Tempestade

Foto de Paulo Zamora

Como folha

Eu sou como uma folha que voa com o vento...
Estou passando por lugares que eu não gostaria de passar, mas o vento me leva por onde ele acha que é melhor. Os dias melhores virão quando eu for levado para outros lugares e acontecerem coisas boas na minha vida, a dificuldade vai passar; o tempo vai passar; as chuvas não mais me molharão como hoje, como agora.
Para onde vai esse vento? Não sei; só sei que estou indo, porque não tenho forças suficientes para me segurar em algo e não deixar o vento me levar.
Depois será diferente, em outro lugar onde não mais me atingirá a tempestade, onde não mais terei a solidão do meu lado, porque ela sente eterna em mim, e nunca será assim.
Eu preciso de vontade própria, de ser dono das minhas decisões; eu preciso ser eu mesmo...
O vento tem que me levar para os sonhos, com sua força quebrar as barreiras e me fazer pousar feito pluma.
Eu sou como uma folha que voa com o vento...
(Escrito por Paulo Zamora em 28 de dezembro de 2006)

Foto de francineti

Minha Abaetetuba.

A minha Abaetetuba que não é só minha
È de muita gente. Gente decente,
gente bonita, gente carente,
gente potente, gente inteligente,
gente poeta, gente que canta e encanta,
gente que ama, gente que sonha...
Já foi Abaeté que em Tupi Guraní é:
Terra de Homens fortes e ilustres.
Depois ganhou o sufixo TUBA e somou abundância.

Abaetetuba: Terra abundante de Homens fortes e valentes.
Descoberta por Francisco Monteiro, português e grande navegador
que fugindo de uma tempestade pediu proteção à virgem da Conceição
prometendo em gratidão uma bela construção
Francisco se salvou e sua promessa pagou
construiu uma catedral em homenagem a virgem da Conceição
Hoje ela é a Santa de nossa devoção.
Apelidada de Peróla do Tocantins
Abaeté vive entre muitas ilhas, furos e igarapés,
também há magia, folclore e poesia

Mulhers bonitas, formosas, cheirosas e gostosas
passeiam expondo seus quadris largos e belas coxas grossas
Cidade das bicicletas surpreende os turistas o trabalho dos taxiciclistas
Debruçada sobre o rio Maratauíra foi versada por Rui Barata e cantada pela Fafá.
" Rio abaixo, rio acima minha sina cana é só de pensar na mardita me alembrei de Abaeté."
Garotos morenos, suados com cheiro de rio encantam a nossa vista.
De clima quente e super ùmido está sempre convidando a um banho de igarapé.
Tem como tradição grandes festas de São João. E na quadra junina?
Tem concurso de quadrilha e muito namoro com as meninas.
Em Fevereiro tem um grande carnaval com magia e muita fantasia.
Em Julho é o mês do verão. Na praia de Beja tem o gostoso camarão...
Banho de água docê, passeio na praça, contemplar a lua no cais...
Tem também o açaí e os belos brinquedos de mirití.
Isso tudo explica Abaetetuba porque eu sou apaixonada por ti.

Francineti Carvalho
Publicado no Recanto das Letras em 27/12/2006
Código do texto: T329576

Foto de va di taviani

Amantes

Chega finalmente o dia do encontro...
Na anciedade,te espero pra mais uma noite de amor,
ou quem sabe, apenas mais uma tarde.
Vc como sempre muito linda e faceira...
me faz perder os sentidos com seu olhar provocante...
sua voz que me embriaga !
Sinto que me perco quando estou perto de ti...
seu cheiro que me remete aos céus...onde os anjos
dançam e cantam...felizes por nossa união!
A tempestade ta formada como resultado de um desejo tão grande...
incontrolável de te possuir...e vc a mim !
Seu corpo de pele quente e macia me envolve como pura seda!
Já não posso... e não quero fugir!!
Tudo muda quando estamos juntos...
apenas eu e vc...e o nosso amor !
Seu corpo responde ao meu simples toque!
Me agarras em seus braços... dividindo comigo
toda sensação...me fazendo sentir o que nenhuma
outra é capaz !
Somos um só agora...já não sei quem sou...nem quem é vc !
Somos apenas puro amor,paixão e desejo !!
A tempestade se vai... e com ela vc... ficando apenas a certeza....
de que mais uma vez te possui...e vc a mim !
A certeza de que vc será muitas e muitas vezes só minha!

