Enviado por delicate_ro em Sáb, 29/08/2009 - 02:54
Desejos antigos
Em rascunhos nas páginas da memória
Ternos como as madrugadas
Bordadas a sedas e carícias.
Nestas minhas indefesas madrugadas
Cesso sonhos [adormecidos]
Nos caminhos bordados a palavras e certezas
Na voz dos teus olhos entrelaçados de promessas.
No silêncio à espera do alívio [imediato]
Em minhas madrugadas peregrinas
A noite cai de uma altura [im]possível
Quebrando insanos desejos e delírios.
Quimica cheiro e pele
Doce tormenta que cega os meus sentidos
Porque a cada dia [Eu] te preciso mais e além
E transbordo em lágrimas se [Tu] não vens.
Enviado por cafezambeze em Sex, 28/08/2009 - 22:24
MA MA MAUÉ
AS LUZES DA CASA DO XICOEMBO
SE UNIAM NO HORIZONTE ÀS LUZES DA CIDADE.
LÁ LONGE, PRÓS LADOS DO MUFA.
OS TAMBORES ROMPERAM O SILÊNCIO DA NOITE.
ABAFAVAM O MA MA MAUÉ SENTIDO DO PEQUENO MUANA...
MAMA IANGUE... MA MA MÁUÉ!!!
ERA A FESTA DE DESPEDIDA DO ESPÍRITO DE SUA MÃE.
A MALVADA MAMBA A MORDERA.
O BATUQUE AVISAVA,
PEDIA QUE XICOEMBO RECEBESSE O ESPÍRITO DA
MÃE QUE ELE TANTO AMAVA.
SUA MÃE MAIS NOVA, CICANA POUCO MAIOR QUE ELE,
IRMÃ MAIS NOVA DE SUA MÃE,
FICARA COM ELE PARA O CONSOLAR.
MAS SUA MÃE MAIS NOVA, NÃO ERA SUA MÃE!...
A FESTA DE DESPEDIDA DE SUA MÃE,
TINHA BATUQUE E POMBE...
SEUS PAIS, MÃES E IRMÃOS,
EMPENHAVAM-SE, NUM MISTO DE FRENESIM E TERNURA
EM AVISAR XICOEMBO QUE O ESPIRITO DA SUA MÃE JÁ IA.
SEU PAI LHE DISSERA QUE ELE VERIA NO CÉU UMA ESTRELA MAIS
BRILHANTE QUE TODAS, SUA MÃE.
MAS ELE NÃO QUERIA UMA ESTRELA, QUERIA SUA MÃE...
NA PALHOTA, SUA MÃE MAIS NOVA, SE JUNTAVA A ELE
NUM GEMIDO INCONSOLÁVEL E SEM FIM.
MA MA MAUE, MA MA MAUE...
OBS: NA CULTURA AFRICANA NÃO EXISTIAM
PALAVRAS PARA TIOS, TIAS, PRIMOS. ERAM CHAMADOS E
RESPEITADOS, COMO PAIS, MÃES E IRMÃOS.
MA MA MAUÉ= LAMENTO CHORADO=MAMÃEZINHA
MAMA IANGUE=MINHA QUERIDA MÃEZINHA
MAMBA-CONSIDERADA A SERPENTE MAIS VEVENOSA DE ÁFRICA.
MACHAMBA=CAMPO DE CULTIVO
MUANA=MENINO
XICOEMBO=DEUS
CICANA=MENINA VIRGEM
POMBE=BEBIDA FERMENTADA DE MILHO
MUFA=PEQUENO RIO AFLUTENTE DO ZAMBEZE, NOS ARREDORES DA CIDADE DE TETE
Enviado por Paulo Master em Qua, 26/08/2009 - 05:53
A face lançada longe tal qual o coração, sentimento esguio, sem conotação, verdades descobertas e mentiras jogadas ao chão, sem fala e sem voz, um silêncio forçado pela situação, compreender? Não, como ser possível brincar sem sujar as mãos! O sentido figurado nunca mente e assim oculta a verdade quando disfarçadamente tiram aos poucos o pouco que ainda resta, o sentimento.
