ganhara uma barriguinha, o cabelo diminuíra um pouco.
Mas num todo o corpo estava bem e o rosto sempre lindo.
Ele vinha em minha direção e meu coração disparava.
─ Você está bem?
─ Estou.
Minha voz saía rouca e eu pensava que precisava fazer aquele pedido, antes que nosso tempo se esgotasse.
─ Posso lhe pedir algo, Augusto?
─ Diga, Solange.
─ Não vai se aborrecer?
Que pergunta idiota! Eu o conhecia bem e sabia que estava arreliado.
─ Diga logo, que preciso tomar um banho. Tenho um compromisso daqui uma hora.
A frase veio como um balde de água fria me fazendo quase desistir de falar, Acontece que se não fizesse naquele instante não teria outra oportunidade e resolvi perguntar de uma vez.
─ Lembra-se quando ficávamos assistindo o sol se esconder de mãos dadas?
Ele pigarreou (andava fumando muito). Só que estava pigarreando neste momento para disfarçar.
E por fim falou baixinho:
─ Claro que lembro. Certas coisas não conseguimos esquecer por mais que tentemos.
─ Eu posso lhe pedir uma coisa?
─ Não se estenda, Solange. Já falei que estou apressado.
Outro balde.
─ Quero lhe pedir que sente aqui comigo para ver o sol se esconder. Falta pouco. ─ coloquei mais doçura na voz ─ Nem precisa segurar a minha mão.
Ele me olhou sem ternura no olhar, mas com pena.
Estaria eu fantasiando?
─ Augusto. Onde você vai morar dá para ver o sol se escondendo?
Ele virou o rosto na direção do horizonte e seu rosto parecia esculpido em pedra.
O telefone voltou a tocar e eu rezei baixinho:
─ Quieto, telefone. Fique quieto, por favor.
Por coincidência ou pela força de meu pedido depois do terceiro toque o telefone silenciou.
Em alguns instantes a magia daquele instante terminaria. Aquele corpo amado jamais estaria tão próximo ao meu.
Não resistindo eu busquei sua mão e ele estreitou a minha da forma que sempre fizera, apertando fortemente o mindinho.
Se eu chorasse naquela hora estragaria tudo. Ele havia me dito que não suportava a mulher chorona que eu me transformara.
Banquei a forte e nossos rostos estavam bem próximos. Os dois olhando o sol alaranjado e faltava apenas uma nesginha para o nosso astro rei se esconder.
Ele se levantaria em segundos e entraria no banheiro. Tomaria um banho e sairia. Chegaria tarde em casa e eu nem o veria chegar. Na manhã seguinte se mudaria e fim.
Um tremor percorreu meu corpo e de repente me vi estreitada em um abraço.
Aquilo não poderia estar acontecendo.
Sua boca sôfrega procurava a minha e eu me entregava inteira.
O sol acabava de desaparecer lá distante.
Eu já não via, mas sabia.
A língua dele tocava o céu da minha boca.
Estaria ficando louca?
Estaria sonhando?
Queria falar, mas o encanto se acabaria se falasse qualquer coisa.
Pressentia que não poderia me mexer, senão a poesia daquele instante se acabaria. Então fiquei bem quieta. Esperando. Esperando para saber se tinha escapado da realidade e entrado no sonho.
Eu não tomara absolutamente nada. Estava sóbria.
O corpo dele se estreitava ao meu.
Estreitava-se tanto que eu chegava a pensar que me quebraria algum osso.
Estava tão magra. Ossuda mesmo.
Ele é que rompeu o silêncio.
─ Desculpe.
─ Desculpar o quê?
Deus! Ainda era meu marido. Ainda era. Não tínhamos tratado da separação.
Augusto não sentia assim e provou isso pedindo desculpas.
─ Não tenho que desculpar nada, meu bem. Eu queria que acontecesse. E acho que você também.
Parecia que meu tom melodramático não o abalara em nada.
─ Foi um momento de fraqueza. Vou tomar um banho. Espero que você entenda que me deixei levar...
Eu o agarrei pelas costas e fiz com que se virasse e me olhasse nos olhos. Ainda haveria tempo de salvar nosso casamento?
─ E se eu mudar o meu comportamento?
─ Não há o que mudar. Tudo está resolvido. Amanhã cedo eu vou embora. Nossos filhos entenderão.
─ Será? Será que tudo é tão simples como diz?
─ Não vamos recomeçar.
E foi entrando porta adentro.
Eu fui seguindo-o. Se me beijara daquela forma ainda sentia amor e desejo. Ou estaria equivocada?
Ele colocou a chave do carro e a carteira sobre o rack e eu fui ao nosso quarto.
O que eu poderia fazer ainda? Jogar charme por cima dele não adiantaria de nada. Pedir? Implorar?
Deitei na cama e ele entrou no banheiro social e ligou o chuveiro.
Imaginei seu corpo nu e senti vontade de fazer amor com ele. Senti vontade de sentir de novo um abraço apertado, como o que acontecera há alguns minutos.
Que foi feito de nós? Fiquei me perguntando.
Em seguida desligou o chuveiro e fiquei pensando.
─ Ele nunca tomou um banho tão rápido.
A porta do quarto foi aberta abruptamente e molhado como estava ele me puxou para seus braços e me carregou para o nosso banheiro.
Usou a mão esquerda para ligar o chuveiro e com a destra livre foi me arrancando a roupa.
Será que em outras ocasiões fora tão impetuoso?
Era tudo tão espetacular e louco que eu custava a crer que estava sendo real.
Ele descia a boca para meus seios e mordiscava os mamilos.
Fizera isso milhares de vezes aqueles anos todos, mas estava sendo diferente, pois parecia haver uma raiva nele. Um desespero por me possuir.
Pensei se estava me violentando.
Acontece que eu estava querendo tudo aquilo e também o amei desesperadamente.
Também eu o mordi e o apertei.
Também eu quando tomei seu órgão genital nas mãos fui agressiva. Apertei mais do que devia.
Fazia-o não como uma fêmea no cio, mas como uma mulher desesperada.
Sabia que era a última vez e estava sendo maravilhoso e maluco.
Nunca nos amamos brutalmente antes e não estava sendo propriamente brutal. Era diferente. Era como se nós dois estivéssemos morrendo de sede e água nunca conseguisse nos saciar.
A relação sexual ocorria num ritmo alucinado. Bocas e mãos procuravam, deslizavam, corriam pelo corpo todo.
Palavras não existiam e antes falávamos tanto enquanto fazíamos amor.
Eu nem conseguia pensar direito tal a intensidade do que estava vivendo. Era como estar com um estranho. Aquele homem não era o Augusto de todos aqueles anos e aquela Solange exigente eu nunca fora.
Eu queria mais e mais e mais.
Antes nunca ocorrera comigo o orgasmo múltiplo e nem tinha conhecido que de repente pudesse senti-lo e sentia. O êxtase chegaria para nós? Ele aguentaria até quando?
Taxativamente eu desconhecia naquele homem meu companheiro de tantos anos e ele também devia estar me desconhecendo.
Prolongou-se ainda por meia hora o coito e quando por fim caímos exaustos na cama estávamos suados e arquejantes. Tão exaustos que não tínhamos forças para mexer um dedo.
Envergonhada pensava que não conseguiria mais encará-lo depois de tudo aquilo e foi ele que quebrou o silencio.
─ Estou desconhecendo-a, dona Solange.
─ E eu também não o reconheci ─ falei com débil voz.
Ele tinha se esquecido do compromisso?
Fiquei quietinha e nem queria pensar que ele pudesse se levantar e sair.
Augusto colocou o braço em volta do meu ombro e me puxou para seus braços.
Pensam que ele partiu no dia seguinte?
Está até hoje comigo e nossas noites costumam ser muito agitadas. Muitas vezes ele vem almoçar e esquecemos completamente da comida.
Ele perdeu a barriguinha e diz que eu acabo com suas forças, que sou a culpada.
Eu penso que sou a salvadora.

