Som

Foto de Arnault L. D.

Lancinante ( Canto para a Lua )

Ouça o uivo distante
de um amor que foi tão lindo.,
um amor que não tem ninguém.
E este amor já foi meu.
Mas o entreguei a alguém
que não o quis: O abandonou.
E agora, vadio, vaga ferido.

Desesperado ao céu canta.
Já não mais ele é meu,
nem dela, que não o quis.
Perdido, uiva para a lua
como um cão sem dono
e foi um amor tão bonito...
Mas agora é trapos, nem um lobo,
sozinho a errar... ouça o grito
a chamar a dona que não vem...

Ouça o som dilacerado
que se esvai num gemido ecoando à escuridão,
é o som de quem chora de amor...
Um ganido desesperançado.
Ele não é mais meu, porque o dei
e para quem o dei, o descartou.
E agora é o relento, à rua abandonado,
no escuro, sozinho, a uivar chorou.

Foto de Diario de uma bruxa

Estrelas

Quando era criança
Costumava deitar no telhado da vizinha
Pra ver as estrelas e
Conversar com elas
E elas me escutavam com clareza

Eu ficava horas ali
Era tão gratificante
Elas pareciam sorrir pra mim.
Em cada cintilar
Dava até pra ouvir
O som dos cristais de seu brilhar
Que era uma resposta pra mim

Sentia-me feliz
Ali era o meu consolo
Meu esconderijo
Todos que passavam
Não podiam me ver
As estrelas eram minha companhia
Minhas psicólogas
Eu falava, elas me ouviam
E às vezes até respondiam.

Já fui chamada de maluca
Por olhar para o céu e conversar com o nada
Mas louco era aquele que não via
Que com quem eu falava
Era muito mais que um nada
Eram as estrelas
Minhas doces advogadas

Já me perguntaram se eu via Et.’s
Fazia-me rir
Eu ria... Do que não podiam ver
Só eu via
A alegria que as estrelas tinham
Só de eu olhar pra elas
Só de me ouvirem falar
Elas tinham em mim a companhia
Que mais ninguém podia dar.

