Perto

Foto de hanjo

Noites

A noite vem caindo
A saudade vem chegando
À medida que a luz se esvai
Meu coração se enche de você
E fica na minha lembrança
Seu toque, sua voz
Seu beijo, seu jogo
E tudo que tenho são lembranças
Que me deixam mais perto de ti
Enquanto ao longe, onde estás
Nem sei se pensa em mim
Como eu penso em ti
As noites chegam com saudades
De uma noite que foi minha
De uma noite que foi bela
De uma noite que brilhou
Enquanto eu me tornava dela
E agora cá estou
Na noite, olhando, sonhando
Procurando por ti em cada estrela
Pra poder mais uma vez te ter
Mas o que eu tenho
E que sempre me resta
São as noites, sem ti

Foto de NuzzyII

Vale a pena te amar...

As horas que passaram aqui,
Faz tanto tempo mas não esquecí
O quanto vale a pena estar
perto de ti
Perceber em teu silêncio o quanto é bom te amar
Sinceramente o tempo
não importa mais.
Quero viver este amor intensamente.
Seja num presente agora
Ou num futuro depois
Não importa.
O que não quero é deixar este
amor tão real
Guardado num passado não vivido...

Foto de NuzzyII

Amor distante...

Não te vejo,
mas te desejo,
Mesmo estando ausente,
te sinto presente.
Meus olhos não o vê
Mas meu coração está começando
a conhecer-te.
Tudo foi rápido demais....
Palavras ditas que não esquecerei jamais
Embora eu não tenha você por perto...
Suas palavras me leva ao paraíso e me tira do deserto.

Foto de ednilson junior

sonhador protetor imaginario

sonhei, que eu era o vento.
soprava para te tocar.
você me sentia sorrindo
e queria me abraçar

e quando a noite chegava
eu lhe abraçava
pra te proteger do frio
em meus braços voce dormia.

sonhei, que era o sol.
brilhava pra te iluminar.
você me via e sorria.
e eu feliz ficava.

e quando a nuvem me escondia.
você triste chorava.
mas eu reaparecia.
epra voce feliz ficar

meu sonho é ter
sempre amor para ter você
não ter medo de te perder

o sonho não acabou
porque perto de você eu estou
imaginando ser
o seu sonhador protetor

Foto de Lorenzo

Onde está?

Apagar da mente teu sorriso
É tarefa quase que impossível
E esquecer teus lindos olhos
Esses verdes que olho
É decretar minha própria morte

Teu jeito, tua voz, teu afago
É tudo que preciso para ser feliz
Mas sempre que te busco
Acabo em abismo profundo
Tentando me esconder de mim

E agora? Onde está?
Essa que levou um pedaço meu
Onde vou encontrar?
De certo está no seu lugar
Procurando um "eu" que morreu

Esse aperto no peito
Deve ser o jeito de dizer
Que mesmo não estando perto
Está no caminho incerto
Dentro desse que te escreveu

Foto de Lou Poulit

Poulit em Versos

Quando eu era adolescente, meu pai incentivava os filhos a estudarem, para as provas finas, usando uma estratégia muito sedutora: Me diga o que quer ganhar no fim do ano, se for aprovado em lhe dou. Era um tal de estudar como nunca antes. Em certa ocasião meu irmão Aristeu, tratado por Teco, um ano mais novo que eu e hoje arquiteto, pediu um violão, de verdade, e se comprometeu a estudar para passar de ano. O Velho achou que ele poderia ter escolhido uma coisa mais apropriada a um garoto de 12 anos, mas não deixaria de cumprir sua parte no trato. Pois bem, o Teco passou de ano fácil.

Numa noite, chegando das minhas amadas peladas em rua de paralelepípedos, ou das caronas, pendurado nos estribos dos bondes, até hoje tradicionais do bairro Santa Teresa, morro contíguo ao centro do Rio de Janeiro, entrei em casa todo suado e sujo. Eu amava, mas minha mãe detestava isso: Direto pro banho, menino! Não encosta em nada! Como eu adorava esportes. Sentir o corpo suado, o corpo-a-corpo às vezes perigoso das peladas. Gostava de sentir o limite dos músculos, de ser íntimo da dor física controlada. Jogávamos mesmo à noite, a luz tênue dos postes distantes, ainda do tipo incandescente, refletindo nas pedras do calçamento. Que saudade da minha meninice... Bem, então voltando ao violão, entrei em casa e dei de frente com ele em cima da cama do meu irmão.

