Sucesso

Foto de Carmen Lúcia

Oração ao amigo

Li esse texto e trouxe-o para cá, para os amigos que desejarem ler.

Abraços a todos pelo dia de hoje.

Com todo meu carinho,

Carmen Lúcia

"Oração do Amigo - Gabriel Chalita

Há muito se diz que, quem encontrou um amigo, encontrou um tesouro precioso. Há muito se diz que amizade verdadeira dura pra sempre. Não tem aquelas tempestades da paixão e nem a calmaria exagerada do descompromisso. É o meio termo. É a bonita sensação do estar perto e, de repente, deixar o silêncio chegar. Não exige tanto. Exige tudo.

As amizades nascem do acaso. Ou de alguma força que faz com que uma simples brincadeira, uma informação, um caderno emprestado, uma dor seja capaz de unir duas pessoas. E a cumplicidade vai ganhando corpo, e o desejo de estar junto vai aumentando, e, com ele, a sensação sempre boa do poder partilhar, de se doar.

Há muito se diz que os amigos verdadeiros são aqueles que se fazem presentes nos momentos mais difíceis da vida, naqueles momentos em que a dor parece querer superar o desejo de viver.

De fato, os amigos são necessários nesses momentos. Mas, talvez, a amizade maior seja aquela em que o amigo seja capaz de estar ao lado do outro nos momentos de glória, e vibrar com essa glória. Não ter inveja. Não querer destruir o troféu conquistado. Aplaudir e se fazer presente. Ser presente.

A amizade não obedece à ordem da proporcionalidade do merecimento. Não há sentido em querer de volta tudo o que com generosidade se distribuiu. A cobrança esmaga o espontâneo da amizade. E a surpresa alimenta o desejo de estar junto.

O amigo gosta de surpreender o outro com pequenos gestos. Coisas aqui e ali que roubam um sorriso, um abraço, um suspiro. E tudo puro, e tudo lindo.

Há muito se diz que não é possível viver sozinho. A jornada é penosa e, sem amparo, é difícil caminhar.

Juntos, os pássaros voam com mais tranquilidade. Juntas, as gaivotas revezam a liderança para que nem uma delas se canse demais.

Juntos, é possível aos golfinhos comentarem a beleza de um oceano infinito. Juntos, mulheres e homens partilham momentos inesquecíveis de uma natureza que não se cansa de surpreender.

Eu te peço, Senhor, nessa singela oração, que me dês a graça de ser fiel aos meus amigos. São poucos. E impossível seria que fossem muitos. São poucos, mas são preciosos. Eu te peço, Senhor, que me afastes do mal da inveja que traz consigo outros desvios. A fofoca. A terrível fofoca que humilha, que maltrata, que faz sofrer.

Eu te peço, Senhor, que o sucesso do outro me impulsione a construir o meu caminho, e que jamais eu tenha ânsia de querer atrapalhar a subida de meu amigo. Eu te peço, Senhor, a graça de ser leal. Que eu saiba ouvir sempre e saiba quando é necessário falar.

Senhor, sei que a regra de ouro da amizade consiste em não fazer ao amigo aquilo que eu não gostaria que ele me fizesse. E te peço que eu seja fiel a essa intenção. E sei que essa regra fará com que o que se diz há tanto tempo se realize na minha vida. Que eu tenha poucos amigos, mas amigos que permaneçam para sempre.

Não poderia ter muitos. Não teria tempo para cuidar de todos. E de amigo a gente cuida. Amigo a gente acolhe, a gente ama.

Senhor, protege os meus amigos. Que, nessa linda jornada, consigamos conviver em harmonia. Que, nesse lindo espetáculo, possamos subir juntos ao palco. Sem protagonista.

Ou melhor, que todos sejam protagonistas, e que todos percebam a importância de estar ali. No palco. Na vida.

Obrigado, Senhor, pelo dom de viver e de conviver. Obrigado, Senhor, pelo dom de sentir e de manifestar o meu sentimento. Obrigado, Senhor, pela capacidade de amar, que é abundante e é sem-fim.

Amém!"

