Sorte

Foto de raziasantos

Poderia ser diferente...

Poderia ser diferente.
No dia 13 de outubro de dois mil dez, por volta das dez horas da manhã.
Recebi um telefonema, era minha filha me avisando que o irmão de minha cunhada tinha sido assassinado.
Noticias como estas nunca são agradáveis, principalmente quando se trata de alguém próximo a nós.
A separação sempre e dolorosa, mesmo quando já esperada.
Então ao receber esta triste e trágica noticia sentei-me e fiquei meditando.
Eu o conheci quando meu irmão se casou com a irmã dele.
Nando era um jovem alto, moreno corpo bem malhado, um homem sedutor, educado, e muito prestativo.
Nesta época meu irmão era recém casado e foi quando ficou gravemente doente, ele tinha câncer no estomago, ainda muito jovem, mas...
Não se escolhe o nosso destino.
Foi neste período difícil que passamos que passei a conhecer Nando melhor.
Ele estava estudando enfermagem e se dedicou meu irmão com muito amor,
Nos últimos dias de vida de meu irmão a ajuda de Nando foi crucial, ele o levava para o banho trocava suas roupas, revezava com a família no hospital.
Nando era um ser de luz uma pessoa com alma caridosa.
Infelizmente se autodestruía era usuário de drogas, no inicio, maconha...
Considerada droga leve...
Meu irmão partiu, mas a gratidão pela força e ajuda em geral que Nando nos prestou jamais será esquecida.
Só que uma amizade não se constrói por gratidão.
Em cada, gesto, cada, ato, uma verdadeira amizade se constrói com pequenas
Partícula de amor ate que se transforme em amigo.
E era assim que eu o via como amigo.
Com o passar do tempo ele foi se afundando cada dia mais nas drogas.
Era casado tinha duas filhinhas lindas, mais tarde teve um filho.
O qual hoje tem três aninhos.
A família cansada de lutar desistiu dele, eu por vez poderia ter feito algo, mas
Não sei por que não fiz.
Ou talvez tenha tentado, não sei eu sempre conversei muito com ele tentei encaminhá-lo á uma clinica, mas não dependia de mim e sim dele.
Assim ele se perdeu de vez, abandonado, pela família, vendeu tudo que tinha pra comprar craque, vivia como um zumbi rondando a cidade, sem expectativas, de um novo amanhecer.
Ali sentada comecei a me perguntar o que poderia ter feito por ele.
O que deixei de fazer, como seria se ao invés de tentar tivesse obrigado ele
A ir para uma clinica:
Perguntei-me ate onde a família é responsável, como conseguir ajuda?
Não encontrei resposta, mas tenho certeza que podemos acreditar na recuperação desse pobre coitado, engolido pelas drogas, adotados por
Por traficantes que corroem a sociedade.
Eu acredito que o apoio da família é fundamental, pois meu filho era um usuário, e hoje esta limpo, veio pela dor, mas esta livre.
Infelizmente Nando não teve a mesma sorte, cavou e encontrou sua morte.
À noite fui para o velório, e encontrei toda família reunida, também os amigos da família dele também, eles choravam a perda do menino que fora criado juntos deles, eram vizinhos, que viram crescer.
Tudo estava normal como todos os velórios choro, olhares curiosos, flores que chegam amigos dando os pêsames velas...
O silencio da morte foi quebrado quando, uma das irmãs dele começou a montar uma mesa com lanches para os amigos que iriam virar a noite no velório.
Eu olhava o rosto dele no caixão estava tão sereno que nem parecia ter morrido de forma tão brutal.
Esta imagem ficou gravada em minha mente, agora ele encontrou paz.
Quando sua irmã terminou de montar a mesa, com as guloseimas, as crianças que circulavam pra, lá e pra cá inocentes sem saber do que se tratava.
Foram as primeiras a se servirem...
Mas o que mais tocou a todos foi o filho dele com dois anos e meio, ele correu pegou nas mãos da tia e pergunto dando pulinho de felicidade:
É agora que vamos cantar parabéns titia?
No silencio da morte á dor mais forte dos pobres anjinhos inocentes, seguem
Em seus caminhos incertos do dia do amanhã...
Que em teu último suspiro Deus possa ter tido misericórdia de ti.

Foto de CarmenCecilia

Vou-me embora para o estuário do Tejo

Vou-me embora para o estuário do Tejo

Vou-me embora para o estuário do Tejo
Lá se não sou amigo do rei
Há menos nepotismo e mais lei
Chegou a hora...

Vou-me embora para o estuário do Tejo
Uma seta questionou a direção
Uma apontou para o coração
Outra para a razão

Vou-me embora para o estuário do Tejo
Essa é minha opção
Há um quê de urgência
Com sabor de desistência
Enveredando por todos os caminhos...

