Simplicidade

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

" NOSSA AMIZADE " (Dueto- Anna Flor de Lis.& Deusa )

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Há muito que minha vida anda perdida
Meus sonhos deixaram de ser sonhados
E a desilusão perseguía-me
Tu chegas-te e conquistas-te meu mundo
Fizeste com que tudo fosse harmonioso,
Mais leve de ser vivido.

Pensamos estar sozinhos abandonados
Quando alguém maravilhoso a quem
Menos esperamos, aparece para nos dar
Alegria e esperança, sorriso de criança.

Minha vida, tornou-se mais suave
Minha alma, mais nobre
Com tuas palavras sinceras.

Mesmo que seja uma amizade à distância
Esta cheia de exuberância.
Esplêndida, sincera que nos aproxima.

Uma amizade então nasceu
Leve, suave e duradoura
Que abriu caminhos
Para um destino outrora incerto.

E se findou como um baluarte,
Amizade forte conduzente que alegra a gente.
Nem o atlântico nos segura, amizade
Com carinho e ternura.

Nasceu um sentimento de respeito
De alegria e de paz...
Tudo ficou mais fácil de ser vivido...

Crescido sentido amizade como a nossa não tem igual
A principio logo nos ligamos com objetivos de escrever.
Criar harmonia escrevendo fantasia.

E as fantasias outrora inexistentes
Deram lugar a um novo sentimento de puro carinho
Deram lugar a uma esperança que já não morre

Esperança essa não morrerá, mesmo a distância
Não nos separará, temos força da amizade.
Que nos da força de verdade.

A nossa amizade,
Cresceu num conhecimento profundo
Num reconhecimento de nossas almas
E irá perdurar para além de todos os tempos,
E de todas as eras.

Nossa amizade é um presente nos deixa contente.
Somos iguais e não diferentes,
Por isso nossas almas são transparentes.
Nossa amizade longe ou perto é verdadeira.

*-* Anna A Flor de Lis. & Deusa
(Deusa minha amiga, agradeço mais um dueto junto a sua pessoa, que muito me encantou com sua
simplicidade e amizade-Obrigada por ser minha amiga Portuguesa)

http://www.blogger.com/profile/01846124275187897028
http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=39704

Foto de Josi Mozer

Sinto saudades de ti.

Sinto Saudades de Ti...

Sinto saudades de ti, do modo como me olhas, do teu sorriso repleto de alegria e espectativas.
Sinto saudades de ti, do teu sorriso todo sem graça antes da minha invasão na tua intimidade, do teu rosto corado de vergonha.
Sinto saudades de ti, saudades da tua agitação, da tuas histórias e planos, do jeito que fala de ti.
Sinto saudades de ti, da tua voz grossa e cheia de certeza, dos teus carinhos.
Sinto saudades de ti, da tua timidez quando não é pra sê-la, da tua cabeça confusa.
Sinto saudades de ti, da tua maneira de pensar, da tua simplicidade, da tua loucura e sua impulsividade.
Sinto saudades de ti, do teu carinho, do calor do teu corpo.
E com tudo isso e mais outros trunfos, você resgatou meu coração, do qual hoje não sou mais senhora, pois você o roubou.

Josi Mozer

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

" CONTRA-PONTO "

Contra Ponto.

O complexo da vida...
Implica na feliz relutância entre a vida e a morte...
E a simplicidade almejada...
Compreende a tão sonhada tarefa de seguir em frente...
E o cidadão planetário...
Dono de seus sonhos...
Refém dos seus instintos...
Suplica em prantos...
As respostas para os enigmas cósmicos!!!