Gabriel Chalita

Foto de Edigar Da Cruz

Quando for Chamar um Amigo ! Chame-o de Alma Feliz Dia Dos Amigos

Quando me chamar de amigo, me chame com a alma,..
Esta chama de alma como uma linda alma e amiga ou amigo que brilha encandescente, sobre os sete ventos,..
Que me acompanha e arrebanha, que guia me
Ao leme da vida,.em mares revoltos sem fim,.
Que e feito de amor e carinho que chamo de carinho e afeição amigos,..
Que ´transbordam esperanças, passa força e confiança e coragem sempre vem com aquela palavra chave que faz mudar tudo em instantes ,que se lapida feito Pedra Rara,..
Que vivi em cada um feito uma única aliança,..
E amigo
_E vida ...e sucesso..e feito ...
Esse fogo essa chama amiga que sempre está presente trasento o seu brilho para iluminar
Sempre o meu céu com palavras amigas ..
A CHAMA DO AMIGO E A ALMA!

Auto:Ed Cruz

Foto de João Victor Tavares Sampaio

O Nunca da Terra – Versão Intermediária

O mundo não faz sentido
Mas há quem está tentando nos fazer à cabeça do contrário

Pelo que presenciei
A vida
É decidida em instantes
E as aparências contam muito
E os confidentes contam tudo

Essa é minha linha curva de raciocínio
Você sabe,
Eu acho...
Todas as coisas não são explicáveis,
Todas as coisas não são bem assim:
O que te dizem que é verdade é mentira
E o que te dizem que é mentira,
Talvez

Porque a gente é madura
Quando reconhece o acaso
Por trás de uma certeza

Porque o detalhe é complexo
E o complexo é superficial
E tanto faz como tanto fez

Porque o segredo das coisas não é viver bem
E sim morrer por uma boa causa

Eu vejo as pessoas com ternura
E acredito que todos têm sua chance
Por que o Sol é milhares de vezes
Maior do que a Terra

Contradição, gritante e tímida
Corta a carne do próprio pescoço
Depois de se engolir

Rasurando o destino
Irreverente em ser peão
De um jogo sem as peças

Se ganha um Cristo para a cruz
Formando o sucesso de mais um perdedor

Corajoso em ser covarde
Sendo mais em ser ruim
Sendo bom em adiantar meu fim
Revirando o estilo socrático
Espalhando a desinformação pelos quatros ventos e pelos sete mares
Violando o túmulo da esquerda
Atravessando o samba
Retirando medalhas fincadas em peitos de bronze
Curtindo o couro do inimigo
Glorioso de sua grama verdejante

Graças aos lampejos de uma genialidade absurda
Cabeças são servidas ao molho
De chaves que abrem o mundo para a porta

Com doçura
Sendo repartido:
A pátria que me dá o nome não me dá a vida
Eu não pedi pra nascer
E é minha culpa
Não fazer questão de sumir

Sumir devagar
O mais lento possível,
Sumir no tempo
Abraçado ao descaso,
Desaparecer minguando aos poucos
Encolher e diminuir
Na sina do meu fracasso,
Caindo como estrela
Como cometa já apagado,
Sendo esquecido pelas pessoas e devorado pelos organismos
Olhando para o lixo e sorrindo
Feito palhaço esfomeado
Que se mistura aos gurus pensantes das calçadas

Toda importância é injustificada
Visto que o caos é quem decide os meios

Nunca a impossibilidade foi tão exaltada

Foto de CarmenCecilia

FRASES ( CARMEM CECILIA )

Dividir significa na maioria das vezes multiplicar...

Carmem Cecília

Sempre haverá um novo dia...

Carmem Cecília

Os sonhos morrem primeiro, mas não os desejos...

Carmem Cecília

Há sempre uma nova emoção para cada estação...

Carmem Cecília

Tenha fé... A crença traz esperança.

Carmem Cecilia

Viva! Não espere o amanhã para fazer planos... O amanhã pode ser muito tarde!

Carmem Cecilia

Realize e concretize teus sonhos... Não deixe que eles fiquem somente no papel...
A vida não permite rascunhos...

Carmem Cecilia

No acaso, tudo mais se torna imprevisível.

Carmem Cecilia

Em busca de um caminho tantos descaminhos...

Carmem Cecilia

A organização a metodologia e a persistência são meio caminho para o sucesso...

Carmem Cecilia

Se existe vontade, sempre haverá um caminho.

Carmem Cecilia

Sempre haverá o destino e o acaso... Pra essa regra não há exceção...

Carmem Cecilia

Seja otimista. O sucesso permeia bons fluidos.

Carmem Cecilia

A última palavra impera geralmente sem contestação...

Carmem Cecília

Tenha fé... A crença traz esperança.

