sete luas cheias
juntas nos céus
dançarão nuas
sem pudor
nem véus.
As estrelas,
as fadas e os anjos
darão-se as mãos,
e uma roda farão,
em volta da lua
sete vezes branca,
sete vezes brilhante,
eu te desejando
como amante,
dançando na luz da
lua totalmente nua,
ao firmamento eu grito,
no infinito
Vem meu amor!
escuta meu clamor,
não deixe essa magia
que já é uma profecia,
quebrar o encanto,
pois as sete luas
podem cair em pranto
suas lágrimas não podem
embaçar seu brilho
não podem deixar
esse encontro
entrar em conflito
pois as sete luas
ansiosas esperam
esse encantamento
que se dará nesse momento
as estrelas, fadas e
anjos irão profetizar
que duas almas errantes
sempre serão amantes
e aos ventos dirão:
eu olhando pra ti então,
eternamente serás o
homem dela
e ela tua mulher
unidos de corpo e alma
em todas as sete luas
dessa vida até a morte
viver morrer e renascer
amor latente numa só alma
pulsando sempre juntos
num só ser de puro
encanto luxúria e prazer
Enviado por Chuva Heavy em Sex, 09/05/2008 - 17:26
Essas letras registram
os vestígios de mim mesma
algumas curvas vem,outras vão...
mas ainda estou aqui
resistindo as armadilhas do tempo
as armadilhas que o tempo
insiste em pregar-me.
a cada passo sinto a evolução
de cada minuto,segundo
percebo o atraso ou adiantamento
alguns dias vão...
O vestido outrora longo
cobrindo pernas trêmulas
agora revela pernas firmes pela segurança
o tempo nos prega armadilhas
poderão ser favoráveis ou perniciosas
cabe-nos decidir quais serão os seus caminhos
a cada passo o progresso
de saber que o tempo é um ilusão.
alguns amores vem outros vão
resquícios são deixados no coração
a lembrança é uma constante
uma roda gigante
rodeia-me com seu cheiro espalhado pelas ruas...
algumas lembranças vem,outras vão...
meus amigos...
éramos jovens sonhadores:
- nunca nos separaremos!
era o que dizíamos.
por um momento fecho meus olhos
e vocês ainda estão aqui;
recordo-me de nossas gargalhadas...
o tempo pregou-nos uma armadilha
separando-nos.
mas não deixarei que essa seja
mais uma armadilha que o tempo pregou
vocês muito me ensinaram
e fazem parte do que serei e do que sou
algumas idéias vem outras vão
a opinião não é mais a mesma:
- nunca! - Gritei ontem.
- talvez... - oscilo hoje.
- sim! - poderá ser dito amanhã.
quem sabe?
quem poderá jurar pelo futuro?
não há como fugir das modificações do tempo.
algumas pessoas vem outras vão
a morte faz do tempo uma zombaria
mostrando-nos que não pertecemos a ninguém
mas o tempo abocanha a morte em sua armadilha
e se transforma em antídoto contra a dor que dela provém.
alguns lugares resistem ao tempo
as casas resistem aos prédios
as praças resistem à poluição
a arquitetura resiste aos temporais
a mesma construção revela uma nova fachada
modificando a vila onde fui criada.
vestígios...
bom mesmo é ver o tempo passar
e não se culpar,não se preocupar
sentir a brisa das manhãs nos agraciar com seu doce beijo...
respirar o ar que mesmo não sendo puro nos compõe a vida.
não se preocupar.
fechar os olhos mesmo que por poucos minutos,
e sentir que está vivo!
que pode compreender
que pode aprender...
e que todo o tempo é válido.
Enviado por Sonia Delsin em Sex, 09/05/2008 - 15:29
A FLOR QUE TU NÃO REGASTE
Tu deixaste que morresse a rosa.
Deixaste.
Nem ligaste?
Se sofreste, disfarçaste.
E tão bem.
A vida é uma roda.
Uma roda de vai e vem.
Numa destas voltas da vida talvez repares também.
Que a rosa não morreu de todo.
Ela agonizou.
Quase pereceu.
Mas por um destes encantos do mundo, ela refloresceu.
Enviado por Sonia Delsin em Ter, 08/04/2008 - 20:32
NÓS DOIS E O TEMPO
Eu me lembro bem.
Na nossa primeira conversa falamos do tempo.
Do que ele permite.
Do que ele omite.
Deus. Faz tanto tempo!
Não esqueci.
Do que falamos.
E nem de ti.
Nós dois pensamos que o tempo era o que havia de mais cruel entre nós.
O tempo, e depois a distância.
A vida é surpreendente.
Veja bem.
A roda da vida foi rodando.
O tempo foi passando.
Tudo se ajeitando.
E um dia nos vimos dentro de um outro tempo.
Um tempo em que não existe limite.
Nem para os sonhos.
E nem para a realidade.
É um tempo que nos foi concedido.
O tempo de felicidade.