Poema as Bruxas

Foto de Oliveira Santos

Pra Turista Ver

Ave Maria!!!
Lugar de alegria
Terra de magia
Chamada Bahia

Gente festeira
Na rampa, na feira
Morena faceira
Na rede, na esteira

Praias e sol
Axé e suor
Sambão, futebol
Rompendo o arrebol

Mistura de cores
Diversos sabores
De causar tremores
Ao som dos tambores

Foto de Ozeias

A obra prima do escritor anormal

Ele passou toda a noite buscando alguma coisa. Algo que pudesse preenchê-lo para assim, com a ajuda da caneta e do papel, esvaziar-se.
Como quem puxa todo o catarro do fundo e depois o cospe, assim, segundo ele, é escrever. Em seu caso, ele puxava outras coisas de outro fundo, um fundo mais pessoal, um fundo inteiro e somente dele, que mesmo assim, não conhecia por inteiro.
Naquela noite, devido às nuvens que tapavam a lua, ele viu-se obrigado a usar velas. Chovera o dia todo e ele ainda podia ouvir as gotas pingarem nas folhas das árvores.
Mas naquela hora não havia gotas pingando em folhas. Todas as gotas já haviam pingado.
- A janta. – Anunciou a sua mãe.
Sua mãe havia se deitado mais cedo e a sopa esfriado, mas só naquela hora que ele foi ouvi-la. Também não estava com fome, então deixou seu prato intacto na mesa. Ele nem sabia que era sopa.
Pegou a caneta e encostou a ponta no papel amarelado. Quando um ponto preto surgiu no papel, sua mão afrouxou-se e a caneta se soltou dela, deitando assim no papel.
Lá fora as pessoas corriam de um lado para outro, pisando nas poças de água, produzindo um barulho que estava distraindo. Primeiro, ele ficou apenas prestando atenção. Depois, mais pessoas começaram a correr, deixando-o irritado. Fechou os olhos tentando se controlar, mas não conseguiu. Num gesto rápido, ele levantou-se produzindo um ranger alto e dirigiu-se para a janela.
- Vocês querem parar de correr nessa merda?
Dois gatos assustaram-se e sumiram em meio ao breu. Não havia ninguém lá fora, mas mesmo assim as pessoas pararam de correr. Satisfeito com o novo silêncio, ele voltou para a sua cadeira.
Cadê aquilo que ele buscava? Ele fechava os olhos, ele olhava para o céu negro, ele olhava para cada canto daquele quarto mal iluminado à procura de alguma coisa, mas nada lhe vinha.
- Não, não... Não! – Irritou-se ele com a voz feminina que lhe dava idéias – Isso eu já escrevi ontem!
As sombras dos fogos das velas começaram a dançar por cima da folha e um cachorro começou a latir. Ao ver e ouvir tais coisas, ele teve um insight. Pegou rapidamente a caneta e começou a escrever com frenesi.
Enquanto o cachorro latia lá fora, as sombras das velas dançavam sobre a folha amarela...
Enquanto ele escrevia, foi tomado pela sensação de prazer. Um êxtase que somente ele era capaz de sentir. E cada palavra escrita foi lhe proporcionando tanto prazer que quando estava prestes a terminar, sentiu um prazer orgástico. Aquela fora a primeira vez que ele gozou enquanto escrevia.
Feliz e orgulhoso, leu e releu o que havia acabado de escrever.
- Obra prima!-Disse-lhe a voz, fazendo com que ele ficasse mais cheio de si.
Inquieto, ele andava de um lado para o outro, no quarto. Alguém tinha que ler, mas quem? Seja lá quem fosse, haveria de ser logo, naquela noite. Sua mãe já estava dormindo, seu irmão, um ignorante, algum amigo que quase nunca entendiam, mas então quem?
De repente, o som da porta da cozinha fez com que ele pulasse. Um vendaval entrou pela casa, fazendo as portas do armário bater, o fogo das velas se apagarem e... O papel! O vento carregou o papel, que saiu pela janela.
- Não!- Gritou ele enquanto corria para fora, à procura do papel.
Para onde o vento teria levado? Enquanto ele corria, seu medo ia crescendo. Aquilo não podia estar acontecendo. Logo a sua obra prima? Ele não ia permitir aquilo. Que o vento levasse outra coisa, mas não aquele texto.
Ele parou de correr ao ver a folha caída na poça de água. Ainda que a rua tivesse mal iluminada ele pode ver. Não teve coragem de se aproximar enquanto a folha se dissolvia na água. Seu estado de choque era tamanho que ele ainda não conseguia chorar. Naquele momento ele era uma pedra.
- Depois você reescreve- Disse-lhe a voz.
- Não, eu já esqueci. Eu já esqueci. Eu já esqueci.
Foi aí que ele se entregou. Foi para a beirada da poça e sentou-se. Não agüentava ficar em pé. Admitir era o que ele tinha que fazer. Seu conto fora diluído pela água.
Sua boca começou a tremer, seus olhos já trasbordavam.
A dor era insuportável, era como se tivessem-lhe arrancado um filho. O único filho.
Então a voz sussurrou para ele uma ideia. No mesmo instante, ele engoliu o choro. Havia uma saída, uma esperança. Seu coração voltou a bater acelerado. Por que ele não havia pensado naquilo?
Ajoelhou-se e aproximou a cabeça da poça. Abaixou-se mais um pouco, tocando os lábios na água lamacenta. Sugou. Sugou para que, segundo a voz, tudo o que a água tivesse tomado dele, ele tomaria de volta.

Foto de Diario de uma bruxa

Melodia

Feche os olhos
E entre de encontro com a canção
Embale seu corpo
No toque
No som

Viaje na melodia
Entre na canção
Seja você a musica
A linda melodia
Seja a canção

Poema as Bruxas

Foto de NiKKo

Meu alimento: O amor.

Meu amor é vento nas madrugadas frias
que soturnamente percorre o céu a assobiar.
Buscando no silêncio do dia que nasce
o brilho de certos olhos no surgir do sol encontrar.

Meu amor é a brisa que flutua nas ondas do oceano.
Que carrega para brincar, as espumas lá na areia
para fazer com que os passantes na orla descubram
o som do meu coração, como se fosse o canto de sereia.