Foto de Darsham

A vida do Pesadelo

De quando em vez, em momentos inesperados, carregados de significados surgem no meu pensamento pequenos pedaços da vida, vistos de diferentes vertentes e ocasiões, que me fazem pensar…
Pensar, analisar, questionar o nosso papel como seres humanos, individual e colectivamente neste mundo que nos foi dado, e que posteriormente e numa constante e frenética actividade se modifica ao nosso bel-prazer e à existência das nossas pseudo necessidades.
É-se mil pessoas numa só e ao mesmo tempo não se é ninguém.
Somos os catalisadores das nossas destruições…somos fúteis, e buscamos o prazer momentâneo sem nos preocuparmos com as futuras consequências, que se traduzem na devastação completa de tudo o que temos desde que nos entendemos por gente.
Foi-nos dada a possibilidade de podermos ter o direito de escolher, de ter sempre dois caminhos por onde seguir, sem nada ser imposto nem obrigado, mas com a consciência advertida de que existe um mau e um bom caminho, e que nos cabe a nós construir a nossa consciência, estruturando-a de acordo com a capacidade de distinguir o certo do errado. Esta capacidade traduz-se pelos valores, os nossos valores e que nos comprometemos a viver de acordo com eles, por serem comuns a todos e para que seja possível uma existência pacífica e um usufruto repartido, consciente e justo sobre tudo o que nos é dado sem ser pedido nada em troca: os nossos bens mais preciosos e que são determinantes para a continuidade da nossa existência, os nossos pontos de orientação que nos permitem perceber que a nossa liberdade acaba quando começa a do próximo.
Afirmo com toda a intensidade, que somos abençoados com pequenos privilégios que se estendem pelos nossos 5 sentidos e nos deixam extasiados…sensações únicas, momentos inigualáveis, visões que mais parecem alucinações, ilusões, sons que nos penetram a alma, deixando marcas em nós e ainda a capacidade de podermos esboçar um sorriso de felicidade quando, sem sequer precisar de olhar, sentimos que alguém querido veio até nós (eu sorrio só de pensar).
Somos seres dotados de extrema sensibilidade e inteligência e temos uma exclusividade que nos torna diferente de qualquer ser vivo que exista no mundo…podemos sentir o amor, sentimento tão sublime, que ninguém, em parte alguma o consegue descrever com precisão e exactidão. Sublinho, somos abençoados, 1, 2, 3 vezes, mil vezes por acordarmos para um novo amanhecer, em que abrimos a janela e nos deixamos lavar pela vida …
Verdade, somos acima de tudo ridículos por ter tudo e passarmos a vida acreditar e a lamuriar que nada se tem, destruindo assim, gradualmente o que na nossa cegueira de querer sempre mais, não vemos, ou vemos e ignoramos, já que é essa a nossa natureza, desvalorizar coisas importantes…
Por vezes temos rasgos de sanidade e prometemo-nos a nós próprios que vamos modificar a nossa atitude perante a vida e os outros, mas depressa nos esquecemos, e promessas são levadas pelo vento…
Vivemos numa guerra constante, connosco e com os demais, pelas mais diversas razões, de uma forma continuada e impensada, porque agimos através de ímpetos, que não procuramos controlar, de impulsos que se assemelham aos dos animais, como se todo o mundo fosse uma selva.
Construímos muros em cima de histórias, colocamos pedras sobre o ar que respiramos, valorizamos o mau em detrimento do bom, por o vivificarmos e vivenciarmos constantemente sem dar espaço para a alegria entrar…nós sufocamos a alegria e o bom senso…
