Palmeiras mágicas
Quando pensamento errar,
Na ingénua comunicação,
Acolhe a mudez do chorar,
Acalma o sofrer de desilusão.
Quando o tacto amigo errou,
Na inocência do bem-querer,
Não critiques o que falhou,
São percalços onde erro ganhou ser.
Nas vergastadas da vida,
Onde madrasta chibatou,
Ficou a ferida escondida,
Na alma que o Sol bronzeou.
E nas horas risonhas do dia,
Ponte das dores de outrora,
É viaduto de florida orquídea,
E é aqueduto de ancora que chora.
Se a mente é alegre e comunicativa,
Gosta de partilhar toda a sua energia,
Espalha pólen e frenesim em toda a via,
Ilusionistas mudam festim em nostalgia.
Porque não sabe o coração estar calado?
Porque alastra confétis na rua de lama?
Porque será que o sonho não é guardado,
No coração de quem tem sonho de fama?
Rasgar os sonhos em pedacinhos,
É tiro certeiro a sair pela culatra,
Mesmo em cônscios escondidinhos,
São palmeiras mágicas de Samatra.