Meu amor é a cor das flores nas encostas verdejantes
que misturam suavidade e perfume para surpreender;
provocando pássaros e borboletas de todos os tamanhos
que enfeitiçados de tanta beleza, acabam a ela se render.

Meu amor é brilho de sol em verão escaldante
que se torna nas noites frias de inverno um bom protetor,
para aconchegar meu corpo como um ninho perfeito
onde seu corpo é meu agasalho e é meu cobertor.

Meu amor é a chuva mansa e cálida que cai
na terra arida como lagrima do céu para fecundá-la.
Somente para ver a vida escondida sob o chão duro
alimentando a semente e em linda flor transformá-la.

Meu amor, este sentimento que está junto a mim
é algo que me derruba e também me fortalece.
É como embriaguez; são dias longos e noites sem fim.
Sentimento que me alegra, mas que também me entristece.

Meu amor é assim algo tão grande e maravilhoso
equipara-lo com outra coisa seria o desmerecer.
Porque sem ele não vejo sentido na vida
já que ele é meu chão, meu ar, razão do meu viver.

Foto de Nailde Barreto

VOCÊ É MEU MAIOR DEVANEIO.

Nos delírios da noite, te defino como a estrela
mais brilhante do céu...e este mesmo céu,
pode testemunhar a minha loucura,
que devaneia no vento da madrugada em claro,
ao som de suaves ruídos românticos,
que embalam esta noite inquieta,
de um coração que espera... espera...espera...
bons ventos não o trazem pra mim...
Ainda assim, espero ansiosa por sua chegada
e como antigo amor, posso fechar os olhos
e sentir a textura da sua pele, o contorno da sua boca, o gosto do seu beijo, a intensidade do seu abraço, contemplando infinitamente o seu ser, adorável és pra mim...
Então, não permita que nossas pétalas sequem e caiam ao chão, pois, te sinto como real, único, eterno, sem ao menos tê-lo tocado.

Nailde Barreto

Foto de Nailde Barreto

AROMA DO AMOR

O amor abala as entranhas da força,
converte sábios em tolos,
confunde a sensatez com a loucura,
que se mistura no som de doces palavras
que se opõem à certeza, cujo limite é surreal,
capaz de fazer inflamar o corpo sedento
de aromas que afloram do jardim,
que semeiam a ilusão da fraqueza
e deixa mais bela a percepção
do abstrato com formas perfeitas,
que convergem para que exalem
belos aromas desse jardim
que agora deixou de ser meu.

Foto de Cecília Santos

PINTANDO...

PINTANDO...
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Pinto o amor com cores eloquentes.
Pinto as imagens de tons degrades.
Pinto a vida com a cor mais intensa
Pinto teus olhos com o imenso mar.
Pinto tua boca com sorriso perfeito.
Pinto teu rosto com traços de ternura.
Pinto teu sorriso com um quê de mistério.
Pinto teus cabelos voando ao vento.
Pinto as gaivotas dançando no céu.
Pinto o contorno verde das montanhas.
Pinto a relva que recebe as flores silvestres.
Pinto o vento brincando em aspirais.
Pinto o sol secando as roupas nos varais.
Pinto o som na harmonia que se segue.
Pinto o bater das asas do beija-flor.
Pinto a borboleta beijando a flor.
Pinto a tua imagem em branco e preto.
Pinto tua alma em esplendor.
Pinto tua falta com tinta sem brilho.
Pinto tua ausência com cristais transparentes.

Cecília-SP-10/2010*

Foto de Oliveira Santos

Aquelas Coisas

Aquelas coisas tão pequenas
Corriqueiras, simples apenas
Os tais detalhes tão mais que importantes
Toda candura de cada vão instante
A inocência de um pôr-do-sol
O som do vento correndo ao redor
Toda beleza de uma paisagem
Toda crueldade de uma miragem
Aquelas coisas tão pequenas
Vividas como dias tão comuns apenas
A música ouvida a dois
Aquele feijão com arroz
As noites no mesmo colchão
De manhã dividindo o pão
E num beijo a breve despedida
Para enfrentar mais uma vez a lida
Aquelas coisas tão pequenas
Dadas com amor e por quem ama apenas
O bombom comprado no meio da rua
O olhar quente, a palavra nua

11/11/10

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