Representamos na maior longa-metragem alguma vez feita, numa constante troca de papéis, e nunca acabamos por perceber qual é realmente o nosso. Em vez de nos regermos pelos nossos supostos valores, estamos mais preocupados em agradar este ou aquele, pensando o que poderemos obter dali. Vivemos na era da hipocrisia. Estamos sempre prontos a apontar o dedo, a julgar, como se nós próprios fossemos o modelo inquestionável de perfeição. Representamos o chefe sisudo, de mal com a vida, porque já não ganha tanto como ganhava com o negócio; a colaboradora, que desconhece o simples significado de sorrir, e mostra claramente que está ali a fazer um frete; o médico que nos passa a receita sem sequer olhar para nós; a senhora reformada que passa as tardes no café, falando da vida de toda a gente, criticando e apontando o dedo; a proprietária do pronto-a-vestir, que nos diz que a roupa nos assenta como uma luva, quando nos vemos ao espelho e nos assemelhamos a algo parecido com um ET; o senhor que vende peixe no mercado, e que afirma estar fresquinho, quando o peixe já está completamente vermelho de tanto gelo que levou em cima para parecer “fresquinho”; o político que faz promessas que nunca se virão a cumprir; a professora que está mais preocupada em que os alunos façam tudo certinho e em silêncio, do que propriamente em ensinar, orientar e formar futuros cidadãos; o polícia que está mais preocupado em caçar multas do que velar pela segurança da comunidade; a eterna mãe preocupada e sofredora, que vive num constante receio no que diz respeito ao caminho que os seus filhos irão seguir e que faz disso uma obsessão; o pai que sai do trabalho, cansado e que em vez de ir para casa, segue para o café, onde bebe cerveja atrás de cerveja, até que lhe vão buscar ou até ao fecho do café e que quando vai para casa culpa a mulher por todos os seus infortúnios; o (a) filho (a) certinho (a) que segue à risca tudo o que lhe é incutido no seu seio familiar e que não constitui problemas em contraste com o (a) filho(a) despreocupado(a), que quer curtir e vida, sem perder tempo com coisas que não interessam, procurando sensações cada vez mais arrebatadoras, fortes e loucas, porque é nelas que conseguem agarrar, ainda que efemeramente estados de completa euforia que acreditam conter o segredo milagroso para uma vida plena, e principalmente sem tristeza; a menina gordinha, que na escola é ignorada e gozada pelos seus colegas, em contraste com a menina popular, com quem todos querem brincar; a eterna sonhadora que acredita que a vida é um sonho construído em cima de um castelo de areia; o casal, que cheio de dívidas mal consegue dormir e discute a toda a hora questionando-se sobre como a vida de ambos teve aquele rumo…
Os ricos…os pobres… os arrogantes…os educados…os maus…os bons…os egoístas…os altruístas…os sensíveis…os insensíveis…eu…tu…os outros…nós…
Somos uma mescla de matéria mexida e remexida, produto de nós mesmos e dos nossos ardis, onde a genuinidade se extinguiu…
Vivemos assentes numa liberdade ilusória, mascarada…vivemos mais presos que um detido por homicídio. Nós construímos as nossas próprias barras de ferro, fechamo-nos dentro de algemas e jogamos a chave fora.
E a simplicidade? E a alegria de estar vivo e sorrir sem ser preciso ter um motivo? E a partilha? E a vida, só por ser vida e vivida?
Só existe esta e enquanto não tivermos a plena consciência desse facto e que também passa muito depressa vamos cavando lentamente a nossa própria sepultura e acabamos por ser autores, em parte da nossa passagem para outro mundo que não este.
Sonho e anseio por um dia em que todos nós vamos acordar e perceber que não somos personagens de um pesadelo constante e irreversível, mas sim de uma vida que teimamos transformar nesse pesadelo que já pensamos viver…
Vamos então todos juntos acordar num grito de esperança??? Um dia…um dia, quem sabe…

