Separação

Foto de giogomes

A Rosa e o Tigre XXX - Encontro

Dois dias, apenas dois dias.
Para a separação da realidade e fantasia.

Uma última vez antes de casar,
a Rosa e o Tigre iriam se encontrar.

Não sabia mais o que pensar.
Com quem não ama iria se juntar.

Pensou muito no Tigre nos últimos dia,
e em todos momentos de beleza e alegria.

Ao se encontrarem novamente,
conversaram alegremente.

Quando o Tigre perguntou tranquilamente:
"- O quê neste momento você sente ?"

Respondeu que nada sentia.
Ia ser como qualquer outro dia.

Tigre: "- Como você pode estar tão abatida ?"
"- Amanhã será um dos mais importantes dias de sua vida !"

A Rosa então começou a chorar,
pedindo para que Deus a pudesse perdoar.

Tigre: "- Isto tudo é minha culpa, minha maldição.
Por não ter tido força para manter nossa relação !"

Disse ao Tigre que não tinha culpa de nada.
Foi sua opção escolher esta caminhada.

Tigre: "- Tenho algo para te dar !"
"- Irá ajudá-la em seu novo caminhar !

A Rosa agradeceu espantada,
isso era uma coisa que não esperava.

Tigre: "- Para cada dia que se ausentar,
uma nova poesia irei criar !"

A Rosa viu o Tigre beijar a pata
e ao encostar em suas pétalas, sentiu-se amada.

Foto de MALENA41

O ÚLTIMO POR DO SOL ANTES DO ADEUS

Olhava meus dedos dos pés e chorava. Chorava por ele, por ele que logo partiria.
As malas estavam prontas...
Era a última noite que dormiríamos sob o mesmo teto. Na mesma cama já estava fazendo alguns meses que não dormíamos.
Eu já passava dos quarenta e cinco, porém, me sentia tão imatura.
A borboleta amarela e o beija-flor vieram me visitar. A tarde devagarzinho morria. Como eu, como eu.
Eu poderia chorar, desfazer as malas, me esgoelar. Ele desistiria da partida se eu implorasse.
Mas ficar com alguém desta forma? Como se ele estivesse me fazendo um favor?

A franja me caía nos olhos e eu a afastava, molhava suas pontinhas com as lágrimas que ensopavam meu rosto. Esfregava a boca e assoava o nariz. O lenço de papel estava ensopado. Precisava pegar outro. No entanto entrar na casa àquela hora?
Queria vê-lo chegar. Queria. Queria falar com ele.
Sofrer mais um pouquinho? ─ Diria minha sábia mãe.
Esticava a perna e recolhia, esticava de novo. Ela estava adormecendo de tanto tempo que ficara sentada ali. Uma hora, duas. O telefone cansou de tocar, o celular também. Não atendi.
Devia ser algum chato. “Poderia ser até meus filhos – mas eles ligariam outra hora”. Ou minha mãe. Ela também ligaria depois e faria milhares de perguntas. Sabia que não estávamos bem e estranharia meu silêncio. Conhecia meus hábitos e sabia que eu estava sempre em casa no final da tarde.
E se fosse ele? Ele não ligaria. Terminamos tudo e ele estava apenas aguardando que terminassem uns detalhes de pintura na casa que alugara. Levaria tão pouco, o indispensável eu diria.
Havia me dito que partiria bem cedinho.
Não brigamos desta vez. Só escutei e foi como se uma montanha de gelo despencasse sobre minha cabeça.
Nos últimos dois anos discutimos tanto que tudo se esgotou. O carinho morreu.
Houve um tempo que o medo de perdê-lo era maior e aí eu tentava reconquistá-lo. Depois fui me sentindo tão vazia e via que tudo era inútil.
Ele dizia coisas que me feriam fundo. Será que tinha noção do que estava fazendo? Não sei.
Acabei por feri-lo também. Não entendia ainda que estava agindo de forma errada.
Cada carro que passava fazia meu coração disparar, pois pensava que era Augusto que estava chegando.
De onde estava podia ver o sol descendo lentamente na linha do horizonte. Tínhamos uma vista privilegiada.
Quando compramos a casa comentamos que ninguém no mundo tinha uma vista igual. Até nosso ocaso era diferente, porque éramos muito especiais e nosso amor era exclusividade.
Nunca que terminaria um romance destes, nunca.

