Raiva

Foto de Gideon

A Arte de Gabriela

Estou envolto em um mundo de pensamentos. Aqueles que nos assaltam parecendo ninjas insurgentes da escuridão. Livros, um após o outro, um junto ao outro, um por cima do outro. Estava lendo Exegese Bíblica, um livro maravilhoso e profundo sobre interpretação bíblica, mais ainda, sobre a interpretação do Cristianismo. De repente após o almoço, caminhando incertamente pelo Centro do meu maravilhoso Rio de Janeiro com a intenção de fazer a digestão do almoço, encaminhei-me para a charmosa Livraria Imperial, no Paço Imperial. Entrei e vaguei de um lado para o outro observando os livros sem pretensão e disposição financeira de comprar qualquer um deles, os quais eu olhava displicentemente. Como sempre faço, caminhei para a estante de Artes para ver alguma coisa sobre música e pintura. Deparei-me, então, com dois imensos, pesados e envelhecidos volumes de Arte em perfeito estado de conservação. Dois "tomos" com pinturas famosas desde a Renascença até a publicação dos livros, que se deu em 1932. O texto, com aquele português antigo e regra de acentuação diferentes da atual, me cativou profundamente. As pinturas são coladas nas páginas conforme aqueles álbuns de fotografias da época de nossos avós. Meus olhos brilharam. Me apressei e comprei os dois volumes. No caminho para o caixa, casualmente olhei para o lado e vi um outro livro: "Eu, mulher da vida" de Gabriela Silva leite. Alcancei-o instintivamente e folheei-o rapidamente. Resolvi também comprá-lo. Cheguei ao caixa, paguei-os e os enfiei em duas sacolas grandes. Saí saí e apressei os passos de volta para o trabalho.

Imediatamente quando cheguei em casa, comecei a ler os livros. Ora, eu iniciei este escrito falando dos diferentes livros lidos ao mesmo tempo, lembram-se! Pois é, assuntos contradizentes, conflitantes, etc. Mas não é assim a nossa imaginação, o nosso pensamento? Náo é tudo misturado mesmo? Nossos pensamentos parecem preemptivos e compartilhados. Folheei com atenção e curiosidade os livros de Arte. Realmente muito bonitos. As obras são fotografias autênticas, ou seja algumas tiradas pelo autor e outras reunidas e organizadas por ele diretamente de onde estavam expostas. O livro inicia com obras do século XIII. Para cada pintura o autor descreve as situações que as envolvem etc. Vou usá-los para decorar a minha sala e o meu quarto no futuro. Ficarão expostos, abertos ao acaso... Bem, mas o que me impressionou muitíssimo mesmo foi a Gabriela. Isso mesmo. O tal livro que veio como de brinde junto aos de Arte. Trata-se de uma prostituta que se tornou líder de todas as outras prostituas. Ela hoje deve ter uns 54 anos, mas na época em que escreveu o livro tinha 40. O livro foi editado em 1992. Devorei-o em 3 dias, dando descanso para o de Exegese.

(...) O Lula estava no palanque com o Gabeira, que fez questão que eu
falasse...
Não tive dúvida quando me deram a palavra. Contei a história,
dizendo mais ou menos assim: "Ao conhecer pessoalmente o cara que eu via de
longe falando em São Bernardo do Campo, como sindicalista, a sensação que
eu tive foi uma baita raiva porque ele me molhou de suor quando me abraçou. É
que isso me fazia lembrar dos homens na zona, no verão, e uma coisa que eu
detestava era quando eles iam transar com o corpo suado e ficavam pingando o
suor em cima de mim.
Senti que o povo se assustou um pouco, os
políticos mais ainda ( a não ser o Gabeira, que dava um sorrisinho
cúmplice), aí acrescentei: "Depois que a raiva passou, eu fiquei pensando.
Então, ele é um homem igual aos outros, porque ele também sua. É igual aos
homens que iam na zona e transavam comigo nas tardes de
verão."