Foto de Rozeli Mesquita - Sensualle

E assim tinha que ser

Seus olhos ousados encantou-me.
Teu mistério, agora desvendado
Me presenteou com teu amor!
Um porto seguro...Eu atraquei.
Tua existência tirou-me da escuridão.
Minha cama não está vazia
Tua presença a fez deixar de ser fria
Tua voz, fragmentos de amor
Nossas almas em sintonia
E, de menina me fez mulher.
No caminho, as armadilhas...
Reaprendemos a caminhar
A falar de amor...cumplicidade
De uma nova vida...de recomeço
De sonhos coloridos
Sem vestimentas de falsidade.
Um encontro de intensidade
A união da simplicidade
Nos buscamos...
Nos encontramos...
Nos amamos!

Foto de Sonia Delsin

A ALGUÉM QUE PARTIU...

A ALGUÉM QUE PARTIU...

(para meu querido amigo Damasceno que vivia num abrigo de idosos)

Toda vez que eu olhar aquela porta uma dor apertará meu peito.
Como está agora apertado.
Partiste meu amigo amado.
Esta noite acordei e em ti eu pensei.
Me contaram da tua morte ontem.
Me contaram...
Eu não sabia.
Sei que aquela cadeira de rodas está vazia.
Como vazio está teu leito.
Não quero pensar que estás morto.
Quero pensar nas vezes que cantamos.
Nas vezes que falamos.
É duro aceitar a morte de quem amamos.
Eu te amei, meu querido amigo.
Amei tua sinceridade.
Tua simplicidade.
Amo ainda.
Porque a morte é só uma passagem.
Somos viajantes.
Vivemos numa eterna viagem.
Jamais esquecerei meu amigo que vivia num abrigo.

