Pormenores

Foto de Rute Mesquita

Os três desejos e os cinco sentidos

Quando sonhamos de olhos fechados tudo se realiza. Todo o impossível se torna possível. Todo o ocasional se torna evidente. Todo o curto se torna demorado e intenso. Todo o celeste se torna terreno. E é após esta breve apresentação que vou fechar os meus olhos e sonhar…

Vejo uma pena, que baloiça no ar à música do vento, vai para lá e vem para cá… e falta pouco para nas minhas mãos quentes e ansiosas pousar. Talvez eu possa apresa-la, dançando com ela. Balanço-me para cá… balanço-me para lá e aqui está ela nas minhas mãos.
Traz consigo um recado, diz que peça três desejos que ela mos irá realizar esta noite. Pois vou pedir muito silenciosamente o primeiro.

I.Desejo: o seu encontro, o despertar dos cinco sentidos.

Avisto a sua casa, entro por aquela porta pela primeira vez sem precisar de chave ou de um convite, atravessei-a por e simplesmente. Sinto os meus pés a gelarem com a fria madeira do chão de uma sala colorida. Continuo a andar… atravessei outra porta e eis um corredor. Um corredor estreito e confortante que acaba numa pequena varanda. Sinto presenças vindas de dois quartos situados na lateral direita do corredor e uma atracção que me chama ao segundo quarto. Eu deixo-me ir, deixo de conseguir resistir de controlar o meu corpo. Entrei… vejo um quarto cheio de memórias de momentos de amor, de paixão, de partilha, de cumplicidade, de entrega. Vejo recordações, vivi-as em milésimas de segundo, mas mais que isso vejo o seu corpo coberto de um lençol fresco. Pareceu-me que fiquei uma vida a contempla-lo. Aproximei-me, como se os meus cinco sentidos quisessem mostrar-se apurados. A Visão foi o primeiro sentido a fluir. Contemplei aquele corpo durante uma vida sem um único pestanejar, com as pupilas contraídas, fazendo o seu trabalho, regular toda aquela luz vinda daquele ser angelical.
O Olfacto seguiu-se. Cheirei a sua pele, cheirava a um aroma único e só vindo daquele corpo, chamava-se ‘sedução’. Qual será o cheiro da sedução? Não sei responder, pois ainda só vi e cheirei.
A Audição apressando-se, foi o terceiro sentido a fluir. Ouvia atentamente o seu respirar, que me lembravam o som das ondas do mar, ora avança onda, ora rebenta onda… retrocede areia e assim repetindo-se infinitas vezes. Oiço um palpitar desequilibrado, quase que um chamamento. Oiço os seus olhos adormecidos a mexerem-se, estará também a sonhar? Estará à minha procura?
Irrequieto o Tacto quer ser o próximo. O Tacto que se concentra todo em usar as minhas mãos. E é então que começo a sentir um manto fofo, que pica um pouco e se entranha por entre os meus dedos, é o seu cabelo confirma a Visão. Continua o Tacto… percorre a sua face com todos os pormenores, as sobrancelhas, as pálpebras, as suas pestanas, o seu nariz inconfundível e os seus lábios carnudos. ‘Como são belos, Tacto’, diz a Visão. E o Tacto não pára… sente agora as suas orelhas perfeitas de tamanho ideal. Desço mais um pouco… as minhas mãos descem o seu pescoço como se fosse um simpático escorrega. Finalmente o seu peito… um peito que sobe e desce em curtos espaços de tempo. ‘Está a respirar’, diz a Audição. ‘E o seu coração está a bater mais que nunca, Audição’, acrescenta o Tacto.
O Paladar impaciente quer acabar em grande mas, o Tacto pede-lhe que o deixe pelo menos sentir as suas parceiras, as suas outras mãos. Então lá foi o Tacto percorrendo aqueles seus longos e musculados braços até às suas metades. As suas mãos, grandes, suaves… onde as minhas encaixam perfeitamente como o sapato no pé da Cinderela. ‘Agora tu Paladar’, diz dando uma força a seu sortudo contíguo.
O Paladar, como seu instrumento usa a minha língua. Sinto um gosto doce… um gosto que sabe a amor. Como se saboreia o amor? A Visão diz, ‘ao ver este corpo esbelto’, o Olfacto atropelando diz ‘ao cheirar a sua pele’, a Audição unindo-se ao Tacto responde: ‘É mais que isso meus caros companheiros, o amor provém do batuque do seu interior’.
Curioso e surpreendido continua o Paladar. Sinto que estou a passar a minha língua agora na sua orelha, tão macia com pequenos pelos que cobrem provavelmente todo o seu corpo quase que imperceptíveis. Pairo agora nos seus lábios, provo a sua sede, o seu desejo. Como se prova a sede? Como se prova o desejo??
O Paladar continua sem se surpreender pelo silêncio dos outros sentidos. Percorro agora o seu queixo, o seu pescoço e agora o seu peito… encontro uma pequena cova por onde passo e passo lambuzando a sua pele. Até que o Paladar indignado sente uma outra pele... uma pena, é isso era uma pena e pede ajuda à Visão para que lhe explique o que significa. E a Visão atentamente observa a pena e lê no seu verso: ‘Pede agora o teu segundo desejo’ e ai os sentidos perceberam que o seu tempo tinha acabado…
Pedi então o meu segundo desejo, levando todos estes aromas, todos estes sons, todas estas cores, todos estes relevos e todos estes gostos.