Carmem Cecilia

Vôo em busca do que sou...
Em cada vôo uma conquista!
Em cada vôo uma descoberta!

Carmem Cecília

Não lamento a despedida...
Haverá sempre ida...
Haverá sempre partida...

Carmem Cecília

Sou intempestiva...
Desculpem-me as tentativas...
E a falta de alternativas...

Carmen Cecília

Falhei...
Nem disfarcei...
Sou assim...
Errante...

Carmen Cecilia

Sou assim...
O pouco que me resta...
Quero ser tua festa...
Que em tudo se manifesta...

Carmem Cecilia

É na queda que deparamos com nossas fraquezas e assim podemos juntar forças para que nos elevemos.

Carmem Cecilia

O obstáculo é a força motriz da vontade...

Carmem Cecilia

Simplifique, é nisso que reside toda a magnificência.

Carmem Cecilia

O que você conhece do seu semelhante
Apenas seu semblante...Um instante?
Pese o que é realmente importante...

Carmem Cecilia

Haja o que houver, laços de família são eternos...

Carmem Cecilia

Não existe perdão pela metade. Se há ressentimento é porque não houve perdão.

Carmem Cecilia

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Minha Elis – Parte 1

O ano era 1996, para variar. Eu morava na favela com a minha família. Não havia muito o quê fazer. Na televisão, tinha a Xuxa, a Sandy, a Maria do Bairro, e, diferente das outras casas, na nossa elas não faziam muito sucesso. Nós recortávamos tudo aquilo que sabíamos que não tínhamos dinheiro para comprar, e colávamos num papel para pendurar no único armário da casa, de duas portas e metro e meio, pouco mais que uma fruteira. Mas a maior diversão não era essa. Meu pai fazia uma espécie de rádio de um hipermercado no centro da cidade. Quando havia alguma promoção, ele trazia o máximo de coisas possíveis para a gente. E também tinham os discos. Todos dele, material de apoio para o trabalho que apesar de desdenhar em certo ponto, ele fazia com competência extrema. Mas a realidade não era tão boa assim. Mas meu pai era bom no serviço, e sacana no lar. Quando eles se separaram, foi um alívio. Mas, com o litígio, perdi em certa medida a melhor parte da minha modesta, porém digna bagagem cultural. Meu pai é ator, tem como base da carreira o movimento da tropicália. Ouvíamos a MPB, como ela é rotulada, todos esses artistas consagrados, de Caetano a Gil, Raul a Tim, e principalmente Elis Regina. Minha mãe cantava quando nova e mesmo sem grandes lucros, chegou ao profissionalismo. Sempre vi a imagem da minha mãe relacionada com a de Elis Regina. Era como se uma existe em função da outra. Era assim, na época em que me dei por gente.

Com a separação, perdi o contato com a obra de Elis Regina. Minha mãe era reticente quanto ao resgate desse conteúdo; era momento de sobreviver, e não pensar em música. Mas Elis, no meu âmago, foi ganhando o status de lenda. Elis morreu em 1982. Evidente que a imprensa, sem material novo, já não dava a mesma repercussão ao trabalho da cantora. Eu queria Elis. Sempre quis Elis, com o perdão da rima fácil. Quanto menos tinha, mais queria. Volta e meia se preparava um programa especial de televisão ou rádio, e lá estava eu assistindo. Foi assim até 2008. Nessa época eu já trabalhava. Na internet, procurava músicas e dados biográficos de Elis. Não sou o maior seguidor de Elis Regina, nunca fui, mas não me ligo nisso. O que sabia era que a artista me fascinava e queria o máximo possível de informações dela.

Um dia, já em 2009, no caminho da minha escola encontrei um desses camelôs que vendem música pirateada. Estamos na era do MP3. Nunca me importei muito com compra de discos, até os falsificados são caros demais para meus parâmetros. Perguntei se tinha Elis. O gaiato me mostrou três discos, segundo ele, a coleção completa. Tinha tudo mesmo! E era por uns vinte reais. Desnecessário dizer, amigos, que duas semanas depois cometi o

que considero até hoje um “crime famélico”. Era isso, ou então empenhar tempo e esforço numa gigantesca extravagância financeira. Acreditem que não me arrependo nem um pouco com essa decisão.

