Sangue

Foto de Cecília Santos

SÓ UM RECOMEÇO

SÓ UM RECOMEÇO
#
#
#
Há sempre uma lágrima em meu olhar.
Por mais que eu queira não dá pra disfarçar,
Ela me trai, não se retrai, e cai.
Escorrendo pelo meu rosto,
morrendo em minha boca.
Que se transforma em espelho d’agua
refletindo a minha dor.
Fiz da minha vida um longo caminho sem marcas,
pra não saber voltar.
Fiz de mim mesma um sonho a realizar.
Busquei nas nuvens, as gotas de chuva.
Nas minhas veias o sangue quente a jorrar.
Nos rios as curvas, e cascatas,
que por fim se abriu no mar.
Há sempre uma lágrima em meu olhar.
Silenciosa , e insistente.
Que me lembra que o amor trás a felicidade.
Que trás um tempo de risos e de lágrimas.
Que trás verdades sem palavras, mentiras em gritos.
Que torna a vida, simples, serena, às vezes
difícil de ser suportada.
Que intimamente me mostra as curvas do meu vôo.
Livre por entre mundos que eu mesma escolhi.
Me mostra que o fim, é só um recomeço...!

Direitos reservados*
Cecília-SP/11/007*

Foto de Raiblue

Ecos da saudade...

Tambores
Ecoam
Na alma
Origem perdida
Num tempo
Passado
Presente
No fundo
Da íris
Ressoam
Cantos
Em cada
Canto
De mim
Meu sangue
Meu povo
Esquecido
No calabouço
Da história...
Memórias
Sons da saudade
Que rola
Na face...
Cheiro das águas
Das terras
Da minha gente
Do outro lado do mundo
Mas tão presente...
.

(Raiblue)

(PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA)

Foto de carlosmustang

"SOLDADOS DESPOSSUIDOS"

Se sobre uma capa, me escondo
Minhas "armas" já não servem
Sobrou apenas a "coragem"
E o sangue que ferve...

E com a cabeça erguida
Pra vencer essa batalha!
A luta pela vida
E transpôr essa MURÁLHA!!!

Mas nem "membros" tenho mais
Só a fé do escudo que me reveste
Dessa boca voráz!

Sou cerceado no meu próprio veneno
O efeito me almeja!
Mas o "bradar" dessa esperança!
E um final que se deseja...
À fisgar meu destino.

Foto de CarmenCecilia

CORCEL NEGRO

VIDEOPOEMA
POESIA: CARMEN CECILIA
EDIÇÃO:CARMEN CECILIA

CORCEL NEGRO

Lá vem ele pelas pradarias todo garboso
Cavalgando com seu ar soberano e majestoso
Pelo lustroso como veludo negro
No seu trote ligeiro.

Com seus olhos grandes e vivos...Todo sacudido...
Pescoço musculoso e bem dirigido
Peito amplo e profundo e o dorso prolongando-se com a garupa
Sempre é o líder do seu grupo!

Tendões de aço! Aprumos excelentes! Um reprodutor!
Ciente da sua ascendência.
Já se vê na sua prole a procedência
Sabe da sua compleição. Perfeição!

No haras detém o controle do seu harém.
E com tudo tem extrema habilidade.
É o rei do hipódromo...O de maior agilidade
Marcha elegantemente e segue sempre na frente

E lá vem o dia!
Do momento em que Prelúdio
Disputa o grande premio
Para ele nunca tem páreo

O treinador o preparou com exímia dedicação
E ele aluno aplicado, devotado
Nada teme e por todos é reverenciado
O jóquei segreda as últimas instruções
“Somos eu e você campeão”

É dada a largada!
E lá vai ele em disparada
Mas na última virada,
A meio corpo da chegada...

Um golpe traiçoeiro leva-o ao chão
Toda a arquibancada levanta-se então
Com o coração na mão!
Prelúdio campeão! Não vá embora não!

Mas o corcel negro na cabeça foi atingido
Aturdido meio que perdido
Em meio a poça de sangue.
Despede-se da multidão

Os anos passaram e Prelúdio virou lenda!
Em toda roda lembram da sua contenda
Das suas façanhas, seus inúmeros troféus
E dizem deve estar no céu!

Eu aqui fico calado
Com um nó na garganta e amargurado
Uma lágrima de saudade brota...
Dou meia volta e vou embora com minha revolta.

Em noites de lua cheia...
Uma brisa me toca o rosto
Volto-me para a colina meio que a contra gosto.
Onde pareço ouvir seu relinchar e ver seu vulto

E cheio de emoção
Ouço bem baixinho
Não fique assim não peão
Vim aqui só pra te avisar e sossegar
Pois um dia a gente vai se encontrar!

Carmen Cecília

Foto de Osmar Fernandes

Sou a vida

Dona morte!
Não sou seu rapaz.
deixa-me em paz.
Não sou sua sorte...
Dona morte!
Sou seu mistério.
Sou eterna, sou forte,
Sou metamorfose...
Dona morte!
Sou obra-prima de Deus.
Sou dona do mundo...
Que nunca morre.
Dona morte!
Sou sangue que corre
Na alma do artista...
Sou etérea... Sou a vida.

Foto de Sirlei Passolongo

Alma Negra - Dia da Consciência Negra

Alma Negra 

Minh’alma negra
Inda chora...
Chora a crueldade do
Preconceito.
Que há muito o mundo,
Miseravelmente,
Tem feito.

Meus olhos choram
Lágrimas de sangue
Pois só vêem dor e
Maldade...
Irmãos negros, pela cor
Subjugados,
Mundo afora humilhados.