Foto de odias pereira

" DESEMPREGADO"...

Ha meses desempregado,

Procuro algo a fazer.

Sem dinheiro e individado,

Correndo o risco de minha casa perder.

Minha esposa já indiferente,

Por falta de dinheiro.

Um mal humor aparente.

Com o seu velho companheiro.

Não tiro sua razão,

Pois mulher gosta de conforto.

Quem fala mais alto é o milhão,

E não o prazer do desconforto.

Saio a procura todo o dia,

De um trabalho pra fazer.

Mais sempre o serviço que eu queria,

Vem outras pessoas preencher.

Bato de porta em porta,

Entregando curriculuns e credenciais.

O que pintar não importa,

Desde que seja trabalho formais.

Nas empresas que visito,

Vejo muita indescriminação.

Pois nas entrevistas que participo,

Por causa de minha velhice dizem não.

Depois de muitos anos ter feito,

Uma grande universidade.

Ter me formado em direito.

Mais o emprego que eu queria não da, por causa de minha idade

Continuo procurando,

Um emprego digno pra trabalhar.

As dividas acomulando.

Enquanto o emprego eu não encontrar.

Ja rezei pra todo o santo,

Promessa a minha mãe aparecida.

Implorei, cura senhor !... o meu pranto,

Acabe de vez com essa minha ferida...

Foto de Rodrigo Stenio

VOCÊ É O QUE VOCÊ TEM?!

Ultimamente tenho feito muito essa pergunta, será mesmo que nos tornamos aquilo que possuímos, enquanto bens de consumo?

Será mesmo que a importância que nos é dada enquanto pessoa, em nossa própria sociedade, está ligada direta e proporcionalmente àquilo que conseguimos comprar?

Você alguma vez já se fez essas perguntas?

Estamos no ano de 2010 depois de Cristo, muito tempo já se passou desde que o homem evoluiu e começou a viver em sociedade. Durante todo o processo evolutivo, muitas fases se destacaram como primordiais para que primeiramente conseguíssemos vencer as adversidades naturais e mais tarde as próprias adversidades criadas por nós mesmos em nossas vidas sociais.

O homem primitivo buscava proteção em cavernas e árvores ocas, aprendeu a dominar o fogo que os mantinha aquecidos, os protegia de animais selvagens, era usado para preparar alimentos...,esse mesmo, era conseguido através da caça, suas peles viravam vestimentas, sua carne era o próprio alimento e seus ossos, muitas vezes, eram utilizados na fabricação de ferramentas de corte, suportes ou mesmo nas primeiras manifestações artísticas dos povos primitivos, como esculturas por exemplo.

