Transcendência

Foto de Melquizedeque

Quimera

Um soneto retumbante encontra-se escrito no instante do meu olhar com o teu
Pois alegorias e falanges que percorrem a tua pele ao tocar-me traz o arrepio
Não sei se sinto o que me parece ser, ou apenas estou iludido. Talvez seja!
Face a face contigo me sinto perdido, já não sei mais se sou íntegro ou profano
Torna-se deusa da vontade e meu ímpio desejo jorra-se amiúde

Há um magnetismo em ti inerente. Tu és a bela e a fera, e eu as vírgulas do conto
Ao me achar em tuas andanças, eu era uma frágil criança em um berço de ébano
Não sabia se no frio chorava ou se demonstrava incontrolável alegria
Frágil e intocável fui carregado nos dorsos de dolosas fantasias
Por motivos não clarificados me vi entrelaçado na sinfonia dos seus beijos

Hoje cresci e ceio na mesa de meus inimigos. A cascata de medos já não me submerge
Minha vontade é explícita, fraudulenta e incontrolável. Tu fazes a chama reascender!
Quando estamos juntos, de tudo falamos, porém, nada é dito
Tua beleza é a própria transcendência. Estou definhando pela peçonha de seus lábios
Teu corpo seduz minha inocência. Diante de ti percorro do romance à tragédia
És tu um Belerofonte encantado e, também, uma malevolente Quimera.

(Melquizedeque de M. Alemão, 11 de junho de 2011)

Foto de Marsoalex

DUALIDADE

Há em mim duas de mim. Uma é de você.
E essa, por viver situações diversas das que vivo, parece ser muito diferente de mim, mas sabe me ser muito mais do que eu me seria. Usa com muito mais vigor a minha coragem; com muito mais garra a minha determinação; com muito mais firmeza a minha persistência; com muito mais impetuosidade as minhas emoções; com muito mais sinceridade os meus sentimentos. Enfim, ela é a minha maior expressão de autenticidade por ter se constituído a partir da verdade de um amor, e com ele ter se identificado, crescido e vivido sem questioná-lo ou colocá-lo à prova, só amando, pois sabe que através desse amor ela vive sem garantias, mas realiza o irrealizável vivendo o significado dela, do mundo e de você.
E ela vive assim: sem orgulho, sem meias verdades, sem falsos pudores, sem preconceitos, sem exigência de troca do amor que oferece, sem medo de ferir-se por sua doação, sem temer a distância, as mudanças, o tempo.
Nem o tempo nem a distância a impediram de estar sempre perto, ou de te sentir, de te viver, de te ser. Ou seja, em sua forma simples de amar, você é uma extensão daquilo que ela é, portanto, há distância e não separação. Ela até acha que o destino, por ser sábio, nos colocou em vidas diferentes para preservar um amor que, de tão grande, precisava de mais espaço do que o espaço que uma vida a dois comporta. Se o destino nos separou fisicamente, foi simplesmente para nos unir para sempre pelo coração. E com a certeza dessa verdade, ela se fez inteira com esse amor sem ser infeliz pela falta de tua presença física.
Mas, não ser infeliz não quer dizer que não exista a saudade, o desejo de estar contigo, de abraçar-te, de beijar-te, ou de simplesmente olhar-te nos olhos, para ver refletido neles a confirmação da verdade que ela acredita, porque só através dessa verdade, ela pode sobreviver.
E ela sempre soube onde e como te encontrar quando a necessidade de ver-te sobrepunha-se a realidade da minha vida. Porque existe em seu caminho um desvio cheio de pegadas que a leva ao teu encontro cada vez que essa necessidade a faz emergir de mim, de uma forma incontrolável, me mostrando que eu não posso fugir dessa transcendência de mim, ou da forma mais sublime de eu me ser.
E ela faz esse amor se personificar, ganhar forma e ser presente mesmo fora do espaço e do tempo, porque consegue, através dele, dar um sentindo maior a minha vida.

Há dois de você, em você. E, um de você, é dessa que há em mim, que é de você...
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Foto de Joaninhavoa

Religião dos sentidos.

*
Religião dos sentidos.
*

Vou procurar infinitos labirintos
Orifícios
Em tudo que tenha arte
com esquadria
No corpo o campo de prazeres
os frutos
Fontes em simetria

O corpo somos nós revestidos
de pensamentos
Preservo a liberdade! Digam lá
se a sensualidade
Tem ou não tem um sentido
de vida
Natureza própria! Interligada
O profano e o sagrado
E a transcendência
estará para lá
do nosso controle...

Vou procurar os sins
as aquiescências e os desejos
A semente das sementes
de todas as sementes e os frutos
E como toda a flor
Logo se abre abrasiva
pronta a devorar estames
e se consola
Satisfeita! Ao atingir a plenitude
dos sentidos

Joaninhavoa
(helenafarias)
01/11/2009

Foto de Lu Lena

DANÇA DA PAIXÃO

*
*
*

Teus olhos lânguidos dizem-me: - Bom dia!
Como uma gata espreguiço-me manhosa...
No quarto vestígios da paixão consumida...

