Teima

Foto de Felipe Ricardo

Poesia Café

Ah! Que dose aroma que invade
Minha alma e fazer meu fragil
Paladar estalar no desatino de meu
Vicio me faz em energia pura ...

Vamos o poderoso valete retire
De minha prisão noturna e me faça
Escuro como a noite e forte como
Este sono que teima em me fazer

Suave como o mais adocicado de teus
Irmãos, mas peço-lhe que não deixe-me
Durmi, pois tenho muito o que escrever
Para outro alguem que não me deixa durmi.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"MONÓLOGO DO VELHO MOTOQUEIRO" " DE CARA PRO VENTO"

“MONÓLOGO DO VELHO MOTOQUEIRO”
“DE CARA PRO VENTO”

Cento e cinqüenta no velocímetro...
Tenho pressa...
Minha idade é meu termômetro...
Atropela-me!!!

Quase sessenta na certidão...
Ainda dá tempo...
Vou correr da solidão...
Vou acelerar meus sentimentos!!!

Vou atrás do meu eu...
Vou encontrar comigo...
Vou de encontro ao que é meu...
Não tenho medo do perigo!!!

O vento bate mais forte...
Já é hora de abastecer...
Estou rumando pro meu norte...
Quero meu limite conhecer!!!

Cento e cinqüenta no velocímetro...
Que maravilha...
A velocidade é meu delírio...
Estou de volta na trilha!!!

Vou conhecer o jovem...
Que há muito deixei de ser...
Estou reunindo coragem...
Para a morte entender!!!

Que esta reluzente companheira...
Me leve através do caminho...
Um caminho que me de a certeza...
De encontrar meu destino!!!

Cento e cinqüenta no velocímetro...
Estou chegando...
Já reconheço eu menino...
Estou chorando!!!

Chorando de alegria...
Ou talvez de saudade...
A vida me deu uma anistia...
Para entender o que é idade!!!

Dento e cinqüenta por hora...
É pouco...
Não tenho mais medo do agora...
Estou louco!!!

Estou indo atrás da juventude...
Que teima em escorregar por entre os dedos...
Vou viver na plenitude...
Sou o carrasco dos meus medos!!!

Vou enrolar o cabo...
Vou engolir asfalto...
Vou ver a vida de fato...
Vou viver lá no alto!!!

Cento e cinqüenta no velocímetro...
Já é hora de acelerar mais...
O caminho esta tão lindo...
Desistir, jamais!!!

Foto de Jonas Melo

RÉU CONFESSO

RÉU CONFESSO

Eu confesso que sem você não sei viver
Que sou loucamente apaixonado por você

Eu confesso que meus dias são tão tristes sem sua presença
Que teus beijos é o antídoto mais raro, para minha convalescença

Eu confesso que passo o dia pensando em você
Que minha alegria ficou tão triste e a morte teima em me querer

Eu confesso que a dor que sinto vem das chagas da tua ausência
E a saudade acompanha-me, deixando-me incrédulo quando a minha existência

Eu confesso que está sendo pesado demais carregar o peso da solidão
Sem ter esperança que novamente sentirei teu corpo colado ao meu,
Escutando o murmúrio do meu coração

Eu confesso, como réu confesso...

Jonas Melo!

Foto de palavras_ao_vento

**METADE DE MIM**

Ainda te amo e tu sabes
Sabes que sofro por tua partida
Nem ao menos me disseste adeus
Deixaste aberta em meu peito a ferida

Se meu coração pudesse falar neste instante
Diria que a dor dentro dele é constante
Diria que falta a outra metade,metade de um coração que levaste embora

O que me resta fazer?
Esquecer que te amo?
Esquecer que és a razão do meu viver?
Não posso
Não posso calar os gritos de um coração partido

Vivo com a metade
Incompleto coração que teima em bater sozinho
Percebo então que só me resta dizer adeus
Adeus á todos os meus sonhos
Adeus á você
Porque metade de mim é a solidão
E a outra metade também

Ƹ̴Ӂ̴Ʒ Nanda salles Ƹ̴Ӂ̴Ʒ

Foto de Cladison

QUISERA

QUISERA

Quisera não dizer nada no instante em que me acercam pensamentos e desejos.
Apenas sentir...
Quisera voltar o tempo em cada momento em que nossos olhos se encontraram, mesmo que em um flerte sem nada pensar.
Quisera rechaçar a escuridão da distância que teima em nosso abraço e despe tua boca da minha, mesmo que não queira assim estar.
Quisera medir essa distância que perfaz o grito silenciado de minh’alma, que encontra abrigo e esperança nas ondas que ecoam do meu celular.
Quisera antecipar a porta que te mostre a saída que não te provoque nenhum lamento; estender meus braços em teu caminho, segurar tua mão por toda minha vida.
Quisera ter mais que certeza, que tua infinita beleza, graça e desprendimento, apagassem o passado que te invade e que corrompe teus sentimentos, que te cercam e te agoniam, te maltratam e silenciam, causando dor e sofrimento.
Quisera parar o tempo ontem...
Poderia ser agora...
Ou na semana passada.
E não me importaria mesmo o momento,
se apenas tivesse a certeza
Que teria pra sempre minha amada.
Quereres são como sonhos que invadem as nossas vidas e volvem à superfície desejos adormecidos valiosos, de prazer e mansidão.
Quereres nos impulsionam a fugir do vazio e abandonar o medo de sentir felicidade em segurar uma mão.