Hoje estais aqui nesta simulação
Apenas como expectadora,
Mas faz-me ver com emoção,
Como tu és mulher encantadora
Recordo-me de ti com emoção,
E surge em minha mente agora
Teus lindos Corcéis Negros. São
Deles e de ti a mensagem, ahora. ( Dirceu Marcelino )
*****
"CORCEL NEGRO
Lá vem ele pelas pradarias todo garboso
Cavalgando com seu ar soberano e majestoso
Pelo lustroso como veludo negro
No seu trote ligeiro.
Com seus olhos grandes e vivos...Todo sacudido...
Pescoço musculoso e bem dirigido
Peito amplo e profundo e o dorso prolongando-se com a garupa
Sempre é o líder do seu grupo!
Tendões de aço! Aprumos excelentes! Um reprodutor!
Ciente da sua ascendência.
Já se vê na sua prole a procedência
Sabe da sua compleição. Perfeição!
No haras detém o controle do seu harém.
E com tudo tem extrema habilidade.
É o rei do hipódromo...O de maior agilidade
Marcha elegantemente e segue sempre na frente
E lá vem o dia!
Do momento em que Prelúdio
Disputa o grande premio
Para ele nunca tem páreo
O treinador o preparou com exímia dedicação
E ele aluno aplicado, devotado
Nada teme e por todos é reverenciado
O jóquei segreda as últimas instruções
“Somos eu e você campeão”
É dada a largada!
E lá vai ele em disparada
Mas na última virada,
A meio corpo da chegada...
Um golpe traiçoeiro leva-o ao chão
Toda a arquibancada levanta-se então
Com o coração na mão!
Prelúdio campeão! Não vá embora não!
Mas o corcel negro na cabeça foi atingido
Aturdido meio que perdido
Em meio a poça de sangue.
Despede-se da multidão
Os anos passaram e Prelúdio virou lenda!
Em toda roda lembram da sua contenda
Das suas façanhas, seus inúmeros troféus
E dizem deve estar no céu!
Eu aqui fico calado
Com um nó na garganta e amargurado
Uma lágrima de saudade brota...
Dou meia volta e vou embora com minha revolta.
Em noites de lua cheia...
Uma brisa me toca o rosto
Volto-me para a colina meio que a contra gosto.
Onde pareço ouvir seu relinchar e ver seu vulto
E cheio de emoção
Ouço bem baixinho
Não fique assim não peão
Vim aqui só pra te avisar e sossegar
Pois um dia a gente vai se encontrar!
Enviado por Sonia Delsin em Qui, 20/03/2008 - 14:23
O QUE EU QUERIA
Eu queria...
Bem, eu queria um dia.
Um dia de seu tempo.
Um dia para nós dois.
Queria andar de roda gigante num parque. Chupar picolé, comer pipoca. Andar de mão dada.
Cair na gargalhada.
Por nada.
Queria um dia para namorar.
Um dia só pra amar.
Mesmo que depois só restasse desse dia uma lembrança.
Com você de novo eu queria experimentar ser criança.
Queria um dia inteirinho de carinho.
Mas queria que ele passasse bem devagarinho... bem de mansinho...
Em um instante de transe
Renda-se à minha renda
Doce oferenda
Retire a colcha
Descubra a concha
No fundo do mar
Que me habita
Venda seus pudores
Nessa noite dionisíaca
Onde somos todos
Súditos e reis
Girando na grande roda
Constelações cruzaram
Nossos caminhos
Cartas revelaram Karma
Faço parte do seu mapa
Rotas astrais
Da mesma mandala
Círculos de fogo
Ciclos das águas
Que correm em mim...
Vem
Mergulhe
Naufrague
E guarde minha pérola
Em sua boca
Pequena lua
A se pôr no seu céu
Que no meu mar afunda...
Sonhei seus olhos
Roda-gigante
A circular em mim
Emoções rodopiam
No meu corpo
Movimentam
Lençóis azuis
Moinhos de nuvens
A desabar
E encharcar
A cama...
Desejo líquido
Contido na íris
Do teu olhar
Que traz a noite
E suas vertigens...
Hipn (ótica)
Eros na ótica
Erótica!
Aprisionada
Em teus círculos
Claustro libertino!
Retinas retendo-me
Lá dentro...
Onde me molho
E moro
Nas noites
Em que seus olhos
Me visitam...
Enviado por Sonia Delsin em Dom, 24/02/2008 - 01:51
CAMINHO DE ALGUÉM
Passa pelo caminho a moça do riso fácil.
E o moço de semblante sério.
Cruzam-se.
A moça sorridente espera que o olhar do moço se prenda ao seu.
E ele passa envergonhado.
Parece meio perdido.
Meio abobado.
Estaria perdido no passado?
Com o futuro sonhando?
Por que do mundo estava se apartando?
Conjeturas de uma mulher jovial.
De sorriso sem igual.
Retroceder o caminho? O momento do encontro?
Como?
Se outra volta a roda da vida já deu?
Chorar um sonho que morreu?