(va di taviani )

Foto de Joice Lagos

Aos que sofrem de amor

O amor às vezes nos fere e sangra. É uma dor que aflige e oprime. Quando isso ocorre tudo ao redor enegrece e martiriza.
Essa dor tamanha, nos cega a ponto de não vermos uma saída, senão a solidão de um quarto vazio e uma alma em frangalhos.
Mas essa dor, não é amor, é somente dor de perda, dor de solidão.
O amor é sublime, raro, ele nos chega de mansinho e se instala para sempre.
Sem percebermos ele ganha forma e espaço dentro do peito, anulando a dor, e rejeitando a solidão.
O amor não dói, o amor enobrece o ser humano, e só pode entrar em corações abertos.
O verbo amar, só pode ser conjugado a dois e na mesma intensidade. Sendo um complemento do outro.
Mas o amor sozinho não basta, não sobrevive sem o respeito, que se estabelece para manter a paz de uma união.
Muitos dirão que nunca doeu tanto, e que nunca irá passar.
Mas assim como a tempestade se vai, assim desaparece a dor, trazendo um lindo dia de sol e um novo e real sonho de amor.

Foto de pedacinhos de mim poemas

Minha Presença

Minha Presença

Eu sou fogo,
sou areia,
sou tempestade,
sou trovão,
sou o sol que te aquece,
sou a água que margeia
de um azul cristalino
que desce nas ribanceiras
formando grotões.
Sou o vento que passeia,
faceiro e transparente,
quase ninguém me percebe,
mas estou sempre semeando
as sementes da inspiração,
que em flores do campo
um dia se transformarão.
Talvez assim note minha presença,
passeio por entre elas,
seivando o seu perfume,
transformando-me em fragrância.
Que respirará pausadamente,
e no deleite desse instante
vou acalmando o seu coração...

Autora: Célia Torres
P. S. dedico esse poema para minha filha Fernanda, ela faz parte dessa presença e acalma o meu coração.

Foto de Sirlei Passolongo

O AMOR DIZ À PAIXÃO

.
Sou vento
Você, tempestade
Sou riso
Você, gargalhadas

Sou fascínio
Você caricia
Sou inocência
Você malicia

Sou perfume
Você é sabor
Sou confiança
Você é ciúme

Sou mar
Você as ondas
Sou puro olhar
Você apenas sonda

Sou alma
Você é corpo
Sou luz
Você é reflexo

Sou beijo
Você, desejo
Sou emoção
Você é razão

Sou coração
Você, sensação
Sou amor
Você é a Paixão.

Sou brandura
Você, calor
Sem você,
Eu não seria o AMOR.
(Sirlei L. Passolongo)

.

Foto de pedacinhos de mim poemas

Quando Te Vi

Quando te vi por um acaso
sem laços, sem procura...
Um encontro casual aconteceu.
Como do nada,
mas já marcado para acontecer.
Assim vejo você;
meu pedaço,
meu lampejo,
meu embaraço.
Que diante de tanta graça;
me inspira,
me faz voar,
na imaginação desprendida
de um poeta sonhador.
Em busca de delírios...
Que em momentos de calor
surgem como raios
numa noite de tempestade.
Magnético!
Deslumbrante!
Assustador!
Que vislumbro encantada,
e como num passe de mágica,
que do meio do nada,
fez brotar o verdadeiro amor.

Autora: Célia Torres

Foto de sonhos1803

Chuva

Abro as janelas da alma,
A tempestade esfria meu corpo,
Já é noite,
O mês de outubro chega,
Mas a tempestade relampeja,
Na noite escura faço a minha ceia,
Como os restos,
Esperanças, amores,
Uma ultima taça de licor,
A bebida entorpece, aconchega,
A água molha as paredes,
Chega aos meus pés,
Observo com reserva,
Mas não há pressa,
Irei esperar,
Noites, dias,
A calma banha minhas feridas,
Apenas escuto,
A chuva cair,
Rezo pra ver o sol,
Escrevo pra mim mesma,
Rio sem graça,
As vezes vejo que estou afundando,
Mas que outra solução?
Aprendi a viver nessa casa abandonada,
Um dia foi uma manha ensolarada de sonhos,
Hoje é apenas o que não fomos,
Felizes e sinceros.

Foto de Dom Quixote - crítico amador

Literaturas Lusófonas

Bem mais que dança, bailado;
que som, melodia;
que voz, sobrecanto;
que canto, acalanto;
que coro, aleluias;
que cânticos, paz.

Bem mais que rubor, saliência;
que encantos, nudez;
que imoral, amoral;
que bosques, fragrâncias;
que outono, jasmins;
que ventos, orvalho;
que castelo, arredores;
que metáforas, rios;
E um pouco além: tsunamis.

Bem mais que naus, sentimento;
que excelsa, nascendo;
que olho, contemplo;
que invade, arrebata;
que vitrais, catedral;
que versos, vertigens;
que espanto, tremor;
que êxtase, pranto;
que apatia, catarse.

Bem mais que contas, rosário;
que prece, amplidão;
que o menino, sua mãe;
que Império, regresso;
que palmas, martírio;
que anúncio, Jesus;
que Ceia, Natal.