Fiquei fascinado. Era lindo e novinho em folha, brilhava demais. De boa marca e corpo grande, era até algo desproporcional para meu irmão. O velho não fizera por menos, mas era seu jeito. Era calado, emburrado em casa, gastava dinheiro nas farras, porém nunca foi sovina com os filhos. Não resisti à tentação e peguei o violão para experimentar. O som era bem mais alto do que o dos violões que conhecia, e chamou a atenção do Teco, que logo apareceu. Reconhecendo-me suado, devolvi o instrumento ao seu dono. Afinal de contas, eu também havia passado de ano.

Começaram as aulas de acompanhamento, os primeiros acordes, mas também logo vieram as primeiras bolhas na ponta dos dedos. Meu irmão não superou essa fase e em alguns poucos meses, o violão já havia ganho um lugar escondidinho para ficar, entre o guarda-roupas e a parede, no canto quarto. Ficou ali por vários meses. Um dia, vendo-o ali abandonado, tornei a pegá-lo e me assustei quando ouvi algo cair no chão. Despencado sobre os tacos de madeira clara, estava um livreto que me apressei em pegar do chão. Era um Método Prático Para Violão e Guitarra. Folheando-o compreendi que eram cifras para acompanhamento. Foi um momento mágico. Não pude naquele momento imaginar, que era apenas um pequeno instante, o despertar de um amor que me acompanharia, uma emoção que se repetiria pelo resto da vida.

Lendo o método, exercitando e, principalmente, observando alguns colegas que já sabiam tocar mais que eu, em pouco tempo já sabia o básico de acompanhamento e já me arriscava em solos iniciais. Gostava tanto que suportei as bolhas. Como bom aqüariano, não me contentava em tocar e cantar as músicas da moda. Com pouquíssimo tempo de aprendizado, já fazia minhas primeiras composições, ainda muito simples e com letras ingênuas. Mas era nisso que queria chegar desde o início desse texto: o violão me levou a começar a compor letras. Na escola, minhas notas em Português (na época se dizia Linguagem) eram sempre as mais baixas, detestava. Que ironia, hoje amo escrever.

Embora adolescente, muito novo e sem experiência de vida, quando escrevia letras para as minhas músicas (compunha ambas ao mesmo tempo) tinha a sensação plena de ter domínio sobre o que escrevia. E vivenciava aquelas emoções de verdade, sem tê-las jamais experimentado. Os adultos da família não entendiam bem. Mas nunca me senti inseguro. Era como se eu já soubesse fazer aquilo há muito tempo. Vejam como, com cerca de catorze anos ainda, eu me via “grande”, até pretensioso, nessa letra que pertence à minha primeira composição:

“Vida, vida minha
Não te perdoarei jamais
Por ter levado o molequinho...
Isso não se faz”.

Ora, eu me esqueci de que ainda não era mais que um moleque! Embora já andasse com mania de ralador, não tinha ainda tramas de amor para contar. Mas vejam o tipo de sentimento implícito nessa outra letra, da mesma época ou pouco mais:

“Vou partir
Pra bem longe
Vou-me embora
Deixo aqui meu coração
Minha casa, meu portão.

Ah, se um dia
Eu pudesse voltar
Eu iria ver de novo
Minha terra, meu lugar
E os meus tempos de criança
Poderia recordar”.

Alguns anos depois, pela primeira vez na vida senti a receptividade de pessoas que não eram familiares. Me inscrevi, por exigência de um grupo de amigos, num festival escolar de música. Escolhemos juntos quatro músicas minhas. Aquela que mais gostávamos foi apresentada pelo grupo todo, mas estávamos tremendo demais para tocar e cantar no palco improvisado. Os jurados não ouviram nada e “Santa Terra” foi desclassificada. Vendo minha tristeza, uma jurada, professora de inglês, veio me explicar o critério utilizado diante da dificuldade de julgar. E nesse dia aprendi a amar e odiar os critérios.