Um menino gritou na rua e fez meu coração pular e pensar nos meus filhos pequenos. Que pena que cresceram! Era tão bom tê-los sob a barra da saia.
De repente me via pensando no poema de Gibran: Vossos filhos não são vossos filhos.
Claro que não. Os filhos são do mundo. Só somos os escolhidos para colocá-los no mundo e orientá-los. E amá-los.
A menina se casara tão novinha e eu pensava que ela poderia ter esperado mais. Todavia havia o tal do livre arbítrio...
Meu filho estava cursando a universidade noutro estado. Foi o caminho que ele escolheu.
O menino continuava gritando e eu ficava ouvindo seus berros. Aquilo mexia com meus nervos que já andavam à flor da pele. O sol descia, descia.
Aí o carro estacionou. Era Augusto. Ele ainda tinha as chaves e o controle do portão. Foi abrindo e percebi que estava aborrecido.
Ele se mudaria no dia seguinte e nunca gostara de mudanças.
Na minha concepção meu esposo já tinha partido fazia bom tempo.
Olhei aquele belo homem estacionando na garagem e comecei a pensar quando nos conhecemos. Como ele era bonito!
Lógico que com os anos ganhara uma barriguinha, o cabelo diminuíra um pouco.
Mas num todo o corpo estava bem e o rosto sempre lindo.
Ele vinha em minha direção e meu coração disparava.
─ Você está bem?
─ Estou.
Minha voz saía rouca e eu pensava que precisava fazer aquele pedido, antes que nosso tempo se esgotasse.
─ Posso lhe pedir algo, Augusto?
─ Diga, Solange.
─ Não vai se aborrecer?
Que pergunta idiota! Eu o conhecia bem e sabia que estava arreliado.
─ Diga logo, que preciso tomar um banho. Tenho um compromisso daqui uma hora.
A frase veio como um balde de água fria me fazendo quase desistir de falar, Acontece que se não fizesse naquele instante não teria outra oportunidade e resolvi perguntar de uma vez.
─ Lembra-se quando ficávamos assistindo o sol se esconder de mãos dadas?
Ele pigarreou (andava fumando muito). Só que estava pigarreando neste momento para disfarçar.
E por fim falou baixinho:
─ Claro que lembro. Certas coisas não conseguimos esquecer por mais que tentemos.
─ Eu posso lhe pedir uma coisa?
─ Não se estenda, Solange. Já falei que estou apressado.
Outro balde.
─ Quero lhe pedir que sente aqui comigo para ver o sol se esconder. Falta pouco. ─ coloquei mais doçura na voz ─ Nem precisa segurar a minha mão.
Ele me olhou sem ternura no olhar, mas com pena.
Estaria eu fantasiando?
─ Augusto. Onde você vai morar dá para ver o sol se escondendo?
Ele virou o rosto na direção do horizonte e seu rosto parecia esculpido em pedra.
O telefone voltou a tocar e eu rezei baixinho:
─ Quieto, telefone. Fique quieto, por favor.
Por coincidência ou pela força de meu pedido depois do terceiro toque o telefone silenciou.
Em alguns instantes a magia daquele instante terminaria. Aquele corpo amado jamais estaria tão próximo ao meu.
Não resistindo eu busquei sua mão e ele estreitou a minha da forma que sempre fizera, apertando fortemente o mindinho.
Se eu chorasse naquela hora estragaria tudo. Ele havia me dito que não suportava a mulher chorona que eu me transformara.
Banquei a forte e nossos rostos estavam bem próximos. Os dois olhando o sol alaranjado e faltava apenas uma nesginha para o nosso astro rei se esconder.
Ele se levantaria em segundos e entraria no banheiro. Tomaria um banho e sairia. Chegaria tarde em casa e eu nem o veria chegar. Na manhã seguinte se mudaria e fim.
Um tremor percorreu meu corpo e de repente me vi estreitada em um abraço.
Aquilo não poderia estar acontecendo.
Sua boca sôfrega procurava a minha e eu me entregava inteira.
O sol acabava de desaparecer lá distante.
Eu já não via, mas sabia.
A língua dele tocava o céu da minha boca.
Estaria ficando louca?
Estaria sonhando?
Queria falar, mas o encanto se acabaria se falasse qualquer coisa.
Pressentia que não poderia me mexer, senão a poesia daquele instante se acabaria. Então fiquei bem quieta. Esperando. Esperando para saber se tinha escapado da realidade e entrado no sonho.
Eu não tomara absolutamente nada. Estava sóbria.
O corpo dele se estreitava ao meu.
Estreitava-se tanto que eu chegava a pensar que me quebraria algum osso.
