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Foto de giogomes

A Rosa e o Tigre XXX - Encontro

Dois dias, apenas dois dias.
Para a separação da realidade e fantasia.

Uma última vez antes de casar,
a Rosa e o Tigre iriam se encontrar.

Não sabia mais o que pensar.
Com quem não ama iria se juntar.

Pensou muito no Tigre nos últimos dia,
e em todos momentos de beleza e alegria.

Ao se encontrarem novamente,
conversaram alegremente.

Quando o Tigre perguntou tranquilamente:
"- O quê neste momento você sente ?"

Respondeu que nada sentia.
Ia ser como qualquer outro dia.

Tigre: "- Como você pode estar tão abatida ?"
"- Amanhã será um dos mais importantes dias de sua vida !"

A Rosa então começou a chorar,
pedindo para que Deus a pudesse perdoar.

Tigre: "- Isto tudo é minha culpa, minha maldição.
Por não ter tido força para manter nossa relação !"

Disse ao Tigre que não tinha culpa de nada.
Foi sua opção escolher esta caminhada.

Tigre: "- Tenho algo para te dar !"
"- Irá ajudá-la em seu novo caminhar !

A Rosa agradeceu espantada,
isso era uma coisa que não esperava.

Tigre: "- Para cada dia que se ausentar,
uma nova poesia irei criar !"

A Rosa viu o Tigre beijar a pata
e ao encostar em suas pétalas, sentiu-se amada.

Foto de Paulo Zamora

HISTÓRIA- 17 ANOS DE POEMAS (Paulo Zamora 2011) www.pensamentodeamor.zip.net

Baixe Gratuitamente a Nova Coletânea de Poemas de Paulo Zamora na dos amigos voz de poetas e Radialistas, CD em comemoração aos 17 Anos de Poemas.

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Poemas de Paulo Zamora (Coletânea 17 anos)
HISTÓRIA
01-O tempo (Com André Mitterer)- 02-Volta Querida (Com Alex Fernando Soares)- 03-Moça (Na voz de Nyck Poesya)- 04-Namoro perfeito (Com Célio de Barros)- 05-Com o Passar do Tempo (Com André Mitterer)- 06-Espelho da Minha Vida (Com João Carlos de Souza- Band FM)- 07-Estradas sem rumos (Com Alex Fabres- Três Lagoas FM)- 08-A primeira noite de inverno (Com Larissa Dandara e Jean Carlos )- 09-Pensamentos (Com Fabiano Xavier- Rádio Pantanal FM)- 10-Rio de Lágrimas (Com Jean Carlos- Três Lagoas FM)- 11-Abstrato (Com Célio de Barros)- 12-Últimos segundos (Com Célio de Barros)- 13-Saudade (Com Sueli Batista Damasceno)- 14-Gemido (André Mitterer)- 15-Coração Humano (Com Jean Carlos)- 16-Pijama Marrom (Com Romário Gutemberg- Rádio Três Lagoas FM)- 17-A minha sensibilidade provocada (Com o poeta Célio de Barros)- 18-De repente um desabafo sufocado (Com Bruno Henrqiue Ramos)- 19-Sobriedade (Com Célio de Barros)- 20-Escondido (Com Célio de Barrros)- 21-Outono (Com João Carlos)- 22-Pensamento (Com Larissa Dandara)- 23-Muito mais que os Cristais (Com Carlinhos Albert- Três Lagoas FM)- 24-Não é apenas saudades (Com João Carlos)- 25-Dia pra te amar (Com Alex Fernando Soares)- 26-Sensações (Com João Carlos)- 27-Quando se sente amor demais (Com Célio de Barros)- 28-Enfermo amor (Com Célio de Barros)- 29-Namoro perfeito (Com Jean Carlos e Célio de Barros)- 30-Eu nunca vou entender (Com Verena Venâncio)- 31-Faz parte da minha vida (Com a Poestisa Verena Venâncio)- 32-Momentos delicados (Com Jean Carlos- Três Lagoas FM)- 33-Drama psicológico(Com João Carlos)- 34-Mistério da emoção (Com João Carlos)- 35-Não estou preparada para dizer adeus (Com Larissa Dandara)- 36-Imaginações (Com João Carlos)- 37-Eu quero te amar (Com Paulo Zamora e Helen Cunha)