Foto de Miqueias Costa

A vida, o viver e o seu querer

A vida, o viver e o seu querer

Muitas vezes em nossa vida uma simples palavra nos perturba. Perturba de forma, a qual não nos deixa entender muitas coisas, e essas se tornam em saudades ou dúvidas.
A saudade é sempre boa, acolhedora e de uma importância nítida, onde nos traz força e perseverança para continuar a viver.
A dúvida é conseqüência de atos e passagens aonde à resposta sempre vem à tona, mas nunca é revelada da forma que desejamos. As revelações de atos e passagens que procuramos, algumas com certeza transformariam a vida tanto para melhor quanto para pior. Então para quê ter as respostas fora do seu tempo ideal?
Não podemos buscar algumas respostas e sim antes de buscar devemos entendê-las de uma forma natural, onde não haja importância nem preocupações, ou seja, intenções significativas para tal resposta.
A vida num viver infinito busca e nos leva sempre a lugares novos sem que percebamos. Nos concede conhecer pessoas novas e nessas pessoas cada uma com sua história a contar, a nos fazer ouvir... Enfim a conhecer.
Conhecer não é reconhecer. Avisar o que já foi avisado é um atraso e não devemos nos atrasar. A vida marca um tempo desconhecido. O esperar muitas vezes dói e em outros sufoca, então não podemos viver pensando em quanto tempo levará para cada coisa. Devemos sim pensar em realizar e depois analisar o tempo que foi gasto. O tempo gasto se transforma em vida, depois em saudade e logo virá a dúvida.
Viver é como seguir o mar buscando entre as águas repostas para os nossos problemas. É como olhar para o céu tentando enxergar o que seria de fundamental para voltar a sorrir e ter nos olhos o brilho de uma estrela.
Viver se transforma em tudo. Muitas vezes a própria vida passa a ser ruim, mas devemos lembrar que o ausente se torna naquilo que buscamos, mesmo sem entendê-lo, simplesmente interpretando-o. Talvez não tenha interpretação, uma realidade que pode ser dividida, entre o amor e o ódio.
Com os nossos pensamentos envolvidos com os sentimentos, inevitavelmente haverá reminiscências, as quais por sua vez, uma de cada vez, trará alegrias e tristezas. Receberemos forças e com a mesma intensidade virão as fraquezas. É preciso ser forte e sábio para controlar o passado, seja ela qual for.
A vida é feita de momentos, em cada momento um sonho, um sentimento, um amor... Não podemos afirmar que todo sentimento é ou será sempre ruim. Que um sonho jamais se realizará. Ou quem sabe que o surgimento de um grande amor não virá ocorrer.
Infelizmente os momentos passam e por muitas vezes não voltam. Devemos aproveitar cada um deles e tê-los como uma oportunidade única.
A vida passa sem vivermos. Então por que não viver? Por que se abater por muito tempo com uma derrota, ao invés de aprendermos com ela? Por que ser frágil ao perder um amor, o qual se pensou que seria eterno?
Sabe o porquê? Por sermos seres humanos. Muitos de nós não aceitamos a derrota como lição e sempre temos a certeza: “Isso nunca vai acontecer comigo!” Bobagem! Estamos expostos a viver qualquer situação.
A vida se tornará mais fácil quando entendermos que viver é somar derrotas, vitórias, conquistas, perdas, sonhos, amores, amigos...
A vida é alimentada pelos sonhos, e a maioria deseja ser feliz, mas muitos não sabem o que precisam para ter essa felicidade. Então busque a felicidade sabendo o que lhe fará feliz. Busque viver sem temer suas decisões. Siga firme com sua atitude, não demonstre a todos ser tão frágil. Amplie o que for fundamental aos seus objetivos e não se envergonhe de chorar.
Tenha fé no amor. Acredite que ser amado não é simplesmente um sonho, e sim uma realidade a qual pode ser encontrada e vivida com maturidade, inteligência, perseverança, coragem, e o principal: com a sabedoria de sentir o que é ter alguém que realmente o ame verdadeiramente.
A vida é um manifesto evidente, uma dádiva, e muitos ainda conseguem não serem gratos por ter tido claramente o fado em recebê-la.
Certamente, por possuímos estruturas complexas, por termos a capacidade de renovar, por imaginarmos que somos o que somos, porque pensamos em tudo poder mudar. Com essa idéia metábole, viveremos impacientes, desejando sempre o melhor, sem perceber que às vezes o melhor seria ficar com a simplicidade do que conquistar a magnitude.
A vida é excessivamente misteriosa, e a cada momento vivido ela nos deixa uma recordação. Essa recordação, simplória ou notável, deverá ser adquirida e transformada em aprendizado. Esse aprendizado, conseqüentemente, se transformará em crescimento, onde receberemos o conhecimento, no qual deveremos amar a nós mesmo para quem sabe sermos capazes de amar o próximo.
A vida é como deve ser: única e totalmente incomparável a tudo pré-existente. Compaixão talvez salvará aqueles que pensam que decifraram-na... Infelizmente terão a prévia certeza que ela irá esvaecer. O seu fim é indeterminado, dependerá da construção de cada passo. Esses passos poderão ser controlados... Jamais evitados, serão igualmente ao passado, o qual não volta, mas deixa-se ser lembrado.
Aconteça o que tiver de acontecer em nossas vidas, o mundo jamais parará. Então viva enquanto o ar deste mundo respirar. Faça, não espere. Deseje, corra atrás. Viva, cada momento, e não estranhe se num deles chorar.
Viver é conseguir enfrentar tudo que a vida nos propõe, temer o que ela nos propõe é desistir de viver.
A vida na verdade é uma enorme beatitude, porque para seu criador, mesmo que exista a dor ela nunca, nunca acabará.

Miqueias Costa

Foto de Miqueias Costa

Pesadelo nem sonho apenas a realidade

Pesadelo nem sonho, simplesmente a realidade

Estava em um quarto, o qual não era o meu. Um quarto privado de calor com uma pequena janela e uma porta em madeira. Tudo parecia branco... Verossímil aos sentidos de minha visão, pois a alvura da própria luz me impedia de ver o que realmente queria ver. Tão era sua brancura que, em muitos momentos, me confundia se estava deitado ou em pé. A cama e a decoração padrão, me levavam a lembrar algum lugar, o qual naquele momento se tornava novidade aos meus olhos. A luz, não sei de onde vinha, apenas a concebia e perceptivelmente ela me dizia... “Pesadelo nem sonho, simplesmente a realidade”. Ouvia, num entender confuso, quase mudo, calado, um sofrer sem dor, sem lágrima, um sentimento novo... Tudo se tornava novo sem nem saber o porquê de tudo.
Aos poucos a porta se abriu... Vultos passaram por ela sem que fossem identificados por meus olhos. É como se não enxergasse mais. Mas como? Não me lembrara de ter perdido a visão. Uma dor estranha, nunca sentida antes, tomou conta de meu corpo, o qual eu não sentia. Momentos em pé, sentado ou deitado... Confusão é a forma exata para se definir esse momento.
O que acontecia? E os vultos? Ah! Os vultos foram tomando forma, o frio do quarto desaparecia, e o branco generalizado foi tomando cores fortes, mas o que eu via me assustava, pois continuava sem nada entender.
Que cena estranha, que momento mais obscuro... Minha mente lutava contra si mesma para buscar o entendimento. Um entender, o qual estava longe de meus conhecimentos. Uma aula nova, com uma lição de vida única. Uma lição onde poucos entendem e muitos não terão a oportunidade de tê-la. Comecei a ter uma certa nostalgia, uma nostalgia regressivamente rápida, como se assistisse minha vida inteira num único milésimo de segundo...
E de repente... Pá! Um, estralo! É como se tivesse acordado, mas continuasse no mesmo lugar. Agora não via mais os vultos e sim pessoas. Onde era branco percebia as cores, e sentia que estava deitado em uma cama de hospital.
Depois de outro susto identifiquei as pessoas. Uma, suponho ser o médico e a outra minha noiva. Ela estava linda! Mas eu não conseguia falar-lhe. Eles conversavam e eu não escutava. Queria gritar – e até gritei por várias vezes – mas eles não me ouviam. Chorava, mais as lágrimas não caiam. Queria levantar mais não existiam os movimentos...
Loucura? Confusão? Lembrei o que ela – a luz – dissera momentos atrás... “Pesadelo nem sonho, apenas a realidade”.
Refleti... Tudo parecia passar tão rápido e ao mesmo tempo uma eternidade se passava aos meus olhos. Coração batia, podia ouvi-lo. Mas havia algo de errado, e era comigo, podia sentir, mas não conseguia desvendar...
O corpo não obedecia, a mente borbulhava como água em um bule preste a explodir. Quando os meus olhos avistaram lágrimas a cair do rosto de minha querida noiva. O médico nos deixou a sós, sem nada entender, ela se aproximou e começou a falar comigo. Raiva era o sentimento... Pois não conseguia ouvi-la. Não entendia... Chorava sem lágrimas e sem o entender ela continuara a falar comigo e isso me deprimia.
Talvez sabia, mas não queria acreditar. Talvez soubera, mas não queria me entregar. Talvez, fosse só talvez... Mas não era! Suas lágrimas caiam sem parar, quando carinhosamente passou sua tenra mão em meu rosto vagarosamente, quando percebi que na sala não havia nada mais além da cama, onde supostamente estava...
Acordei... Acordei no sentido simbólico e figurado da palavra em si, pois percebi nesse exato momento que não estava mais ali. Estava partindo... Caminhando para uma outra vida. Uma vida desconhecida, mas esperada por todos nós. Um mistério ronda a morte. Assim como infinitos contos perseguem a vida, a morte chega para todos, mas cada uma com seu significado.
Por que morrer nesse momento de fraqueza, sem nem ao menos lembrar o motivo de estar ali? Por quê? A vida é boa conosco e na maioria das vezes nem percebemos, só pensamos em reclamar, e muitos de nós ainda deseja o mal para o próximo, como se isso construísse um ser melhor do que o outro. Para querer ser o melhor basta simplesmente com toda a sinceridade, força, perseverança e fé, ter a humildade, compaixão e a simplicidade nas atitudes mais duras que a vida colocar em seu caminho. Prejudicar um semelhante é machucar seus infinitos sentimentos sem perceber, porque tudo se mistura como as substâncias percorrendo por nossas veias.

