Próprio

Foto de José Brás

(des)encontros (completo)

Encontrámo-nos por aí, caminhando por cima das horas incontáveis, quando o tempo parece feito apenas para prolongar o vazio do nosso que-fazer.
Um olhar!
Um olhar não é mais que isso, tantas vezes.
As palavras!
E as palavras, quase sempre, não mais que o som delas.
Seremos surdos, todos, e cegos, porque passamos tão perto e não nos ouvimos nem vemos, cada um fazendo o seu caminho, prolongando-se apenas a si próprio.
Ainda assim falamos, juntamos sons sem atinar na sinfonia exacta que nos desentre, que marque no outro o eu que nos julgamos.
O eu? O tu? O nós?
Eu, de mim, estou cheio. Respiro e respiro-me sozinho em permanência, julgando que te respiro a ti… e em ti os eus todos de sonhar outros.
Quer dizer!
Na verdade, o mundo é só um. E como dizes (provas), sendo um, apenas, determinista e inexorável, não nos deixa senão a busca da multiplicidade.
Nascemos para ser deuses. Não há vedações que nos cerquem o desejo de o ser. Apenas há caminho, caminhos, veredas e auto-estradas.
Bifurcações que nos consomem o tempo e gastam os pés antes do encontro.
E tudo podia ser tão fácil!
Dizer quero-te, por exemplo. Dizer quero-te, olhar no fundo dos teus olhos e encher-me da emoção que a palavra por si própria deveria carregar, por vir de ti, sonora, ainda antes que a diga eu.
Ou nem dizer nada. Olhar apenas, mergulharem-se os olhos numa eloquência de expressão que nenhum som de palavra possa imitar.
Dirás tu (como dizes): -então, e a dor?
A morte não existe porque não tem tempo. Era e já foi.
A vida não existe porque é apenas o agora, milhões de agoras que se sorvem por instinto
E tens razão. De que valem à nossa morte de amanhã os beijos que poderíamos ter dado ontem, se os tivéssemos dado (não demos?)?
De que valem ao nosso agora os beijos que poderemos vir a dar, se os dermos amanhã?
Imaginemos agora o amanhã… e ele existe!
O ontem poderia apenas ter existido.
Tentemos!

Foto de José Brás

(Des)encontros

Encontrámo-nos por aí, caminhando por cima das horas incontáveis, quando o tempo parece feito apenas para prolongar o vazio do nosso que-fazer.
Um olhar!
Um olhar não é mais que isso, tantas vezes.
As palavras!
E as palavras, quase sempre, não mais que o som delas.
Seremos surdos, todos, e cegos, porque passamos tão perto e não nos ouvimos nem vemos, cada um fazendo o seu caminho, prolongando-se apenas a si próprio.
Ainda assim falamos, juntamos sons sem atinar na sinfonia exacta que nos desentre, que marque no outro o eu que nos julgamos.
O eu? O tu? O nós?
Eu, de mim, estou cheio. Respiro e respiro-me sozinho em permanência, julgando que te respiro a ti… e em ti os eus todos de sonhar outros.
Quer dizer!
Na verdade, o mundo é só um. E como dizes (provas), sendo um, apenas, determinista e inexorável, não nos deixa senão a busca da multiplicidade.
Nascemos para ser deuses. Não há vedações que nos cerquem o desejo de o ser. Apenas há caminho, caminhos, veredas e auto-estradas.
Bifurcações que nos consomem o tempo e gastam os pés antes do encontro.
E tudo podia ser tão fácil!
Dizer quero-te, por exemplo. Dizer quero-te, olhar no fundo dos teus olhos e encher-me da emoção que a palavra por si própria deveria carregar, por vir de ti, sonora, ainda antes que a diga eu.
Ou nem dizer nada. Olhar apenas, mergulharem-se os olhos numa eloquência de expressão que nenhum som de palavra possa imitar.
Dirás tu (como dizes): -então, e a dor?
A morte não existe porque não tem tempo. Era e já foi.
A vida não existe porque é apenas o agora, milhões de agoras que se sorvem por instinto
E tens razão. De que valem à nossa morte de amanhã os beijos que poderíamos ter dado ontem, se os tivéssemos dado (não demos?)?
De que valem ao nosso agora os beijos que poderemos vir a dar, se os dermos amanhã?
Imaginemos agora o amanhã… e ele existe!
O ontem poderia apenas ter existido.
Tentemos!