Vou-me embora para o estuário do Tejo
Diante da encruzilhada
Guiar-me-ei pela sorte...
E enfim encontrarei meu norte...

Carmen Cecília
15/02/11

Foto de Arnault L. D.

Tua boca

Tua boca...Ah! Essa tua boca...
É como um fruto prenunciando sabores,
Como uma sombra no dia lhe cobrindo em capuz,
E despertando o real atras da cortina da luz!

Tua boca... Ah! Essa tua boca...
É como a névoa que encobri o aporte,
Que desvia, que leva a deriva do norte,
Que também sinaliza, na estrada da sorte.

Tua boca... Essa tua boca rara...
Pincelada rubra de crepúsculo, clara de verdade,
Tornou-se brilhante, uma taça que transborda,
Flor emergida no pomar da vontade.

(Este poema foi inspirado no poema "Teus olhos", de Carmem Lucia.
um abraço Arnault )

Foto de Paulo Gondim

Descobertas

DESCOBERTAS
Paulo Gondim
05/02/2011

Acostumei-me desde cedo com pouco
Tudo isso no meio de muita opulência
Mesas fartas, vestes suntuosas
Brinquedos caros, muito luxo, pouco proveito
Só um detalhe: isso não me pertencia

Aprendi a contornar dificuldades, viver simples
Perdas sempre fizeram parte de mim
Nem por isso fui menos feliz
Apenas adaptei-me ao meio. Sobrevivi!

As paixões se resumiram em alguns soluços
Diante da precariedade da existência
Não podia mesmo alimentá-las... Melhor assim
Sofri pouco, já que o instinto de vida era maior

Apesar dos desacertos da vida, ainda sorriu
Acabei conquistando até muito para “meu tamanho”
E na hora do ajuste de contas, me pergunto:
De que vale tudo isso?... Só pelo prazer de conquistar?

E entre estudos, descobertas e filosofias
Entendi tudo não passar de fantasias
Tudo se resume em mistério, mera sorte
Tudo termina num cemitério
No convite final que nos faz a morte

Foto de vilma donizete fernandes silva

amizade

Meu nome: Amizade
Meu endereço: coração
Minha idade: uma vida inteira para te querer bem
Data de nascimento: o dia que te conheci
Minha profissão: amiga
Minha estrada: todos as amizades
Minha sorte: ter te conhecido
Minha luz: teus olhos
Meu desespero: ficar sem suas respostas
Minha vontade: ser sempre sua amiga
Meu pensamento: chegar até você
Cheiro mais gostoso: nossa amizade
Uma musica: tua voz
Meu desejo: tua felicidade
Um carinho: tua amizade
Uma verdade: Eu Te Adoro

Foto de Fernando Vieira

Poetisa apaixonada

Poetisa apaixonada
(Fernando Vieira)

Apaixonada você grita
Desesperada pra dizer
Tolo daquele que acredita
Não ser amado por você

Você é puro sentimento
Alma cheia de paixão
Mulher que gosta de verdade
Cultiva amor no coração

Feliz daquele tu ama
Sortudo tem um grande amor
Que ele te veja além da cama
E retribua o teu calor

Que queima e arde tão bonito
Na expressão de um poema
E ao ecoar esse teu grito
Espera ter valido a pena

O teu amor me contagia
Tuas palavras me envolvem
Inspiram-me essa poesia
Me arriscando a própria sorte

Mas espero que tu gostes
Pois faço de coração
Me afinizo com teus versos
Cheios de amor e paixão

O que sai de tua mente
São declarações de amor
São palavras, sentimentos
Que você bem expressou

Poetisa é o que tu és
E eu teu admirador
Que nunca falte a inspiração
Pros teus poemas de amor

Foto de Allan Sobral

Soneto a Meu Deus

Meu Deus,
Hoje te esccrevo em versos,
pois em versos a vida inverteu-se

Fui a mão que escreveu a poesia,
Hoje nada mais sou do que tinta borrada em papel,
Fui o alto da montanha, o alvo do Sol
Hoje nada mais sou que nuvem borrada no céu.

Meu Deus,
Hoje te escrevo vazio,
pois os vazios da vida invadiram-me

Vivo fingindo, atuando o drama da vida,
Me defendo sorrindo,
Vivo morrendo, fingido fugir da morte
Largado a propria sorte,
me entrego chorando.

Meu Deus,
Hoje te escrevo com lagrimas,
Pois em lagrimas a vida banhou-se

Danço sozinho, como vampiro que vivo do amor,
leve sorrizo embreagado e sem cor,
Bêbado da dor.

Meu Deus,
Hoje te escrevo com saudades,
pois só tem falta quem tem amor

ALLAN SOBRAL

Foto de Zoom onyx sthakklowsky kachelovsky kacetovisk

Te escrevo...