Com a compra da discografia de Elis, vi que tinha adquirido também uma enxurrada de música brasileira de alta qualidade. Já escrevia, e influenciado pelos compositores que trabalharam com ela, tive um salto no teor das minhas criações. Percebi que Elis não era só sua música, era a história do meu país acontecendo diante da minha sensibilidade. Era questão de tempo até que fosse lembrada nos meus textos.

(Continua...)

Foto de Edigar Da Cruz

CARINHO AOS AMIGOS

CARINHO AOS AMIGOS

VOCÊ É D+

Você não e um Filme de estrelas de Hollywood
mais e o SUCESSO
Você não é um 51
Mais e superior a Pirassunuga
pois suas ideias são espetaculares
Você não é um Palito
mas pra mim! Vale mais
e uma grande gente FINISSIMA!
Vocẽ não e um Relógio
mais faz tempo que te gosto tanto!
E um amigo mais que da Hora...
Você é uma COCA-COLA
É mais que presão!,de gás!...
um estouro de ALEGRIA,...
de emoção nas palavras
POR FIM..NÃAAAAAAAAAAAAO E FIM
E O INCIO MESMO

VOCÊ SÃO O MEU PÚBLICO DO CENÁRIO PEFEITO
DESSA DOIDA VIDA QUE TENHO!

ADORO VOCÊS GALERA AMIGA

ED.CRUZ

Foto de Concursos Literários

Resultado do 7º Concurso Literário de Poemas de Amor.

Resultado do 7º Concurso Literário de Poemas de Amor.

Tema “As Faces do Amor.”

Bom dia poetas amigos.

Como comentei no site. Tivemos vários empates, em contato com a bancada de júri, ficou decidido que manteria os empates, resultado da votação de 11 profissionais da área literária, mais a administração, totalizando 12 votos de 10 pontos máximos.

Faz-me justo comentar, que as maiorias dos poemas não obedeceram ao que se esperava do tema, portanto da-se ao poeta o livre arbítrio de interpretação.

Sabemos que o amor é infinito assim como tuas faces e forma de inspiração.

Para um próximo concurso foi sugerido pela bancada de júri manter um tema mais sucinto e explicativo, assim podemos chegar com os concursos as tão sonhadas coletâneas, mantendo um tema segmentado.

Quatro empates do primeiro lugar todos com 116 pontos

1ºAs faces do Amor “Sobre o Amor..." Carmem Lucia - 116 Pontos 1 vídeo editado por Enise, patrocinado pela Escola de Artesanato.

1º Amor também é comprometimento Carmen Vervloet 116 Pontos
1 vídeo editado por Enise, patrocinado pela Escola de Artesanato.

1ºO Amor em Branco e Preto" Nailde Barreto 116 Pontos
1 vídeo editado por Enise, patrocinado pela Escola de Artesanato.

1ºAmocê Geraldo Trombini 116 Pontos
1 vídeo editado por Enise, patrocinado pela Escola de Artesanato.

Os premiados na categoria “Contos”, poderão escolher um de teus poemas para edição, favor fazer contato por minha página.

2º Lugar
Pintando o amor Edson Milton Ribeiro 114 Pontos Prêmio CD Instrumental Praise 1

3º Lugar
O amor é divino Elias Akhenaton113 Pontos Prêmio CD Eduardo Lages - Emoções

4º lugar
Sinto saudades de você Ceci_Poeta112 Pontos Premio DVD Kenny G - Live In Concert

4º Lugar
Nossa Casinha Leonardo André112 Pontos Prêmio CD Kenny G - I'm in the Mood for Love...The Most Romantic Melodies of All Time

5 ºLugar
O que será o amor Dirceu Marcelino 111 Pontos Prêmio Livro Leite Derramado de Chico Buarque

6ºLugar
Mas uma coisa não mudou Arnault 110 Pontos Prêmio Livro Conto do Amor de Contardo Calligaris

Mesmo não tendo cumprido o tema, um poeta se destacou pela tua forma espontânea de se comunicar com os leitores. A pedido do júri recebe premiação de melhor destaque literário neste nosso 7º Concurso de Poema de amor
Deni Píàia Prêmio Livro A Cabana de William Young

Todos receberão um e-mail onde deve comunicar o endereço para receber o premio, devendo postar um comentário neste artigo o protocolo de recebimento, que se dará a contar de pelo menos 15 dias úteis para o recebimento dos mesmos, doados por simpatizantes do site.

Agradeço a todos os poetas participantes por ter feito deste, mais um evento de sucesso de nossa casa de poetas, de Poemas de Amor.