Foto de Cecília Santos

SEM MÁSCARA:

SEM MÁSCARA
*
*
*
Escancarei a porta da minh'alma.
Não quero mais sofrer.
Vasculhei todos os cantos.
Arrastei todos os sentimentos,
e coloquei-os do lado de fora.
Pesei os prós e os contras,
e pouca coisa sobrou.
Da vida tranqüila que eu tinha,
nada mais restou.
Ela se tornou um emaranhado de caminhos,
que todos me levam a um ponto em comum"você"
Mas de nada adianta chegar até você.
Pois simplesmente nada que houve entre nós,
teve importância você.
Você sempre foi tão evasivo com seus sentimentos.
Brincou de me amar, fui um joguete em suas mãos.
Quebrei tabus, me dei por inteira, saciei seus desejos,
te amei de verdade.
Mas de nada adiantou meu amor.
Você anavalhou meu coração
me aniquilou por completo.
Estou tentando renascer das cinzas,
realinhar meu amor-próprio, ser eu novamente.
Sem máscara, para me ocultar a face.

Direitos reservados*
Cecília-SP/04/2007*

Foto de Cecília Santos

PROCURO O CAMINHO

PROCURO O CAMINHO
*
*
*
São inúmeros os caminhos.
Caminhos de flores,
Caminhos de pedras,
Salpicados de estrelas,
ou simplesmente caminhos,
Preciso encontrar o caminho.
Que me conduza, ao paraíso,
onde é sua morada.
Mas esse caminho,
está além do meu alcance.
Você apagou seus rastros,
e eu me perdi.
Me perdi num coração em luto.
Que sangrou até a exaustão.
Me perdi numa saudade profunda.
Que abafou a minha voz.
Me perdi na sua invisível presença.
Numa quimera que alucina,
a minha visão.
Preciso encontrar o caminho.
Pra poder alcançar, meu horizonte.
Procuro verdades, sem palavras.
Mas sei que pra você,
não existe mais mundo,
Não existe mais caminhos.
Você se eternizou.
Você é o próprio Universo!!!

Direitos reservados*
Cecília-SP/05/2007*

Foto de Fernando Poeta

Esta Tarde (O Livro de Minha Vida)

Em meio ao silêncio, acompanhado apenas de minha solidão,
Decidi vasculhar meu coração, e tentar escrever um livro sobre minha vida.
Não escolhi um título, apenas busquei quais capítulos encontravam-se gravados.

Muito poucas páginas foram escritas nos capítulos alegrias, pessoas que me amaram,
amigos verdadeiros e leais.

Muitas páginas nos capítulos dor, mágoa, sofrimento, insatisfação, descaso e ira.

Nenhuma página sobre qualidades, e muitas e muitas páginas sem fim, com todos os meus defeitos e erros...

Senti muita dor, pois não conseguia ler o livro de minha própria vida...

Sua capa surrada e já desgastada pelo tempo e por tantos sofrimentos e desacertos, continha ranhuras, cicatrizes de momentos infelizes e não esquecidos.

Este não era o livro que quis escrever, e não pensei que seria assim.

Lágrimas chegaram fáceis, silenciosas, precisas e quentes, e só então me dei conta que chorava, e sei que nem sempre é fácil contê-las.

Há muito tempo atrás, perdi a capacidade de rir quando queria chorar...