II.Desejo: o despertar do corpo adormecido.

Pedi, pedi que este corpo adormecido acordasse. E assim aconteceu, o corpo esbelto que havia explorado despertou e eu estava deitada a seu lado contemplando-o. Ficámos eternidades a olhar-nos olhos nos olhos… e sei que não foi um desperdício de um desejo nem de tempo.

III.Desejo: A união dos dois corpos e os seus respectivos sentidos.

No seu olhar vejo ‘Pede agora o teu último desejo’ e foi então que pedi, pedi que os sentidos se unissem de novo e provassem a sedução, o amor, o desejo, a ardência, a paz, a magia, a sintonia, daquele corpo e assim se realizou… por entre aqueles lençóis que antes frescos e agora quentes e transpirados, numa luta escaldante e exploradora entre os cinco sentidos de ambos os corpos.

E ainda bem que não há um quarto desejo e sabem porquê? Porque não queria pedir para acordar…

Foto de Nero

Conheces África ou o estereótipo de África?

Conheces África ou o estereótipo de África?

Ninguém pode negar(nem eu), que quando se fala em África, fala-se de pobreza, miséria, fome, guerras civis e outros males, que para muitos, encarnam este continente negro.
Pessoalmente não culpo as pessoas em geral, por terem essa visão sobre África. Mas, apesar de me esforçar a respeitar estas opiniões, não posso deixar de discordar dessa visão incompleta, distorcida e preconceituosa, relacionada a esta parte do mundo. Visão esta, que é baseada no estereótipo, criado por circunstancias vividas por esse continente.

Eu concordo, que de facto, até certo ponto, África é um continente com imensos problemas, cujas causas são mais profundas, do que talvez pensamos. (mas prefiro não falar delas)
Sempre acreditei, que o que faz de África, fascinante, são as pessoas que aqui vivem, que formam um verdadeiro mosaico cultural, onde podemos notar no dia-a-dia, o quanto as pessoas em geral, valorizam as coisas aparentemente mais simples da vida, mas que tornam a vida mais interessante e menos egocêntrica. Penso que falta, estes e outros pormenores, para que as pessoas possam vir a conhecer a África e não o estereótipo que nos retratam como seres inaptos e famintos.

Só acho certo, que a África seja encarada como parte de um sistema mundial, com as suas virtudes, mas longe da perfeição que ansiamos, como a humanidade em geral.

Foto de dianacardoso

Coisas da vida

Sentia-me quente,
Ao estar enrolada
Nos teus braços.

A minha cabeça,
Que antes parecias confusa
Deixou-se levar,
Só por o teu encanto.

As vozes que me atormentavam,
Desapareceram...

E o meu olhar brilhava
Ao ver-te,
O meu sorriso,
Brilhante,
Como dantes
Tudo isto,
Resume-se
Em poucas palavras

Como por exemplo:
Adoro-te

Agora,
Voltou tudo,
Desde
O frio,
Os meus pensamentos,
Reclamam…

Não sei o que fazer,
Não consigo decidir nada.

As vozes só me dizem:
Ele não gosta de ti,
Esquece-o,
Fá-lo desaparecer.

Como se fosse fácil
Fazer o que dizemos

Na vida há desafios,
E todos já passamos por algum.

São as rasteiras
Que nos fazem viver,
E crescer.

Por vezes,
Sonhamos com
Uma vida melhor.

A que gostaríamos
De ter,
Mas não temos,
Desejamo-la,
Mas nunca
A conseguimos ter,
Escrevemo-la,
Mas nunca
Desvendamos
Os pormenores,
Criamo-la
E nunca a esquecemos.

Acontece o mesmo
Com o amor,
Quando desejamos alguém,
Em que ele se aproxima
Sonhamos no dia,
Pensamos que está
A chegar a hora,
Criamos cenários
Românticos
Mas quando
Chega o momento,
Em que se desfaz
O sonho...

Acaba tudo,
Como se a nossa vida
Desabasse,
Como se perdêssemos
Tudo o que amamos
E no fim,
Caímos em lágrimas
Molhando a roupa
Desistindo,
Do nosso futuro.

Sofrendo…

Foto de pttuii

Diário dos porquês contraditórios

Abandona-te ao desejo. É simples. Aperta o coração entre as tenazes de uma alma forte e persistente. Só se conseguires dominar-te a ti mesmo, conseguirás abarcar a essência da vida. Podes resistir. Mas não passes os limites do razoável. A força de um ser humano esclarecido, far-te-á manter nos carris de uma existência saudável.

Eu descrevi a minha experiência no pergaminho dourado dos seres vulgares. A viagem começou por caminhos solitários. O meu transporte era um simples corcel. Conheci pessoas, visitei lugares, mas nunca alcancei a felicidade. No entanto, ganhei a noção de que a vida nunca pode ser um dado de faces rasas.

Deixa sempre pelo menos uma margem irregular. A tropeçar nas irregularidades do caminho, sobes no termómetro do razoável. Enriqueci, fiquei mais duro. Subi pela primeira vez à quadriga da maturidade. Senti-me bem. Quem interessa, surge sempre neste momento. Conheci o dono da caridade e da benevolência. É um ancião decidido, de peito cheio, e que não deixa para trás nenhum assunto por resolver. Ensinou-me a respeitar o próximo, mas tendo em conta a sempre necessária margem de interesse próprio. Achei-o, não obstante, pouco preciso nas considerações que tecia.

Perguntou-me se eu tinha planos para deixar a minha marca no mundo. Preferi não ser directo na resposta. Comprometi-me apenas a não desiludir os fantasmas que dormem comigo todas as noites. Aprendi, desde que me conheço, a partilhar a minha cama com os guardiões da pequenez de espírito. Conciliei-me com duas criaturas que não incomodam, e primam pelo completo desalinho com o que é conveniente.Quando parecia querer alcançar alguma mestria a manejar as rédeas da quadriga, o tempo mandou-me parar. Ordenou-me que descesse porque a velocidade me estava a fazer mal.

Conheci formalmente a mulher que dorme comigo nos dias que correm. Prefiro não saber o nome dela. É melhor assim. Interiormente sinto-me bem na sua companhia. Dá-me tranquilidade, e parece conhecer os pequenos pormenores do enigmático puzzle da felicidade. Mas o desejo. Eu sei descrevê-lo, consigo recomendá-lo a quem eu escolho. Só que me falta qualquer coisa. Talvez se acabar a página do diário da solidão que me entretém há tanto tempo, me possa aproximar desse desígnio.

Foto de Henrique Fernandes

AMANTE DE SEMPRE

.
.
.
.

De mão dada aos meus sonhos,
desces rainha dos títulos do meu encanto
pela rua do imaginário.

És doçura de jasmim repousando suave
na essência do meu olhar.

Aliada da minha loucura
apresentaste generosamente elegante,
assimétricamente sóbria na amplitude
da paixão dando um toque especial ao cruzamento
do nosso karma em comunhão com o sol e a lua,
no meu colo para te receber no celebrar da vida.

Um suspiro de alegria
rubrica o teu nome com as cores da natureza,
és flor no ouro do meu mundo real,
desmascaraste o meu destino
num momento de certezas vadias
pela maternidade da existência.

Enriqueces de luz
os prazeres de uma vida simples,
com o aroma das tuas palavras
serenamente adultas,
perfumando a minha inspiração
com a grandeza da tua beleza humana.

Despertas a musica nas paisagens do paraíso,
fazes descer os céus à terra na dança dos planetas
em toda a sensualidade que há em ti,
apetecível feminina nas asas de borboleta
fascinante.

Desconhecida amante de sempre
pousaste na minha vida cheia de glamour,
verdadeiramente preciosa trazes no olhar
a cumplicidade do poema que me lava a alma,
sobre o altar do teu mar de mulher,
baptizando o meu rosto
com as carícias da tua perfeição.

És poesia de um amor
em segredo no texto do tempo,
escrito em relevo de alto brilho
num ninho de sentimentos repletos de pérolas,
confessando todos os pormenores
da vitrina dos meus desejos,
expostos no destaque do teu sorriso
semelhante à minha realidade.

És a minha realidade
trajada de verdade num abraço meigo.

És embaixadora dos meus instintos...

Foto de Nellyra

Nossa Historia de Amor

VOCÊ E EU (nosso primeiro encontro!)

Lembra de nosso primeiro encontro!?!
Era a "nossa primeira vez". Com todos os receios, o desejo, as vontades, as inseguranças e constrangimentos naturais. Por mais experiências que tivéssemos ou achássemos que tínhamos, aquele era um começo e uma nova aprendizagem.

Foi dessa forma que nasceu uma nova intimidade entre nós dois... de amantes!
Aquela noite ficou e ficará pra sempre gravada na nossa memória, pelos momentos, pelas descobertas, pelas ternuras, pelas loucuras e pela intimidade que vivemos sob aquela inesquecível lua cheia.

Acho que você me desejou de uma forma diferente, pelo meu jeito de ser, pelo meu humor, inteligência, pela calma que a idade me tinha dado me permitindo viver entre a serenidade e a urgência. Eu deixava que fosse você a ditar o ritmo sem pressas, mas sempre com enorme desejo, respeitava-a enquanto você me provocava. E você entregou-se sem ter noção de que o fazia tão deliciosamente.

O local, Brasília, tinha sido escolhido por você, estávamos ambos certos que seríamos almas anônimas por aquelas paragens.
Suficientemente longe dos caminhos cruzados diariamente, suficientemente perto para podermos regressar rapidamente ao nosso cotidiano. O sigilo privado do encontro foi mais uma das tantas emoções daqueles momentos, que se tornariam tão especiais.

Com o seu saber feminino, você tinha proposto (“se você for, prometo que não vai se arrepender”), o que há muito eu desejava. Teria sido mais comum se fosse eu a propor, mas a nossa relação sempre foi pautada pela surpresa, pela recusa às convenções e pelo desejo arrebatador.
Você não faltou ao prometido. Arranjou-se para mim como sabia que eu gostava: aquele vestido de decote atrevido e curvas gostosas, que ainda hoje me excita, e o cabelo lindo e solto ao vento. Eu não faltei ao prometido. Desejei-a como se fosse a primeira vez e amei-a como se fosse a última, sem limites e sem pressa.

A noite foi de sonhos, dançamos como se fossemos apenas os dois naquele salão de festas, enquanto olhos te cobiçavam, você era só minha.
Saímos e fomos tomar um banho para trocar a roupa suada, nos encontramos a seguir.
Até hoje, nesse instante, posso ver teu jeito lindo no olhar, tímido e serelepe, como uma criança preste a fazer uma travessura.
Um olhar de desejo, aquele toque de fêmea no cio, os lábios que se mordem só de imaginar a loucura que se aproxima. Os corpos que desejavam libertar-se das roupas para se entregarem mutuamente, a urgência do amor, a vontade de dar asas à imaginação e a concretização do crescente desejo.

O desejo incendiou-nos os corpos, os seus olhos brilhavam, as nossas bocas famintas beijaram-se, nossas mãos inquietas brincaram no corpo desejado, despertando a urgência do amor.
Abraçamo-nos. Os nossos corpos amarrados entre si pelo abraço de amor, não podia esperar mais, entre roupas semi-arrancadas e semi-despidas, encostados numa porta, sob o olhar da lua, ali mesmo nos fomos consumindo pelo fogo do delírio. Era um amor urgente de ser vivido.
Me perdi nesse teu corpo para depois poder me encontrar no teu sorriso e na tua loucura…
Um desejo de te agarrar, de te beijar a boca, de te olhar a intimidade, de te tocar, de bolinar, mexer …alisar os teus cabelos … Ou simplesmente, de leve tocar os teus lábios, morder, desesperar, arder no teu corpo e suar…Brincar com as tuas mãos, brincadeiras inocentes, indecentes, esquecer a solidão, fazer-te vibrar, rir, chorar, gozar…!

Senti tuas mãos a percorrer o meu corpo sem medo e com vontade. Os meus lábios correrem atrás de ti, querendo saborear a tua pele... teus seios. O contacto do teu corpo semi-nu, com o meu, fez-me querer-te ainda mais. Minhas mãos irrequietas buscam o teu corpo excitado, para nos enlouquecer ainda mais. Você tremia a cada toque de minhas mãos, que lhe percorriam o corpo explorando-lhe a sensualidade feminina semi-adormecida. Eu quase a enlouquecer de excitação percorria a tua pele macia e quente, com as mãos irrequietas e atrevidas. Teus gemidos delatavam teu prazer com aquele atrevimento, que demonstrava todo o desejo que até hoje sinto por você.

Os teus dentes deslizaram pelo meu corpo enquanto o arrepiava sem limites. Sinto o cheiro do teu desejo misturado com o meu. E você me gemeu ao ouvido as palavras que mais me excita: "Viu como sou boazinha..., sou tua! Me possua!".

E eu te possui. Bebi o teu desejo em teus lábios, enquanto misturava teu corpo ao meu no sexo que você escolheu. Maravilhado à luz da lua, levantei seu vestido, arriei tua calcinha e despi o mais lindo corpo que tinha visto até então, seios lindos, ancas dispostas a me dar o melhor de todos os prazeres, uma vulva que continua até hoje me encantando de tão fêmea, gostosa!!! Nosso orgasmo!

É incrível, mas até hoje você me dá o orgasmo do primeiro encontro!
Te sinto o mesmo prazer, o mesmo tesão que me deixa atordoado, você é e será sempre, com imensa vantagem, a mais gostosa fêmea com quem já fiz amor.

Se fez tarde então e seria a última noite no nosso paraíso (bendita Luziânea), Os momentos vividos permitiram aumentar as saudades que sentimos no momento da despedida. Aquele tinha sido apenas um pequeno momento para tudo aquilo que desejávamos, e ao mesmo tempo um momento de enorme intensidade. Curto mas intenso. Pouco mas necessário. Incompleto mas avassalador. Duro foi retomar à vida no normal, pois combinamos que tudo terminaria ao voltarmos. Ambos sofremos o desconforto da despedida e a dureza do afastamento, mas conseguimos também entender que aquilo que tínhamos vivido era demasiadamente mágico para terminar. Um pouco mais de paciência e de sonho era tudo o que precisávamos para continuar essa paixâo que um dia nos levaria à novos lugares bem menos secretos mas... com o mesmo tesão, ternura e desejo.

Hoje somos amantes... verdadeiros amantes! Sabemos viver o amor de forma tranquila e cúmplice que só nós podemos ter, e com a loucura e arrebatamento que só o desejo dos amantes pode dar.
E se existe desejo selvagem misturado com um carinho terno, decerto que o amor está presente nessa loucura de amantes. Eu amo você!!!
As vezes adormeço serenamente enquanto penso em você. Sonho contigo a noite toda, quando acordo não recordo os pormenores, mas sei que foi com você que sonhei porque o meu sorriso ao acordar não deixa dúvidas... era em ti que pensava no momento que o meu corpo despertou do descanso.

O tempo é o nosso segredo e ninguem vai saber o que aconteceu entre você e eu..!
O prazer de dois corpos que se amaram, a felicidade de duas almas que se misturaram, a intensidade de dois seres que se entregaram... a capacidade de sonhar a dois!

Você sempre me diz que devemos apenas viver o presente!
Será mesmo que os amantes vivem somente do presente? Não consigo ter essa certeza porque... sei que...

NelLyra

Vou te amar pra sempre...Sempre!!!

Foto de Joaninhavoa

QUANDO HÁ LUZ...

*
QUANDO HÁ LUZ...
*
*

A excitação é júbilo é alegria
Como partitura nunca interpretada
Experimentada
E cantá-la com maestria

É saber ler a ária conjugando
Com os acordes o tom
É saber ler a música entoando
Com os dotes o dom

Esmerar os graves e agudos
Respeitar as pausas os silêncios
Nos fragmentos devidos

Os pormenores estão para o todo
Como o dom oculto que vendo
Luz! Actua em total liberdade

JoaninhaVoa,
In “Não Pude Resistir”
(27 de Junho de 2008)

Poema em resposta ao poema
de Dirceu Marcelino, "MECENAS
DE MINHAS POESIAS"

Foto de wellingtondias

Assim me declaro a ti, meu amor

As saudades que sinto quando estás longe de mim apenas são suportadas pela ansiedade do teu regresso, cada toque teu é como um toque de seda na minha alma, cada vez que me olhas é como se conseguisses ler a minha alma e como ela anseia por ti!

Queria que o mundo parasse quando estamos juntos para nunca ter de te dizer adeus, que esses momentos fossem eternos como o que sinto por ti, pois nada é comparavel ao que sentimos um pelo outro e como nos completamos ate nos mais pequenos pormenores.

Adoro quando me dás a mão, pois elas encaixam como duas peças de um puzzle que foram feitas para estarem sempre juntas, quando me abraças pois sinto-me protegido de tudo e sei que nesse breve momento somos apenas um!!

Amo aqueles momentos quando olhas para mim como se nada neste mundo fosse mais belo do que eu, de como me fazes sentir a pessoa mais bela do mundo só com esse olhar!

Não te quero perder, pois não quero perder uma parte de mim, perder-te seria como perder um membro do corpo porque já fazes parte de mim.

Quero-te sempre ao meu lado, quero sentir-me completo para o resto da vida e nunca mais ter de te dizer adeus, apenas até logo. Quero dizer que te amo todas as vezes que me apetecer e essas vezes nunca vão ser suficientes para descrever o que sinto por ti.

Amo-te por tudo o que és e o que me fazes sentir, adoro-te pela maneira como me olhas e como me chamas à razão quando é preciso, aprecio-te pelos mais breves momentos que passamos juntos e que me fazes sentir único.

Que nada nem ninguém neste mundo separe o que é inseparável, pois nunca mais nesta vida me quero sentir incompleto!

Foto de Ricardo Barnabé

Não quero

Não quero seguir o meu instinto,
Muito menos acreditar que vou sofrer
Por sentir tudo aquilo que um dia sentirei,
Não quero ver mais para além
do que os meus olhos já possam ver
Não, não quero negar a tua mão,
Mas também não te posso dizer
que sim, se tão longe está o teu coração..
perante palavras faladas, mas não sentidas.
Quero olhar para pequenos pormenores
e não ver o quanto grandes eles poderão ser,
Não quero continuar a escrever este texto
Porque sei que talvez, tu não irás perceber,
Não quero dizer, que não quero.
Para mais tarde me lamentar da razão do não querer,
Por vezes odeio ser diferente, mas também não quero deixar de se-lo.
porque prefiro sofrer no meu mundo,
em busca de quem me merece,
do que sofrer no mundo de cada um
e no fim morrer no mundo de ninguém.

Ricardo Barnabé

Foto de RuFiAzInHa

][ Pequenos Pormenores ][

Às vezes é preciso crescer um bocadinho, não ligar tanto às coisas triviais e dar mais importância aos pequenos pormenores.
Isto porque a vida é feita de momentos, mas não devia, eu sei. Porque momentos são momentos, meros momentos que não passam disso - simples e meros momentos.
Quando os momentos passam, ou tiramos recordações boas ou recordações más. Saudades saudáveis ou saudades impuras.
Perfeito seria podermos ter o prazer de viver bons momentos todos os dias, guiados pelas pessoas de quem gostamos... Aquelas que nos fazem sentir bem até quando o nosso coração está cheio de alfinetes. Aquelas pessoas que nos fazem esboçar um sorriso vindo da alma (ou do coração, como queiram), no fundo, um sorriso puro, sem mentiras nem conveniências. Aquelas que nos fazem sorrir assim, simplesmente porque estão ali, juntos a nós, à nossa frente, a olhar-nos nos olhos sem pudores e a sorrir sem vergonha... Aquelas que nos fazem sorrir, simplesmente sorrir e sentir bem.

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