Uma coletânea em homenagem aos 17 anos de poesia do Poeta dos Radialistas, são mais 800 faixas com participação, Zamora é o poeta que mais gravou poemas, somando quase 3.000 faixas.

www.pensamentodeamor.zip.net

Foto de MALENA41

O ÚLTIMO POR DO SOL ANTES DO ADEUS

Olhava meus dedos dos pés e chorava. Chorava por ele, por ele que logo partiria.
As malas estavam prontas...
Era a última noite que dormiríamos sob o mesmo teto. Na mesma cama já estava fazendo alguns meses que não dormíamos.
Eu já passava dos quarenta e cinco, porém, me sentia tão imatura.
A borboleta amarela e o beija-flor vieram me visitar. A tarde devagarzinho morria. Como eu, como eu.
Eu poderia chorar, desfazer as malas, me esgoelar. Ele desistiria da partida se eu implorasse.
Mas ficar com alguém desta forma? Como se ele estivesse me fazendo um favor?

A franja me caía nos olhos e eu a afastava, molhava suas pontinhas com as lágrimas que ensopavam meu rosto. Esfregava a boca e assoava o nariz. O lenço de papel estava ensopado. Precisava pegar outro. No entanto entrar na casa àquela hora?
Queria vê-lo chegar. Queria. Queria falar com ele.
Sofrer mais um pouquinho? ─ Diria minha sábia mãe.
Esticava a perna e recolhia, esticava de novo. Ela estava adormecendo de tanto tempo que ficara sentada ali. Uma hora, duas. O telefone cansou de tocar, o celular também. Não atendi.
Devia ser algum chato. “Poderia ser até meus filhos – mas eles ligariam outra hora”. Ou minha mãe. Ela também ligaria depois e faria milhares de perguntas. Sabia que não estávamos bem e estranharia meu silêncio. Conhecia meus hábitos e sabia que eu estava sempre em casa no final da tarde.
E se fosse ele? Ele não ligaria. Terminamos tudo e ele estava apenas aguardando que terminassem uns detalhes de pintura na casa que alugara. Levaria tão pouco, o indispensável eu diria.
Havia me dito que partiria bem cedinho.
Não brigamos desta vez. Só escutei e foi como se uma montanha de gelo despencasse sobre minha cabeça.
Nos últimos dois anos discutimos tanto que tudo se esgotou. O carinho morreu.
Houve um tempo que o medo de perdê-lo era maior e aí eu tentava reconquistá-lo. Depois fui me sentindo tão vazia e via que tudo era inútil.
Ele dizia coisas que me feriam fundo. Será que tinha noção do que estava fazendo? Não sei.
Acabei por feri-lo também. Não entendia ainda que estava agindo de forma errada.
Cada carro que passava fazia meu coração disparar, pois pensava que era Augusto que estava chegando.
De onde estava podia ver o sol descendo lentamente na linha do horizonte. Tínhamos uma vista privilegiada.
Quando compramos a casa comentamos que ninguém no mundo tinha uma vista igual. Até nosso ocaso era diferente, porque éramos muito especiais e nosso amor era exclusividade.
Nunca que terminaria um romance destes, nunca.