Mais tarde, mas ainda não tão distante da era primitiva, o homem começou a viver de forma menos predatória e menos nômade também, começaram a se estabelecer padrões hierárquicos dentro dos grupos, que já não mais se mudavam para conseguir alimentos, cercados foram feitos para que fossem criados animais, tanto para a alimentação direta, quanto para transporte, ou mesmo como animais de estimação; a agricultura começou a ser pensada também como forma de subsistência direta e algumas pequenas plantações de tubérculos, legumes e vegetais puderam se tornar também fonte de alimentação.

Começava aí, a era dos homens modernos!

Seres fortes e resistentes ao seu meio natural, totalmente diferentes de todos os outros animais que já haviam habitado a terra, tinham o grande poder, até então nunca visto antes: o raciocínio.
Seres que não são apenas mais adaptáveis ao seu meio, mas que podiam adaptar o meio às suas necessidades diretas, transformando-o e tornando-o um reflexo de suas próprias sociedades.

Até então, as necessidades básicas dos seres humanos, eram supridas de forma muito objetiva e simples, abrigo, alimentação, perpetuação da espécie e a continuidade do conhecimento já adquirido até esse momento.
Mas conforme esse conhecimento fora se tornando menos exclusivo e se espalhando por outras comunidades e se espalhando por outras regiões, outras necessidades começaram a surgir de forma mais latente e outros bens começaram a se apresentar enquanto indispensáveis para a vida em sociedade; primeiramente ervas, que poderiam ser aromáticas, para a fabricação de bebidas, como compostos medicinais... o sal também foi largamente visto e negociado como imprescindível na preparação e conservação dos alimentos, peles de animais, ornamentos decorativos, instrumentos para caça e etc.

Começava aí, uma nova era social, entre os humanos, agora as necessidades básicas de sobrevivência, já não eram somente as únicas presentes em seu circulo de humanidade.

Se fizermos uma alusão direta entre esses tempos mais remotos, onde a humanidade apenas coexistia com outros animais e com a natureza, com o único intuito de sobreviver e perpetuar a nossa espécie, com os tempos e as sociedades modernas, podemos notar claramente que obtivemos uma evolução absurdamente potencial, substancial e criativa.
Mas não teríamos distorcido nossas necessidades básicas de sobrevivência, e nos tornado não só seres muito mais evoluídos, com sociedades muito mais complexas, mas também seres indevidamente consumistas e de forma preocupante, seres perdidos em nossas sociedades?
O que você realmente precisa para viver?
O que é que você busca em sua vida? Casas? Carros? Status? Sentimentos? Cultura? Experiências? Conhecimento?

Essas são perguntas muito pertinentes nos dias atuais, a medicina, por exemplo, evoluiu em passos muito largos nas últimas décadas, mas é notável que a vertente que mais cresceu e mais se destacou, foi a medicina estética. Onde o principal objetivo não é apenas o de curar doenças, prolongar a vida ou mesmo proporcionar uma vida com muito mais qualidade. O objetivo principal é a aparência física, criar e se inserir em um contexto social estereotipado e desumano.

As pessoas, em uma busca frenética pela sua própria imagem e sua inserção direta na sociedade, mutilam seus corpos, moldando-os de forma a serem perfeitos, com acréscimo ou decréscimo de gordura e pele, com a inserção de substâncias que os tornem mais volumosos e esbeltos. Com isso a indústria da beleza, que não é apenas a medicinal, mas também principalmente as indústrias da moda e dos cosméticos, lucram bilhões de dólares por ano, com um mercado crescente e interminável.

Essas industrias desmatam eco sistemas inteiros, criam dejetos extremamente poluentes em seus processos de fabricação, matam milhares de animais por ano, para testar seus novos produtos, geram conceitos e necessidades que aos poucos, vão se tornando indispensáveis para a vida em sociedade.

Mas nós precisamos mesmo disso tudo?
Será que o ser humano, em sua existência real em nosso planeta, precisa mesmo submeter-se a esse tipo de sociedade?

Durante a evolução histórica social dos seres humanos, muitos fatos foram relevantes e se mostraram inspiradores para a criação de novas gerações. Como já foram citados exemplos em uma breve explanação sobre os primórdios da humanidade e seu modo de vida social, vamos nos ater agora à sociedade mais próxima aos nossos dias atuais, aquela que surgiu no período que vem após o nascimento de Cristo.

Na tabela abaixo podemos ver claramente que muitos foram os feitos evolutivos sociais do ser humano em suas sociedades, de âmbito cultural, político, religioso, tecnológico e etc.

A sociedade evoluía e se mostrava forte e crescente, não só em seus conhecimentos culturais, mas também em suas necessidades. Aos poucos o ser humano começou a se mostrar não só o animal mais evoluído e racional do planeta, mas também começava a dar alguns indícios de toda a sua vaidade e arrogância.
Analise o quadro abaixo, uma síntese da linha do tempo pós Cristo, mais adiante discutiremos alguns fatos isolados desse quadro e analisaremos a sua relevância enquanto fatores sociais.