Ardia ainda o ferimento e mesmo assim, sorrindo não mostra seu lamento, como choro calado, um soluço brando e calmo, face lançada longe tal qual o coração, mas o sentimento já não se mostra mais esguio, tem agora um perfume sultil e delicado, de uma flor, sem sorriso forçado e nas mãos o contorno da beleza, o momento agora é de alegria, ela sabe seu valor, ela agora lamenta a solidão e valoriza cada gota do seu coração.
Não fala nada...
Não há nem um ressentimento entre nós dois.
São águas passadas.
Nossa história há muito acabou.
Um dia vivemos uma loucura de amor.
Encaramos o mundo de frente.
Vencemos todo dissabor.
Éramos jovens, destemidos, inconsequentes.
Hoje, cada um tem sua família, segue seu rumo.
O relógio do tempo já deu tantas voltas...
Ninguém acreditaria se lesse sobre nossas revoltas.
Já dormimos nus na praia... Viramos o avesso do mundo...
Parece bobagem, mas se nossos filhos fizessem isso...
Provavelmente perderíamos o júizo.
Inda bem que ninguém sabe disso.
Imagina!... Seria um calvário, um martírio.
Em nossa juventude fomos os rebeldes,
Pulávamos janelas quando éramos trancados nos quartos.
Se minha filha fizer isso, entro em estresse.
Há trinta e cinco anos, lhe roubei na ilha dos macacos.
Nossa história vive irrequieta, nunca terá fim.
Olho pra você, uma bela senhora, continua linda...
Olho-me no espelho, e vejo aquele menino vivo dentro de mim.
A vida nos prega peças... Eu era seu e você era minha.
Apesar desse silêncio, dentro de mim, vive o passado.
Nunca mais amei de verdade outra mulher.
Nosso tempo devia ter ficado parado...
Perdi o encanto, o amor, a fé.
Hoje meu mundo é assim, incolor.
Vivo por viver, para completar minhas páginas.
Dou o melhor de mim, mas não é com o mesmo amor.
Nossa separação foi a minha maior baixa.
Eu senti tanto amor por você,
Que não sobrou nem paixão para mais ninguém.
Esse poema é nosso dossiê...
Quem sabe um dia a gente ainda se vê no além!
Osmar Soares Fernandes
Todo o meu ser se inunda com as lágrimas que derramo quando digo que te amo e o teu silêncio me mostra a tua indiferença! Dizes, porque não me queres? Por que não tenho o teu amor?
Com sorrisos procuro disfarçar a minha triste e grande dor, procurando não demonstrar o quanto dói tanta frieza!
Tu não podes imaginar como é difícil pra mim a arte de amar sozinha,
Como é difícil querer olhar-te e não encontrar em teus olhos, o brilho do amor em teu olhar;
Como é difícil tentar beijar-te e perceber que os teus lábios estão duros e frios como pedra,
Como é difícil tentar abraçar-te, e sentir que o teu corpo não reage ao meu abraço
Falo e tu não me ouve!
Então, o choro me invade a garganta e sem conseguir me controlar, deixo as lágrimas lavarem o meu rosto pra limpar toda minha tristeza...
Ai, como dói esse amor que me esmaga o peito, que me dilacera a alma, e mesmo assim, sinto que te amo cada vez mais, e sem poder afogar esse louco amor de mão única, choro pra esconder a minha dor em saber que estou amando sozinha.
Menina linda, tudo começou quando olhei para ti,
Comecei a sofrer a partir daí,
Guardei no coração uma secreta paixão, escondida, fechada, trancada.
Menina linda, ninguém descobriu, ninguém desconfiou, apenas eu!
Chorava, gritava, desesperado no silêncio profundo de minh´alma...
Sabia o que sentia!!
Menina linda, até que um dia a voz da alma ecoou mais alto, e num impulso teu sorriso e teu olhar pude abraçar,
Descobri encantos...
Enxuguei meu pranto...
Desafiei a vida...