Acabara de entender as lágrimas a cair do rosto lindo de minha noiva. Rosto com sorriso tão simples e cativante, tão sincero, que quando brava, nervosa comigo, mesmo assim, seu sorriso era magnífico. Beleza natural, olhar sensacional. Sensualidade de mulher, olhar de criança. Bonança era admirável nos momentos infrenes.
E agora o que me dói não é a morte. Não é a minha partida desse mundo, para o desconhecido. É ver a pessoa que amo chorando e não poder dizer a ela a grandeza de meu amor. Tantos momentos juntos que teríamos, talvez esperei demais... Retornei! Enfim reminiscências de minha vida, talvez Ele permitiu-me tê-la. Lembrara agora que no início de nosso namoro, fiz uma promessa a ela, a qual nunca cumpri... Esse sentimento nesse momento torna-se dor. Uma dor que será minha alegria, minha despedida... Meu adeus à minha amada.
Uma certa vez, num parque, num banco de cimento, muito verde, eu segurei a mão dela e fiz com o meu dedo indicador um desenho imaginário de um coração. Como se tivesse desenhado no centro de sua mão fiz o coração e disse: “Sempre que eu fizer esse coração imaginário, saiba que é a prova de meu amor eterno por você”. Prometi sempre fazer esse desenho, mas depois daquele dia, sem saber o motivo, nunca mais o fiz. Errei? Coisa de momento? Besteira? Quem vai saber? O que sei é que me arrependo muito de não ter feito. De não ter dito a ela o quanto eu a amava. O quanto gostava dos seus beijos. O quanto a sua companhia era importante. E os seus abraços que confortavam o meu corpo, eu como um louco, um desentendido, talvez vendido pelo tempo acabei deixando passar vários e vários momentos sem nada dizer.
Num esforço inacreditável levantei vagarosamente minhas mãos. Ela assustada chorava. Eu tremia sem sentir o tremor. Como no banco de cimento, onde tudo começou, ali terminava o nosso amor. Fiz o coração imaginário em sua mão, ela gritava, eu não ouvia. Ela me pedia, mas não entendia. Num segundo eterno aquela minha atitude foi à última de minha vida. Meus olhos fecharam para o mundo... Eu a via, só que agora não mais em meu corpo... A parti desse momento pude ouvi-la gritando, chamando o médico, dizendo que eu havia partido.
Triste é olhar para você mesmo... Olhava para mim naquela cama fria de hospital. Observava a pessoa que tanto amei derramar lágrimas desesperadamente sobre meu corpo agora também gelado como o quarto. É triste, mas como tudo na vida tem o seu lado bom, agradeci a Deus pela última chance de dizer a ela o quanto eu a amei. E pude sentir que o meu recado foi dado. Tenho a certeza que ela lembrou... Pois quando desenhei o coração em sua mão, o meu parou e o dela disparou. Uma sincronia súbita que lacrou uma vida num só momento. Momento esse repleto de angústia e dor, o qual pôde ser transformando num segundo de alegria. Lembranças de um doce e belo amor, às vezes não tão valorizado no tempo em que deveria ser valorizado... Sempre! É o meu último dizer...
Não importa de qual tipo de amor possamos falar. Desde que possamos lembrar sempre do amor, de qual tipo for, lembrar e dizer é e sempre será importante. Então antes de se arrepender, antes de perder a última oportunidade... Diga! Não tenha medo, diga: “Eu te amo”. Diga, pois talvez não tenha a oportunidade que tive... Agradeço por ter tido, mas doeu demais e vou carregar essa dor para toda a eternidade, sem ao menos conseguir entender o motivo da vida ser assim, da vida nos ensinar certas coisas da forma mais dura que há... Com a dor da perda.

Foto de Maria Goreti

SENHOR DA JANELA

.
.
.

S audades, papai!
E u acordei pensando
N aqueles dias felizes,
H oje tão distantes,
O nde juntos estivemos
R eunidos em nosso lar.

D ias felizes
A olhar pela janela...

J untinhos, ficávamos
A observar a vida passar...
N a simplicidade do teu jeito de ser,
E sperando mamãe chegar do trabalho...
L embranças que guardo
A qui, no fundo do peito.

P apai,
A mo-te e o meu amor por ti,
R esiste ao tempo e à morte...
A inda que tudo pareça perdido!
B ênçãos rogo a Deus por ti.
É s e sempre serás meu herói,
N a vida e na morte,
S empre, até nos encontrarmos outra vez!

P arabéns pelo teu dia,
A onde quer que estejas,
I nda que distante seja!

©Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES - 10/08/08

* Parabéns a todos os pais de Poemas de Amor!

Foto de Teresa Cordioli

SONETO DO CORAÇÃO

SONETO DO CORAÇÃO
Teresa Cordioli

*
SONETO DO CORAÇÃO
Teresa Cordioli

Ninguém jamais tocou assim meu coração
Foi alem do amor... tocou, salvou
Mãos abençoadas que me abrandaram a dor...
Devolvendo-me a vida... Ah...que marcas deixou!

Quantos Doutor! Quantos corações já tocou?
De Maria, de João, de Horácio, de Antonio, de Luciano
De Luis, de Valter, de Norton, de Ricardo, de Ana
De Teresa... Ah, quanta grandeza Doutor....!

Vossa humildade, se traduz na simplicidade
Dr. José Pedro da Silva, é seu nome, meu cirurgião
Dr. Américo Tangari Junior, meu clínico cardiologista

Que vossas mãos continuem a ser as que buscam saída...
de encontro à vida...sem vis sem intenções...
Apenas as de curar nobres ou pobres corações...

escrito em 2003...

-.-.-.-.-.-.-.-.-.--.-.-.-.-.-..--.-.-.-.
Todos os dias ao abrir os olhos agradeço a Deus pela vossas vidas doutores...
AMO vocêssss....

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