Estava tão magra. Ossuda mesmo.
Ele é que rompeu o silêncio.
─ Desculpe.
─ Desculpar o quê?
Deus! Ainda era meu marido. Ainda era. Não tínhamos tratado da separação.
Augusto não sentia assim e provou isso pedindo desculpas.
─ Não tenho que desculpar nada, meu bem. Eu queria que acontecesse. E acho que você também.
Parecia que meu tom melodramático não o abalara em nada.
─ Foi um momento de fraqueza. Vou tomar um banho. Espero que você entenda que me deixei levar...
Eu o agarrei pelas costas e fiz com que se virasse e me olhasse nos olhos. Ainda haveria tempo de salvar nosso casamento?
─ E se eu mudar o meu comportamento?
─ Não há o que mudar. Tudo está resolvido. Amanhã cedo eu vou embora. Nossos filhos entenderão.
─ Será? Será que tudo é tão simples como diz?
─ Não vamos recomeçar.
E foi entrando porta adentro.
Eu fui seguindo-o. Se me beijara daquela forma ainda sentia amor e desejo. Ou estaria equivocada?
Ele colocou a chave do carro e a carteira sobre o rack e eu fui ao nosso quarto.
O que eu poderia fazer ainda? Jogar charme por cima dele não adiantaria de nada. Pedir? Implorar?
Deitei na cama e ele entrou no banheiro social e ligou o chuveiro.
Imaginei seu corpo nu e senti vontade de fazer amor com ele. Senti vontade de sentir de novo um abraço apertado, como o que acontecera há alguns minutos.
Que foi feito de nós? Fiquei me perguntando.
Em seguida desligou o chuveiro e fiquei pensando.
─ Ele nunca tomou um banho tão rápido.
A porta do quarto foi aberta abruptamente e molhado como estava ele me puxou para seus braços e me carregou para o nosso banheiro.
Usou a mão esquerda para ligar o chuveiro e com a destra livre foi me arrancando a roupa.
Será que em outras ocasiões fora tão impetuoso?
Era tudo tão espetacular e louco que eu custava a crer que estava sendo real.
Ele descia a boca para meus seios e mordiscava os mamilos.
Fizera isso milhares de vezes aqueles anos todos, mas estava sendo diferente, pois parecia haver uma raiva nele. Um desespero por me possuir.
Pensei se estava me violentando.
Acontece que eu estava querendo tudo aquilo e também o amei desesperadamente.
Também eu o mordi e o apertei.
Também eu quando tomei seu órgão genital nas mãos fui agressiva. Apertei mais do que devia.
Fazia-o não como uma fêmea no cio, mas como uma mulher desesperada.
Sabia que era a última vez e estava sendo maravilhoso e maluco.
Nunca nos amamos brutalmente antes e não estava sendo propriamente brutal. Era diferente. Era como se nós dois estivéssemos morrendo de sede e água nunca conseguisse nos saciar.
A relação sexual ocorria num ritmo alucinado. Bocas e mãos procuravam, deslizavam, corriam pelo corpo todo.
Palavras não existiam e antes falávamos tanto enquanto fazíamos amor.
Eu nem conseguia pensar direito tal a intensidade do que estava vivendo. Era como estar com um estranho. Aquele homem não era o Augusto de todos aqueles anos e aquela Solange exigente eu nunca fora.
Eu queria mais e mais e mais.
Antes nunca ocorrera comigo o orgasmo múltiplo e nem tinha conhecido que de repente pudesse senti-lo e sentia. O êxtase chegaria para nós? Ele aguentaria até quando?
Taxativamente eu desconhecia naquele homem meu companheiro de tantos anos e ele também devia estar me desconhecendo.
Prolongou-se ainda por meia hora o coito e quando por fim caímos exaustos na cama estávamos suados e arquejantes. Tão exaustos que não tínhamos forças para mexer um dedo.
Envergonhada pensava que não conseguiria mais encará-lo depois de tudo aquilo e foi ele que quebrou o silencio.
─ Estou desconhecendo-a, dona Solange.
─ E eu também não o reconheci ─ falei com débil voz.
Ele tinha se esquecido do compromisso?
Fiquei quietinha e nem queria pensar que ele pudesse se levantar e sair.
Augusto colocou o braço em volta do meu ombro e me puxou para seus braços.
Pensam que ele partiu no dia seguinte?
Está até hoje comigo e nossas noites costumam ser muito agitadas. Muitas vezes ele vem almoçar e esquecemos completamente da comida.
Ele perdeu a barriguinha e diz que eu acabo com suas forças, que sou a culpada.
Eu penso que sou a salvadora.