Tentei escapar e fechar o livro, porém por mais que tentá-se, mais me embrenhava em seu interior. Como se estivesse preso numa poça de lama movediça, que me puxava mais para baixo, neste caso era puxado mais para dentro, a cada movimento que fazia para libertar-me.

E todos os horrores ficaram expostos, todos os momentos que tentei deixar adormecido em meu íntimo e esquecer para sempre, pululavam sobre mim deixando-me tonto, enjoado, enojado.

Tornei-me Juiz, Promotor e Réu e não conseguia encontrar defesa, que justificassem os caminhos errados que segui.

A dor foi insuportável e sabia que não conseguiria sair inteiro desta expedição.

Amaldiçoando-me por ter iniciado essa jornada, busquei emergir deste pesadelo. Tinha de encontrar a saída, buscar uma salvação. Não poderia perecer dentro de meu próprio coração, pois então sim estaria completamente perdido.

Então encontrei a saída...

Descobri que a única saída, era continuar a escrever, era escrever por cima do que lá se encontrava. Escrever e apagar o que havia nos capítulos das dores, mágoas, sofrimento, insatisfação, descaso e ira.
Deveria apagar estes registros de meu coração, subscrevendo com alegrias, perdão, compaixão, paciência, atenção e calma.

E descobri que mesmo não sabendo qual o tempo que ainda teria para escrever, poderia começar desde já...

O início é sempre um começo, mesmo que depois sempre venha o fim...

Foto de Paulo Zamora

Dois Poemas

Instante
Do alto do morro desse coração chamo por você, mas sou simples noite fria; que percorre o espaço, um homem sem o universo, um sol procurando a lua para namorar.
Vê se corre para meus braços, eu sou feliz quando tenho você, no aperto dos braços que rodeiam meu corpo sinto que nada é tão importante como o instante em que sinto você em mim.
No sangue percorrente em minhas veias, não dispenso uma paixão vulnerável, o que eu sinto por você é maior do que o meu limite poderia alcançar... sente-se perto de mim, toque em mim como se fosse agora o primeiro instante.
Voe! Me encontre quando abrir os olhos, sufoque minha boca no suspirar de um beijo enlouquecente.
Já estou acordando, você não está, até mesmo eu não estou... o instante também não se encontra presente, me perdi em meio a mim, e não encontrei outra vez você querendo ser amada como uma flor na madrugada.
Do alto do morro desse coração ninguém me vê; você não vê... nem mesmo o instante.
(Escrito por Paulo Zamora em 14 de junho de 2007)

Neblinas
Na pior das noites, perdido entre as neblinas, são horas de uma madrugada, eu ainda acordado, pensando...
Do céu para mim nada veio e ainda estamos inteiros como sempre fomos, mas falta algo na alma.
Não mandou me avisar que estava indo embora, não me deixou recados na caixa postal; nem deixou beijos em meu coração. As neblinas molham meus sentimentos, passo a ser a relva frágil e sensível; uma vez mais, outra vez estou sozinho na lucidez e no desequilíbrio, mas vou seguindo pensando...acordado, na pior das noites; sentindo solidão.
O barulho do trovão toma conta do meu quarto, já é uma tempestade, é verdade que delírios tomam conta de mim; não sei o que vou fazer para viver sem ter você.
As neblinas falam, choram, sorriem, elas querem perturbar deixando a noite ainda mais escura que o meu próprio coração.
Noite... neblinas... tempestade... solidão e apenas um coração que suporta tudo, de frente ao mundo, de costas para a felicidade, um homem pensando, caminhando entre as neblinas da escuridão de uma vida; da minha...
(Escrito por Paulo Zamora em 19 de Junho de 2007)

Foto de Carmen Lúcia

Uma história de amor

Um dia tu surgiste em minha vida,
E o céu se abriu em cores,no esplendor da aurora,
Como Romeu e Julieta,ouvi cantar a cotovia,
Num presságio de amor que nunca vira outrora...