Até o século 6º (d.C.)
ANO 1
Começa a era depois de Cristo, exatamente à meia-noite de 31 de dezembro de 1 a.C. População mundial chega a aproximadamente 170 milhões (demografia).
Morte de Augusto (política).
Tibério torna-se imperador, ficando no poder até 37 (política)
Ovídio escreve Metamorfose (literatura) ANO 14

ANO 27
Jesus é batizado (religião)
Jesus é crucificado (religião) ANO 30

ANO 37
Calígula torna-se imperador (política)
Império Romano sob Nero (política) ANO 54

ANO 64
Cristãos são acusados e martirizados pelo incêndio de Roma (religião)
Início da diáspora judaica após destruição do templo em Jerusalém (religião)
Surge o primeiro evangelho
(S. Mateus) (religião) ANO 70

ANO 75
Começa a construção do coliseu romano (tecnologia)
Provável data da invenção, na China, do papel (tecnologia)
Erupção do vulcão Vesúvio destrói a cidade de Pompéia, na Itália (desastres naturais) ANO 79

ANO 98
Auge da expansão territorial romana. (guerra)
Cristianismo também se espalha (religião)
População mundial: 180 milhões (demografia) ANO 100

ANO 132
Surgimento da cultura Teotihuacán, no México (povos)
População mundial: 190 milhões (demografia) ANO 200

ANO 212
Cidadania é estendida a todos os homens livres do Império Romano (política)
Começo do declínio do Imperio Romano (política) ANO 235

ANO 284

Princípio da civilização maia clássica (povos)

População mundial em torno de 190 milhões (demografia) ANO 300

ANO 306
Constantino torna-se imperador (política)
Edito de Milão legaliza o Cristianismo no Império Romano (religião) ANO 313

ANO 320
Início do império Gupta na Índia (política)
Bizâncio é reconstruída por Constantino (tecnologia) ANO 324

ANO 326
Constantino declara domingo como dia sagrado para os católicos (religião)
Renomeado de Constantinopla, Bizâncio torna-se capital do Império Romano (política) ANO 330

ANO 378
Visigodos derrotam o exército romano (guerra)
Teodósio 1° proibe cultos pagães (religião) ANO 391

ANO 395
O Império Romano é dividido em dois, Ocidental e Oriental (política)
Agostinho publica Confissões (filosofia)
População mundial continua estável, em torno de 190 milhões (demografia) ANO 400(c)

ANO 410
Visigodos saqueiam Roma (guerra)
Átila torna-se o rei dos Hunos (política) ANO 434

ANO 476
Deposição de Rômulo marca o fim do Império Romano (política)
Começa a Idade Média
Clóvis, rei dos francos, dá inicio ao reino Merovíngio (política) ANO 496

ANO 500(c)
Os bretões, sob a liderança do legendário rei Artur, derrotam os saxões, retardando o avanço destes sobre a Bretanha (política)
População mundial em torno de 195 milhões (demografia)

O quadro acima representa os primeiros “500” (quinhentos) anos de humanidade social, após o nascimento de cristo, uma linha do tempo com os principais fatos de nossa existência humana.

Podemos ver claramente que os principais acontecimentos estão relacionados a fatos religiosos, históricos, políticos e geográficos, principalmente no que diz respeito à demografia do globo terrestre.

Comecemos analisando pelo ano “70” (setenta):

Esse momento foi muito importante para a humanidade, teve início da diáspora judaica após destruição do templo em Jerusalém.

Diáspora (do grego "dispersão") é o termo coletivo para as comunidades judaicas fora de Israel. O processo começou com as expulsões assírias e babilônias em 721 a.C. e 597 a.C., continuou com migrações voluntárias e acelerou-se com a destruição do templo de Jerusalém pelos romanos, em 70 d.C, que haviam anexado a Judéia em 63 a.C. No século 1o a.C., havia comunidades judaicas desde o Levante até a Itália, notavelmente na Babilônia e no Egito. A situação piorou após 132 d.C., quando, depois de uma revolta malsucedida, os judeus ficaram proibidos de entrar em Jerusalém sob pena de morte. Os judeus da diáspora do mundo greco-romano falavam em sua maioria grego, mas permaneceram leais à sua fé, visitavam Jerusalém e viam Israel como sua terra natal. Após 212, os romanos concederam cidadania aos judeus, que a partir daí se espalharam por vários pontos do Império Romano.

Por esses fatos presentes, tanto religiosos quanto políticos, podemos ver e pensar que as necessidades humanas começavam a se estender largamente por outros âmbitos muito mais complexos e de importância social muito mais reveladora que os ancestrais primitivos.

Agora, as sociedades humanas, se dividiam ou se agrupavam, não mais apenas para sobreviver, coexistir e para perpetuar a espécie, mas também estavam presentes credos religiosos, a briga por poder, territórios e status. Começa a se ver claramente que a sociedade humana não mais teria apenas interesses simples, mas buscariam em sua existência muito mais artifícios que os levariam até os dias de hoje.
Veja o exemplo abaixo:

Ano “212” (duzentos e doze)
Cidadania é estendida a todos os homens livres do Império Romano.

Nesse momento podemos notoriamente perceber as necessidades da época para uma sociedade crescente e muito mais organizada.
Todos os homens livres seriam agora cidadãos e gozariam de direitos e deveres para com o império. Mas nota-se claramente também que já se fazia presente uma desigualdade social que estava ali quase desde os primórdios das primeiras civilizações e demoraria dezenas de séculos para terminar. A escravidão nos ensina e serve factualmente como exemplo em nosso estudo social, as pessoas de dividem em grupos hierárquicos, onde obviamente as necessidades e desejos são reflexos diretos de uma sociedade ditatória e desigual.