Porém, como reaprenderia em muitas outras ocasiões futuras, a tristeza dá sentido à alegria, assim como as sombras à luz. Com as três músicas restantes, que apresentei sozinho, voz e violão, consegui o segundo (Vou Partir), o terceiro e o quinto lugares do festival. Não obtive o primeiro lugar, mas os prêmios foram pagos em dinheiro e voltei pra casa rico, considerando a situação financeira da época. Mais rico do que o vencedor, que tinha uma música belíssima.

Os anos vieram e a vida mudou muitas vezes. Os campeonatos estaduais de vôlei, o trabalho, a faculdade, o casamento e o descasamento, a vida é uma sucessão de sonhos e pesadelos. Mas também uma grande escola e isso se reflete no produto do artista. A poesia seguinte na verdade é letra de uma música, composta no anos noventa. Sempre fui um apaixonado pelas manhãs. Em uma prosa cheguei a afirmar que elas também foram feitas à imagem e semelhança do criador. Tendo que recomeçar minha vida, tornei-me um amante ainda mais apaixonado pelas manhãs, a ponto de amalgamar as minhas amadas e as “Nossas Manhãs”:

“Porque são as manhãs
tão humildes manhãs
Saram o que as noites cortam
Lavam, abortam estrelas vãs
Vem, que me desperta
Essa rosa madura
Sob a renda flerta
Captura o meu instinto, vem
Me joga no orvalho do jardim.

Vem de mim por ruas dormidas
Que dores banidas
Não despertarão tão cedo
E ninguém contará a ninguém
Que ainda tenho medo
Porque são as manhãs
Tão humildes manhãs.

Porque são as manhãs
Tão lúcidas manhãs
No estreito vão da janela
Um corpo que foi meu se esfarela
Num rastro distante
Guardo os pássaros no peito claro
Ardo e perto me declaro amante
Vestindo as chamas
Que restam das velas
Dançando com elas beijo
Beijo e protejo o seu despertar.

São nossas primícias, nossas milícias
Cavalgadas e reconquistas
Quando o sol entrar pelas janelas
Jamais sairá nas revistas
Mas são nossas manhãs
As mais belas manhãs
As mais belas manhãs”.

Não considero que esse texto tenha esgotado o assunto. Gostei da idéia de mostrar poemas e letras de músicas como pedaços pedaçudos de uma sopa auto-biográfica. Creio que aqueles que tenham gostado poderão esperar mais.

Foto de Carmen Lúcia

Evocação à Lua

Quero te sentir bem perto, coração irrequieto,
Pisar de leve tua aura branca, clara, mansa,
E derramar recônditos sentimentos
Em teu manto de luz que a dor abranda.

Levam-me a ti, meus pensamentos,
Teleguiados por anseios e tormentos,
Que de tão sedentos já chegaram aí
Em busca da mais pura inspiração,
Latente, na alma ardente dos amantes
E que aflora, submissa à tua atração,
Quando à noite tu despontas tão vibrante.

Não... Não ouças as serenatas doidivanas,
As juras mentirosas, dolorosas, levianas,
Nem uivos de lobos, falsos, traiçoeiros,
Agourando desventuras aos amores verdadeiros.

Ouve-me hoje... tão somente a mim,
Pois, desafiando a noite, abraçar-te vim,
Estou só e minh’alma clama tua afável chama,
Ajuda-me a delinear palavras, que apagadas,
Tento reacender com tua magia, imbuídas de poesia,
Veste-me com as rimas mais ousadas, mais lunáticas,
Pra compor meus versos de amor sem fim...

Batiza-me em tuas fases, com o teu luar,
Pra que eu consiga transcender e ser lunar,
Capta minha essência, me vejas nua,
Intensifica meus sonhos, clarifica meu poetar,
Envolve-me em teu fascínio...Possui-me, lua pura,
Torna-me, enfim, poeta... para que eu possa gritar
Com as inaudíveis vozes da alma, o que é amar!

