Rosas

Foto de Mariana Oliveira

É Loucura

Sabia que:
É loucura...
Odiar todas as rosas
Porque uma te espetou?
Entregar todos os seus sonhos porque um deles não se realizou?
Perder a fé em todas as orações porque em uma você não foi atendido?
Desistir de todos os esforços porque um deles fracassou?
É loucura...
Condenar todas as amizades porque uma te traiu?
Descrer de todo o amor porque um deles lhe foi infiel?
É loucura...
Jogar fora todas as chances de ser feliz porque uma tentativa não deu certo?
Espero que na tua caminhada você não cometa estas loucuras!
Lembrando que sempre há outra chance, uma amizade, outro amor, uma nova força...
É só ser perseverante
E procurar ser mais feliz a cada dia.

Foto de Fernanda Queiroz

Pedaços de infância

Lembranças que trás ainda mais recordação, deixando um soluço em nossos corações.

Lembranças de minhas chupetas, eram tantas, todas coloridas.
Não me bastava uma para sugar, sempre carregava mais duas, três, nas mãos, talvez para que elas não sentissem saudades de mim, ou eu em minha infinita insegurança já persistia que era chegado o momento delas partirem.

Meu pai me aconselhou a planta-las junto aos pés de rosas no jardim, por onde nasceriam lindos pés de chupetas coloridas, que seria sempre ornamentação.
Mas, nem mesmo a visão de um lindo e colorido pé de chupetas, venceram a imposição de vê-las soterradas, coibidas da liberdade.

Pensei no lago, poderiam ser mais que ornamento, poderia servir aos peixinhos, nas cores em profusão, mesmo sem ser alimentação, primaria pela diversão.
Já com cinco anos, em um domingo depois da missa, com a coração tão apertadas quanto, estava todas elas embrulhadas no meu pequenino lenço que revestia meus cabelos do sol forte do verão, sentamos no barco, papai e eu e fomos até o centro do lago, onde deveria se concentrar a maior parte da família aquática, que muitas vezes em tuas brincadeiras familiar, ultrapassavam a margem, como se este fosse exatamente o palco da festa.

Ainda posso sentir minhas mãos tateando a matéria plástica, companheira e amiga de todos os dias, que para provar que existia, deixaram minha fileira de "dentinhos, arrebitadinhos".

Razão óbvia pela qual gominhas coloridas enfeitaram minha adolescência de uma forma muito diferente, onde fios de metal era a mordaça que impunha restrição e decorava o riso, como uma cerca eletrificada, sem a placa “Perigo”.

O sol forte impôs urgência, e por mais que eu pensasse que elas ficariam bem, não conseguia imaginar como eu ficaria sem elas.

A voz terna e suave de papai, que sempre me inspirava confiança e bondade, como um afago nas mãos, preencheu minha mente, onde a coragem habitou e minhas mãos pequeninas, tremulas, deixaram que elas escorregassem, a caminho de teu novo lar.

Eram tantas... de todas as cores, eu gostava de segura-las as mãos alem de poder sentir teu paladar, era como se sempre poderia ter mais e mais ás mãos, sem medos ou receios de um dia não encontra-las.

Papai quieto assistia meu marasmo em deposita-las na água de cor amarelada pelas chuvas do verão.

Despejadas na saia rodada de meu vestido, elas pareciam quietas demais, como se estivessem imaginando qual seria a próxima e a próxima e a próxima, e eu indecisa tentava ser justa, depositando primeiro as mais gasta, que já havia passado mais tempo comigo, mesmo que isto não me trouxesse conforto algum, eram as minhas chupetas, minhas fiéis escudeiras dos tantos momentos que partilhamos, das tantas noites de tempestade, onde o vento açoitava fortes as árvores, os trovões ecoavam ensurdecedores, quando a casa toda dormia, e eu as tinha como companhia.

Pude sentir papai colocar teu grande chapéu de couro sobre minha cabeça para me protegendo sol forte, ficava olhando o remo, como se cada detalhe fosse de suprema importância, mas nós dois sabíamos que ele esperava pacientemente que se cumprisse à decisão gigante, que tua Pekena, (como ele me chamava carinhosamente) e grande garota.