Podemos subdividir esse momento romano em três partes muito distintas da sociedade hierárquica, para que possamos explanar melhor sobre as necessidades de cada grupo. Chamemos de grupo 01, o topo da hierarquia social romana no ano de 212, podemos facilmente concluir que por já possuirem casas ou mesmo palácios, estarem cercados de benefícios e criados, tinham com necessidades principais, o poder, o status social, jóias, riquezas materiais e etc.
Já o grupo 02, seriam os dos novos cidadãos livres, que por sua vez, teriam como principais necessidades, seus trabalhos, o que os levaria a ter dinheiro para comprar suas casas, alimentos, roupas e etc.

Olhando mais de perto o grupo 03, que seriam os servos, criados e escravos, podemos entender que suas necessidades são muito mais básicas e simples do que as necessidades dos grupos anteriores apresentados, talvez permeassem apenas por água, comida e algum abrigo.

Nessa simples analogia de classes sociais hierárquicas dessa época, podemos chegar à conclusão de que quanto mais alto o nível social, maiores serão as demandas e necessidades de quem as ocupa. Quanto menor o nível social, menores serão as necessidades.

Então podemos concluir que a sociedade contemporânea, que também é muito bem dividida por classes sociais, se comporta absolutamente da mesma forma, onde quanto maior o poder aquisitivo, mais bens de consumo são acumulados.

Mas o que se vê claramente hoje, é não somente a aquisição de bens de consumo por uma necessidade plausível com a condição social, mas sim, uma verdadeira distorção e inversão de valores, que já se estenderam a toda sociedade, ultrapassando a divisão clássica das classes e camadas sociais. Mesmo as pessoas que ainda moram nas periferias, ou em cidades e locais mais afastados das grandes capitais e metrópoles urbanas, sentem-se com uma latente necessidade constante do consumo direto. Na grande maioria das vezes esses produtos e bens buscados, são de ordem absolutamente supérfula e dispensáveis às nossas vidas.

Então essa busca frenética apenas vem a ilustrar ainda mais a temática abordada nesse ensaio. O que as pessoas estariam realmente buscando? Gozar dos privilégios tecnológicos da era moderna e todos os seus bens e produtos, ou estariam buscando uma inserção social através desses mesmos?

Podemos aqui diferenciar duas categorias bem distintas de pessoas, segundo os seus atos de consumo. Quais seriam as diferenças entre o consumidor e o consumista?
Consumismo é o ato de comprar produtos e ou serviços sem necessidade e consciência. É compulsivo, descontrolado e que se deixa influenciar pelo marketing das empresas que comercializam tais produtos e serviços. É também uma característica do capitalismo e da sociedade moderna rotulada como “a sociedade de consumo”.

Diferencia-se em grande escala do consumidor, pois este compra produtos e serviços necessários para sua vida enquanto o consumista compra muito além daquilo de que precisa.

O consumismo tem origens emocionais, sociais, financeiras e psicológicas onde juntas, levam as pessoas a gastarem o que podem e o que não podem com a necessidade de suprir a indiferença social, a falta de recursos financeiros, a baixa auto-estima, a perturbação emocional e outros fatores.

Além de conseqüências ruins ao consumista que são processos de alienação, exploração no trabalho, a multiplicação de supérfluos (que contribuem para o processo de degradação das relações sociais e entre sociedades) e a oneomania (que é um distúrbio caracterizado pela compulsão de gastar dinheiro que é mais comum nas mulheres tomando uma proporção de quatro por um), o meio ambiente também sofre com este “mal do século”, pois o aumento desenfreado do consumo incentiva o desperdício e a grande quantidade de lixo, como já citado anteriormente.
O ato de comprar muitas vezes não está relacionado simplesmente com a aquisição de bens para o consumo. As compras podem assumir uma ligação com a frustração ou a solidão.

Segundo Giovanni Siri, professor de psicologia do consumo da Universidade Vita-Salute San Rafaelle, em Milão, o ato de comprar prevalece nas mulheres por esta função ser tradicionalmente concedida a ela.

Cresce cada vez mais o número de pessoas que procuram ajuda psicológica ou psiquiátrica para controlar o consumo compulsivo.

O costume de comprar aparece por volta dos 18 anos, quando apesar de não comprarem, os jovens gastam horas experimentando roupas.

O consumo compulsivo pode comprometer desde o equilíbrio emocional até o orçamento familiar. Diante da impossibilidade financeira de adquirir um produto, a ansiedade da pessoa pode ser aumentada.

O professor Roberto Pani aponta que o consumo pode funcionar para remediar carências.
Dificuldades de relacionamento podem ser sinalizadas pela compulsão. Giovanni Siri salienta que a identidade é fundamentada através das relações com o próximo. Sendo assim, diante de situações nas quais as pessoas se sentem ansiosas e frágeis, essas podem tentar preencher a falta de relações mais complexas, adquirindo objetos, já que esses não as rejeitam nem decepcionam.

