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TOADA DO REMANSO NA TEMPESTADE

I

A marola do tempo
Faz suas vítimas.

A marola do tempo
Naufraga a fome dos idealistas.

A marola do tempo
Cancera a esperança.

A marola do tempo
Dirime a soma.

A marola do tempo
Desdenha a partilha e a janta.

A marola do tempo
Entorpece a vontade que se agiganta.

II

A marola do tempo
É um fermento de fel recrudescendo.

A marola do tempo
Edifica cemitérios do desejo.

A marola do tempo
Logra a juventude.

A marola do tempo
Carcome o lume.

A marola do tempo
Cavalga pelas órbitas e platôs da mente.

A marola do tempo
Veste de humildade e de fé o ego das sábias gentes.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

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ODE AO ITABIRANO CARLOS

Poetar mineiramente
Poetar com a simplicidade eloquente
Poetar de pensamento solto
Poetar parindo a ROSA DO POVO.

Poetar o estar no mundo
Poetar reverenciando O ADORÁVEL VAGABUNDO
Poetar fazendo verso com o substantivo próprio RAIMUNDO.

Poetar AS MÃOS DADAS
Poetar A ROSA E A NÁUSEA
Poetar o quão é funda a angústia
Poetar a consciência de que a vida
Anda em contínua fuga.

Poetar a supernova prematura do leiteiro
Poetar o encontro com as pedras no CAMINHO
Poetar o ensimesmar criativo.

Poetar Itabira
Poetar a saudade de uma ERA perdida
Poetar como é BESTA a VIDA.

Poetar a perda de identidade
Poetar o amor maduro e a desumanidade
Poetar sutil e de fogo alto é o poetar de CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

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OLARIA DA POESIA RAQUÍTICA

Fabrico toscos tijolos da Lírica:
Em seguida, monto o poema
Com toneladas do cimento
Da ferina lâmina dos sentimentos

Ou com a onipotente argamassa da líquida reflexão
(a sua concisa e basilar alvenaria).
Assim ---- ei-la, enfim ----
Como a mais eloquente desnutrição da poesia.

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A RESIGNADA PRESENÇA DA CHAMA

Sobre a imensurável alameda da memória,
Os passos da voz prosseguem a sua inabalável jornada
Conforme não houvessem fugido da minha humilde enseada:

Eles agem como se convergissem
Sofregamente á foz dos meus escombros
Para acalentar-me a viscosidade do sonho.

Luto, afinal, para me libertar
Dos grilhões do transe. No
Entanto, a rijeza dos sortilégios
Que lhe afloram dos verbos e do basáltico corpo
Descerram-me a porta do perene gozo.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

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PLEONASMO DO POEMA-POESIA

O Poema é uma centelha
Concomitantemente
Conclamada e errática.

O Poema é a equação
Que habita o cérebro
Da nossa dualidade:
Pavimenta a alameda da emoção e da racionalidade.

O Poema é uma enigmática areia movediça:
Rebenta prenhe ou órfão de um intento
E trilha vias do alcácer das viroses dos abstratos, concretos tormentos
(sejam os frívolos dissabores, seja a dantesca
luminescência da bruma do quase aniquilamento),
Antes de se transmudar em monumento
Á Lógica, ao tornado dos vulcânicos sentimentos
Ou ao maremoto dos libertários devaneios.

O Poema é a aquarela
De um premeditado
Ou inesperado Estalo:

Nasce no córtex,
Navegando pelo
Oceano de teias e correntes da mente

Para, em seguida, desaguar sobre
O espaço vazio como palavra:
Quer Verso insalubre, amarelo, hospitalar, alegria flagelada;
Quer jucunda ventania, Poesia em estado de Graça!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

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EU DESEJO UMA VIAGEM SERENA Á MINHA AVÓ

(EM MEMÓRIA DE BEATRIZ BARBOSA MENEZES,
MINHA AVÓ BEATA)

Caso haja chegado o momento,
Eu desejo que a senhora parta serena e sem padecimento:
Impiedosa, a vida já lhe impôs
Muitos flagelos e descontentamentos.

Como fora abnegada:
Privava-se dos alimentos
Para que a seus filhos
Não faltasse nada.

Como fora abnegada:
Com a muralha do pesar
Sobre suas costas,
Por ter perdido sua primogênita
Princesa de Ébano,
Ajudara a cuidar da prole desta,
Recebendo como recompensa
A rosa da ingratidão
Mais seca, mais perniciosa e mais pérfida!

Amara hermeticamente
Habitantes do planeta dos vórtices violentos:
Um prisioneiro da bebida
E um escravo do ígneo temperamento;
Perdera-os para seus destinos turbulentos.

Sempre tivera de trilhar a alameda de Caetana:
Testmunhara o crepuscular da luz dos pais;
O crepuscular da luz dos seus irmãos;
O crepuscular da luz da sua primeira filha;
Encontrando na mais nova
A estrada para uma existência,
Apesar das dolências emocional e física,
Um pouco mais duradoura, leniente, tranqüila!