Mesmo que fosse difícil e demorado, ele sabia que eu cumpriria com minha palavra, em deixar definitivamente as chupetas que me acompanharam por cinco felizes anos.
Por onde eu as deixava elas continuavam flutuantes, na sequência da trajetória leve do barco, se distanciavam um pouco, mas não o suficiente para eu perdê-las de vista.
Só me restava entre os dedinhos suados, a amarelinha de florzinha lilás, não era a mais recente, mas sem duvida alguma minha preferida, aquela que eu sempre achava primeiro quando todas outras pareciam estar brincando de pique - esconde.

Deixei que minha mão a acompanhasse, senti a água fresca e turva que em contraste ao sol forte parecia um bálsamo em repouso, senti que ela se desprendia de meus dedos e como as outras, ganhava dimensão no espaço que nos separava.
O remo acentuava a uniformes e fortes gestos de encontro às águas, e como pontinhos coloridos elas foram se perdendo na visão, sem que eu pudesse ter certeza que ela faria do fundo do lago, junto a milhões de peixinhos coloridos tua nova residência.

Sabia que papai me observava atentamente, casa gesto, cada movimento, eu não iria chorar, eu sempre queria ser forte como o papai, como aqueles braços que agora me levantava e depositava em teu colo, trazendo minhas mãozinhas para se juntar ás tuas em volta do remo, onde teu rosto bem barbeado e bonito acariciava meus cabelos que impregnados de gotículas de suor grudava na face, debaixo daquele chapéu enorme.

Foi assim que chegamos na trilha que nos daria acesso mais fácil para retornar para casa, sem ter que percorrer mais meio milha até o embarcadouro da fazenda.
Muito tempo se passou, eu voltei muitas e muitas vezes pela beira do rio, ou simplesmente me assustava e voltava completamente ao deparar com algo colorido boiando nas águas daquela nascente tão amada, por onde passei minha infância.

Nunca chorei, foi um momento de uma difícil decisão, e por mais que eu tentasse mudar, era o único caminho a seguir, aprendi isto com meu pai, metas identificadas, metas tomadas, mesmo que pudesse doer, sempre seria melhor ser coerente e persistente, adiar só nos levaria a prolongar decisões que poderia com o passar do tempo, nos machucar ainda mais.

Também nunca tocamos no assunto, daquela manhã de sol forte, onde a amizade e coragem prevaleceram, nasceu uma frase... uma frase que me acompanhou por toda minha adolescência, que era uma forma delicada de papai perguntar se eu estava triste, uma frase que mais forte que os trovões em noites de tempestade, desliza suava pelos meus ouvidos em um som forte de uma voz que carinhosamente dava conotação a uma indagação... sempre que eu chegava de cabeça baixa, sandálias pelas mãos e calça arregaçada á altura do joelho... Procurando pelas chupetas, Pekena?

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Resernados

Foto de tristaodeandrade

o tempo...

há quanto tempo
chora
o tempo
por não ter tempo
pra te ver!

há quantos dias
sofre
a alma
que por falta de alegrias
fica sem te ter!

há quantas lágrimas
derramadas
vibra e geme
torcido em dor...
rosas magoadas
que se oferecem...
em favor!

desgraça minha
sangrenta...
que pra lá
vem escuro
que lamenta...

e tal como o tempo...
esfumo-me
na certeza...
de não ter tempo,
como o tempo...
pra ver tua beleza.

Foto de Elias Akhenaton

RITOS DE PASSAGEM - INICIAÇÃO


Ritos de Passagem – Iniciação
(poema místico)

Nos caminhos da grande roda da vida,
Ainda estou por concluir alguns ritos
De iniciação.
É bem verdade que já
Cumpri alguns deles com humildade
E determinação
E continuo cumprindo no dia-a-dia,
Faz parte do aprendizado...

Contudo, o mais importante desses
Ritos é a lapidação do meu ser, do meu
Interior que teima em continuar bruto,
Tal qual um rochedo...

O trabalho diário é árduo nessa lapidação
E creio sinceramente que se tornará
Polido quando chegar o momento de
Minha transição,
Cumprindo, enfim, minha última
Iniciação
E, assim, as Rosas florescerão...

Enquanto isso meu ser
“Ora et Labora.”