Um menino gritou na rua e fez meu coração pular e pensar nos meus filhos pequenos. Que pena que cresceram! Era tão bom tê-los sob a barra da saia.
De repente me via pensando no poema de Gibran: Vossos filhos não são vossos filhos.
Claro que não. Os filhos são do mundo. Só somos os escolhidos para colocá-los no mundo e orientá-los. E amá-los.
A menina se casara tão novinha e eu pensava que ela poderia ter esperado mais. Todavia havia o tal do livre arbítrio...
Meu filho estava cursando a universidade noutro estado. Foi o caminho que ele escolheu.
O menino continuava gritando e eu ficava ouvindo seus berros. Aquilo mexia com meus nervos que já andavam à flor da pele. O sol descia, descia.
Aí o carro estacionou. Era Augusto. Ele ainda tinha as chaves e o controle do portão. Foi abrindo e percebi que estava aborrecido.
Ele se mudaria no dia seguinte e nunca gostara de mudanças.
Na minha concepção meu esposo já tinha partido fazia bom tempo.
Olhei aquele belo homem estacionando na garagem e comecei a pensar quando nos conhecemos. Como ele era bonito!
Lógico que com os anos ganhara uma barriguinha, o cabelo diminuíra um pouco.
Mas num todo o corpo estava bem e o rosto sempre lindo.
Ele vinha em minha direção e meu coração disparava.
─ Você está bem?
─ Estou.
Minha voz saía rouca e eu pensava que precisava fazer aquele pedido, antes que nosso tempo se esgotasse.
─ Posso lhe pedir algo, Augusto?
─ Diga, Solange.
─ Não vai se aborrecer?
Que pergunta idiota! Eu o conhecia bem e sabia que estava arreliado.
─ Diga logo, que preciso tomar um banho. Tenho um compromisso daqui uma hora.
A frase veio como um balde de água fria me fazendo quase desistir de falar, Acontece que se não fizesse naquele instante não teria outra oportunidade e resolvi perguntar de uma vez.
─ Lembra-se quando ficávamos assistindo o sol se esconder de mãos dadas?
Ele pigarreou (andava fumando muito). Só que estava pigarreando neste momento para disfarçar.
E por fim falou baixinho:
─ Claro que lembro. Certas coisas não conseguimos esquecer por mais que tentemos.
─ Eu posso lhe pedir uma coisa?
─ Não se estenda, Solange. Já falei que estou apressado.
Outro balde.
─ Quero lhe pedir que sente aqui comigo para ver o sol se esconder. Falta pouco. ─ coloquei mais doçura na voz ─ Nem precisa segurar a minha mão.
Ele me olhou sem ternura no olhar, mas com pena.
Estaria eu fantasiando?
─ Augusto. Onde você vai morar dá para ver o sol se escondendo?
Ele virou o rosto na direção do horizonte e seu rosto parecia esculpido em pedra.
O telefone voltou a tocar e eu rezei baixinho:
─ Quieto, telefone. Fique quieto, por favor.
Por coincidência ou pela força de meu pedido depois do terceiro toque o telefone silenciou.
Em alguns instantes a magia daquele instante terminaria. Aquele corpo amado jamais estaria tão próximo ao meu.
Não resistindo eu busquei sua mão e ele estreitou a minha da forma que sempre fizera, apertando fortemente o mindinho.
Se eu chorasse naquela hora estragaria tudo. Ele havia me dito que não suportava a mulher chorona que eu me transformara.
Banquei a forte e nossos rostos estavam bem próximos. Os dois olhando o sol alaranjado e faltava apenas uma nesginha para o nosso astro rei se esconder.
Ele se levantaria em segundos e entraria no banheiro. Tomaria um banho e sairia. Chegaria tarde em casa e eu nem o veria chegar. Na manhã seguinte se mudaria e fim.
Um tremor percorreu meu corpo e de repente me vi estreitada em um abraço.
Aquilo não poderia estar acontecendo.
Sua boca sôfrega procurava a minha e eu me entregava inteira.
O sol acabava de desaparecer lá distante.
Eu já não via, mas sabia.
A língua dele tocava o céu da minha boca.
Estaria ficando louca?
Estaria sonhando?
Queria falar, mas o encanto se acabaria se falasse qualquer coisa.
Pressentia que não poderia me mexer, senão a poesia daquele instante se acabaria. Então fiquei bem quieta. Esperando. Esperando para saber se tinha escapado da realidade e entrado no sonho.
Eu não tomara absolutamente nada. Estava sóbria.
O corpo dele se estreitava ao meu.
Estreitava-se tanto que eu chegava a pensar que me quebraria algum osso.