Lençóis em desalinho da noite amorosa...
Suores e fragrâncias misturados no ar...
Entre pernas e braços o fogo e ardência...

Sincronismo de movimentos num só arfar...
Jubilo de corpo e alma em transcendência
No teu olhar, vejo luz, quietude e magia...

Numa simetria úmida o desejo pronuncia...
Num fogo que devasta o prazer eminente
Nos beijos tórridos atrevidos e linguais...

Amassos gemidos meus sussurros e ais...
Teu toque descompassa o meu coração.
Batimentos cardíacos aceleram novamente...

Na volúpia de corpos em brasa incandescente
Entregamo-nos alucinados e com sofreguidão.
Tesos e vibrantes começamos a dança da paixão.

Lu Lena

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

" SENTIMENTO E TEMPERAMENTO"

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Sabe, achei que poderia florescer no teu amanhã.
No seu colchão de sonhos, jardim de ilusões
Na arte de imaginar e amar de reconfortar.

Pensei que poderia ser o que nunca sonhei ser.
E imaginar o fascinante mundo do sonhar...
Do delirar em páginas.

Não queria pensar que a palavra engano
Fizesse parte de meu dicionário.

Mas ela veio revestida de surpresas,
Inquietações e suposições.

Conheci o lado bom e lado ruim.
Não queria me deparar com lado estrondoso.
Esse perigoso que veio de encontro a mim.
Atingindo-me, o veludo que me cobre.

Fico em tempestade de sentimento, mórbidos.
Querendo achar respostas, e não entender,
Mas talvez assim seja melhor.
Para meu sentimento não se sentir, muito enfocado.

A minha luz sempre me trouxe o cálice do seu olhar.
A minha sensibilidade sempre veio ao teu ofuscar.
E minha alma sempre se encantou com seu brilho.

Mas por um momento de inquietação fez de um carinho.
Um travessão que me separou da sua afeição..
Por não entender o que as letras se põem a dizer.
Desejo-te muito alento para cuidar de teu pensamento.
Muita luz para cuidar do seu caminho.

Cuidado com o timbre de voz, isso a ti
Não combina, e muito te contamina.
Pode esta sendo insensato.
Permitindo que sua desatenção
Queime-lhe a transcendência de tua alma.

Deixe que o vento venha te mostrar....
O que as palavras estão a conjugar...
E permita que a pureza venha te penetrar....
Mas não deixe esse lado fosco a ti repousar...
Fazendo seu ego, sua sala de estar....
E seu brilho correr o risco de se apagar...

*-* Anna A Flor de Lis.

http://www.blogger.com/profile/01846124275187897028
http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=39704

Foto de Mentiroso Compulsivo

O Pequeno-Almoço de Hoje

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Joguei o jornal para o lado, pois fez-me mal,
As palavras da vida humana em tom tão formal.
Folhas moídas de tinta preta a saírem sem versos,
Alvoroço de vocábulos lacados em sons diversos.

Hoje quis a mesa limpa de papéis, sem Jornal.
Como me soube bem esta manhã mais serena!
Bebi e mastiguei ao pequeno-almoço o actual,
Sem notícia e sensacionismo atroz … só a paz plena.

Hoje expirei o começo do dia da insana loucura
E inspirei o mundo da harmonia com a existência.
Despido da vida que se lê curta, mas assim mais dura.

Hoje não senti as palavras a vencer a transcendência,
Foram só palavras vazias sem supremacia nem postura,
Sem nada incompleto ou excessivo de dita conveniência.

© Jorge Oliveira 6.MAR.08

Foto de KarlaBardanza

Amor em Poesia

Te trago uma sinfonia de borboletas.
Violetas e margaridas
para curar suas feridas,
jasmim pra perfumar teu jardim,
palmas pra iluminar sua alma.
Te trago a leveza das bolhas de sabão,
uma oração e toda a paz e toda a calma.
Te trago luas para enfeitar os cabelos,
cometas para viajar pelas espumas,
estrelas do mar e cavalos-marinhos,
um caminho de sereias e desejo pelas veias.
Te trago transcendência e superação,
um coração calejado, tranquilidade...
e transformação.
Te trago minhas asas,os meus vôos,
os meus aviões,os meus ninhos...
e te ensino a voar,
e te ensino a ser passarinho.
Te trago uma cama de nuvens,
os travesseiros de céu,
colchas de alecrim.
Te trago pra mim.
Te trago sonhos em taças,
entrega que não passa,
uma vida inteira de feitiço e magia.
Te trago Vênus charmosa à noite
e Marte poderoso de dia.
Te trago, vida minha,
todo o meu amor em poesia.

Karla Bardanza
Publicado no Recanto das Letras em 04/06/2007
Código do texto: T513925

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