Continua ela:

Quando desci do palanque, tinha um
monte de gente chorando, querendo me abraçar. Era gente comum, que eu nunca
havia visto na vida. Mas vieram também meus companheiros católicos do PT, (...),
esbravejando comigo, que aquilo não era discurso para se fazer em comício. (...)
Quando foi à noite, estava ainda bastante confusa, achando que no fundo tinha
feito mesmo algo errado. Envergonhada do meu discurso, fui à Churrascaria
Majórica, no centro de Friburgo.
Ainda na porta, o Lula me chamou meio de
lado, e me disse com aquele vozeirão rouco:
“Gabriela, eu queria fazer uma
perguntinha a você. Minha mulher sempre me disse para eu usar desodorante, mas
eu não gosto. Ela diz que eu transpiro demais e que meu suor fede. E hoje você
falou disso no seu discurso. Me fala com sinceridade, não precisa mentir: eu
estava fedendo muito naquele dia? Foi por isso que você ficou com
raiva?”

Imaginem que este livro foi escrito muito antes do Lula ganhar as eleições presidenciais.
O mais interessante do livro é uma coisa que ficou clara para mim. A Gabriela era prostituta e não queria deixar de sê-la. As pessoas e instituições que tentaram ajudá-la o faziam com a intenção de que ela deixasse a sua vida indigna. Ela sempre afirmou que gostava de ser prostituta e mesmo assim ser útil para a sociedade e para as outras pessoas que precisassem dela. Por aí vai o livro.

É uma visão realmente chocante. Confesso que me chocou também. São os nossos preconceitos que são revolucionados com situações que ela conta no livro. Achei bom ler este livro. De fato fez-me ver um pouco o outro lado da moeda, apesar de achar que existem formas de vida muito mais saudáveis e que nos fazem infinitamente mais felizes que a que ela optou, ou seja, a prostituição. A felicidade da família é algo inigualável.
Impossível não associar o estilo de vida de Gabriela com uma obra de Arte. Seria a Arte da Vida? Os lugares que ela freqüentou, as pessoas que ela conheceu em situações e momentos singulares parecem todos tons das tintas de uma palheta de aquarela. Eu aqui, lendo o seu livro e paralelamente pintando na imaginação um quadro!

No início achei Gabriela meio grosseira, mas a medida em que fui passando as páginas fui descobrindo uma erudição espontânea e, talvez, inconsciente. A erudição de Gabriela é especial por não permitir que a sua narrativa tome forma clássica e torne-se comum. Ela pincela, vez outra, doses de “grosseria” na linguagem coloquial que nos faz lembrar a sua origem e forma de vida. Isso é deliberado e me fascinou na leitura, pela sutileza e inteligência que ela demonstrou.

A Arte, pelo menos no meu ponto de vista, não tem de ser necessariamente materializada. Tem de ser sentida. Que seja por uma só pessoa, e isto, de alguma forma é uma característica da Arte, de nos dar a liberdade de subjetivamente vivê-la, experimentá-la. O livro de Gabriela fechado, é como uma partitura na estante. Lido, torna-se uma música executada, com todas as suas componentes, melodia, harmonia e ritmo. Ou seja, a sua Arte somente é sentida quando entramos em seu mundo, quando a ouvimos, quando nos chocamos com a sua firmeza em ser chamada de prostituta. Talvez pelo seu deboche da sociedade careta e hipócrita, como ela repetidamente declara.. Desesperadamente procuro referências nas formas de Arte existentes, como a música, a pintura, para decifrar Gabriela. Mas deveria? Ou seria a prostituição a própria Arte de Gabriela? Gabriela não é prostituta. Gabriela é artista! Não, com certeza, ela gritaria ao ler essa abominação à sua maneira de viver:

- Mais um idiota tentando me redimir para o seu mundo!

E assim segue Gabriela, pintando na vida a arte da prostituição, e com isto me chocando e fazendo-me mais sensível à Arte, a mãe de todas as Artes. A vida!.

Enfim, vou voltar para o meu livro de Exegese que por sua vez está também mexendo profundamente com a minha maneira de encarar o Cristianismo.

É a leitura, os livros, transformando-nos. Viva aos livros! Viva às pessoas!

Foto de carlos alberto soares

as cartas e as fotos

Rasguei as suas cartas,
rasguei também as suas fotos,
mas antes, li as cartas,
antes, vi as fotos.

nas fotos
a vontade foi chorar,
nas cartas também.

