Sorriso

Foto de Rosita

CANÇÃO DO CORAÇÃO

Sentado embaixo da mangueira
O céu com o olhar perdido fitava
Da viola triste som tirava

Sentei-me ao seu lado devagar
Procurando em nada incomodar
Para dos seus sonhos não o acordar

No seu olhar uma lágrima dançou
Um suspiro do seu peito escapou
Uma canção de lamento ele cantou

Quando terminou de cantar
Olhando-me com aquele triste olhar
Deixou de seus lábios um sorriso escapar

Disse-lhe: bravo poeta, que bela canção
Ele sério, olhando-me nos olhos, respondeu:
Moça, sou não, apenas canto o que manda o coração.

Rosinha Barroso
22/01/2008

Foto de Joaninhavoa

MY RAINBOW

A manhã cheia de luz...
O Sol, estrela de brilhantes a brilhar
Estende seus raios a enfeitiçar
E num perene penetrar
Cheiro a musgo...
Terra húmida...
Vem doce e a soletrar
“My Rainbow”...
Com um sorriso no olhar
E a terra fica pronta
Pr`a arar!...

JoaninhaVoa, in “MY RAINBOW”
(em 23 de Janeiro de 2008)

Foto de Dirceu Marcelino

RESPINGOS DE PAIXÃO IV - A BRASA DO FOGÃO

Cheguei,
Agora ao meu chalé
Estou um pouco cansado
Deito-me em uma rede
Da varanda preguiçosa.

Adormeço.

Acordo,
Com certo frio.
Preciso me esquentar,
Esquentar minha alma.

Vou até o fogão,
Fogão de lenha,
Pego um tição,
Tição
Que parecia apagado
Assopro-o.

Vejo que as cinzas voam, (VOA)
Aparece um vermelhinho
Sinal de uma brasinha,
Este foi de Joaninha.

Nem li tua poesia,
Mas sei que escreveste
Pois, li teu comentário.

Bem, não sou “bidu”
É melhor ir dar uma lida,
Quero criar mais vida.
Ah! Sim, o nome é

“Fada madrinha.
Sim. É isso que ela é,
Fada, fadada
A ter sonhos,
P’ra ela é mais alguém
Ah” Como tem!...”

Veja:
Pegou sua varinha
E acendeu
O fogão p’ra mim.
"Chama da paixão"
Deu um assomprão

E a brasinha
Que estava enfraquecendo,
Acendeu.

Não foi bem um assoprão,
Ao contrário,
Foi um "sugão"
Que arrancou do coração
O fogo,
Da paixão.

E, ainda lhe põe lenha,
Senta-se sobre o fogão
E ali permanece
Acesa,
Assoprando as brasas
E colocando lenha,
Sujando a mão,
Com um sorriso maroto,
Toda faceira.

Mostra
Como é o carinho
Da Rosa,
Do botão
Que se abre palpitante
Como é próprio
De quem herdaste

Essa Arte,
Como de minha Avó
"Vovó Julieta,
Tia Maria,
Todas Portuguesas

Do "Ninho".
Sim foram elas,
Minhas ascendentes
Portuguesas,

Elas me ensinaram
A esquentar
Meu ninho,
Acender meu coração

Com poesias,
Arte que me extasia
E faz que minha vida,
Seja sonho,

Sonho com a Mulher
Portuguesa
Irmã da Brasileira,

Como minha mãe,
Minha esposa,
Minhas filhas,
Minhas netas.

Todas falam esta

M a r a v i l h o s a

Língua Portuguesa.