Estava tão magra. Ossuda mesmo.
Ele é que rompeu o silêncio.
─ Desculpe.
─ Desculpar o quê?
Deus! Ainda era meu marido. Ainda era. Não tínhamos tratado da separação.
Augusto não sentia assim e provou isso pedindo desculpas.
─ Não tenho que desculpar nada, meu bem. Eu queria que acontecesse. E acho que você também.
Parecia que meu tom melodramático não o abalara em nada.
─ Foi um momento de fraqueza. Vou tomar um banho. Espero que você entenda que me deixei levar...
Eu o agarrei pelas costas e fiz com que se virasse e me olhasse nos olhos. Ainda haveria tempo de salvar nosso casamento?
─ E se eu mudar o meu comportamento?
─ Não há o que mudar. Tudo está resolvido. Amanhã cedo eu vou embora. Nossos filhos entenderão.
─ Será? Será que tudo é tão simples como diz?
─ Não vamos recomeçar.
E foi entrando porta adentro.
Eu fui seguindo-o. Se me beijara daquela forma ainda sentia amor e desejo. Ou estaria equivocada?
Ele colocou a chave do carro e a carteira sobre o rack e eu fui ao nosso quarto.
O que eu poderia fazer ainda? Jogar charme por cima dele não adiantaria de nada. Pedir? Implorar?
Deitei na cama e ele entrou no banheiro social e ligou o chuveiro.
Imaginei seu corpo nu e senti vontade de fazer amor com ele. Senti vontade de sentir de novo um abraço apertado, como o que acontecera há alguns minutos.
Que foi feito de nós? Fiquei me perguntando.
Em seguida desligou o chuveiro e fiquei pensando.
─ Ele nunca tomou um banho tão rápido.
A porta do quarto foi aberta abruptamente e molhado como estava ele me puxou para seus braços e me carregou para o nosso banheiro.
Usou a mão esquerda para ligar o chuveiro e com a destra livre foi me arrancando a roupa.
Será que em outras ocasiões fora tão impetuoso?
Era tudo tão espetacular e louco que eu custava a crer que estava sendo real.
Ele descia a boca para meus seios e mordiscava os mamilos.
Fizera isso milhares de vezes aqueles anos todos, mas estava sendo diferente, pois parecia haver uma raiva nele. Um desespero por me possuir.
Pensei se estava me violentando.
Acontece que eu estava querendo tudo aquilo e também o amei desesperadamente.
Também eu o mordi e o apertei.
Também eu quando tomei seu órgão genital nas mãos fui agressiva. Apertei mais do que devia.
Fazia-o não como uma fêmea no cio, mas como uma mulher desesperada.
Sabia que era a última vez e estava sendo maravilhoso e maluco.
Nunca nos amamos brutalmente antes e não estava sendo propriamente brutal. Era diferente. Era como se nós dois estivéssemos morrendo de sede e água nunca conseguisse nos saciar.
A relação sexual ocorria num ritmo alucinado. Bocas e mãos procuravam, deslizavam, corriam pelo corpo todo.
Palavras não existiam e antes falávamos tanto enquanto fazíamos amor.
Eu nem conseguia pensar direito tal a intensidade do que estava vivendo. Era como estar com um estranho. Aquele homem não era o Augusto de todos aqueles anos e aquela Solange exigente eu nunca fora.
Eu queria mais e mais e mais.
Antes nunca ocorrera comigo o orgasmo múltiplo e nem tinha conhecido que de repente pudesse senti-lo e sentia. O êxtase chegaria para nós? Ele aguentaria até quando?
Taxativamente eu desconhecia naquele homem meu companheiro de tantos anos e ele também devia estar me desconhecendo.
Prolongou-se ainda por meia hora o coito e quando por fim caímos exaustos na cama estávamos suados e arquejantes. Tão exaustos que não tínhamos forças para mexer um dedo.
Envergonhada pensava que não conseguiria mais encará-lo depois de tudo aquilo e foi ele que quebrou o silencio.
─ Estou desconhecendo-a, dona Solange.
─ E eu também não o reconheci ─ falei com débil voz.
Ele tinha se esquecido do compromisso?
Fiquei quietinha e nem queria pensar que ele pudesse se levantar e sair.
Augusto colocou o braço em volta do meu ombro e me puxou para seus braços.
Pensam que ele partiu no dia seguinte?
Está até hoje comigo e nossas noites costumam ser muito agitadas. Muitas vezes ele vem almoçar e esquecemos completamente da comida.
Ele perdeu a barriguinha e diz que eu acabo com suas forças, que sou a culpada.
Eu penso que sou a salvadora.