Nas cartas, vi muita mentira,
nas fotos muita cumplicidade,
nas cartas, vi palavras,
nas fotos vi olhares.

nas cartas e nas fotos,
os gestos estavam mortos.

das cartas tive medo,
das fotos muito mais,
nas cartas e nas fotos
vi segredos que não quero ver mais.

você mentiu nas cartas
nas fotos,
fez cumplicidade com seus olhares.

Das cartas e das fotos,
só restam as cinzas,
rasguei e queimei,
suas cartas e suas fotos.

Das fotos e das cartas,
não tenho raiva,
da temperatura do seu corpo,
tenho mágoas.

guardo mágoas por me ferir,
quardo mágoas, por me mentir,
rasguei as cartas e as fotos,
para não ter de te sentir.

Foto de Pagani

Dor De Um Grande Amor

Sentimento estranho me toma conta, me trás angustia,
Sentimento no qual se resume em não poder amar-te com todas as minhas forças,
Sou sim fraco e pecador, mas te digo que não fiz por mau, não o que me toma nas horas de raiva,
Desculpa-me se não fiz seus sonhos se tornarem realidade,
Desculpa se nossos planos foram frustrados eu não queria que isso acontecesse,
Resta-me amargar essa dor que me domina e me afoga neste mar de tristeza,
Mas digo-te ainda que toda a culpa nasce de um erro, e todo erro merece perdão!

Foto de Gideon

A Solidão e o Celular

Bip do celular. A Solidão tomou um susto.

- Afinal, quem ousa invadir a minha guarda. Pensou ela, rapidamente
Outro bip no celular. Ele, o celular, está lá, sempre bem perto de mim. Não sei pra quê. Não toca nunca. Vazio, feio, sem graça e sem capa. Bateria já meio fraca, mas está lá. Ganhei de presente de amigo que queria me achar. Reclamava que nunca me encontrava. A bem da verdade, ele já estava na estrada de ida, mas era amigo de coração.. Cruzou por mim e se tornou amigo, mas o seu destino era lá pro outro lado… bom amigo.

Bip novamente. Outro susto na Solidão. Ameaço atender o celular. Ela fica ali, olhando e tentando ouvir. Má educada. Que coisa!. Apanho o celular. Ela se apressa em chamar sua irmã, a Decepção. Esta, cheia de liberdade, arranca-o de minha mão.

Ah sim, deixa-me contar. A Decepção é irmã mais velha da Solidão. No início eu a estranhava. Tinha cara feia e jeito de debochada. Não ia muito com a sua cara. Mas, enfim, a Solidão, minha velha e boa companheira de longos anos, queria, que queria me apresentá-la. Enfim, um dia cheguei cansado e desesperado. Lá estavam elas. A Solidão ao lado da Decepção me esperando para dar-lhes um pouquinho de atenção. Disse-me ela, mais tarde, que desde cedo estava ansiosa para a minha chegada. Já vinha insistindo com a sua irmã, há tempo para vir morar conosco.

Neste dia, lembro bem, eu estava me despedindo de coisas que tanto acreditava. Que tanto me fizeram feliz. E que, agora, ruíam, acabavam e transformariam profundamente a minha rotina. Meu coração estava ferido. Não tanto como hoje, mas era o início de uma ferida profunda...

Bem, mas como eu ia dizendo, sentei-me no sofá, como sempre fazia quando chegava em casa pra acolher a Solidão। Levantei os olhos, assim meio sem vontade de cumprimentá-las. Não queria mesmo me tornar íntimo da Decepção. A Solidão me bastava e já fora difícil aceitá-la na minha vida. Já havíamos conversado longamente sobre este assunto. Estava vivendo um momento que parecia feliz, e na minha vida não teria espaço para mais ninguém. A Solidão, sim, esta eu já me convencera que jamais me deixaria apesar de várias tentativas frustradas no passado. Ela é muito insistente, e parece um carrapato. Quando gruda não quer sair nunca mais, mas pra dizer a verdade, uma grande companheira.

Eu estava muito pra baixo naquele dia, somente queria o aconchego da Solidão. Queria estender-me no sofá, com a roupa do trabalho mesmo. Pegar uma coberta bem pesada, ligar a Tv, abraçar-me com a minha Solidão e ficar ali, esquentando da tarde fria, quieto, durante horas e horas, até dá fome e ter que levantar pra comer alguma coisa…

Mas lá estavam as duas. Não tive escolha, estendi a mão direita, torcendo para que o peso do meu antebraço logo fizesse a minha mão escorregar do cumprimento indesejado, mas a danada da Solidão, deu pulinhos de alegria e também agarrou a minha mão. Agora as duas sacudiam o meu braço como adolescentes brincalhonas.