Foto de sergiomorsan

ESCURIDÃO DO TEMPO

Na escuridão do tempo bate o tempo a cem por hora
Numa cidade sem perdão sinto tristeza e solidão
De uma escuridão morta de viagem sem volta
Na cidade mórbida sem sentido e sem razão

A Lua obscura brilha no céu agora
E minha solidão opaca assola meu coração
Deixando meu sorriso pra fora
Da criança que acorda sem imaginação

Vejo-me viajar movido à droga
Sinto bater acelerado meu coração
Parece bater a mais de cem por hora
Então peço perdão à minha insólita solidão

Mais aparece o Sol impondo nova aurora
No horizonte em sentido da paixão
Brilhando, ecoando o som que toca
A harmonia da cidade com a escuridão

Dia e noite, noite e dia tanto faz a troca
De Sol à Lua de Lua à Sol o que dirão
Da metamorfose que aqui nos joga
Contra a vida e a morte a dizer sim ou não

Foto de NiKKo

Amor. É isso o que eu sinto.

Você me rouba de cena, entorpece minha mente
e deixa-me sem os pés no chão.
Mas sei que você é o fogo que me acende,
eleva-me aos céus e me da asas para a ilusão.

Você me faz desejar ser muito mais do que sou.
Leva-me a navegar nesse seu mar de desejos,
faz-me entregar-me nessa onda de sentimentos
que me invade a alma e transborda em beijos.

Você me deixa com um sorriso nos lábios
por imaginar você dormindo em meus braços.
Fazendo-me descansar no teu, as minhas fadigas,
relaxando ali, de todos os meus cansaços.

Quando olho teus olhos brilhando de ternura
que ao me olharem, me transmitem tanta emoção.
Faz-me sentir segura e tranqüila, tal qual um barco
que atracou em seu porto, depois de um furação.

E deixo minha alma por você ser desvendada,
que confesso que não temo o que está por vir.
Teu amor me faz sentir o destino em minhas mãos
porque ele me devolveu-me a vida e a razão de sorrir.

Assim sei que estou cativa desse sentimento
e confesso não quero dele me esconder.
Amo você. E isso me dá uma paz enorme.
Amor... acredite eu não vou de ti, me esquecer.

E a luz desse nosso amor anunciará ao mundo
que a Fênix ao mundo dos vivos retornou.
Que ela deixou nas cinzas do passado, velhos sonhos.
Que um amor puro e sincero ela encontrou.

Foto de Lohanna

Minha vida...

Minha vida se resume em amor
Mal sabia q realmente
Nenhum tinha valor
Até q de repente
Surgiu uma pessoa diferente
Ele comseu jeito tímido e seu sorriso
Me fez perde o juízo
Surfista ele é
Se pudesse mal largaria de seu pé
Mas quando nos vemos
Se conhecer melhor queremos
Mais por falta de coragem tudo perdemos
Tenho muito medo
De q outra ocupe seu coração
E q tudo q estou vivendo seja ilusão
Medo de não ser correspondida
E ao invez disso ser traída
Medo de não poder lutar
E ter q desistir antes de começar
Mais ainda tenho esperança
De algum dia ganhar sua confiança
O futuro não cabe a mim prever
Mais espero te ter
E nunca mais te perder...

Foto de patrick_bange

A BRUSCA POESIA DA MULHER AMADA III (à maneira de Vinicius)

O corpo da mulher amada é sagrado.
Súbito como um susto, voraz como a carne vermelha.
O toque à sua superfície angelical é leve,
tem de ser silencioso como uma oração,
íntimo infinitamente.
Pelo corpo mergulha-se na mulher amada,
procura-se a aurora de seu ser, a luz secreta,
o silêncio celeste de sua matéria impalpável.
Haverá a hipótese do suor quente:
beber o vinho de sua alma e deslizar pelos caminhos úmidos,
salgados e vermelhos de suas curvas de ouro.
Para ouvir a mulher amada respirar, tem-se que fechar os olhos,
porque há nisso qualquer coisa de divino,
de eterno, de graças à vida.
A voz da amada é o canto de cem mil harpas em harmonia uníssona.
Seu sorriso guarda o espanto de uma noite estrelada,
olha-se para seus olhos como para uma flor vermelha,
rara, hipnoticamente bela.
E cai-se dentro deles como em uma alegre armadilha.
Não há coisa mais bonita e azul que a mulher amada.
Segurar suas mãos como a duas porcelanas chinesas,
e beijá-las como a um filho que nascera.
Comer a Poesia da mulher amada,
fazê-la água fria no deserto, agasalho no inverno,
alimento para toda a vida.
Entregar-se como a um deus bom,
cantar-lhe as incomensuráveis ternuras que nela explodem.
A vida da mulher amada é o princípio da minha,
também o meio, também o fim.
E como prova final de amor eterno ao ser da mulher amada,
escrever-lhe um poema simples,
sussurrá-lo em seu ouvido à noite
e selar o infinito com um beijo morno:
uma luz infinda que ilumine duas escuridões.