O consumidor só se satisfaz ao adquirir o produto cobiçado, porém este tem um valor simbólico, ou seja, quando é adquirido perde seu valor, uma vez que o que está por trás da compra pode ser a tentativa de suprir carências afetivas.
Essas atitudes podem ser mesmo catastróficas para evolução social, muito pior do que isso é uma nova onda que vem surgindo e crescendo muito rapidamente: o consumismo infantil. Isso por si só, não somente é perigoso para a atual época em que coexistimos em nossas sociedades, mas também por começar a formar um novo gênero de pessoas ainda mais consumistas e fúteis.
Em época de Natal os pais enchem as lojas para atender os desejos dos filhos, esses conseguem levar os pais até mesmo aos shoppings. Esta cena não é comum somente no mês de Dezembro, os excessos quanto aos pedidos das crianças acontecem freqüentemente, isto se deve a forte influência que o consumo exerce sobre as crianças. Uma forma de lidar com esse aspecto é a orientação que os pais podem oferecer o quanto antes, esclarecendo que o importante é a personalidade do indivíduo, e não aquilo que ele consome.
Na verdade, os pais são desafiados quando ensinam os filhos que o essencial é ser e não ter, já que estão sendo bombardeados pelo consumismo de todos os lados.

Os shoppings possuem uma estrutura que fascinam as crianças. Tudo, as lojas de brinquedos, o parque, as cores e as luzes as atraem.
O ser humano tem uma grande necessidade de aceitação, de pertencer a um grupo, e o ato de consumir seria uma forma de inserção social, ou seja, para vivenciar este sentimento de pertença, a criança “necessita” adquirir determinado brinquedo, certas marcas de tênis e roupas e até fazer alguns passeios que são interessantes para o seu grupo.
Os pais e a escola podem ensinar a criança a consumir com consciência e responsabilidade. Considerando a qualidade do produto e as necessidades a fim de não desperdiçar e sim de economizar.
Voltemos agora a analisar a nossa linha do tempo e os acontecimentos sociais pertinentes. Vamos observar o crescimento demográfico da população e depois vamos explicar os fatores geográficos de medição e analogia desse tema, para que ainda mais a seguir, possamos entender melhor o quão preocupante é a condição atual de consumo irresponsável em nossas sociedades.

Ano “01” (um) População mundial chega a aproximadamente 170 milhões;

Ano “100” (cem) População mundial: 180 milhões;

Ano “200” (duzentos) População mundial: 190 milhões;

Ano “400” (quatrocentos) População mundial continua estável, em torno de 190 milhões;

Ano “500” (quinhentos) População mundial em torno de 195 milhões.

Pode-se notar claramente que ainda nesse período da existência humana social, o número de pessoas no globo era extremamente reduzido, comparado com a sua extensão territorial. O crescimento foi bastante reduzido, segundo nos mostram os próprios números. Do ano “01” (um), ao ano “500” (quinhentos), houve um aumento populacional terrestre de aproximadamente vinte e cinco milhões de pessoas, durante um período de quinhentos anos. Se dividirmos essa diferença de crescimento entre o ano “01” (um) e o ano “500”, que é de aproximadamente vinte e cinco milhões de pessoas, pelo tempo de crescimento de quinhentos anos, chegaremos a um total de: “50.000” (cinqüenta mil) pessoas a mais no globo por ano.

Para que tenhamos uma idéia da proporção desses números, vamos compará-los aos dados atuais. Segundo estudos da ONU (Organização das Nações Unidas), aproximadamente “250.000” (duzentas e cinqüenta mil) pessoas nascem por dia no planeta. São quase “03” (três) por segundo, ou “180” (cento e oitenta) pessoas por minuto. Ou seja, nos tempos atuais, nascem por dia, cinco vezes mais pessoas que nasciam por ano, do ano “01” (um) ao ano “500”.

Esse número alarmante é extremamente significativo e substancialmente preocupante em nosso estudo social, já que hoje se vive em um ritmo de consumo exacerbado e extremamente desregrado e fútil. Não se tratando apenas de fatores muito preocupantes nos âmbitos filosóficos, sociais ou mesmo psicológicos, mas esse consumo também está diretamente ligado aos recursos naturais, como a água potável, petróleo, madeira, oxigênio e muitos outros, que são absolutamente indispensáveis para a sobrevivência da nossa espécie e todas as outras viventes em nosso planeta.

O momento social do planeta está totalmente voltado a um tema, que descreve muito bem toda essa preocupação com o excesso de consumismo fútil e a atual situação degradante dos nossos recursos, a sustentabilidade.

Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana.
Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e atividade humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e as suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção indefinida desses ideais.

A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a vizinhança local até o planeta inteiro.
Para um empreendimento humano ser sustentável, tem de ter em vista “04” (quatro) requisitos básicos. Esse empreendimento tem de ser:
• ecologicamente correto;
• economicamente viável;
• socialmente justo;
• e culturalmente aceito.
Colocando em termos simples, a sustentabilidade é promover o melhor para as pessoas e para o ambiente tanto agora como para um futuro indefinido. Segundo o Relatório de Brundtland (1987), sustentabilidade é: "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas".

“Sustentável” provém da palavra latina “sustinere”, e significa “manter vivo”, “defender”. Este conceito, de interpretação dinâmica, teve várias versões ao longo dos anos, sendo o âmbito económico, o que enquadrou a definição no ano de 1972, “restituir os recursos consumidos pelas organizações”.