Enfim, a Decepção estava devidamente apresentada a mim. Besteira minha, essa indisposição de fazer novos amigos. A Decepção se mostraria, mais tarde, uma grande amiga e companheira. Ciumenta que só ela, mas enfim, amigona do peito. Agora eu teria de acomodar as duas. Imaginem, duas criaturas na minha vida. Bem, mas dizem que pra tudo na vida tem um jeito. E tem mesmo. Hoje já não a estranho mais. Até me acostumei com elas. E quando elas não estão por perto sinto muita falta.

Bem, mas voltando para a história do celular, que eu já ia esquecendo, ameacei resgatá-lo das mãos da Decepção. Mas aí desisti e pedi, com um gesto no rosto, para ela me ajudar. Ela, feliz e com cara de vencedora e debochada, que insiste em fazer nessas situações, agora já super íntima, claro, riu no canto da boca.
Sabe aquela cara que dá ódio quando alguém a faz para a gente? Pois é, ela é especialista nisto. Estendeu o celular para eu ver. Olhei. Não consegui distinguir bem quem era.Ela, com aquela postura desengonçada de debochada. Pezinho esquerdo batendo no chão. Braço esticado na minha direção, e com o celular em riste. A outra mão na altura da cintura, ria, mas não muito, ria com aquela carinha de debochada mesmo, como eu disse. Ela já tinha olhado, meio de soslaio, para ver quem era, ciumenta do jeito que sempre foi..

Como eu disse, não consegui enxergar bem, mas fingi que não me importava em saber quem era, e continuei fazendo a minha partitura no Encore. Ela, chata e insistente do jeito que sempre foi e sempre será, levantou mais ainda o celular para eu ver, virando o rosto ligeiramente para o lado...

A Solidão se intrometeu, esticou o rosto e apressou-se em me dizer com a voz pausada e de deboche.

- É a Te-le-mar… Men-sa-gem da Te-le-mar…

Era mesmo a Telemar. Sabe aquelas mensagens chatas que ela insiste em nos enviar, como se tivéssemos tempo e dinheiro para ficar entrando em seus joguinhos idiotas, feitos por programadores idiotas, e concebidos por analistas mal pagos da Telemar… idiotas também!!?.

Calma, calma, calma e calma… É isso, ufa! Sempre que a Telemar subestima a minha inteligência e importância eu fico assim. Irritado.

Espera aí! Eu disse Inteligência? Importância? Não, não disse, ainda bem, só pensei. Senão as duas, iriam me chavecar a tarde inteira. Bem, mas enfim, era a Telemar! Fingi que não via a Solidão ali, parada, pertinho de mim e esperando alguma reação.. Mas a danada, sei lá como, conseguiu perceber a minha cara irritada, e fez questão de dizer em voz alta para eu ouvir…

- Você não tem amigos, seu bobo… quem poderia ser?

Ameacei, com raiva, sem olhá-la, dar-lhe um peteleco.! Ela deu dois pulinhos para trás, se juntou à Decepção, que já tinha se afastado para recolocar o celular no lugar, e ficaram repetindo…

- Você não tem amigos, seu bobo..
- Você não tem amigos, seu bobo..

Fiquei em silêncio, fingindo não ligar. Com um sorriso sem graça, e sem graxa, no canto da boca. Teclava o “j” repetidamente na partitura do Encore, meio esperando elas se irem para continuar o meu trabalho.
Veio-me a lembrança um quase amigo que fizera, dias desses. Deu vontade contar para elas, só para matá-las de raiva.…

Até conversei uns minutos com ele, lembrei. E, p-e-l-o c-e-l-u-l-a-r… Deu vontade falar assim, soletrando mesmo. Para deixá-las morrendo de raiva…
Acho que elas perceberam que eu não estava bem, e então a Solidão se aproximou devagarinho, com medo de outro peteleco, e.chegou bem pertinho. A Decepção também veio, me olhando pelos ombros da Solidão. É sempre assim, quando uma se aproxima, a outra acha que tem o direito de participar, e para piorar tudo, sempre combinam as coisas contra mim. Ufa, que raiva que tenho delas, nunca se desentendem por nada. Enfim, a Solidão me perguntou..

