Posição

Foto de Edson Rodrigues Simões Diefenback

Não pedir conselho e opinião é uma forma de se libertar da insegurança

Por que algumas pessoas sentem suas mãos suarem frio diante de uma pequena apresentação? Por qual motivo participar de uma prova, um teste, ou algo que o coloque numa posição de estar sendo observado, avaliado pode se tornar uma tortura? O que faz uma pessoa sentir um ciúme incontrolável perante a simples presença de outro ao lado da pessoa amada? O que faz com que uma pessoa se sinta insegura evitando a todo custo situações em que precisa expor suas crenças, idéias e sentimentos?
A insegurança traz como características os mais variados tipos de medo: amar, mudar, falar, solidão, e principalmente, o medo de falhar e com isso não ser aprovado e amado. A busca pelo reconhecimento e aprovação é uma busca constante na vida de uma pessoa insegura.
É inseguro quem não confia em si mesmo e conseqüentemente não acredita em ninguém. Na verdade, não confia em seu valor pessoal, não acredita em seu próprio potencial e capacidade de enfrentar as dificuldades e fatos da vida, o que o impulsiona a tendência de se apoiar nos outros, dependendo que alguém faça aquilo que não acredita ser capaz.
Por não sentir certeza em sua maneira de agir diante dos fatos, nem controle sobre os próprios sentimentos, desconfia de tudo e de todos, desenvolvendo uma necessidade crescente de controlar os atos e atitudes das pessoas que acabam por gerar muitos conflitos nos relacionamentos.
Adultos inseguros geralmente eram crianças cujos pais eram também pessoas inseguras e pelo excesso de zelo ou superproteção não as deixavam livres para errar, escolhendo pelos filhos as roupas que iriam usar, esportes que iriam praticar, brinquedos que deviam brincar, sentimentos que deviam sentir, enfim, escolhiam amigos, profissão, onde o medo sempre se sobrepunha pelo controle e autoritarismo. Crescem constantemente cedendo aos desejos dos outros, deixando que decidam por elas sem levar em conta seus gostos e preferências e quando adultos raramente se permitem ter os próprios desejos e quando os têm, podem sentir uma enorme culpa.
Muitas vezes a pessoa insegura desenvolve muitas máscaras como compensação. Os exemplos são muitos: pessoas que se mostram firmes, autoritárias no trabalho, que desejam controlar tudo a sua volta, querem comandar, quando na verdade estão apenas tentando ocultar sua insegurança. Outros se mostram exageradamente interessados em estarem sempre atualizados sobre todos os acontecimentos, lendo todos os jornais e revistas, assistindo a todos os telejornais e programas, para terem assunto quando na roda de amigos. Homens procuram conquistar mulheres diferentes a cada dia, mas sentem-se incapazes de conquistar aquela que amam.
Pessoas que falam compulsivamente, não dando tempo para serem questionadas, outros apenas ouvem e nem sequer conseguem pensar em expor suas próprias idéias e vontades. Os exemplos você pode encontrar em seu dia-a-dia, em si mesmo ou nos outros. Abaixo seguem algumas características de quem tem a insegurança como companheira:

- Dificuldade em dizer o que pensam
- Evitam o olhar
- Não pedem o que querem
- Evitam expressar seus sentimentos, idéias, crenças e vontades
- Não correm riscos para buscar aquilo em que acreditam
- Sentem medo constantemente
- Necessidade constante de aprovação, reconhecimento e elogios
- Carência e dependência excessiva
- Supervaloriza as necessidades do outro e desvaloriza as próprias necessidades
- Adiam para o dia seguinte seus compromissos

Como estamos sempre lançando mão de mecanismos de defesa, entre eles a compensação, muitas pessoas inseguras passam despercebidas pelos outros, podendo se mostrar alegres, constantemente contando piadas, com o simples intuito de ocultar suas verdadeiras dificuldades. É evidente que isso não quer dizer que toda pessoa que conte piada é uma pessoa insegura, mas que pessoas inseguras buscam disfarçar suas inseguranças.
A sensação de vazio, tão comum nos dias de hoje, e onde sempre se busca algo ou alguém que preencha esse enorme buraco, pode desenvolver uma carência absurda por afeto e demonstrações de amor, podendo transformar a necessidade natural de amor em uma necessidade patológica por ser amado. E toda carência em geral leva à dependência.
Podemos não depender de alguém para nossas necessidades básicas, mas dependemos da aprovação, do reconhecimento, do amor do outro, como se fosse nosso principal alimento de subsistência. E quando percebemos que podemos perder a fonte que nos alimenta, o verdadeiro desespero acontece. O desespero toma conta em situações que percebemos correr o risco da perda, seja do que for ou de quem for, quando sentimos que não somos aceitos em nossa maneira genuína de ser, pois raramente o inseguro é ele mesmo, pois está sempre escondido por trás de suas máscaras de proteção. É preciso ter o cuidado em não confundir fragilidade, sensibilidade, com insegurança.
Para quem se identifica com tudo isso o mais indicado é buscar a origem de sua insegurança, analisando seu histórico de vida e identificando os momentos em que seu valor pessoal foi colocado em dúvida, deixando sempre a sensação que estava errado. Feito isso é importante aos poucos se permitir tomar suas próprias decisões em pequenas situações do dia-a-dia, evitando pedir conselhos ou opiniões para outras pessoas, mas aprendendo a ouvir a si mesmo e reconhecendo acima de tudo seu próprio valor enquanto ser humano.
Édson Rodrigues Simões Diefenback

Foto de Crisrosa

HUMBERTH, DECLARO-ME A TI!!!

HUMBERTH, DECLARO-ME A TI!!!

Declarar-me a ti, já não é mais novidade. Tú sabes de meu segredo, do meu desejo, do meu sonhar.
A minha vida mudou, desde o dia em que te conheci, já não durmo como antes, pois em meus sonhos procuro por ti.Já não acordo como antes, pois acordo a procura de ti.
Tudo que faço e pensando no amanhã, e também lá, não quero estar só. Preciso de alguém, mas não qualquer pessoa, essa pessoa já sabes quem é.
Aqui, com várias pessoas como testemunhas, mais uma vez tomo à coragem de revelar esse nosso segredo.
Chances não pedireis mais, pois quantas vezes o fiz, mas peço que continue com a sua consideração e o respeito ao sentimento que levo aqui dentro de mim.
Eis a minha surpresa, pois acaba de
conhecer um cantinho fantástico, cheio de pessoas lindas, maduras e sensíveis, que conhece bem o que eu sinto e vive a cada momento o que estou vivendo.
Esse sentimento é lindo, mais seria muito mais se o deixasse viver contigo um dia.O dia em que estiver preparado para vivê-lo e aceitá-lo e me desejar do jeito que sou, sem olhar p/ minha aparência ou posição social, simplismente olhar para o que carrego, meu amor por você.
Cristiane Rosa

Foto de LEOANDRADE

Uma Estação Chamada Amor (Leonardo Andrade)

O Amor é a estação final.

O nosso final de linha, nosso objectivo máximo, é onde sonhamos estar e quando chegamos queremos fincar raízes e nunca mais partir.

Para chegarmos a ela temos necessariamente que passar por várias paradas intermediárias como paixão, desejo, atracção, tesão, amizade, entre outras.



São paradas para descanso, reabastecimento e adquirir experiência (leia-se bagagem), uma espécie de preparação para o destino final, para o clímax. Não precisamos saltar em todas, podemos até pular algumas, desde que estajamos
cientes do que elas nos oferecem e nos sintamos confortáveis com o que temos em estoque.
O que não podemos é nos atrasar nas saídas , pois a perda do trem pode ser irreversível, não há novas composições marcadas nem prazos para isso.

É necessário partir, pois por mais conforto e comodidade que as estações nos ofereçam, elas só podem nos oferecer uma parte desse todo chamado amor, deste são apenas uma peça de um gigantesco quebra-cabeças.

Como toda regra tem sua exceção, existe o honroso caso da parada amizade, nesta podemos decidir permanecer e abrirmos mão de prosseguir a viagem, optando por vivermos uma relação diferente, com menos glamour, mas igualmente importante e por vezes até mais íntima e com menos espinhos, há quem chame a amizade de amor desapegado... É uma opção possível.
As estações intermediárias, no fundo podem se tornar armadilhas, pois travestidas de amor podem nos enganar e até exercerem provisoriamente sua
função, mas nenhuma delas tem força ou competência para manter essa encenação por muito tempo, com a queda das cortinas, nós nos levantamos da posição passiva da platéia e saímos para uma rua vazia e sem saída.
Quando o seu trem passar, não o perca, embarque, aproveite as estações,
aprenda ao longo da viagem e na estação final salte de corpo e alma disposto a começar a viver o que de melhor a vida pode te proporcionar.

Boa viagem !!!

Nota do autor : Claro que me refiro no texto acima a cada uma das supostas
histórias de amor que vivemos, pois quando em uma delas decidimos "abortar a
missão" permanecendo em uma estação, depois de um tempo pegamos o trem de
retorno e voltamos a estação inicial em busca de uma nova composição com
destino a estação final. Isso ocorre porque nenhuma das estações
intermediárias "vende" passagem de ida, se algum cambista aparecer lhe
oferecendo bilhete, ignore-o, é falso

Leonardo Andrade

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