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O Tigre e a Rosa XV - Escolha

Tinha pedido finalmente a separação,
e da Responsabilidade a negação.

Mandou avisar a sua amada,
que respondeu que não mais se importava.

O rancor ainda forte estava,
em sua vida amargurada.

Após inúmeras negativas,
o Tigre a fez convencida.

Ele e a Rosa iriam se encontrar,
para se olhar e conversar.

Estava com o encontro, apreensivo.
Apesar de se sentir novamente vivo.

Ver a Rosa novamente,
era como um belo presente.

Quando chegou ao seu lado,
percebeu que algo tinha mudado.

Apesar de ver com emoção,
que o amor estava ainda em seu coração.

Começou a conversar com ela,
e ver quais eram as seqüelas.

Percebeu que ela estava sofrendo,
com todos estes episódios horrendos.

E pela triste solidão destinada,
por ter uma relação inacabada.

Então tomou uma decisão,
que ia contra o seu coração.

Ela aceitou com tristeza e aflição,
mas viu que não havia outra solução.

Separar era a escolha definida,
para que ambos seguissem suas vidas.

Foto de raziasantos

Poderia ser diferente...

Poderia ser diferente.
No dia 13 de outubro de dois mil dez, por volta das dez horas da manhã.
Recebi um telefonema, era minha filha me avisando que o irmão de minha cunhada tinha sido assassinado.
Noticias como estas nunca são agradáveis, principalmente quando se trata de alguém próximo a nós.
A separação sempre e dolorosa, mesmo quando já esperada.
Então ao receber esta triste e trágica noticia sentei-me e fiquei meditando.
Eu o conheci quando meu irmão se casou com a irmã dele.
Nando era um jovem alto, moreno corpo bem malhado, um homem sedutor, educado, e muito prestativo.
Nesta época meu irmão era recém casado e foi quando ficou gravemente doente, ele tinha câncer no estomago, ainda muito jovem, mas...
Não se escolhe o nosso destino.
Foi neste período difícil que passamos que passei a conhecer Nando melhor.
Ele estava estudando enfermagem e se dedicou meu irmão com muito amor,
Nos últimos dias de vida de meu irmão a ajuda de Nando foi crucial, ele o levava para o banho trocava suas roupas, revezava com a família no hospital.
Nando era um ser de luz uma pessoa com alma caridosa.
Infelizmente se autodestruía era usuário de drogas, no inicio, maconha...
Considerada droga leve...
Meu irmão partiu, mas a gratidão pela força e ajuda em geral que Nando nos prestou jamais será esquecida.
Só que uma amizade não se constrói por gratidão.
Em cada, gesto, cada, ato, uma verdadeira amizade se constrói com pequenas
Partícula de amor ate que se transforme em amigo.
E era assim que eu o via como amigo.
Com o passar do tempo ele foi se afundando cada dia mais nas drogas.
Era casado tinha duas filhinhas lindas, mais tarde teve um filho.
O qual hoje tem três aninhos.
A família cansada de lutar desistiu dele, eu por vez poderia ter feito algo, mas
Não sei por que não fiz.
Ou talvez tenha tentado, não sei eu sempre conversei muito com ele tentei encaminhá-lo á uma clinica, mas não dependia de mim e sim dele.
Assim ele se perdeu de vez, abandonado, pela família, vendeu tudo que tinha pra comprar craque, vivia como um zumbi rondando a cidade, sem expectativas, de um novo amanhecer.
Ali sentada comecei a me perguntar o que poderia ter feito por ele.
O que deixei de fazer, como seria se ao invés de tentar tivesse obrigado ele
A ir para uma clinica:
Perguntei-me ate onde a família é responsável, como conseguir ajuda?
Não encontrei resposta, mas tenho certeza que podemos acreditar na recuperação desse pobre coitado, engolido pelas drogas, adotados por
Por traficantes que corroem a sociedade.
Eu acredito que o apoio da família é fundamental, pois meu filho era um usuário, e hoje esta limpo, veio pela dor, mas esta livre.
Infelizmente Nando não teve a mesma sorte, cavou e encontrou sua morte.
À noite fui para o velório, e encontrei toda família reunida, também os amigos da família dele também, eles choravam a perda do menino que fora criado juntos deles, eram vizinhos, que viram crescer.
Tudo estava normal como todos os velórios choro, olhares curiosos, flores que chegam amigos dando os pêsames velas...
O silencio da morte foi quebrado quando, uma das irmãs dele começou a montar uma mesa com lanches para os amigos que iriam virar a noite no velório.
Eu olhava o rosto dele no caixão estava tão sereno que nem parecia ter morrido de forma tão brutal.
Esta imagem ficou gravada em minha mente, agora ele encontrou paz.
Quando sua irmã terminou de montar a mesa, com as guloseimas, as crianças que circulavam pra, lá e pra cá inocentes sem saber do que se tratava.
Foram as primeiras a se servirem...
Mas o que mais tocou a todos foi o filho dele com dois anos e meio, ele correu pegou nas mãos da tia e pergunto dando pulinho de felicidade:
É agora que vamos cantar parabéns titia?
No silencio da morte á dor mais forte dos pobres anjinhos inocentes, seguem
Em seus caminhos incertos do dia do amanhã...
Que em teu último suspiro Deus possa ter tido misericórdia de ti.