- O que foi Gimago, você quer dizer alguma coisa e não está conseguindo?
Então eu disse. Tomei coragem e contei..

- Vocês são umas idiotas mesmo. Dia desses quase fiz um amigo, suas bobas...

Elas recuaram olhando uma para a outra sem acreditarem. A Decepção ainda com aquela cara de deboche, e a Solidão com a cara de espanto exagerada que sempre faz.. Perguntaram-me, quase em coro…

- Quando foi isso. Qual o nome dele?

Eu, relutei, gaguejei, mas tinha de dizer, senão iria passar por mentiroso. Disse meio que enrolando as palavras, para elas não entenderem…

- Foi um tal de E-n-g-a-n-o…

Elas ficaram sem ação e em silêncio. A Solidão quebrou o gelo, olhou para os lados, e disse para a Decepção..

- Acho bom a gente deixar ele um pouco só…

E se foram, não para muito longe, pois sabem que eu preciso delas em todos os momentos.

Foto de Henrique Fernandes

ECO DO LAMENTO

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Sigo a marcha fúnebre das ilusões
Tombadas pelo sopro de realidade
Por uma visão de novos tempos
Tempos adivinhados sem crédito
De estranhas aparições no céu triste
Poluindo o meu ar de tempestades
Esfumando a paisagem que me rodeia
E cinzento é promovido por suspiros
Apagando o mito da vontade que teme
Os turbilhões de raiva sob os meus pés
Encaminhando-me errante pela solidão
No rasto de uma viagem até nenhures
Sem relógio dilato-me pelo tempo
No efeito denso de nuvens sombrias
Que se perfilam no eco dos lamentos
Rachando as hipóteses das noites
Num triste relato de um espelho bárbaro
Marcando a alma com o símbolo das etapas
Já dilatadas num antes datado

Foto de Giovanna Carla

Tenho vontade

Às vezes tenho vontade de escrever, mais num sei o que dizer...
Tenho vontade de gritar pra todo mundo ouvir ‘eu te amo’
Tenho vontade de ser eu mesma sem medo das pessoas me criticarem
Tenho vontade de voar livre pelo céu
Tenho vontade se sumir da face da terra
Tenho vontade de correr ao seu encontro, te abraçar, te encher de beijos e de carrinho
Tenho vontade de parar o tempo quando estou ao seu lado
Tenho vontade de gritar quando estou feliz.
Tenho vontade de quebrar um espelho com um soco só quando estou triste e com muita raiva
Tenho vontade de mesmo estando na minha maior dificuldade simplesmente levantar a cabeça e continuar a vida
Tenho vontade de acabar com minhas duvidas e desconfianças, mais principalmente acabar com meus medos
Tenho vontade de sempre ser feliz, de nunca ter que ficar triste ou chorar

Eu tenho vontade de fazer muita coisa
Muitas delas eu nunca conseguirei pois eu sou humana e tenho sentimentos...dores e medos
Mais o que tiver ao meu alcance eu farei de tudo para conseguir porque eu posso..

Gih

Foto de Duzinha

Odeio-te

Odeio,
Tudo o que me faz pensar em ti
Odeio,
Tudo o que me faz amar-te
Odeio,
Tudo o que não me deixa odiar-te
Odeio,
Tudo o que me disseste
Odeio,
Todas as vezes que me fizeste sorrir
Odeio,
Todas as vezes que me fizeste chorar
Odeio,
Todo o tempo perdido a pensar me ti
Odeio,
Todas as letras gastas para te fazer mudar
Odeio-me,
Por gostar tanto de uma pessoa como tu
E no fim deste ódio todo
O que sinto não é raiva
Não há nada de rancor
É simplesmente um profundo amor
Entranhado bem lá no fundo
Com vontade para ficar
E tentar aguentar
A recordação...
Ficaste no coração
E lá, talvez vais ficar...
De sempre...
Para sempre...