Foto de raziasantos

Poderia ser diferente...

Poderia ser diferente.
No dia 13 de outubro de dois mil dez, por volta das dez horas da manhã.
Recebi um telefonema, era minha filha me avisando que o irmão de minha cunhada tinha sido assassinado.
Noticias como estas nunca são agradáveis, principalmente quando se trata de alguém próximo a nós.
A separação sempre e dolorosa, mesmo quando já esperada.
Então ao receber esta triste e trágica noticia sentei-me e fiquei meditando.
Eu o conheci quando meu irmão se casou com a irmã dele.
Nando era um jovem alto, moreno corpo bem malhado, um homem sedutor, educado, e muito prestativo.
Nesta época meu irmão era recém casado e foi quando ficou gravemente doente, ele tinha câncer no estomago, ainda muito jovem, mas...
Não se escolhe o nosso destino.
Foi neste período difícil que passamos que passei a conhecer Nando melhor.
Ele estava estudando enfermagem e se dedicou meu irmão com muito amor,
Nos últimos dias de vida de meu irmão a ajuda de Nando foi crucial, ele o levava para o banho trocava suas roupas, revezava com a família no hospital.
Nando era um ser de luz uma pessoa com alma caridosa.
Infelizmente se autodestruía era usuário de drogas, no inicio, maconha...
Considerada droga leve...
Meu irmão partiu, mas a gratidão pela força e ajuda em geral que Nando nos prestou jamais será esquecida.
Só que uma amizade não se constrói por gratidão.
Em cada, gesto, cada, ato, uma verdadeira amizade se constrói com pequenas
Partícula de amor ate que se transforme em amigo.
E era assim que eu o via como amigo.
Com o passar do tempo ele foi se afundando cada dia mais nas drogas.
Era casado tinha duas filhinhas lindas, mais tarde teve um filho.
O qual hoje tem três aninhos.
A família cansada de lutar desistiu dele, eu por vez poderia ter feito algo, mas
Não sei por que não fiz.
Ou talvez tenha tentado, não sei eu sempre conversei muito com ele tentei encaminhá-lo á uma clinica, mas não dependia de mim e sim dele.
Assim ele se perdeu de vez, abandonado, pela família, vendeu tudo que tinha pra comprar craque, vivia como um zumbi rondando a cidade, sem expectativas, de um novo amanhecer.
Ali sentada comecei a me perguntar o que poderia ter feito por ele.
O que deixei de fazer, como seria se ao invés de tentar tivesse obrigado ele
A ir para uma clinica:
Perguntei-me ate onde a família é responsável, como conseguir ajuda?
Não encontrei resposta, mas tenho certeza que podemos acreditar na recuperação desse pobre coitado, engolido pelas drogas, adotados por
Por traficantes que corroem a sociedade.
Eu acredito que o apoio da família é fundamental, pois meu filho era um usuário, e hoje esta limpo, veio pela dor, mas esta livre.
Infelizmente Nando não teve a mesma sorte, cavou e encontrou sua morte.
À noite fui para o velório, e encontrei toda família reunida, também os amigos da família dele também, eles choravam a perda do menino que fora criado juntos deles, eram vizinhos, que viram crescer.
Tudo estava normal como todos os velórios choro, olhares curiosos, flores que chegam amigos dando os pêsames velas...
O silencio da morte foi quebrado quando, uma das irmãs dele começou a montar uma mesa com lanches para os amigos que iriam virar a noite no velório.
Eu olhava o rosto dele no caixão estava tão sereno que nem parecia ter morrido de forma tão brutal.
Esta imagem ficou gravada em minha mente, agora ele encontrou paz.
Quando sua irmã terminou de montar a mesa, com as guloseimas, as crianças que circulavam pra, lá e pra cá inocentes sem saber do que se tratava.
Foram as primeiras a se servirem...
Mas o que mais tocou a todos foi o filho dele com dois anos e meio, ele correu pegou nas mãos da tia e pergunto dando pulinho de felicidade:
É agora que vamos cantar parabéns titia?
No silencio da morte á dor mais forte dos pobres anjinhos inocentes, seguem
Em seus caminhos incertos do dia do amanhã...
Que em teu último suspiro Deus possa ter tido misericórdia de ti.