Foto de giogomes

A Rosa e o Tigre XIV - Acabou

A Rosa estava triste e magoada,
com o Tigre que tanto amava.

Depois de todo o ocorrido,
percebeu que morrera o amor definitivo.

Não conhecia do seu amado,
este lado furioso e amargurado.

Pela sua reação,
era definitiva a separação.

Não queria que tivesse acabado,
de um jeito torto e amargurado.

Decidiu seguir sua vida,
encontrar um companheiro, uma guarida.

Quando o Jardineiro apareceu,
no momento em que tudo estremeceu.

Queria ele voltar para sua vida,
disse que mudou com sua partida.

A Rosa lembrou com tristeza como era,
quando vivia com ele em sua terra.

De quanto havia sofrido,
sobre os desmandos proibitivos.

Estava ele muito diferente,
mudou seu jeito indiferente.

Algum tempo depois, foi embora.
Antes de ir, disse que voltava outra hora.

De repente um bater de asas.
Era um pequeno pássaro de chegada.

Trazia uma mensagem clara,
de que o Tigre queria encontrá-la.

Respondeu com um “- Não !”, pois pouco restou.
- Teria que entender que tudo acabou.

Foto de giogomes

A Rosa e o Tigre XIII - Separação

“- Não era isso o que eu queria !”
Chorava a Rosa em agonia.

Não queria que o Tigre sofresse,
não achou que a separação o rompesse.

Tentou explicar a sua situação
e de como estava o seu coração.

Ele não a ouvia,
apenas gritava e rugia.

Tentou dizer que o amava,
mas tinha o direito de escolher sua estrada.

Não mais agüentava,
ter relação com um fantasma.

Nos sombrios momentos de solidão,
ele nunca estava ao lado com sua afeição.

Não adiantava !
Somente o que ele sentia é o que importava.

Só ele estava sofrendo,
como se a Rosa não se sentisse morrendo.

Lamentando a sua amiga Jasmim,
o triste desenlace de um amor sem fim.

Sabia que também tinha errado,
deveria por este amor ter lutado.

Ao ver esta triste faceta,
da transformação do Tigre em Besta.

Desistiu ao ver quebrado,
o encanto do cristal imaculado.

Lembrou de um pequeno recado,
dizendo que o Jardineiro a tinha procurado.

Com muita mágoa em seu coração,
não impediu esta triste separação.

Foto de giogomes

O Tigre e a Rosa XIII - Separação

.
Parecia que a dor o iria matar,
era muito mais do que podia suportar.

Quem diria que o animal corajoso e lutador,
pudesse se desestabilizar por uma flor ?

Se sentia traído e enganado.
As promessas da Rosa não tinham significado.