Foto de Claudia Nunes Ribeiro

QUE SEJA DE QUALQUER MANEIRA...

Atrevida,
Teimosa?
Sou tudo isso e muito mais

Tudo o que quero,
Quero mesmo e ponto final.
E daí?

Mas não adianta conversinhas...
Sei que você gosta mesmo assim
Te faço rir e chorar de rir
Quem te faz feliz assim?

Cuido de ti do meu jeitinho
Brigo, ralho, mas nada adianta
Sempre me vence no final
Basta um sorriso e um chamego
E eu mais que depressa me derreto

É
Não tem jeito
Somos dois loucos, insanos
Te quero de qualquer maneira
Sou tua de qualquer jeito
“na chuva, na rua, na fazenda...”
no carro, na praia, no drive in
É só me chamar que eu vou
É só eu chamar que você vem!

Foto de Marcelo Roque

Carinho Carente

Eu bem que tento atingir outros olhos
Mas, meus olhares chicoteiam
E acabam sempre
Atingindo os seus

Tocar uma outra boca
Minha boca ainda aceita
Agora, laçar outra língua
Minha língua rejeita

E quando meu corpo encosta em outro
Até faz algo parecido com amor
Tentando assim, enganar a si próprio

Mas, a verdade é uma só
Meus carinhos entristecem longe de você
E mesmo quando procuro reanima-los
Apresentando-lhes outras carícias
Eles me respondem com um sorriso amarelo
Sem graça

E meu amor, então
Nem se fala
Nem cogita a possibilidade
De se engraçar por outra pessoa
E ainda a espera
Fielmente
Agarrado a mais esverdeada das esperanças
E com toda a paciência
Que só um verdadeiro amor
Tem o direito de ostentar

Foto de NiKKo

Teatro chamado Vida

Capítulo 8: Teatro chamado VIDA
(por Fenix , adicionado em 15 de Janeiro de 2008)

Eis aqui meu coração repleto de saudade
com um enorme sorriso pintado no rosto.
Finge estar com a alma tranqüila e serena
a ninguém revela sua amargura, seu desgosto.

Ele seria motivo de chacota para muitos
pois rindo diriam: eis um farrapo humano.
Meu coração então bate apressado no peito
e esconde entre soluços o nome de quem amo.

Mas quem me vê não imagina a minha dor
pois eu aprendi com a vida esconder e disfarçar.
Assim vou caminhando de cabeça erguida
e ninguém vê ou percebe minha alma a soluçar.

Aprendi a duras penas que o amor só traz fantasias
que no fim só restam mesmo a decepção e amargura.
Que na alma as feridas demoram a cicatrizar,
que essas marcas só mesmo o tempo, cura.

Reconheço que aprendi a viver apenas o momento
por descobrir que toda felicidade é passageira,
que amor eterno não existe. É fantasia.
Que juramento de apaixonado é coisa traiçoeira.

Desta forma vou vivendo interpretando meu papel
nesse teatro que é hoje o meu viver.
Todos acreditam que superei o fato de ter te perdido
mas eu confesso que não consegui te esquecer.

Mas descobri que o amor que me prendeu a você
para você de verdade, nada significou ou valeu.
Para você eu fui um simples ato no teatro de sua vida
que acabou, quando a cortina sobre o placo desceu.

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