Escrevo para aqueles que saibam ler com a alma
Sou a ponte que transcende e vai em busca da alegria
Do amor, da esperança e da calma.
Por isso somente escrevo aos que, nas noites escuras
Vêem a lua na madrugada. Os que compreendem versos
Terão, então, sua alma lavada.
Anjos de iluminadas asas e suas harpas de cristal,
Os sonhos em melodias feitos notas de cascatas
Deslizam em chispas claras.
Escrevo também para aquele, cujo tato sinta a emoção do abraço
E o compartilham, embora em retalhos de vida,
Mesmo em dia cansado.
E para os que têm paladar de saborear ricos pratos,
Com apenas simples olhar sinta o gosto dos versos
Como quem saboreia um manjar.
Para os que olfato têm, e aromas pressintam à distância,
Viajam em pensamentos e sentem o perfume das matas,
Traduzido nestas palavras.
Aos treinadores de escuta que possuem boa audição,
percebem o som do vento, transformam em canto um lamento
E o sussurrar do coração.
Também para quem tenha visão e pureza de criança,
E faça de uma nuvem, um anjo e de um borrado, um coração,
E veja o mundo desenhado em canção.
Construo, portanto, versos para os que vivem de sua alma,
Permeiam seu corpo de esperança, preenchem de amor seu coração.
Porém, necessitam ter, sobretudo, espírito vivo e boa carga de emoção.
Marilene Anacleto