Até então eu mergulhava em sombras,
Não via estrelas,nem percebia o luar,
Aprisionada em meu próprio "ego"
Entregue ao medo de deixar-me amar!!!

E tu chegaste,como a poesia,
Que sensibiliza e nos faz sonhar,
Dancei com as flores,me explodi de amores,
De peito aberto,fui de encontro a ti!!!

Mas,de repente,o sonho acabou...
Teu sorriso aos poucos foi se apagando
Teu olhar vazio foi me definhando,
Ouvi teus passos se distanciando...

Mas fui feliz,não há como negar,
Intensamente esse amor vivi...
Só que a história teve um novo fim,
Pois do veneno,só eu bebi...
SÓ EU
MORRI!!!

Foto de @nd@rilho

O MUNDO A NOSSA VOLTA

Tudo a nossa volta muda,
A cada volta que o mundo dá,
As coisas mudam de forma,
Nada fica no mesmo lugar,

A constante evolução humana,
Destruindo seu próprio lar,
A vontade de consquitar,
É maior que a de preservar!

E o que fazer?
Com a fortuna pilhada por vocês!
Onde vamos parar?
Com tanta ganância pairando no ar!

Foto de Boemio

A falta de um Salvador

Recriei minha criação
A imagem e semelhança
De um pobre latão
Dei a ele uma programação,
Forneci a ele 60 giga de memória,
Instalei uma gravadora de sentimentos,
E um tocador de mesmas noticias,
Baixei alienação da internet
E gravei dentro do HD
Pra ele nunca mais se esquecer,
Deletei da lixeira seus sentimentos mais profundos,
Tais como a amizade e o amor próprio,
Escolhi seu numero de serie
E estampei em sua testa larga,
Equipei com o que há de moderno
No que se trata a agir com as pessoas
E trata-las de um modo frio,
Deixei espaço livre para ele poder gravar
Em disco rígido
Todas as condutas e modo se comportarem
Perante nossa sociedade atual,
Ah, sim eu vou produzir em grande escala,
E todas as casas vão um exemplar
Dos Super-humanos,
Pensando bem vão ser tão perfeitos
Que nem sei se os chamarei assim,
Mas enfim tudo partira de você
Meu protótipo particular
Alcançaremos o topo do mundo
E faremos do universo nossa morada...
“Este é o seu plano? Criar-me e depois fugir?
Que falta de salvação...
Que falta de um Salvador...”

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Foto de yurirbraz

Ator solitário

Ator solitário
Yuri Rodrigues

O fúnebre lago de meu silêncio
É capaz de me mostrar o que eu não posso ver
Toda a realidade escondida por trás das máscaras da vida.
Aquela peça, chamada amor,
Que um dia me chamaste a encenar para ti...
Aquela peça...
Se eu a soubesse seria o meu último ato
Não faria o único papel.
Eu não posso atuar sozinho meu amor,
Toda a poesia escondida nas doces falas
Só tem sentido se forem sentidas...
Quando a cortina se abriu,
E vi que na platéia só havia você,
Fui tomado por um sentimento de extrema solidão.
Ouça o que te digo,
A peça não acabou,
Se a poesia não tem mais sentido,
É porque talvez ela não exista mais.
Que tal prestar um pouco de atenção no que eu digo?
Somente você pode dar vida aos meus desejos.
Vamos, aceite comigo, vamos interpretar juntos essa peça;
Cujo único público somos nós mesmos.
Preciso da luz dos seus olhos,
E do seu coração...
Mas a peça não foi terminada,
E todas as linhas finais
Terão de ser escritas com o nosso próprio sangue.
Que vir comigo escrever essas falas
Que só terminam em lágrimas?
A poesia voltou, as lágrimas voltaram,
A luz se apaga,
É o fim da peça, é o fim do desejo,
Que um dia você se recusou a realizar.

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