Foto de Allan Dayvidson

ACHO QUE GOSTO DE VOCÊ

Eu esbarrei em você.
Você esbarrou em mim.
Não pareceu ser errado,
mas não achei apropriado chamar de "primeiro encontro".
Dizem que se sabe de antemão quando algo é feito para não durar...

... Tem razão.

Você não escreveria poemas sobre mim,
escreveria?
Bobagem minha procurar rimas onde elas jamais caberiam.

Não será como num livro romântico e vívido,
porque, quando pensa em mim (se pensa em mim),
não sente o frescor límpido de frases que até então não faziam sentido.

Um dia desses você disse (assim só por dizer):
"Acho que gosto de você" e acredito, não sei por quê.
Dizem que a gente ouve o que quer.
Queria dizer tudo que sempre quis ouvir,
mas você não tem tempo para mim, não é?

Porque seu tempo não pára,
seu coração não dispara
e a razão de sua existência não fica mais clara,
não estou certo?
Estou à prova de planos,
sensível a pianos,
e de várias formas te chamo.
Chego até pensar que te a-...
(não me atreveria terminar esta rima).

Não será como num filme.
Quem dera merecesse um.
Eu até me cuido,
mas cuidado algum me protege do fato
de que isso tem de ser um espetáculo
e a platéia é exigente.

Aqui vão meus últimos versos.
Os créditos rolam enfim.
Não sei onde estava com a cabeça para achar
que eu seria tão feito para você quanto você era para mim.

Mas não será como numa fábula,
história antes de dormir simpática e fantástica
com final surpreendente.

É quase como num filme!
Faltam holofotes sobre mim.
Falta um discurso envolvente improvisado na sua frente...

Não sei onde estava com a cabeça,
mas sei onde estava meu coração...
e para onde ele vai agora.

Foto de maria rodrigues

Ausente

Ausente.
Sim, tenho andado ausente deste espaço.
Por nenhuma razão especial.
A vida vai correndo normal, no seu dia a dia, sem surpresas nem anseios.
Apenas a melancolia tem tomado conta do meu coração nos últimos dias e não tenho disposição para escrever o que quer que seja.
Mas como criei este espaço apenas para partilhar o que de bom ou menos bom a vida me dá, cá estou, para quem me quiser ler.
Talvez nos próximos dias a inspiração volte e eu volte também aqui.

Foto de giogomes

A Rosa e o Tigre VIII – Mudanças

Que sobreviva à eternidade,
este sentimento de amor e amizade.

Era o desejo da Rosa,
sobre a felicidade majestosa.

O Tigre a preenchia completamente,
tudo que na sua vida foi ausente.

Cumplicidade, amizade e nenhum pudor.
Carinho, compreensão e muito amor.

Só um maravilhoso desabrochar ao relento,
poderia mostrar o que foram, os últimos momentos.

Junto de seu amado,
o mundo parecia mais simplificado.

Queria senti-lo para sempre,
e que nunca mais ficasse ausente.

Sabia que até tudo se realizar,
“para sempre”, teria que esperar.

O seu Tigre retornaria a selva,
correndo velozmente pela relva.

Voltaria a sua vida real,
mas ela também tinha seu lado formal.

O amor de ambos era definido,
mas só por eles era conhecido.

Não queria pensar nisso agora,
tudo estava indo bem por hora.

Aproveitaria do destino o presente.
O retorno do Tigre, era tudo o que tinha em mente.

O lugar dele no seu jardim,
já era garantido enfim.

E como o seu amor brotava em pujança,
se adaptaria as atuais mudanças.