Te escrevo meus versos roucos
enquanto te procuro na noite sem luar.
Talvez encontre na rua sem norte,
no desejo sem sorte...
A desilusão por te amar!

Foto de MorumySawá

MINHAS VISITAS AO INFERNO

Já visitei o inferno em vida. Já entrei em suas câmaras horrendas diversas vezes. Em todas, padeci muito. Nada tem a ver com o "Hades" mencionado na bíblia e nos estudos teológicos que são dados por religiosos. Aquele que jaz embaixo da terra e começa depois da morte não me interessa aqui. O inferno que já conheci e que me machuca fica mesmo na terra dos viventes.
Já estive no inferno do engano. Há algum tempo debato com um cenário surreal e dantesco que aconteceu dentro de minha mente. Vomito e sujeira, mau cheiro e loucura atolava meu filho no submundo dos tóxicos. Ali não existem humanos, apenas carcaças ambulantes. Sempre que tenho este pesadelo desejo dormir profundamente só para fugir do que testemunhei imaginando no futuro um cenário tão real que aflige não só a minha mente, mas, também a minha alma. Vivo a me perguntar por que os jovens se revoltam contra o sistema a sua volta. Tentam ser livres e acabam criando uma masmorra para si mesmo. Constroem o inferno com suas próprias mãos.

Sempre que desperto deste pesadelo um Lago de Enxofre permeia o mundo em que existo. Cada um dos jovens perdidos neste mundo tem uma mãe e um pai. Pais que choram como eu. Choram por não saber como apagar as labaredas medonhas que teimam em alcança-los.
Já estive no inferno da culpa. Hoje sei que nenhum tormento provoca maior dor que a culpa. Qualquer mulher culpada sabe o tamanho de sua opressão. Qualquer homem culpado fala que os ossos derretem com uma consciência pesada. Culpa é ácido que corrói. A culpa avisa que o passado não pode ser revisitado. Assim as pessoas se submetem a carrascos internos e esperam redenção através de açoites. A dor da culpa lateja como um nervo exposto.

Os culpados procuram dissimular o sofrimento com ativismos, divertimentos e prazer, omissão e loucura. Mas a culpa não cede; persegue, persegue, até aniquilar a iniciativa, a criatividade e a esperança. Recordo quando no final de uma reunião, uma mulher me procurou pedindo ajuda. Seu marido se suicidara de forma violenta. Mas antes, ele procurou vingar-se. Deixou uma nota responsabilizando a mulher pelo gesto trágico. Diante da tragédia, aquela pobre mulher, desorientada e aflita, não sabia como sair do cárcere que o marido meticulosamente construíra.

Já estive no inferno da maldade. Conheci homens nefastos, mulheres perdidas em sentimentos da inveja. Sentei-me na roda de escarnecedores. Frequentei sessões onde o martelo inclemente da religião espicaçou inocentes. Vi pastores alçando o voo dos abutres. Semelhante às tragédias shakespearianas eu própria senti o punhal da traição rasgar as minhas vísceras. Fui golpeada por suspeitas e boatos. Com o nome jogado aos quatro cantos, minha vida foi chafurdada como lavagem de porco. Senti o ardor do inferno quando tomei conhecimento da trama que visava implodir o trabalho que consumiu meus melhores anos de ministério. E eu sem saber como reagir.

Portanto, quando me perguntam se acredito no inferno, respondo que não, não acredito, eu o conheço! Sei que existe. Eu o vejo ao meu redor. Inferno é a sorte de crianças que vivem nos lixões brasileiros em meio às drogas. Inferno é a negligencia de pessoas que se acomodam em seu mundo particular e que se danem os que estão lá fora. Inferno é o corredor do hospital público na periferia de Brasília e em outros estados brasileiros. Inferno é a vida de meninas que os pais venderam para a prostituição. Inferno é a luta que meu filho enfrenta todos os dias quando acorda dizendo que não vai mais ser escravo do vicio.

Um dia, aceitei lutar contra esses infernos que me rodeiam, assustam e afrontam. Ensinei e continuo a ensinar que Deus interpela homens e mulheres para que lutem contra suas labaredas. E passados tantos anos, a minha resposta continua a mesma: “Eis-me aqui, envia-me a mim”. Acordo todos os dias pensando em acabar com os infernos. Gasto a minha vida para devolver esperança aos culpados; oferecer o ombro aos que tentam se reconstruir; usar o dom da oratória para que os discriminados se considerem dignos. Luto para transformar a minha escrita em semente que germina bondade em pessoas gripadas de ódio. Dedico-me porque quero invocar o testemunho da história e mostrar aos mansos que só eles herdarão a terra onde paz e justiça um dia se beijará.

Cleusa de Souza Klein

Foto de Fontes de Amor

É PROIBIDO

É Proibido

É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender os que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,

Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,

Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se
desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,

Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.

Pablo Neruda

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