Grande abraço
Fernanda Queiroz

Foto de Carmen Vervloet

MÃOS DE MÃE

Mãe... hoje contemplo suas mãos frágeis e delicadas
e vejo nelas marcas de dedicação delineadas...
mãos que já foram ativas... fortes... tão determinadas,
mãos que amassaram o pão nosso de cada dia,
mãos que souberam ofertar a rosa com alegria,
mãos... onde ainda hoje vibra tanta energia...
Mãos que arrancaram o sustento da vida
com garra e determinação,
mãos que ainda se postam em oração...
Mãos que nos proporcionaram excelente educação,
que sempre mapearam da vida a direção
e indicaram o caminho do bem e do progresso...
Hoje se alcançamos qualquer sucesso
a essas mãos... santas mãos... ele é devido,
mãos que foram à luta...
Mãos que orquestraram em acordes de amor
a vida com sua delgada e suave batuta,
mãos amigas... companheiras...
Mãos de mulher guerreira!
Mãos que em cada delicado gesto
mostraram-nos um rico e intenso universo!
Mãos que nunca se fiaram na sorte
e que nos deram o suporte...
Teceram com trabalho nosso futuro,
mãos que acenderam com sabedoria o escuro...
E como a vida como a lua tem fases,
deixaram para trás o esplendor da lua cheia,
mas em cada uma dessas salientes veias
que marcam essas suas abençoadas mãos
corre o sumo do amor que a nós suas filhas
por toda uma vida devotou... e abençoou...
Um amor ilimitado entranhado para sempre
no âmago do meu ser
que eu sinto de uma forma tão intensa
que com palavras jamais poderei descrever...
Ah! essas santas e abençoadas mãos
que eu venero com toda devoção...
Que eu beijo com amor...
Mãos onde leio a mais linda oração
que nutre e nutrirá eternamente
o meu agradecido coração!

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Vervloet

INESPERADO EQUÍVOCO

Lúcia era uma linda mulher nos seus quarenta e quatro anos de idade. Seu nome caia-lhe como luva... Lúcia... Luz... Tinha luz própria, brilho no olhar!
Lúcia casou-se menina. Foi mãe, esposa, dona de casa, artista... Casou-se por amor, para toda a vida. Assim havia sido com seus pais, assim deveria ser com ela.
Mas o destino mudou o rumo dos seus sonhos. Quando completou seus quarenta e dois anos, descobriu-se traída pelo marido e o casamento ruiu. Lúcia sofreu, baqueou, vergou-se diante a triste realidade. Vergou mas não quebrou. Colocou-se de pé e deu continuidade a sua vida de luta, agora arrimo dos quatro filhos ainda pequenos. Mulher corajosa, de fibra, dispensou pensão do ex-marido e foi à luta. Não considerava sua nova realidade como um problema, mas sim como um grande desafio que desempenhou com amor, afinco e sucesso.
O real problema de Lúcia era ter sido criada para ser mulher de um homem só daí seu relacionamento com outros homens tornou-se impossível. Lúcia era jovem, os hormônios em ebulição. Pretendentes não lhe faltavam, faltava-lhe a coragem para encará-los.
Lúcia resolveu então procurar um psicanalista e com seu jeito espontâneo disse-lhe:
_ Doutor, fui casada durante 22 anos, estou divorciada e não me sinto a vontade para me relacionar com outro homem. Melhor dizendo vim aqui para que o senhor me ensine a fazer isso. Sinto-me inibida, tímida, realmente não consigo resolver sozinha esse imenso problema. Quero me libertar desse pesadelo.
E o medico retrucou:
_ Fique tranqüila, Lucia, em uns dois meses será outra mulher, livre dessas amarras do preconceito.
E assim aconteceu. Em menos de dois meses de análise, Lúcia conheceu, numa galeria de artes, um francês, homem bonito, inteligente, intelectualizado. Os olhares se encontraram, o coração estremeceu, a pele arrepiou. Foi paixão a primeira vista, intensa... Levando Lúcia as estrelas. Uma paixão bonita, ardente... Em menos de um mês, Pierre, esse era o nome dele, já havia comprado uma casa na cidade que Lúcia morava. Passava quinze dias na França, cuidando da sua empresa e quinze dias no Brasil ao lado da mulher amada. E entre idas e vindas os dois iam sedimentando o relacionamento. Numa dessas vindas, Pierre telefonou já do aeroporto internacional de São Paulo:
Lúcia, “mon amour”, estou chegando, ardendo em desejo, com saudade de você.
Lúcia que morava no Rio, correu para o chuveiro, para se fazer cheirosa, linda, faceira, sensual e assim buscar seu amor no aeroporto do Galeão. Mas pobre Lúcia! No primeiro contato com Pierre senti-o arredio. Lucia sugeriu irem direto a um restaurante, mas Pierre continuou mantendo certa distância, diferente do Pierre de sempre, romântico, carinhoso, beijoqueiro. No restaurante sentou-se de frente para Lúcia e não ao lado dela como sempre fazia.
Lá pelas tantas, Pierre não resistiu e disparou a pergunta:
_ Lúcia, você tem piolhos?
Lucia, desconcertada e surpresa respondeu:
_Eu, Pierre? Piolhos? Não Pierre. Estou me coçando? Por que essa pergunta?
E Pierre retrucou:
Lúcia, eu não consigo ficar perto de você, seus cabelos cheiram demais a inseticida.
Foi aí que caiu a ficha de Lúcia. Lembrou-se que pediu pra sua empregada matar uns insetos no seu banheiro e provavelmente ela havia esquecido o spray de inseticida sobre sua penteadeira e no afã de se fazer bela para seu amor, confundiu os sprays e borrifou seus lindos e longos cabelos negros com inseticida em vez do seu fixador habitual.
Desfeito o mal entendido, tudo acabou num tórrido banho a dois, onde Pierre lavou os cabelos de Lúcia, tendo como fundo musical Piaff cantando “NE me Quit Pás”.

