Razão

Foto de HELDER-DUARTE

Audiência

Ai se Deus me desse uma audiência!?...
Se de facto, estivesse na sua presença!...
A ele apresentaria, questões...
Para as quais, só ele tem soluções...

Mas ouviria!...
E pouco falaria.
Pois ele é Deus.
Verdadeiros são, atributos seus.

Eis que o adoraria.
Sem cessar...
Ouviria, Ouviria...

Só ele é a razão...
Sem argumentar,
Só lhe daria adoração!...

HELDER DUARTE

Foto de ivaneti

Soneto de um bêbado

Soneto de um bêbado

Aqui... onde as cores se embaralham...
Sentado nesta mesa de um botequinho...
Sou eu! Apenas mais um, nesta madrugada...
Com as mãos trémulas... ainda consigo segurar
Neste copo... mais um gole de cerveja!...
Sou eu seu moço!...
Perguntou qual o meu trabalho?
Sou representante senhor!...
Represento a dor... vendo apenas ilusões...
E recebo no final do mês um bom salário...
O salário das fantasias... na minha história...
A solidão é que manda... manda as lágrimas correrem...
Para buscar na saudade... O meu amor...
Trazendo apenas o gosto da cevada!
Aqui ninguém sabe quem sou!...
Nem porque choro!
Mas na minha vida...Senhor... a única que tem razão..
É a própria solidão!...

Foto de Naja

O AVESSO DAS PALAVRAS

O AVESSO DAS PALAVRAS

Hojer preciso escrever, é imperioso
escrever sobre esse vazio em
minh´alma .
Sem saber o que dizer, o que narrar...
pois estou ôca, estou só, sem ter com quem falar, conversar...
Alguém que entenda o que digo
nessa minha confusão de pensamentos,
transtornos que parecem levar o meu sentir,
deixando-me no ar, sem sentido, sem razão,
sem eu mesma, sem meu ser.
Penso que cheguei ao avesso da vida
sem nexo, sem sentido, sem nada...
vazia.
Não sei mais como comunicar-me; tudo mudou e eu fico aqui,
no reverso da medalha,
a procura de um sentido para a vida,
de palavras coerentes, mas nada sai...
Vivo ocmo num sonho, percorrendo caminhos por onde andei, por sonhos
que não realizei, pelo amor que perdi.
Me perdi...e não mais me achei!

ANDARELA

Foto de JGMOREIRA

POEMA DO MENINO JESUS - ALBERTO CAEIRO

Poema do Menino Jesus

Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu tudo era falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque nem era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E que nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o Sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.

A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.

Diz-me muito mal de Deus.
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar para o chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.
E o Espírito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
"Se é que ele as criou, do que duvido." -
"Ele diz por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres."
E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.

Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.

E a criança tão humana que é divina
É esta minha quotidiana vida de poeta,
E é por que ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre.
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.

A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontado.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.

Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.

Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.

Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos dos muros caiados.

Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.

Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.

Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.

Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?

Foto de ivaneti

Mais um dia...

Mais um dia

Mais um dia...suas lembranças se projetam em meus
pensamentos.
Buscando aqueles momentos em que o amor
E o carinho fazia de nossas almas a razão
De ser um corpo e uma alma...nosso primeiro encontro.
Nosso primeiro beijo... a nossa primeira vez.
Meu corpo ainda sente a presença de sua pele,
Meu olhar percorre as paredes deste quarto, buscando a imagem daquele sorriso lindo!
Quantas injustiças cometeu,
E eu sempre te perdoando...
Quantas mulheres esquentou a nossa cama!
E eu ainda assim te perdoava!
Lhe dei meu coração sem restrições...
Entreguei-me completamente ao seu amor,
Você foi tudo em minha vida,
Só vivia por você...
E mesmo assim me deixou sem piedade...
Porquê? Porquê? Porque me transformou
Nessa mulher desesperada, onde todos hoje me olham...me chamam de louca...
Fiquei louca, louca de dor! De tristeza!
Ah! Se eu pudesse voltar atrás
Eu jamais deixaria meu coração te amar,
Amar alguém assim tão ingrato como você...
Ah! Se pudesse eu arrancaria você daqui
Do meu peito, de dentro da minha alma...
E deixaria espaço para outro amor entrar.

Foto de HELDER-DUARTE

Poetas IV

POETAS IV

Eis, oh poetas, algumas questões!

Para as quais, certamente haver, deve soluções...

E que não digamos, que toda a reposta, é a solução.

Porque é feito, com o coração...

Pensemos em : Democracia, o que é?

E temas outros até:

Política, homem, lógica e razão;

Teologia, Deus e religião;

Moralidades e éticas;

Sodomia e sexualidade;

Verdade, eternidade e liberdade;

Vida e Bioéticas...

Eutanásia, aborto e morte;

Teoria da evolução e destino ou sorte;

Humanismo, catolicismo e Fátima-fatismo;

Também em Papismo e todos os ismos...

Em verdade e mentira,

Em Apocalipse e na Bíblia,

Sem Israelita povo, o que o mundo, seria?