Bem mais que alegria, ternura;
que espera, esperança;
que enlevo, paixão;
que adeus, solidão;
que dor, amargura;
que mágoas, perdão;
que ausência, oração;
que abandono, renúncia;
que angústia, saudade.

Bem mais que anciã, joyceana;
que lógica, onírica;
que o Caos, Amadeus;
que ouro, tesouro;
que ode, elegia;
que amiga, inimiga;
que insensível, cruel;
que signos, símbolos;
que análise, síntese;
que partes, conjunto.
E um pouco além: generosa.

Bem mais que efêmera, sândalo;
que afago, empurrão;
que clássica, cínica;
que exceto, inclusive;
que inserta, incerta;
que adubo, arrozal;
que oferta, procura;
que unânime, única.
E um pouco além: tempestade.

Bem mais que ouvida, vivida;
que austera, singela;
que pompa, humildade;
que solta, segredos;
que fim, reinício;
que um dia, mil anos.

Bem mais que reis, majestade;
que jus, reverência;
que casta, princesa;
que moça, menina;
que jóia, homenagem;
que glórias, grandeza;
que ocaso, esplendor;
que espadas, correntes;
que fatos, História;
que Meca, Lisboa.
E um pouco além: messiânica.

Bem mais que pingos, Dilúvio;
que água, Oceano;
que mares, o Mar;
que porto, Viagem;
que cais, caravelas;
que rochedos, neblina;
que vôo, Infinito;
que Abysmo, gaivotas.

Bem mais que a tribo, navios;
que lanças, tristezas;
que campos, senzalas;
que bodas, queixumes;
que soul, sem palavras;
que o tronco, maldades;
que ais, maldições;
que feitor, descorrentes;
que mandinga, orixás;
que samba, kizomba;
que “meu rei”, Ganga Zumba;
que olhos baixos, quilombos;
que discordo, proponho;
que cedo, concedo;
que escravos, Zumbi.

Bem mais que brisas, Luanda;
que ondas, Guiné;
que amarras, Bissau;
que o azul, São Tomé;
que náutica, Príncipe;
que axé, Moçambique;
que opressão, Cabo-Verde;
que fragor, linda ao longe;
que injusta, perversa;
que abutres, pombinhas;
que trevas, pavor;
que rondas, terrores;
que bombas, crianças;
que tágides, ébano;
que o Sol, rumo ao Sol.

Bem mais que luar, nua e crua;
que longínqua, inerente;
que ornamento, plural;
que ira, atitude;
que abstrata, denúncia;
que conceitos, Nações;
que Camões, mamãe África.

Bem mais que ética, ascética;
que pro forma, erga omnes;
que embargo, recurso;
que emoções, decisão;
que rodeios, sentença;
que Direito, Justiça;
que leis, Lei Maior.

Bem mais que flor, Amazonas;
que improviso, jeitinho;
que frágil, incômoda;
que alvor, cisnes negros;
que escrita, esculpida;
que lírios, o campo;
que veredas, suindara;
que denúncia, ira e dor;
que bonita, pungente;
que amena, os sertões.
E um pouco além: condoreira.

Bem mais que lares, veleiros;
que adeuses, partida;
que feitos, missão;
que honras, repouso;
que canto, epopéia;
que mística, fado;
que areias, miragem;
que sonhos, delírio;
que vozes, visões;
que acaso, destino.
E um pouco além: portugais.

Bem mais que errante, farol;
que ânsia, horizonte;
que distância, presença;
que solo, emoção;
que países, Galáxia;
que estresses, estrelas;
que zênite, impacto;
que intensa, profunda;
que letras, magia;
que formas, sentido;
que textos, teoremas;
que idéias, princípios;
que imensa, perfeita;
que graça, milagre;
que arcanjos, fulgor;
que dádiva, Mãe.

Bem mais que luz, primavera;
que audácia, tumulto;
que estética, rústica;
que em paz, desinquieta;
que estática, cíclica;
que cercas, muralha;
que assédio, conquista;
que plantas, concreto;
que escombros, palácio;
que átomos, Deus...

Foto de Lorenzo

Quem sou eu?

Sou parte do tudo
O pedaço que é feito de nada
Sou aquilo que você tem mais medo
Por ser o que mais te agrada

Sou uma sombra sólida
Um caminho que não tem rumo
E quando você pensa me achou
É aí que sumo

Sou as lágrimas da tempestade
Com o choro de trovão
Sou quem te nega um olhar
Mas te entrega o coração

Sou mais do que você pensa
Mas menos do que realmente sou
Sou quem mais acerta
Por ser quem mais errou

Sou só, cheio de amigos
Acompanhado de solidão
Sou o que existe de mais real
Mas que é feito de ilusão

Sou uma peça nesse jogo da vida
Um leigo que sabe de tudo
Sou mais uma cara perdida
Em busca de paz nesse mundo.

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