Quero despojar-me de meus bens.
Não os materiais, não os carnais,
mas os que fazem bem.
Não os que o tempo devora
e não devolve jamais.
Os meus bens mais preciosos
que enaltecem minh’alma,
não quando piso em falso
a encarar meu fracasso.
Não o pior, mas o melhor de mim.
Todos os sentimentos nobres
de meus dias melhores
encobrindo os ruins...
À mais exímia bailarina
esse dom que me fascina,
acrescendo a ela , ainda mais.
A alegria que me predomina
quando a noite dá passagem
a um novo amanhecer,
pra quem está prestes a descrer.
A tristeza que é só minha,
que choro quando estou sozinha,
pra quem não sabe chorar
e a dor aliviar.
O passado incrustado
das mais doces recordações,
momentos que nunca têm fim.
Recordar é viver, enfim.
O equilíbrio:razão e emoção,
em igual proporção
pra quem só é coração
e se perde na ilusão.
A dor pra quem não sabe sofrer
e que faz parte da vida...
O sofrimento lapida,
deixa a alma evoluída.
Devolvo essa saudade
que meu peito invade
pra quem se foi e a deixou...
Que a leve, pois ainda não vou.
Todo amor que ainda sinto
cultivado em jardins
pra sentir o seu perfume
exalado de dentro de mim.
E por fim, a minha inspiração,
ao poeta que faz da pedra, flor...
Que salve meus melhores versos
e derrame por todo universo
o amor!...
(Carmen Lúcia)
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28/06/2008