Autoria:Cládison Souza Claudiano

Foto de clara poemas

sentimentos de inverno

A chuva bate na janela
Do quarto escuro
Como uma melodia do amor
Que teima em entrar
Em nossos corações
Agora ainda tão solitários

Quero ver os teus
Sentir-me segura
Sentir-me tua
Te dar meu calor
Como sol que nasce
Em todas manhas de verão

Gostaria de em teus braços estar
E nos teus olhos repousar
Te dar todo meu amor
E acalentar todo teu calor

Quero te encher de paixão
Em meus braços te acabar
Envolverte-me em meu sorriso
E no meu amor te ajudar

Caminhamos por estradas diferentes
Mas temos o mesmo Sol como guia
Precisamos do calor
Do abraço
Do beijo
O sorriso do amor

Não diz pra mim que não existe
Aquele sentimento guardado
Esperando pela tua Lua
Iluminar teu Sol
Então me deixa entrar
E em teus passos guiar

Espero não ter que olhar pra trás
E dizer Adeus
Quero viver o hoje
E não pensar no amanha
Agora em teus lábios que deleitar
Pra meu sentimento aumentar
Regado dia a dia como uma flor
Que faz crescer o amor

Foto de Robson Fraga

Recomeço

Chega uma hora na vida
em que tudo parece torto:
a música não rola,
o chope não desce,
e a cabeça não pára de rodar.

Qualquer palavra é xingamento;
a resposta ao "oi" é tchau!
Os minutos demoram a correr
e a estrada fica longa demais.
Não há luz no fim do túnel.

A poesia que antes despertava
teima em dar sono.
Os filmes da TV são repetidos.
Na agenda não há sobrenomes
e a linha está sempre vazia.

Na garganta apenas um nó
apertado pela culpa.
As entranhas contorcidas
insistem em gritar,
mas no vento não há eco.

Tô sozinho nessa imensidão.
Olho pro mundo e não vejo estrelas,
pro tempo e ele já se foi...
pra dentro e não vejo saída;
pra alma e quase desisto!

Paro pra pensar de novo.
Insisto em buscar caminhos.
Brigo com meus monstros,
me escangalho por inteiro.
No último suspiro derroto a soberba.
É hora de recomeçar!

Foto de maria guimaraes

CHUVA PERFUMADA

CHUVA PERFUMADA

Há uma chuva risonha caindo dentro de mim...
Perfumada, macia, encantada...
Minha alma ri, brinca com os pingos da chuva
Que caiem lá fora...
Pérolas... cordões de diamantes...
Beleza sem fim.
O sol está com ciúmes,
Esconde-se, teima em não aparecer,
Tal é a luz que vê dentro de mim...
Leio um poema, poeta só meu...
Riu-me como uma criança,
Tenho mais que o mundo...
Tenho-te...
Com quem sempre sonhei,
E ao acordar estavas lá...
Real como eu te imaginei...

SONHA COMIGO

Sonha comigo, ainda que o sonho
Seja uma mentira, sonha comigo...
Sonha que há purpurinas na noite
Em que me amarás...
Sonha comigo, no lado de lá da vida,
Imaterial, como uma nuvem, um elemento...
Sonha comigo, enquanto vês
Um quadro de Van Gogh
Ou uma escultura de Rodin,
Sonha comigo, com risos abertos na madrugada
Do sonho, com cânticos
Que nunca ouviste mas saberás inventar...
Sonha comigo, quando o sol
Tomba no poente, e te doira o olhar
Perdido no tempo...
Sonha comigo, quando já não
Há mais nada em ti com que sonhar...
Sonha comigo...

PENSANDO EM TI
Lentamente abro as cortinas da janela,
Que dá lá para fora. O sol bate no muro branco,
As sombras das arvores dançam na sua brancura...
O céu está imensamente azul,
Um par de rolas namoram além...
E eu fico aqui olhando o nada,
Pensando em ti...
Penso em palavras que dissemos,
E outras escondidas nas metades das que não dissemos...
Penso em risos, e olhos a brilhar...
Em ficarmos parados, calados,
Como que a definir sentimentos,
A criar uma corrente que atravessa
Os nossos pensamentos...
Depois, falamos e lembramos tempos, coisas...
Fico aqui a ver o sol, e as folhas das arvores
Desenharem sombras, no muro branco...
E perco-me na memória do tempo, e em ti....