E que sentimento, Jesus Cristo, neste mundo, sentira?

Poetas... Pensai... Pensai!

Achai, achai, achai,

A verdade, destes temas...

E sobre eles, escrevei então, poemas!

E que com eles, tenha fim, o mal...

Mas... Que então...

Com esta acção...

Haja bem, afinal!!!

HELDER DUARTE

Foto de elcio josé de moraes

TRISTE DESPEDIDA

Minha doce criatura,
A quem eu amo tanto.
Tudo é bom, enquanto dura,
Mas o fim é um duro pranto.

Sem voce, vai ser tão triste,
Sem motivo e sem razão.
Pois é só voce que existe,
Dentro do meu coração.

Tua ausência vai doer,
Mas eu hei de resistir.
E nada importa se eu sofrer,
Se o importante é o teu sorrir.

Vá e curta a tua alegria,
E viva a vida pra valer,
E esqueça que um dia,
Eu passei em teu viver...

Escrito por elciomoraes

Foto de HELDER-DUARTE

Me mataram

Que tens tu contra mim,
Oh cidade de Lamego?
Que me odiaste assim!
Afinal havia razão para ter medo!

Eles e tu venceram,
Mas eu perdi...
Sonhos meus já acabaram!
E minha luta não venci...

E aqui vou eu,
Como quem morreu...
A caminho de Viseu...

Depois vou mais para sul,
Afastando-me do ar teu,
Morrendo sem encontrar o que já não procuro...

HELDER DUARTE

Foto de HELDER-DUARTE

Longes terras

Quem sou eu afinal,
Já que vós vos interrogais, se não serei filho do mal?!!
Eis aqui vos digo, quem sou,
E quem a vós me enviou.
Meu nome é filho do vento,
E também do tempo.
Ficai sabendo, vós gentes do alto,
Que por ambos a vós fui enviado!
De longes terras vim,
Em altas e baixas, nasci.
Depois me levaram para outras mais perto,
Era pequeno, mal me lembro.

Agora uma coisa sei,
Numas e noutras infeliz fui, até que o vento encontrei,
E ele me disse:
Posso te dar a felicidade,
Ao soprar, te darei a liberdade e a verdade.
De filho do tempo,
Passei a ser também filho do vento.
Nessas terras ainda soube o que era a paz,
Nos tempos finais, achei-me então capaz.
Pois no meu interior, do além sinais foram gravados,
Depois por tempo e vento, por ambos,
Fui ao alto subindo
E até vós fui vindo!
Fui mais dirigido pelo vento,
Do que pelo tempo.
Pois pelo poder do primeiro,
Alcancei, terras mais altas, que as vossas, por inteiro!
Ficai pois, vós humana gente, sabendo,
Que ests Terras, estão no além então,
Para mui longe das vossas terras e da vossa razão,
Mais para além, de vós, do espaço e do tempo!!!

HELDER DUARTE

Foto de HELDER-DUARTE

Amor

Amor o que será?

Neste existir onde estará?

Afinal que valor tem, este sentimento,

Sobre o qual poetas, procuraram dar entendimento!

Neste meu modo de ser,

Nesta minha faculdade, a que chamamos razão,

Um facto posso compreender,

E chegar a uma conclusão.

Nesta realidade:

Espaço, tempo e eternidade,

Entre tanto género de amor e amar,

Dois somente vou considerar.

O amor existe em duas dimensões:

uma humana e racional...

Outra divina...

E espiritual!

Mas oh! Alma Humana...

Entende a realidade,

Que o amor divino, é a verdade!

O sentimento humano, age falsamente.

Com interesse e hipocritamente...

É invejoso, mentiroso...

E não caridoso...

Quem este amor tem: é insensível, maldoso,

Pouco compreensível. E preconceituoso.

É pessoa que acusa...Condena, mata.

Ao próximo maltrata.

Este amor olha à aparência e ao exterior.

Ao mal chama bem,

Pois a Deus não tem...

É o sentimento, do homem natural,

Que a todo o doente, apelida de feitor do mal.

Faz tudo o que a seu alcance tem,

Para prejudicar, os que desejam o bem.

Mas o amor de Deus é o verdadeiro,

Pois é o primeiro.

É antes da eternidade,

Vem de Deus, é a verdade.

Por ele Deus, tudo criou.

Este não tem fim,

E por ele o Senhor me salvou,

Da morte, enfim.

Quem assim ama,

Ao seu amigo e até inimigo estíma,

Nasceu para amar,

Até ao ponto, de por Deus e próximo, sua vida dar.

Até no seu falar,

Ainda que com autoridade seja,

Mostra ao seu semelhante amar,

E bem lhe deseja.

É frontal e a favor da verdade,

Enfrenta a injustiça;

Vence a mentira,

Porque tem liberdade.

Oh! Gente humana,

A vós imploro,

Que ameis deste modo!

Aceitai o amor espiritual,

Que de Deus emana!!!

HELDER DUARTE

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