A Selva
Vencer um mundo cão,
Na dignidade e altivez,
É tarefa só p’ra rei leão,
Nesta selva de malvadez.
E no rugir do espertalhão,
Qualquer sentir estremece,
E sente o espírito em prisão,
Enquanto o ladrão não perece.
Viver sonho de paz e união,
É fantasia Divina e Celeste,
Há sempre pólvora de canhão,
Afiado ao nosso Sol em leste.
Nunca ninguém se arrojou,
Na afirmação de vida fácil.
Esta selva de gente já matou,
O nosso paraíso é sonho lábil.
Nascer, não foi nossa opinião,
Crescer, foi amor e protecção,
Vivamos com luta e percepção,
Inteligência e amor em difusão.
Que tenhamos um exíguo cantinho,
De poucos amigos, mas muito bons,
Espírito de entreajuda e doce carinho,
E rugirmos com firmeza o nosso ego,
Na doçura das palavras em bombons,
Fazer esta maldita selva, o nosso ablego.