Foto de giogomes

O Tigre e a Rosa VIII – Ampulheta

Momentos totalmente inesquecíveis.
Sensações embriagantemente incríveis.

Assim o Tigre descrevia,
o motivo de toda a sua alegria.

A Rosa que preencheu de perfume e cor,
sua vida cinza, de tristeza e torpor.

Os últimos dias,
só poderiam ser descritos em poesia.

A caminhada do tempo,
não podia ser parada, assim como o vento.

A volta de sua Responsabilidade pendente,
vinha com o passado, para invadir o presente.

Não queria pensar no retorno a realidade.
Viveria todo restante com intensidade.

Tinha muito ainda para a Rosa contar
e com ela, na suas histórias viajar.

Mostrar tudo de bom que tinha visto um dia,
para que ela aproveitasse tudo que não conhecia.

Provar que o mundo enfim,
era muito maior do que o seu belo jardim.

Prometeu a si mesmo que o faria,
quando se lembrou das lágrimas da Rosa um outro dia.

Quando a viu pela primeira vez, ao seu lado chorar,
dizendo que não tinha história para contar.

Pediu atenção no que iria dizer,
e afirmou: “- Terás ainda muitas histórias para viver !”

Tinha que apressar o passo,
antes que o tempo ficasse escasso.

A ampulheta estava virada
e cada grão de areia, diminuía o tamanho da estrada.

Foto de Shyko Ventura

"O SEXTO SENTIDO "

"Desconhecida nobreza,
Com discreta presença de invisibilidade,
De própria vida
E de nossa razão não depende,
Clama do íntimo do ser
Como uma chama que se acende
No interior do Eu,
E que delicadamente queima
Em estímulos do sentir;
Impulsionando-nos à uma
Irracionabilidade de decisões
Que aos nossos olhos possa parecer,
E que mesmo tendêncionando a riscos
O ouvimos e executamos;
Braços longos como abraços
Carinhosos de alguém que te ama,
Mas que te move por longos tempos,
Ora por que não dizer,
Por uma vida inteira, até mesmo,
Nos últimos momentos em que o ar
Impulsiona a vida, e que atada está
Com a maior fonte da criação da vida,
O Amor,
E de uma união constante
Que permeia-nos dia a dia,
Enrijecendo-nos como aço
Diante das torturas físicas,
Psicológicas e sentimentais
Quanto a alcançar um ideal;
Uma voz poderosa,
Um sexto sentido mais perfeito
Do que todos os outros que
Nos auxiliam em viver,
Um combustível das ações de bravura,
Uma bússola das decisões,
Um cursor, que não se desvia
E que sempre se renova com o uso
E a prática constante, e que,
Podemos chamar mais facilmente
Pelo seu nome,
Que é simples,
Sereno,
Vivo e incluso em todos nós:
Consciência!!!"

_________________by Shyko160111.
(www.shykoventura.zip.net)

Foto de maria rodrigues

E assim vai correndo a vida

É verdade, assim vai correndo a vida.
Ontem, um dia atribulado, vivendo de velhas mas boas recordações, numa tentativa de dar uma luz nova a um coração que vive em plena escuridão.
Recordar momentos felizes, vividos com intensidade, com amor, com muita partilha.
Mas a vida é assim, prega-nos partidas e o que neste momento é a maior felicidade, no momento seguinte pode tornar-se na maior das desilusões.
No entanto, e porque é preciso lutar, é preciso acreditar, vão-se buscar ao baú das recordações que ficou guardado, bem lá no fundo do coração, as recordações vividas e que fizeram sentido na altura devida.
Hoje, voltei a rebuscar essas recordações, mas sem conseguir encontrar o que procuro.
Há sempre a esperança de que elas nos ajudem a encontrar um novo rumo para continuar a nossa caminhada pela vida. Só que nem sempre resulta! Por vezes o efeito é contrário.
É nessa luta que tenho vivido estes últimos dias, tentando em vão encontrar o equilíbrio perdido, tentando encontrar a luz que se apagou.....
Está a ser dificil.
E assim vai correndo a vida....

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