Aqui, sentado sobre o divã dos meus pensamentos,
Contemplo a constelação das estrelas
Da glória, da imponência, da grandeza e do orgulho
Pairarem sobre o seu firmamento de sentinela da labuta:
A quituteira, a lavadeira, a engomadeira,
A fibrosa e teimosa mulher guerreira,
Todas a formar o mais majestoso sol da decência.

Caso haja chegado o momento,
Vá serena e em paz,
Filha da nação dos bantos.
Vá em paz e serena,
Minha Jóia Pequena!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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DE VOLTA A SEU CATIVEIRO

DE VOLTA A SEU CATIVEIRO

Se pudesse, contemplaria

Novamente aquela alva face da hipocrisia,

Indagar-lhe-ia se já está a sentir

O eco lancinante do remorso pelos delitos perpetrados

Que afloram e grassam vivazmente em seu jardim

De sentimentos sepultados.

Ah, se houvesse ensejo,

Questioná-la-ia a respeito do seu rincão íntimo:

Lugar onde despeja as razões e causa que forjam seu estilo:

Suas mágoas, frustrações, a célula malsã

Que cancerara seu personal organismo.

Sim, desnudá-la-ia, se condição tivesse,

Até a última camada

Para saber finalmente quem você é de verdade.

Então, observaria o desespero

Brotar do seu semblante não mais altaneiro,

Porque sua pessoa saberia que eu penetrei seu eu:

Sim, desvendei seu infame segredo.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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IMORREDOURO DA MENTE

Indelével é a sua face.
Indelével é o seu corpo, silente e calmo bólide caudaloso.
Indelével é o seu mosaical gesto:
Capcioso, modorrenta brisa alegre.
Nunca olvidarei da basáltica pele marrom-formiga.
Que temeridade pegar o metrô errado da vida:
O fogo é o monsenhor da perfídia, cria quimeras daninhas!
Agora, o que paira sobre a paisagem
É o frívolo nevoeiro do vão lamento:
Armar-se, como puder,
Contra o horizonte insidioso
É o único caminho que lhe cabe.
Sinto, não poderá lográ-lo:
Mesmo que o pudesse,
Quando conseguisse tocá-lo,
Ele mudaria de forma
E se revelaria caixa aberta de Pandora.
Enfim, você não pode ser acolhida
Nos braços do éden sonhado.
Todavia,
Não importa, não importa!
No meu horizonte,
Sempre terá lugar cativo.
Ah, no horizonte da mente,
Eu, diariamente,
A persigo! Persigo!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

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POESIA AO ACASO

Contemplo o sol.
Canto ao vento.
Sinto --- agindo sobre mim ---
O galopar do tempo.

Cheiro a sal do mar.
Sou testamento.
Por horas a fio,
Sentado no chão do silêncio,
Confabulo com meus pensamentos.
Na pista da vida, vivo sempre em movimento.

Na rima do mundo,
Comporto-me como quem seja
Um poeta a meio passo da ribanceira.

Mas então,
Escuto o perfume da alegria
Sapatear pelas narinas do meu desejo:

Assim, aos poucos,
A flora e a água
Se amalgamam com a fauna da imaginação,
Parindo um poema livre,
Leve, elástico, elétrico,
O mais jocoso trovão intrépido!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

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AQUARELAS DE MIM

Erijo monólitos de mim quando escrevo
Erijo exílios em mim quando escrevo
Erijo céticas catedrais de paz em mim quando escrevo
Erijo no chão de cimento da minha verve
Girassóis do mágico vento quando escrevo.

Faço do silêncio interno
A mais fragorosa música quando eu escrevo
Faço da crédula e velhaca ressonância dos
Corais de zagais modernos
Estro para revelar o sabor malsão de seu mel malévolo
Quando escrevo.

Pincelo alcovas para o vácuo dormir comigo
Quando escrevo.
Pincelo AKs-47 para soçobrar os majestosos castelos da demagoga e harpíaca
Eloquência quando escrevo.
Pincelo uma miríade de pernas sôfregas por cosmopolismo
Quando eu escrevo.
Pincelo heterônimos bidimensionais
Quando escrevo.
Degusto o sol da catarse
Ao pincelar a mim mesmo quando escrevo.

Sou disco bicromático quando escrevo.
Sou relva, revoada e guepardo quando escrevo.
Sou faca cega, lâmina de dois gumes e pedra lascada quando escrevo.
Sou água-viva, letargia e águia quando escrevo.
Sou aquarela sem pais, aquarela sem limiar e aquarela sem medo.
Afinal, quando eu escrevo,
Sou aquarela inerme, aquarela do caos, aquarela indigente:
Sem nome, sem baile, sem lápide, sem brumas ou testamento!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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