Foto de Luan Pablo

MOMENTO DE RAIVA

Temos nossos MOMENTOS DE RAIVA! Esse momento você pode, se controlar ou extravagar, não sabemos quando vamos explodir, queremos ver a vida de outra maneira, para que possamos ser felizes, nem sempre é isso, a vida não esta do jeito que queremos! Será que perdemos o controle? Não! Apenas não fazemos o que queremos, fazemos o que achamos certo! MOMENTO DE RAIVA! Nossos pensamentos sempre com cargas positivas sempre atraindo o negativo, no amor dizemos: Os opostos se atraem! Será que vai durar para sempre? Será que logo elas vão adquiri a mesma carga e vão se repeli? Penso positivo, se eu fazer isso nunca chegara cargas positivas para mim? Isso não é física, é a lei da vida, então pense! Não quero mudar, quero ser o que sou. Se as pessoas pensão que eu sou uma pessoa negativa, agindo do jeito que sou, azar delas, pois só assim vou atrair as cargas positivas. MOMENTO DE RAIVA!
Foto de Duzinha

fim

Depois da última vez que te vi… de quando me despejaste da tua vida… passou-se tanta coisa… que iria jurar que se tinham passado anos e não meses… e passados esses meses…resolvi escrever… porque quero que fique tudo dito agora… e não quero dizer mais estas palavras em relação àquilo que um dia pudemos chamar de “nós”… E porque neste momento a raiva que sentia por ti…passou…e ficou simplesmente a recordação…Ainda hoje me pergunto se terei tido alguma culpa em te teres apaixonado por outra pessoa, ou se simplesmente já não estávamos destinados a ficar juntos… apesar de termos pensado nisso um dia… Acho que fiz o possível e o impossível para que a distancia não fosse uma barreira entre nós… mas se calhar não foi suficiente! Amava-te tanto… que não imaginava que conseguisse sobreviver sem ti, sem o teu sorriso, sem o teu olhar… Mas a dura realidade aconteceu… e assim, sem mais nem menos (pelo menos para mim foi), disseste “acabou”… Os dias que se seguiram foram os mais difíceis da minha vida… acordar e saber que já não m amavas…adormecer e saber que já não pensavas em mim… tu eras a minha vida… eras aquilo que me fazia sorrir quando o resto do mundo me fazia chorar… eras a pessoa que sabia os meus sonhos, as minhas manias, os meus segredos… (depois de dois anos…) Acho que nunca chorei tanto na minha vida… e o que mais me custava não era saber que já não estávamos juntos… mas que tu estavas com outra pessoa e que provavelmente das ultimas vezes que estivemos juntos… pensavas nela! Mas pronto… consegui superar a tua ausência, graças ás amigas fantásticas que tenho… e a pessoas novas que fui conhecendo… acho que te tentei substituir, transportar o amor que sentia por ti para outras pessoas… e sei que agi mal… no fim só me consegui magoar ainda mais… Mas agora. … estou bem comigo mesma… consegui esquecer-te… e apesar de tudo, espero que tu também sejas feliz… Pelo menos aprendi… que não é bom estarmos demasiado presos a uma pessoa, e que não podemos dar uma relação como certa…para sempre… porque afinal… isto não é um conto de fadas… com um “viveram felizes para sempre”…

E o “nosso” conto de fadas acabou…

Foto de Henrique Fernandes

PROVAR A NUDEZ DOS DESEJOS

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Sem lume nem lugar esfrio num grito
Libertador de ódios entranhados no ego
Gritado num túnel sem fundo de revolta
Por não provar a nudez dos meus desejos
De prazeres que me iludem e vivo no irreal
Procurando o precioso que revele quem sou
Num momento raro que me distinga no que sou
Para que me resgate de todos os meus enganos
E desenganos por ilusões que se vão evaporando
Pelos confins ácidos dos meus ecos mudos
Uma forma de nada adoece a minha forma de ser
Meus dias passam devagar por relógios apressados
E meus gritos de raiva rebentarão noite fora
Fugindo ao terror do pouco que invade o meu olhar
Descaio desnaturado em fantasias sem retorno
Forjando a minha grandeza limitada por erros
Consumada de miudezas acumuladas numa muralha
Que sacudo com a agitação de não ter nada
Confessando ás montanhas as intenções atordoas
No meu corpo sufocado num palco desiludido
Desaprovando mentiras que arremessam para longe
A verdade simples com que a vida se desenrola
Quero ganhar o meu tempo e salvar a minha vida

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