Elias Akhenaton

Foto de Felipe Ricardo

Flor de Orquidea

Logo vi que quando eu devorador de
Sorrisos iria achar meu banquete no
Sublime deleite da mais singela forma
Do mais subto e derradeiro feixe de luz
Nascido do brilho singular de teu sorriso
Que assim me devora e faz esqueçe as velhas
E esquecidas rosas, pois agora de uma
Orquidea faço-me cativo ao seu aroma.

Ah! Cara Orquidea temos tempo e palavras
Para que no fim desta tarde possa te mostras
As longinguas estrelas que por voce deixei, mas
Não se esconda em seus espinho, pois sei muito

Bem que não tens e mesmo assim se tiveres
Não te rejeitarei para apenas guarda minhas
Mãos que indignas são de te roubar desta tua casa
Pois quem sou eu para entra em seu jardim e fazer dele
Minha morada e por fim me alimentar deste teu
Prazeroso e terno aroma que consome minha essencia
Fazendo dela tua eterna luz e fazendo da tua minha
Primordial felicidade que nasce em teu jardim, Orquidea [...]

Foto de Rosinéri

APENAS VOCE

Como posso fazer poesia
Falar de rosas, rimar alegria
Se só escrevo você
Como falar do paraíso
Se me jaz o juízo
E você sabe por quê
Como ser mais eu
Se o sonho se perdeu
Sonhando o que não pode ser
Como me organizar
Admirar o campo amar
Se não consigo te esquecer
A cada trajeto, a cada passo
A cada gesto, a cada traço
Eu sinto você
A cada palavra, a cada segundo
Em cada plano, em todo mundo
Eu vejo você
Em cada grito, a cada suspiro
Em cada espero me reviro
Pois espero você
Em cada sonho, cada olhar
Busco em vão me livrar
De um, apenas você.

Foto de Flávia Simplicio

Amor indefinido

Amor é...
Desejo deslavado,
o par encontrado,
o sonho vivenciado,
as cartas molhadas,
por suas lágrimas choradas,
decorrente das lembranças.
doces e amargas.

Amor é...
Acordar de um sonho,
sonhar acordado,
é um olhar traduzindo,
o que precisa ser falado.

É a pureza da relva fina,
o ardor das rosas vermelhas.
É o sonho da menina,
a lembrança das mais velhas.

É a total entrega,
é o refúgio,
é a descoberta
é não saber o que sente,
pois o amor...
Não tem definição certa.

Flávia Simplicio Rodrigues.
Todos direitos reservados

Foto de Carmen Vervloet

Brincando com o Poeta

Na passarela, em gingados de samba,
A donzela encantou o poeta sentimental
Levantou a poeira sob olhares de bambas
Balançou as cadeiras, sua arma fatal!

O poeta em delírio soltou a imaginação
Desenhou imagens e rimas ardentes
Mostrou sua alma, entregou o coração
Com essência de rosas perfumou o ambiente.

E a sambista sestrosa caiu em seus braços
Esqueceu sua escola, deixou o carnaval
Com pingos de mel fez um açucarado laço
E amarrou o poeta num abraço sensual.

Carmen Vervloet

Foto de DENISE SEVERGNINI

Saudade

Saudade

Encarnei as vestes do amor
Colhi todas as rosas aromais

Dançou o tempo, meu senhor
Ficaram as formas espectrais

Ausência, conivente a meu dispor
Na derme, perfume de rosas astrais

Denise de Souza Severgnini

Foto de Carlos Henrique Costa

Sentidos

Pétalas de rosas numa formosa dimensão!
Feito tua pele, que me expele teu perfume,
Ação de todo coração, num raio de lume,
Que acende a chama ardente do meu tesão.

Estímulo da mente, alvo de uma direção!
Que repele a mágoa da tristeza ao cume,
Que se transforma e em tudo se resume!
Para se refletir no ego o amor e a razão.

Atenção de quem por si entende a paixão!
E a modifica em um verdadeiro e doce amor,
Num sentimento eloqüente trazido ao coração.

Mãos dadas em mesmos passos, real valor!
Que só quem ama sente em forte pulsação,
No olfato, no tato, na visão, este doce sabor.

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