Na Cimeira da Terra (Earth Summit), que decorreu no Rio de Janeiro, em 1992, contextualizou a sustentabilidade como um efeito sobre o futuro, por acções praticadas no presente, ou seja que “as consequências da economia têm efeito sobre futuras gerações”. Em 2002, em Joanesburgo, durante a Cimeira da Terra, foram-lhe conferidas três dimensões, que se mantém como a abordagem actual. Uma dimensão económica, uma social e outra ecológica, em que a económica representa a abordagem central, seguindo-se concentricamente, a abordagem social e mais externamente, a ecológica, sendo esta a dimensão agregadora. A sustentabilidade adquiriu, assim, uma visão mais ampla do mundo, congregando duas grandes ideias: a sustentabilidade fraca e a sustentabilidade forte. A primeira representa a definição de sustentabilidade, defendida em 1972, em que a única preocupação é a de devolver o que se consumiu. A segunda, adapta o consumo às exigências mais amplas, relacionando-o com a manutenção dos recursos naturais, tendo efeitos de externalidades, do ponto de vista económico, sobre o capital humano, financeiro, ambiental…

O termo original foi criado para o uso da reciclagem "desenvolvimento sustentável," um termo adaptado pela Agenda 21, programa das Nações Unidas. Algumas pessoas hoje, referem-se ao termo "desenvolvimento sustentável" como um termo amplo pois implica desenvolvimento continuado, e insistem que ele deve ser reservado somente para as atividades de desenvolvimento. "Sustentabilidade",
então, é hoje em dia usado como um termo amplo para todas as atividades humanas.

Se pensarmos que 10% de tudo o que é extraído do planeta pela industria (em peso) é que se torna produto útil e que todo o restante é resíduo, torna-se urgente uma Gestão Sustentável que nos leve a um consumo sustentável, é urgente minimizar a utilização de recursos naturais e materiais tóxicos. O Desenvolvimento Sustentável não é ambientalismo nem apenas ambiente, mas sim um processo de equilíbrio entre os objetos economicos, financeiros, ambientais e sociais.

A sustentabilidade está relacionada aos modelos dos sistemas de produção e de mercado, que respondem livremente às demandas da sociedade. Havendo procura, haverá oferta. Portanto, as suas escolhas de consumidor podem definir um caminho na direção de um modelo que devasta o meio ambiente e gera desigualdade social ou de um modelo mais harmônico com as leis da vida. Poucos se dão conta desta relação sistêmica e de sua responsabilidade individual na hora de escolher um produto ou serviço qualquer.

Compre produtos produzidos na sua região. Produtos que vêm de fora fazem o dinheiro sair do município, dificultam o desenvolvimento econômico local. O que fica é o lixo;

Utilize papel reciclado. Sua produção demanda menos energia e recursos naturais;

Consuma alimentos orgânicos. Eles são melhores para a saúde pois, contém menos produtos químicos; Eles são melhores para o terra, pois seu método de produção não reduz a fertilidade natural e a biodiversidade do solo; Eles não contaminam as águas pelo uso de fertilizantes e agrotóxicos petroquímicos que são carregados pela chuva a lençóis freáticos e rios; O aumento do consumo fará o preço do orgânico ser reduzido;

Consuma menos carne vermelha. O gado confinado no mundo consome metade da produção de grãos; O gado solto, como é o caso do Brasil, promove o desmatamento para o plantio de pasto; Em ambos os casos, a produção de 1 Kg de carne consome 200 litros de água potável. O mesmo Kg de frango só consome 10 litros de água;
Agora vou deixar aqui algumas dicas de hábitos conscientes e muito simples, que podem fazer toda a diferença para o planeta:
Racionalize o uso de água:
Tome banhos mais rápidos: 15 minutos consomem 243 litros de água;

Feche a torneira: 5 minutos correspondem a 80 litros de água;

Economize água de banho:
Compre um balde de 10 litros, que custa cerca de R$ 6,50,deixe-o no box do banheiro. Quando for tomar banho, deixe a água fria encher o balde ao invés de deixá-la correr pelo ralo; ao terminar o banho, despeje a água na máquina de lavar roupas ou guarde-a para utilizar no vaso sanitário;

Acha inútil?
Se metade de uma cidade com 1 milhão de habitantes fizer isso, a economia é de 5 milhões de litros por dia, o suficiente para abastecer as residências de uma cidade com 25 mil habitantes (Búzios fora da temporada).

O vaso sanitário é o maior vilão, representando cerca de 50% do consumo de água de uma residência. São 10 a 14 litros em apenas 6 segundos de acionamento. Uma dica é usar a água economizada no banho, conforme o item acima;

Racionalize o uso de energia:
Troque as lâmpadas incandescentes por fluorescentes. São um pouco mais caras, mas têm durabilidade maior e consomem 60% menos energia;

Desligue a luz dos cômodos e dos aparelhos que não estão sendo usados;

Desligue os elevadores e as luzes comuns do condomínio que não estiverem
sendo usadas;

Instale sensores de presença - luz só é necessária quando há alguém no cômodo;

Instale aquecimento solar para complementar a eletricidade e/ou gás;

Ao comprar um eletrodoméstico, procure aqueles que têm o selo do Procel que certifica o baixo consumo de energia;

Essas ações reduzem a necessidade de construção de novas obras de engenharia para a geração de energia e os conseqüentes impactos socioambientais.
Produza adubo orgânico em casa:
Compre duas caixas de 0,50 x 0,80 (do tamanho de uma caixa de carnes);

Em uma das caixas coloque terra, que será utilizada para cobrir os alimentos e evitar mal-cheiro;

A outra caixa, separe ao meio com uma divisória de maneira tal que possibilite a passagem de minhocas de um lado para o outro. Arranje algumas minhocas e coloque-as em um dos lados da caixa com um pouco de terra;

Coloque o lixo orgânico da sua cozinha (cascas de fruta e restos de comida) no lado da caixa onde estão as minhocas e cubra com uma fina camada de terra; repita até que o lado da caixa esteja cheia;

Então faça o mesmo com o outro lado;

Quando o segundo lado da caixa estiver cheio, o primeiro já conterá humus, que servirá para adubar suas plantas;

As minhocas alimentam-se do resíduo orgânico e produzem humus;

Se você mora em apartamento, faça um acordo com o síndico para que ele libere um pequeno espaço no terreno para isso. Talvez você estimule os seus vizinhos a fazerem o mesmo, e terão adubo para o condomínio;

O resíduo orgânico é um problema para as prefeituras, um custo para as comunidades e resulta em contaminação do solo, dos rios e risco para famílias que vivem dos lixões e aterros a céu aberto.

Plante uma árvore por ano:
Se cada brasileiro assim o fizer, serão 190 milhões de arvores a mais por ano. Se o mundo todo fizer isto, serão 6,5 bilhões de árvores.

Uma árvore em crescimento absorve mais dióxido de carbono da atmosfera do que emite. Como conseqüência, atua para a redução dos gases responsáveis pelo aquecimento global;

As árvores também são responsáveis pela fixação do solo, com efeitos importantes nas margens dos rios (mata ciliar), evitando a erosão e conseqüentemente a deposição de resíduos sólidos nos canais a céu aberto;

As árvores favorecem a infiltração das águas de chuva para os aqüíferos subterrâneos, reduzindo a probabilidade e a intensidade de enchentes;
Racionalize o seu transporte:
Ande menos de carro e mais de ônibus ou outro coletivo qualquer, como o metrô;
Se puder, vá de bicicleta ou mesmo a pé, ambos um ótimo exercício;

Se não for possível deixar o carro em casa, troque-o por um “flex” e utilize ao máximo o etanol como combustível. Este será o combustível de transição da nossa matriz energética atual para os carros elétricos ou movidos à energia solar de um futuro próximo.
Boas idéias ao reformar ou construir uma casa:
Colete a água do telhado em uma caixa d’água e aproveite-a para regar plantas;

Colete a água de chuveiro e lavatórios em uma cisterna para aproveitá-la nos vasos sanitários;

Instale um aquecedor solar. A economia de energia elétrica proporciona um retorno do investimento, em média, em 10 anos;

Deixe áreas permeáveis no terreno, como gramados. Isso reduz a necessidade de captação de água pluvial pela Prefeitura, melhora a recomposição de aqüíferos subterrâneos e reduz a probabilidade e os efeitos de enchentes;

Instale sensores de presença para economizar eletricidade;

Instale aquecedor solar para economizar energia e ou a gás.

Agora que já foram apresentados diversos fatores e dicas sobre a consciência de consumo sustentável, vou voltar ao tema inicial dessa dissertação, que é:
VOCÊ É O QUE VOCÊ TEM?!
Essa pergunta é uma alusão direta ao momento consumista, não só de recursos naturais, mas principalmente sobre os bens de consumo. Infelizmente, hoje a inserção dos indivíduos na sociedade moderna, está diretamente ligada aos bens materiais que essas pessoas conseguem comprar. Ou seja, quanto maior o número de bens adquiridos, maior será a importância desse, ou desses indivíduos na sociedade.
Mas será mesmo correto julgar uma pessoa pelo que ela tem? Não seria muito mais importante se estivéssemos focados em ser e não ter?
Ser uma pessoa consciente de suas virtudes e defeitos, estar diretamente ligado à sociedade de forma a contribuir com o bem estar social, não estão mais sendo vistos como questões pertinentes ou importantes. O momento social atual, apenas nos mostra que o individuo é o que ele tem.
Há muitos séculos atrás o grande escritor, poeta e dramaturgo inglês, Willian Shakespeare, escreveu em sua peça intitulada de: “A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca”, a seguinte frase: “Ser ou não ser, eis a questão...”
Hoje podemos facilmente adaptá-la:
Ter ou não ser, eis a questão!
Aqueles que apenas se preocupam em ter, jamais estarão em busca do conhecimento, da cultura, da cidadania, de sentimentos, experiências...,jamais saberão de fato o que é ser.
A partir de hoje, quando você for consumir um produto, comprar um bem de consumo, solicitar uma prestação de serviço, ou mesmo procurar por diversão, lembre-se que você é diretamente responsável por seus atos, lembre-se que a humanidade está presente nesse planeta há apenas “10.000” (dez mil) anos e que o nosso planeta tem aproximadamente 4,6 bilhões de anos. Não parece absolutamente nada justo que degrademos nosso planeta, acabemos com as matas nativas, tornemos diversas raças e espécies de animais instintos e principalmente, que não tenhamos responsabilidades quanto às futuras gerações.

Você não precisa de um tênis de marca que ainda se utiliza de trabalho escravo para ser melhor que o seu semelhante, você não precisa trocar de aparelho celular duas ou três vezes por ano, para que as pessoas o achem mais especial, você não precisa ter três, quatro, cinco carros em casa, apenas para que seu status seja elevado, você não precisa de roupas com peles de animais selvagens para se abrigar do frio.

Você não precisa ter!

Você precisa ser!

Rodrigo Stenio.

Páginas

Subscrever Universidade

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma