Pintura

Foto de jessebarbosadeoliveira27

ELEGIA DE UM NÃO-PINTOR

Talvez eu fosse aquarela,
Mas sou apenas um tosco poeta.

Talvez estivesse em Guernica,
Mas testemunho --- todos os dias ---
Florescerem vítimas de banalizadas chacinas
No gigantesco tropical Paraíso do Pré-Sal
E das commodities agrícolas.

Talvez presenciasse
As pinceladas catárticas de Frida,
Mas meu ser se limita
A derramar copiosas lágrimas das vistas.

Talvez vivesse como um viçoso ébano
Que pisasse em sementes de café nos anos vinte ou quarenta
Do evo passado,
Mas me descubro um preto de pés pneumáticos
O qual --- no século XXI --- engendra
Versos natimortos na sua cabeça de asno.

Talvez pudesse dizer a Van Gogh
O quão cultuada e lucrativa
Tornou-se a sua Pintura Impressionista,
Mas somente consigo escrever
--- sobre a folha do caderno Tilibra ---
Letras de aparência carrancuda,
Abjeta: dantesca grafia!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

Foto de Dirceu Marcelino

CAMINHOS DE FERRO II - PINTURA DE RAFARD POR TARSILA DO AMARAL

HOMENAGEM À GRANDE MESTRA DA PINTURA BRASILEIRA,

TARSILA DO AMARAL, nascida em 1º de setembro de1886, na Fazenda São Bernardo, atualmente, pertencente ao município de Rafard. A poesia foi inspirada na pintura de autoria da grande mestra, que segundo me parece não têm as grandes exposições das obras ABAPORU, CENTRAL DO BRASIL, MANTEAU ROUGE etc, mas que é importante na linha dos meus trabalhos sobre temas ferroviários.

CAMINHOS DE FERRO II - PINTURA DE RAFARD

O caminho de ferro está traçado
Com o trenzinho em tua gravura
E o rio Capivari ali esboçado
Historia o início de tua cultura.

A confluência natal de teu legado,
Deixa-nos ver sem esforço ou procura
O engenho central bem delineado
Na linha de traço negro da textura

E bem ao alto a mata de São Bernardo,
Ao centro as casas com suas brancuras
E a Matriz em plano mais elevado,

Sobrepõe-se ao verde da agricultura
E as ruas e estradas de tom amarronzado
Do primeiro mote de tua pintura.

Foto de andre luiz couto

Tributo aos poetas

Enquanto admiras a beleza
Da lua que inspira os poetas
Manténs no coração a chama acesa
E as portas do amor sempre abertas

O anseio de amar te faz tão bela
Rainha desses sonhos irreais
Pintura magistral. Uma aquarela!
Perfeita inspiração às madrigais

Teus versos de ternura e de encanto
Seqüestram minha alma secam o pranto
Das dores que sofri por tanto amar

Embalo o coração em teus sonetos
Circulo com emoção pelos meus becos
E nos braços da saudade vou sonhando.

Foto de DENISE SEVERGNINI

VIVER NA ARTE

VIVER NA ARTE

Pinto a vida
Imersa numa tela de palavras
Que soam aos ouvidos
Como melodiosa poesia

A vida tinge-se em muitos matizes
Há dias brandos com amarelo napoli
Outros escuros com gris-de-pane
Circunstâncias vis, clonam-se de vernizes
Que descascam ao sabor do tempo

Telas de natureza morta
São as dificuldades que nos batam à porta
Um jardim de Monet traduz-se
Na alegria sentida de um amor presente

Tantas faces distorcidas em obras
De Picasso... São vidas em fracasso
Ou existências ricas de felicidade mil

Poesia é alma de poeta
Que das palavras ser faz atleta
Pintura é alma de artista errante
Que do pincel se faz viajante

Denise Severgnini

Foto de João Freitas

PALHAÇO

Eu sou um palhaço!
Nas palhaçadas do mundo,
Minha vida é um circo.
Meu público, você que me cerca.
Sorrio o sorriso da não alegria,
Um reflexo da pintura da minha boca.
Já meu olhar desnuda os sentimentos.
A máscara escorrega do meu rosto,
A luz clara me expõe ao mundo.
No ofício do fazer rir, meu riso chorado.
Na luta para nutrir a sobrevivência,
O instinto me ensinou a mascarar.
Perdi a originalidade dos inocentes,
Fingi numa falsidade tolerante
Um costume cada vez mais usual,
Que nos faz a todos palhaços,
Com ou sem entrada,
Dentro ou fora do circo.

Registrado na Biblioteca Nacional.

Foto de Andinhoyankee

Sonho do "Ter"

Chegou o dia em que eu deitei na nuvem, olhei pro infinito e lembrei,
De um dia qualquer da plenitude, e outro dia e outro ano,
Você sempre aparecia nas pinturas,
Eu, feito criança caia em choro com dúvidas,
Quem sabe quanto a minha autonomia,
Quem sabe do meu poder,
Ou então do meu existir
Ou do meu próprio duvidar...
Você me acompanhava feito pai segurando a mão,
Mostrava-me o caminho do inseguro e do insatisfeito,
Guiava-me pro retas tortas e descidas para o céu.
Enxugava meus prantos com o fogo ardente que vem de dentro,

Eu tinha você

Olhei pra exposição que brotava do meu seio,
Eu te enxerguei como aquilo que reaviva a carne como vida,
Te toquei e me queimei no fogo celeste que é vivo e é vida,
O que mantém a esperança, a vontade e o viver
Eu tinha em mim e pelos cantos deixei que o levassem
Para me entregar a metamorfose natural e espontânea
A qual eu mesma gerei.
Passasse de humano á vegetal.

Eu tinha, realmente, você.

Lamento,
Dá um sinal,
Traz o fogo e faz retornar o calor de ser,
O devir mostrou-se possível,
O vir-a-ser é necessário e preciso,
Neste momento, de desconsolo e volição,
Necessário é estar no ato da pintura,
É triste admirar a exposição.

(Andinho Yankee / andersophia@gmail.om)

Foto de HELDER-DUARTE

CONTENTAMENTOS

Contentamentos! Sim! Sem maus ventos!
Sem tempos, nem tormentos!...
Neste meu pintar, de quadro.
Neste meu escrever, no quarto.
Assim pinto e escrevo, a minha alma!
Sem, que mal me faça perder, a calma.
Pinto dor!... Amor!... Verdade!...
Lealdade!... Caridade, sem idade!

Pinto... Com palavras e não com pincéis
Nem tão pouco, nos dedos uso anéis!...
E pinto uma pintura de escrita, à tarde!...
Que vai ficar, para sempre pintado...
No tempo e no não tempo. Não será, pois apagado.
Este meu quadro, lindo, sem idade!...

Ele fica fora, também do tempo...
Para meu, vosso, contentamento!
Sim! Povo do tempo e do amar...
Povo dos séculos e não séculos;
Povo dos milénios e fora d'eles.
Povo! E Deus dos tempos e sem ventos...
Assim pinto, meus e vossos contentamentos!...

Foto de Dennel

Do jeito que gosto

Há quem goste de cantar
E outros de sonhar
Há quem goste de amizades
Outros de visitar cidades

Alguns gostam de escrever
Outros apreciam as artes e cultura
Alguns querem apenas viver
Outros gostam de pintura

Eu gosto de tudo isso
E também de um pouco mais
Gosto de moças bonitas
Aqui encontrei demais

Juraci Rocha da Silva - Copyright (c) 2009 All Rights Reserved

Foto de carmencunha

ENQUANTO TE ESPERO...

ESPERO-TE NA AURORA DE UM NOVO DIA,
ESPERO-TE NA TARDE SOMBRIA,
ESPERO-TE HOJE, AMANHÃ E NO ONTEM.

ENQUANTO TE ESPERO, SOU ANSIEDADE.
SOU PÁSSARO SEM ASAS, SOU SAUDADE.
SOU QUADRO SEM PINTURA, SOU REALIDADE,
QUANDO SINTO TUA PRESENÇA.

ESPERO-TE, DIVINO.
SERENO, TERNO, MIRAR INTELIGENTE.
ESPERO-TE MEU CAPITÃO SOLENEMENTE
COMO MARINHEIROS DE UM NÁVIO
ATRACADO NO PORTO.

ENQUANTO TE ESPERO SOU MENINA
SONHANDO SER MULHER,
SEREIA DE UM MAR SEM ONDAS
ENQUANTO TE ESPERO TE AMO
MEU AMOR BENDITO, MEU...

ESPERO-TE: EU

Foto de DAVI CARTES ALVES

LITERATURA fragmentos d'ouro

“ Ler é desequilibrar-se, é fazer do desequilíbrio, uma espécie de dança...
A vida não é como ela é, mas simplesmente como nós a vivemos.”

Jose Castello – Escritor e Jornalista

“Eu sei que um poema é bom, pela extensão do silêncio de quem o lê”

Fabrício Carpinejar - Poeta

“ Se o tempo provoca o esquecimento, o poema seria a arte da memória, e cita Ossip Mandelstam, que acredita que os cantos de Dante, são dirigidos a contemporaneidade, pois “ são mísseis para capturar o futuro”

Lúcia Bettencourt – Rascunho

“ A morte é o silêncio privado do olhar ”

Luiz Horácio - Rascunho

“ ... ele escreveu A Estepe, um conto aromático, leve e tão russo em sua melancolia contemplativa. Um conto para si mesmo.”

“ A douradura gastar-se-á, e o couro de porco permanecerá.”

Máximo Gorki - Escritor Russo

“ A fábula é uma pintura, onde podemos encontrar o nosso próprio retrato”

La Fontaine - Escritor Francês

“... Porém o que é preciso notar é que a chamada sociedade da informação acabou gerando uma falsa onipotência, em relação aos domínios dos vastos territórios do saber. Se por um lado, passamos a conviver com um amplo espectro de novidades de toda ordem, que convocam todos os sentidos, no universo da espetacularização bem descrito por Guy Debord, por outro, é como se o excesso de luzes do grande show ofuscasse nossa capacidade de discernimento e de escolha. Daí porque Fuentes, acertadamente, evoca Baudrillard, ao acusar que essa “ explosão de informação” corresponde a uma inevitável “ implosão do significado”.

Maria Célia Martinari -

Em resenha para o Rascunho de: Geografia do Romance - Carlos Fuentes - Escritor Mexicano

“ Noventa por cento do que escrevo é invenção,
o resto é mentira”

“ Quando as rãs falam com as pedras, e as aves falam com as flores:
é de poesia que estão falando.”
Manoel de Barros

“ Aprendi com a primavera a me deixar cortar, e a voltar sempre inteira”

“ Sou entre flor e nuvem,
Por quê havemos de ser, unicamente humanos? ”

Cecília Meireles

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