Meu coração negro
Clama justiça ao meu povo
Milhares morrem de fome
E infinitas doenças...
Esmagados no esquecimento
Por preconceito e violência

Minh’alma negra e forte
Grita por respeito e igualdade
Não apenas
Um dia de consciência
Direitos a dignidade...
Por toda a nossa existência!

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

20.11
DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
 
 

Foto de Marcelo Souza

Dentro da mina de ouro

O mundo já não era mais o mesmo,
As portas eram cada vez menores,
As ruas menores,
E as calcadas mais baixas.
O alcance das minhas mãos mais alto, porém inexplicavelmente miúdo,
Ao ponto de não mais conter o mundo entre elas.
Meus olhos viam mais longe e as visões tornavam-se cada vez mais horrendas.
Os amigos mais distantes e os inimigos multiplicavam-se ao meu redor.

O vocabulário a ser decorado se tornara maior e mais difícil,
Ao passo que as mais simples e verdadeiras palavras ficavam impronunciáveis.
As famílias cada vez menores e as camas cada vez maiores,
Do tamanho do vazio em cada um dos corações.

O amor já era um desaparecido, senão desconhecido,
E as flores? Flores já não eram mais.
O céu de cinza já estava pintado e o chão com rios de sangue.
Verdadeiramente o mundo não era mais o mesmo,
O dinheiro havia tornado-se o seu único rei,
Tendo dona ganância como sua rainha,
A luxuria sua mais bela princesa,
E o ódio, o príncipe que haveria de herdar o trono.
Neste reino os calabouços estavam cheios de toda gama de bons sentimentos,
Estavam eles acorrentados e esquecidos ao longo de todo este tempo.
O mundo já não era mais o mesmo, era um mundo sem fé e sem salvação,
Um mundo sem esperança, pois esta há muito já havia sido expulsa dele.
Era um mundo que ria de tantos que antes choraram;
Sem saber o quanto ele mesmo ainda haveria de chorar.
Era um mundo envolto em trevas e que delas jamais escaparia.
Era este o mundo, um novo mundo,
Apenas uma sombra negra de outro mundo,
Mundo de outrora, mundo de ontem à noite.
Mundo sombrio, sem paz e que jaz,
Mundo diferente do meu mundo, o mundo em que antes eu vivia.

Marcelo”thefox”Souza
Fortaleza, Novembro 2007

Foto de Osmar Fernandes

No pó da bagaceira

A menina mãe-solteira,
é catadora de bitucas...
Vive no pó da bagaceira
com mil grilos na cuca.

Os boateiros dizem que é chocadeira.
Nos seus devaneios viaja sem roupa...
Sua paixão é o caçula da benzedeira.
Fogosa, gostosa, dá água na boca!

É fera, é loba, é gata!
Tem fama de deitadeira.
Apaga seu fogo no rio do prata...
É puro sangue de mulher brasileira.

Sua jornada é de muita luta.
Sua história é de mulher guerreira...
Nunca foi prostituta!
Mas, vive no pó da bagaceira.

Obs.: Catador de bituca - trabalhador de canavial que cata "Cana" que cai das julietas, caminhões, etc.

Foto de Osmar Fernandes

É muito fácil ser bandido, difícil mesmo, é ser gente!

O planeta está repleto do que não presta.

Muito corpo sem cabeça virou lixo.

Afinal, o que nos resta?

Tornar-nos um ermitão?

Ficarmos à mercê do inimigo?

Ovacionarmos esse mundo de trevas?

Ou combatermos essa tribo do cão?

É muito fácil ser bandido,

Difícil mesmo, é ser gente!

Difícil, é ir e vir contente.

Fácil é tropeçar e cair no buraco

Negro do abismo maldito.

Onde achar a saída é esperança quase morta.

Onde esse destino é uma chave sem porta.

Eu não consigo entender o prazer bandido...

Onde matar ou morrer é apenas correr mais um risco.

Onde o sangue inocente não tem nenhum valor.

Não entendo esse mundo em vão!

Onde a falta de amor sufoca e sepulta um irmão.

Onde o homem torna-se um animal mesquinho.

Onde a falta de Igreja o transforma num deus de dor.

É sórdido não ter compromisso com a História.

Ficar esquecido numa cova como um cão sem dono.

Vegetar no mural do desengano.

Morrer sem deixar memória.

Anular sua alma e desistir de si mesmo.

Coisa de quem nunca teve carinho de berço...

É ter como selo na testa a digital da besta.

É fácil pôr a culpa dos seus fracassos em alguém.

Difícil é ter vergonha na cara e enfrentar o problema.

É muito fácil mergulhar na lama!

Difícil, é ter a vontade de livrar-se dessa sujeira.

De se libertar do inferno que é prisioneiro.

De impar a alma desse chiqueiro...

e acordar para sempre desse coma.

Foto de Sonia Delsin

PEDRAS DO MEU CAMINHO

PEDRAS DO MEU CAMINHO

No pisar.
No machucar.
No sentir.
Nas pedras do caminho está a aprendizagem.
O entendimento da viagem.
Fui pisando, ferindo meus frágeis pés.
Mas fui admirando a paisagem.
Fui cantarolando.
Fui com Deus conversando.
Porque pelas estradas da vida eu segui sempre amando.
Nas pedras de meu caminho algum sangue ficou.
Muita coisa marcou.
O passado guardou.
Nas pedras do meu caminho lágrimas caíram.
Mas sorrisos me redimiram.
Hoje estou aqui a olhar.
Deixei tanta coisa para trás.
E à minha frente antevejo um caminho de tanto amor e tanta paz...

Páginas

Subscrever Sangue

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma