Silêncio

Foto de POETAREMOS

A bóia

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A entrega dos fatos
Ao capricho da mente
Cria uma ciranda de voltas
Dentro da real chance
De abrir as portas
E fugir desta armadilha
Que criamos ao ´pensar
Na fixa idéia de propriedade
Do que mais queremos
Que não corresponde
A uma virgula da vida
Só o banho da chuva
Pode indicar o caminho
Que todo rio segue
Em profundo silêncio
Até sem o querer
Ele chega ao mar.

Manoel Freitas de Oliveira

Foto de Fernando Almada

Toques e sabores do corpo amadp

Lamber rastros de lua em tua pele
Descobrir vestígios de maçãs nos sabores de teu corpo
Apalpar a textura de tuas carnes
Para o macio repouso de minhas mãos
Completar a tiara etérea que luzes da paixão
Projetam em tua fronte
Afogar com meu silêncio cada um dos teus gemidos
Ouvir a música secreta de tuas fibras
Tangidas pelos beijos que viajam teu corpo
A partir do porto de teus lábios
Que bebem minha ansiedade

Te ver tão nua quanto a fruta descascada
Oferecendo polpa e suco

Foto de janaina barbara

Dinastia das Bruxas!

Estreito mundo das bruxas
A Inquisição ainda me persegue em sonhos.
Dinastia das bruxas,
Encarnando e reencarnado,
Sempre com a alma pagã...
Vivendo em silêncio,
compreendo os elementos da natureza.
Todas as ervas.
De vida e de morte.
Vivo só.
Apenas um gato me acompanha,
Em todas encarnações em que passo.
È chegada a hora da iniciação,
Da décima terceira bruxa.
Jà posso ouvir no meio da mata
Canções proibidas,
E ouvir os passos das bruxas a dançar
Em volta da fogueira.
È como se me chamassem,
Tenho que ir...
È noite de lua cheia.
Vou vestir minha tunica
Seguir minha missão
Ser a décima terceira,
Na Dinastia das Bruxas.

Foto de Dennel

Canção da Alvorada - Dueto

Salomão...
Amor! Abra a porta para o seu amado
Que bate e chama à procura do seu afago
Trago nas vestes o cheiro de flores
Para nos enlaçarmos em infinitos amores

Sulamita...
Ah, amado!... Se soubesses os tesouros que eu daria
Pra enlaçar-me nos teus braços e, ao menos uma vez
Afagar os teus cabelos, aspirar o teu perfume
E amar-te entre as flores... Nem que fosse um só dia

Salomão...
Se soubesses o que trago em minhas mãos
Perfumes suaves valendo mais que tesouros
Em frascos vedados com rótulos de ouro
Abriria a porta para o seu coração

Sulamita...
Amado, não me tentes tanto assim
Bem sabes que te amo e te desejo loucamente
Quem dera, com os perfumes que trazes para mim
Pudesse banhar-me contigo eternamente

Salomão...
Abra a porta! O vento corta o silêncio da noite
Em uivos selvagens, cantando canções
Estrelas e nuvens disputam lugar
Abra a porta! Tenho que entrar

Sulamita...
Eu não posso... O vento que invade o silêncio e canta
Corta-me roubando a canção
Levando às estrelas meus uivos selvagens
E às nuvens os versos do meu coração

Salomão...
Abra a porta que a aurora não tarda chegar
Amanhecendo o dia quero te amar
As horas avançam numa rapidez sem fim
Quero repousar meu corpo em perfumado jasmim

Sulamita...
Já é dia. O sol brilha sobre nós dois
E a aurora feliz, sorridente se foi
Imploro amor, não se ausente de mim
Enfeite minha alma com florido jardim

Salomão...
Flores preciosas eu quero colher
Todas ofertar a Deus e a você
Perfumes suaves eu quero gozar
Juro sulamita! Não deixarei de te amar

Sulamita...
Quando longe estás eu nunca te esqueço
Beijo-te em versos e em louca paixão
Sinto o teu corpo no meu e estremeço
E abro-te as portas do meu coração

Salomão...
Com doces palavras, formosa canção
Alegra minha alma, oh meu coração
O lugar onde estavas não pude pernoitar
Voltei minha amada para te amar

Sulamita...
Beijo-te a nuca, me enrosco em teus pelos
E neles mergulho meus pequenos seios
Que cabem inteiros em tuas mãos
E sobem às estrelas sorvidos num beijo

Juraci Rocha da Silva - Copyright (c) 2005 All Rights Reserved

Foto de Paulo Gondim

Entregue à sorte

ENTREGUE À SORTE
Paulo Gondim
09/12/2008

Viverei até quando for possível
Embora fraco, me pareça forte
Mesmo que o tempo algo me prive
Do muito que da vida contive
Nada será por mim desprezado
Faz parte do grande aprendizado

Renovar conceitos, reviver lições
Reaprender, reciclar, reviver
O que se pode ser aproveitado
O que ainda falta ser semeado
Para que se torne fruto
E possa ser guardado

Recordar álbuns de fotografias
Separar frases, juntar figuras
E, de retalho em retalho, um a um,
Coser a colcha que será calor
Para aquecer o que resta do amor
Que por vezes foi negado
Que em breve nem será lembrado

Um ciclo começa a se fechar
E que talvez se apague
Se nada serve para ser lembrado
Nova batalha surda se avizinha
No silêncio de min’alma sozinha
Desnuda, exposta na linha de corte
Não me acovarde e me entregue à sorte.

Foto de Laio_Fernando

PALAVRAS QUE NÃO SÃO DITAS

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Quantas palavras rolaram no silêncio ?
E quantos gestos perderam-se ao acaso ?
Na rotina do nosso dia-a-dia
já não notamos mais a beleza do que é simples .

E o amor assim se esvai ,
como água por entre os dedos .
Até que sem que se perceba ,
acaba completamente .

E tudo o que resta são as lembranças ;
as doces lembranças dos piqueniques nas manhãs de primavera ,
ou dos passeios de mãos dadas
nas suaves tardes de outono .

A simples e singela lembrança das noites frias de inverno
passadas sob o calor dos lençóis .
Toda , e cada recordação , se torna um lamento
por tudo que ainda poderia ter sido ...
e simplesmente já não existe .

E quem saberá agora das noites insones ,
passadas entre as páginas de livros ,
que falam de amores perfeitos
nos quais já não acredita ?

E quem poderá agora fazer voltar o tempo perdido
e consertar tudo o que houve de errado ?

Quem poderá ?
Simplesmente ninguém .

Pois um cristal quebrado
já não pode ser o mesmo .
Um simples segundo que se perde
já não se pode recuperar .

E palavras que não são ditas ...
não constroem um romance .

Foto de Cecília Santos

DEPOIS DE VOCÊ

DEPOIS DE VOCÊ
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Depois que você se foi, tudo silenciou.
Nada mais me restou, a luz se apagou.
Tentei encontrar uma resposta,
mas tudo que você deixou,
foi um grande vazio em mim.
Tentei vislumbrar teu rosto, mas
o que ficou, foram lembranças de ti.
Não sinto seu toque adorado.
Nem os seus beijos molhados.
Cadê o seu corpo suado!
Cadê nosso louco amor!
Depois que você se foi, aprendi
a ser sozinha.
A caminhar por caminhos cheios
de saudades e de dor.
Descobri, que a vida ficou sem sentido.
Que a poesia se tornou monotonia.
Depois de você, a musica fez silêncio.
O sol não mais brilhou, e o céu
de tristeza até chorou.
Depois que você se foi, e não mais
voltou, vejo com nitidez.
Que o que comigo ficou, foi somente
uma lembrança dorida.
E de você, seu fugaz amor...

Direitos reservados*
Cecília-SP/12/2008*

Foto de Darsham

Perdão Meu Deus!

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*
Mais um dia de terror. Não conseguia aguentar mais. Ela simplesmente bateu a porta e disse não ao seu presente. Deslizou pelas escadas, encontrou caras, ouviu vozes dispersas, de conteúdo vazio. Procurou na sua memória onde estava estacionado o seu carro. Desejava teleportar-se naquele momento para os confins do universo, onde não fosse mais que uma pequena partícula, desejava que as vozes que teimavam em toldar-lhe a mente se dissipassem nos segundos que marcavam o tempo e que se transformavam em passado.

O frio que se fazia sentir, naquele dia, apesar de o sol se querer mostrar, gelava-lhe a alma e no entanto sabia-lhe bem, atordoava-lhe os pensamentos, sacudia a sua mente e transportava-a para outro plano.

Chegou ao carro, entrou, trancou as portas, ligou o rádio e chorou…baixinho, para que só ela ouvisse. Ficou assim apenas durante o tempo em que a música, tão sua conhecida, ecoou naquele lacrimejado silêncio.

Já na estrada, a sua condução era absorta…se o carro se movimentava, era porque sabia onde tinha que chegar…
Até que, algo lhe rasgou o manto taciturno em que estava envolvida e naquele momento temeu pela sua vida. Uma força desconhecida apoderou-se de si e travou o carro a fundo embatendo fortemente com a cabeça no volante. Naqueles milésimos de segundo, ela penetrou a escuridão e as trevas, para de novo alcançar a luz…

Tomou o comando do carro, agora com extrema atenção e lançou-se dali para fora, querendo apagar aquele momento da sua existência. O seu coração ainda estava acelerado pelo susto, na sua fragilidade recordou porque se encontrava naquele estado e chorou novamente…as lágrimas caíam desgovernadas pela sua face, para depois morrerem no seu pescoço.