O seu mundo encantado,
teve todos os seus alicerces abalados.

O Tigre começou a se perguntar,
onde todo aquele amor foi parar.

Quando voltaram a conversar,
todo o rancor e dor ainda estavam lá.

Ela ensaiava uma explicação,
sobre o porquê dessa reação.

Queria que o Tigre a ouvisse
e prestasse atenção no que disse.

Estava o Tigre completamente apavorado,
com a idéia de não tê-la mais ao lado.

Tirou suas próprias conclusões,
e teve a pior das reações.

Dirigiu a ela impropérios com ardor,
coisas incompatíveis com o amor.

Achava que nada neste mundo,
poderia explicar este comportamento rotundo.

A briga prosseguiu por dias.
Raiva e afasia, substituíram a alegria.

O Tigre que conheceu o verdadeiro amor,
agora conhecia a verdadeira dor.

Não percebeu que a turbulenta reação,
os levaria definitivamente a separação.

Foto de Rita Freitas

SENTIR

É um estado de Ser e de sentir…
Sentir o paraíso inexpugnável
E caminhar em direcção a um Deus maior
É a sensação de ligação ao todo
Ligação a uma energia pura e una,
E nada é separado de nada.
A unicidade é manifesta
No sentir a terra, no sentir o céu
No sentir a cor púrpura do sol
No sentir a mente dos homens
Mergulhada na profunda ilusão
Da separação aparente
É levantar o véu que cobre a visão
E deixar o mundo encantado das ilusões.
É sair do sonho insano das cegueiras
E escolher a vida para além da vida
É sair do sonho passageiro do mundo finito
E mergulhar no oceano infinito da alma
E sentir, sentir…

Foto de odias pereira

" DENTRO DE MIM UM VAZIO".

Hoje bateu dentro de mim um vazio,

Quando eu cheguei em minha casa.

Senti no meu corpo um calafrio,

Ao perceber que em casa você não estava.

É o prineiro dia sem você em minha vida,

E ainda não sei se vou me acostumar.

Não sei se vou curar dessa ferida,

E essa separação ja começa apavorar.

Abri a porta como faço de costume,

E caminhei em direção ao nosso ninho.

E logo senti o cheiro do perfume,

E a falta de um abraço e de um beijinho.

Era assim que você me recebia,

Cheirosa linda e perfumada.

Perguntado como tinha sido o meu dia,

Depois de muitas horas trabalhadas.

Depois de beijar-mos com amor,

Você dizia , Amor a comida esta na mesa ! . . .

Eu me sentava e provava o sabor,

Depois deliciava a sobremesa..

Hoje ja sinto a falta dos momentos,

Que vivi com você em minha vida

Tentando conviver com esse tormento,

E a falta de você minha querida.

Odias Pereira
13/01/2011

Foto de heisenhein

minha triste vida.........

Haaaaaa.......triste vida desesperada....
Sem o menor sentido......
Por uma linda morena arrasada...
Com uma dor insuportável......
Que jamais fora sentida....
Haaaaa........angustias......
Desilusões,decepções....
Nem sei mais o que sinto....
Ja não sei mais o que grito....
Haaaa....bons tempos de nosso amor...
Pena que se foram...decepções,desilusões...
Jamais poderei esquecer...
Da vontade de morrer...
Depois das palavras que você me disse...
Queria somente saber...
Tudo aquilo é verdade?
Ou é apenas brincadeira...
De uma pessoa de pouca idade...
Haaaa....... que decepção....
Que dor terrível em meu coração....
Queria me explodir...
Queria estar em outro lugar....
Queria jamais te amar.....
Queria jamais contigo rir...
Queria estar preso....
Preso por vontade a você...
Que pena.... a vida assim não quis...
Você também não...
Ignorou tudo que eu fiz...
Acabou tudo....
Um grande vazio ficou...
Um poço sem fundo...
Um infinito....
Uma separação...
Que a vida proporcionou...
Essa foi mais uma....
Foi também a mais cruel...
Foi a pior dor.....
Amarga como fel...
Tristes dias virão...
Disso tenho certeza...
Pobre do meu coração...
Que tem a ti como fraqueza....
Acho bom eu parar...
Senão...loucura vou fazer...
Vou ainda mais te amar...
Por ti vou morrer...
Por ti também quero viver,
Por ti quero a cada dia renascer...

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