Carmen Vervloet

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Friday

Contarei agora a história de uma garota que chamaremos de Frida. O interessante da vida dessa moça é que ela nunca havia feito nada de errado na vida. Ainda. Ela era uma menina de classe média, tinha uma beleza mediana, e estava no caminho do ensino médio. Frida era o resultado do trabalho de séculos no novo continente.

Acontece que esse trabalho não era seu. O sofrimento contido de seus pares e parentes não era mencionado por uma questão de evitarem-se constrangimentos. Para que a nova terra alcançasse o esplendor atual dos dias de céu aberto, muito sangue havia sido derramado, muito suor havia caído, muitas vidas haviam sido ganhas e perdidas.

Em um mundo de labuta e sacrifício, por vezes a felicidade ofende. Sim, incomoda, pois as respostas das questões mais mundanas como nosso estado, nossos Estados, razões de existires não foram solucionadas. Aquele que tem conforto, grau de segurança, bonança nas horas, é alvo da inveja e da cobiça alheia, mesmo que indiferente ao outro lado.

Justamente é esse o problema. A indiferença. As pessoas não aceitam ser ignoradas. Pode ser por inconsciência, ou inconseqüência, mas o triunfo solitário ainda mais de um imberbe jovem causa traz à tona os sentimentos sórdidos dos inconformados. Voam as farpas. Os conquistadores sentem as velhas vergonhas dos seus méritos enfim questionados.

Frida queria ser artista. Não lhe bastava mais a felicidade do seu país natal, tinha de mostrar o tanto ao planeta. Nos palcos da virtualidade foi sua glorificação, onde teve seu êxito, e tampouco aguardava tamanho retorno. Porém, sua vitória teve resposta rápida. Os ânimos exaltados dos humanos comuns lhe repudiaram. Mas, qual seu engano? O seu ingênuo sucesso fazia tanto mal assim aos que discordavam da sua obra?

Não. O problema é outro. É o dilema da sobrevivência forçada. Sua inatingível felicidade oprime, frente às reprimendas dos pequenos ditadores assassinos, dos terremotos implacáveis, das infindáveis plantações e usinas isoladas nos desertos rurais, os campos de concentração das cidades e seus carros lentos, escritórios abarrotados, mendicâncias melancólicas.

A menina não estava cometendo nenhum pecado, e nem aqueles que acreditavam nessa hipótese. Do mesmo modo, ambos os pontos de vista não refletiam toda a complexidade da situação. Não é só uma briga pelo gosto musical, ou pela suposta ideologia política de um ou outro. É a disputa diária pela vida, refletida na expressão das opiniões, revelando a importância de uma palavra banalizada pelos egoístas, a antiga musa dos ancestrais, que perseveraram para os que os de hoje mantenham seu caminho, a mãe chamada pelo nome, eterna e doce, a liberdade.

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