LENDA

Há um vento sibilante entre as fragas.
As ondas trazem consigo as algas
Verdes que se espalham pela praia.
Olhando o mar, sento-me aqui e espero.
Espero como Penelope esperou Ulisses,
Tecendo o manto de palavras não proferidas, adiadas...
O sol caminha para o ocaso,
Nostalgicamente belo, esplendoroso...
O dia caminha para a noite, e eu, como Penelope,
Desfaço o manto de palavras que urdi
Neste dia que chega ao fim.
Amanha, recomeçarei, e noutro dia,
E noutro , infinitamente,
Com os olhos presos no horizonte da vida,
Esperando acabar de tecer este manto
De palavras, para um dia te oferecer...

GUARDA EM TI...
Guarda em ti tudo o que trazias quando nasceste,
E os Deuses, e as fadas te fadaram, e predisseram...
Guarda em ti, a fala da cigana que te sinou...
Guarda em ti o coração antigo da sabedoria,
Da vontade, e da razão.
Guarda em ti também o coração novo,
Do homem nascido em ti,
Que ri, que brinca, que sonha...
Guarda em ti, todos os rituais antigos,
Que os Deuses te ensinaram...
Guarda em ti, as lagrimas como pérolas,
Que só o coração puro pode doar...
Guarda em ti, a força da vontade, e do querer.
Guarda em ti, como dádiva
Divina, o riso, o amor, e o sonhar...

Foto de Athayde

Última tinta

Abro agora os olhos,
Liberto a noite...guardo a aurora...
Oh lua que beijas minha dor,
Oh peito que é brasa e ardor...

Peço ao mar...
Não me priva de vento e esperança,
Da sensibilidade de criança,
Deixes-me voar!

Que o verde de teus olhos...
Que me traga e me envolve,
Me libertes pra voar...
Pois minhas asas são tinta,
Minhas palavras brisa...
Meu sentimento turbilhão.

Escuta com a alma!
É que palavra chorada por poeta,
Lava o espírito...aquece...acalma...
Talvez seja meu último suspiro,
O pote de tinta...tão vazio!
E a caneta teima em não dançar...

Não cravejo,pois,jóias em minha arte...
Só banho de sangue...
A sinceridade que pra ti guardas-te

Salva-me virgem...com teus olhos de verde oceano
Tua boca ...de sol no fim da tarde..
E teu colo que é leito da vaidade,
Suplico-te..me aguarde..

Vejam! O último suspiro de um poeta!
A tua alma vegeta?
Que espetáculo para a incrédula minerva..
A minha poesia está certa?
Deixes apenas eu voar...

Dou a ti o vazio...
Que em meu peito se acostumou,
Seu sorriso acalenta minha dor...
Sou pó,viro tinta...bato as asas com furor!

Despertas-te,virgem,a detestável esperança...
Rainha dos povos desesperados,
Conforto dos mal-amados,
E inspiração de um poeta apaixonado...

Abra seu peito e escute..
Não és tua dádiva...é só um bater de asas
O vôo da verdade..o acalento da vaidade,
O salto do torpor...

Sinto as memórias cortando meu rosto,
No vento gélido do sofrimento..
Mas aproveito o vôo..
E te dou meu último amor.

Foto de DAVI CARTES ALVES

DAMA MISTERIOSA & ENVOLVENTE

Nos lábios frios e úmidos
ela pincelou langorosamente
um brilho vermelho-sangue, das vitimas
despejando-as sob sua diáfana abóbada índigo
assim como o mar, encobriu cadáveres
qual perene e profunda sepultura

Amante do inverno rigoroso
com os miseráveis claudicantes
refugiados nas marquises do tempo
também não lembrou da ternura
deu guarida para o tirano
que no casebre simples e sem mata-juntas
derramou pânico, dor e amargura

Para depois charmosa e deslumbrante
no seu longo vestido azul escuro
cravado de diamantes
tornar doce os sonhos pueris
e intenso & balbuciante
os amores febris

Fez-se fonte maviosa de repouso e reparação
mas teima em não mudar de face no calabouço
e nas grotas do mundo e submundo
da prisão
o choro intenso do nenê
rasgou seu e-charpe sereno
mas pela dócil mãe lactante
foi contido o mimoso pequeno

viu uma chuvinha generosa e imparcial
cantante, massagear costas & sonhos
de derrotados e vitoriosos
viu jovens em titânica truculência hormonal
enlear-se loucamente,
nos seus cabelos sedosos

em fim
despiu-se do seu vestido
com suavidade & languidez
mostrando todas as facetas da sensualidade
do amor, da maldade, da humanidade

de uma polifonia sob volume baixo
do homem que se cansa de ser humano
da força do repouso, da renovação
da matizes da insensatez
do homem sonhador, sob sobriedade
ou embriaguez.
e pouco antes do amanhecer, ela se foi.

DAVI CARTES ALVES - poesiasegirassois.blogspot.com

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