Dirigiu-se para a praia. Só o mar lhe poderia dar o aconchego de que precisava naquele momento. Enquanto via a estrada à sua frente e o movimento frenético das ruas, tão próprio da quadra natalícia, apenas conseguia pensar que não pertencia a este mundo. Seriam as pessoas que não a compreendiam ou o inverso? Porque razão olhava para as pessoas próximas e lhe pareciam estranhos, defendendo a sua clausura, deixando que esta a absorvesse? O mundo era um lugar desconhecido para ela…

Sentia-se no término das suas forças e aos poucos ia abandonando o seu corpo. Parou o carro e dirigiu-se à praia. Descalçou-se e começou a caminhar junto à água.

As ondas batiam ferozmente nas pedras, enquanto o dia escurecia e a lua o anunciava…
Na vastidão dos grãos de areia, vislumbrava-se apenas um corpo prostrado, uma alma perdida que gritava na sua muda voz…

Num acto de extremo desespero brada aos céus:
- Deus? Estás aí? Não me ouves? Não me vês? Estou sozinha! Não tenho nada, já não acredito em mais nada, não sou nada! Ajuda-me! – E chorou, desesperadamente, como se a raiva e o desespero das suas lágrimas contivesse algum veneno lancinante, que acabasse com aquela agonia.

Desafiando todas as suas convicções e crenças, levanta-se do chão, ergue as mãos ao alto e berra:
- Acreditei em Ti, depositei em Ti toda a minha fé e hoje vejo que acreditei numa ilusão. Se Existisses não Deixavas que eu morresse em vida, vazia, desabitada…Já não tenho mais fé, já não sou ninguém… – Deixou-se cair sobre a areia e assim ficou, impávida a olhar o mar.
Repentinamente o vento acalmou, dando lugar a uma brisa suave. A água deveio cetim e as estrelas pronunciaram-se sobre o céu, ganhando vida própria.

Ela continuava exactamente no mesmo lugar, mas agora já não estava sozinha. Ao ouvir o seu nome, ao longe, reconheceu aquela voz e virou-se para se certificar. Ao levantar-se sentiu-se inundada por uma sensação de estranha paz e sorriu perante a confirmação do que havia pensado quando ouviu o seu nome ser chamado. Era a sua amiga, aquela a quem tantas vezes havia chamado de anjo por sempre a tentar resgatar da solidão em que vivia.

Abraçaram-se cúmplice e carinhosamente. Após um olhar repleto de palavras, deram as mãos e caminharam até à ausência dos grãos de areia. Ela apertou a mão do seu anjo, em sinal de agradecimento, fechou os olhos e disse baixinho:
- Perdão Meu Deus!

Foto de gisele torress

no silêncio!!!!

No silêncio de todos no mundo
Você vai ouvir minha voz
Chamando-te inesperadamente.
No silêncio de todas as canções
Você ouvirá somente a minha música.
No silêncio de suas palavras
Seus olhos dirão o que você quer...
No silêncio da noite
Você ouvirá minhas sinceras declarações.
A calma será nossa companheira
Para que pacientemente podermos nos amar.
No silêncio do seu quarto
Sentirá seu corpo a me chamar.
No silêncio do mar
Minha maré de desejos
Irá te trazer até mim.
No robusto silêncio das bocas,
Comunicaremos nosso amor através dos beijos.
No silêncio deste novo dia
Comunica-se nestas linhas
Onde os dedos escreveram,
Os quais as digitais estão em você.
No silêncio permanente de todas as ilusões
Fala-se somente de amor,
Amor o qual jamais silenciará
Pois está não nas palavras, canções...
Mas sim está por inteiro entre a perfeita
União entre as
Nossas Almas.

Foto de Cecília Santos

SOZINHA ESTOU

SOZINHA ESTOU
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Sozinha, no silêncio da noite.
Recordo de nós dois,
Dos momentos felizes que
juntos passamos.
Fico imaginando o que houve.
Cadê a chama que ardia
intensamente...
Cadê aquele lindo amor...
Será que é o fim da nossa
história de amor?
Cadê os sonhos, que juntos
sonhamos.
Onde foram parar?
Sozinha fico imaginando,
tudo o que houve.
Junto o ontem, o hoje.
Mas não consigo encaixar
o depois.
O amanhã parece que
não existe pra nós.
Venha me ver, traga contigo
seu amor.
Que me fazia tão feliz...
Que me fazia sorrir...
Que me fazia ver
o mundo azul,
sem nuvens no céu...
Cadê aquele amor!
Que me deu tantas alegrias.
Que hoje me deixou sozinha,
com a minha dor...?!?

Direitos reservados*
Cecília-SP/01/2008*

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