Minha menina linda, desejo colocá-la em meus braços, para te dar um cheirinho e te dar muito carinho.
No teu olhar vi a luz que ilumina meus dias, vi o sol que me aquece, vi a doce magia...
Vem menina linda com teu sorriso lindo e rostinho angelical.
Faz-me sentir em teu céu, onde não há medo e tristeza; onde há somente o sabor de mel dos lábios teus!
Menina linda, no teu olhar, nos brilhos dos olhos teus, encontrei os meus...
Que suspirando te digo:
Que presente é te amar!
Minha menina linda, se há amor verdadeiro, pode ter certeza que ele está em minh´alma por você!
Enviado por carmencunha em Qui, 20/08/2009 - 14:50
MEU MENINO, SONHO NAS NOITES ESPAÇOSAS.
DA MINHA MOCIDADE,
QUE DEUS TORNOU EM REALIDADE,
FRUTO DE UM AMOR DE VERDADE,
MENINO, MEU MENINO.
PLAGIANDO ZIRALDO,
MALUQUINHO MENINO,
MENINO FELIZ,
QUE SE FEZ HOMEM:
BONDADE, DOÇURA E MINHA FELICIDADE.
ALMA DA MINHA ALMA, MINHA ETERNIDADE.
QUE SE FEZ POESIA NO RAIAR DE CADA DIA,
ENCHENDO A LUA DE MAGIA PARA APROXIMAR
O TEMPO DISTANTE NA ALEGRIA DO PRESENTE.
MEU MALUQUINHO MENINO,
SER TUA MÃE FOI UM MILAGRE
QUE AGORA SE MULTIPLICA EM DOIS,
DO NASCER AO SER, DOS MEUS BRAÇOS.
PARA TEUS ABRAÇOS VEM O MENINO
LUCA,
LUZ,
UM
COMETA DO
AMOR
MINHA BOCA QUE TE DEU PALAVRAS E SILÊNCIO
GRITA AO MUNDO:
MAIS UMA VEZ ME FIZESTES FELIZ,
NADA JAMAIS ME CAUSARÁ DANO E,
TEU AMOR QUE ME SERVE DE CORAÇÃO,
ESPERO NOSSO MENINO,
MENINO EMOÇÃO,
DESTA VÓ EM ORAÇÃO,
LUCA, MEU MENINO FELIZ!
Há tanto a dizer
Tanto a completar
Que quando encontro-te
Por vezes pareço-me frio
Mas é por sentir demais
É entender que nada é
O que deveria ser
Existem em mim pensamentos
E não consigo compreender
De tão forte e intenso predomina
E, no entanto ao passar dos dias
Me encontro feliz por ter parte de você
Mas como seguir em frente
Com o que me faz feliz
E mata-me a cada instante?
De ver o teu sorriso
E me perder num inconstante
Devia-me calar, pois o silêncio
É forma de conter
Porque pra mim
O que te fará sorrir
Não são as correntezas
Nem as tormentas
Mas alguém que estivesse ao seu lado
Sereno, tranqüilo, constante
Assim como um rio
Enquanto eu, vivo, serei como
Uma tempestade.
Enviado por Joaninhavoa em Seg, 17/08/2009 - 03:05
*
Poesia breve.
*
Queria dizer-te tantas coisas
mas o tempo vai passando e nada digo
Queria dizer tanto por ter receio que o desejo
do conciso possa dar às palavras
Um toque de indesejada obscuridade
e escuridão
Ah este meu desejo de precisão
transparência e clareza
Tem algo de nobreza!
Ensina-me a ser breve
E certeira! Ensina-me a tua maneira
De captar poesia como se fosse comida caseira
Com o tempero divino! Suave e leve
Acaricia meus olhos no silêncio descortina dor
Desse olhar derramado de amor
Como se assim já nascesse
Só para te ver! E depois adormecesse
Num sonho numa poesia breve.
Joaninhavoa
(helenafarias)
17/08/2009
Publicado no Recanto das Letras em 16/08/2009
Código do Texto: T1757901