E ainda que as nuvens te encubram, já dormente,
Ver-te-ei reluzir como um céu torvo que se estrelasse
de repente!

Foto de Anandini

Sinto saudades...

Estou só...
Sozinha.
Me sinto triste por não poder tê-lo comigo...
Sei que é quase impossivel,mas nem ao menos posso ouvir suas palavras sussurrando em meu ouvido.
Não tenho nada.
Não tenho seus poemas ,nem sua escritas,que me faziam acreditar,que algum dia poderia tê-lo aqui,recostado em meu peito.
Resta-me apenas esse seu doce olhar,numa foto,tão original e linda.
Dias e noites aguardo um sinal.
Como é duro esse querer!!
Te quero,te desejo...Não posso.
Vais embora de minha vida sem ao menos ter chegado...
Sinto saudades do calor de seu corpo junto ao meu e de seus beijos ardentes que jamais experimentei...
Meus lábios secam,de tanta saudade.
Sinto falta de suas mãos em meu corpo,
e de fazer amor até a madrugada...
Sinto falta desse amor,de sua presença.
Jamais apreciada.
Morro aos poucos ,com saudades desse amor que não vivi.
Esse calor,Essa febre,que me toma inteira desde o primeiro momento que meus olhos,
cruzaram os seus.
Te amei,sem saber porquê.
O desejei locamente,quis tê-lo comigo.
Não sei porque o destino me tortura tanto...
Não entendo porque o quero,não sei porque o espero.
Só sei que tu vives em mim.
Impregnou meu ser com sua doçura e sinto-me tão fragil neste momento.
Me sinto só sem ti.
Não estás aqui para me amar.
Não estou aí para abraça-lo e beija-lo com ardor.
Porquê?
Não tenho as respostas...
assim vou vivendo,ansiosa frente a esta tela,esperando um sinal,
uma frase,um olá...
Estou longe,tão longe de ti...
Essa distancia me angustia,me faz sofrer...
Estás tão longe de mim,e não tive a chance de
ama-lo e de tê-lo comigo.
Mas ao mesmo tempo estás tão perto
Tão vivo dentro de minha alma...
Será que algum dia essa oportunidade,baterá em minha porta?
Não sei...
Só sei que sozinha estou
sei que sofro por ti
Te desejo e sinto sua falta.
Em outra vida,em algum lugar,já tive você..
Por isso sinto tanta saudade.
Em outra vida,em algum lugar o terei novamente.
Sinto uma forte dor, em meu peito
e as lagrimas me tocam a face.
lagrimas de saudade.
Te amo.
Talvez não signifique nada para ti.
Pode não ser importante para você.
Mas para mim,ama-lo,é tudo o que
eu não esperava,e que aconteceu.
E agora espero da vida,do destino
o momento ,o dia ,a vida em que você
virá para perto de mim.
Quem sabe se serão dias,ou vidas?
Não me importo.
Sigo pela vida,com um vazio em meu ser.
Sua presença,seu sorriso,sua pele,seu amor...
É o que espero.
Espero por tí.
Não se esqueça de mim,
meu anjo...
Cubra-me com suas asas ao anoitecer,e
me faça dormir em seus braços...

Foto de Andrea Lucia

Meu corpo no seu... (Andrea Lucia)

Meu corpo no seu... (Andrea Lucia)

Esperei vários dias para lhe ver
Meu corpo ansiava em lhe ter
Deitada, esperei por você nua
Ao me ver, sabia que era só sua

Foi se chegando perto de mim
Amou-me, loucamente, assim:
Entre beijos fogosos e abraços
Rolamos na cama aos “amassos”

Sua boca não parou um só segundo
Desbravou e percorreu meu mundo
Lambeu-me, deixando-me excitada
Chupou-me, deixando-me encantada

Meu sexo ficou molhado e carmim
Sua boca ficou repleta de mim
Minha boca também não sossegou
Percorreu seu corpo e lhe chupou
Seu caldo se perdeu na minha boca
Bebi você saborosamente feito louca

De repente, quando dei por mim
Nossas bocas se encontraram
Provei, na sua boca, não o seu sabor
Senti, na sua boca, meu caldo de amor
Igualmente você ao me beijar
Sentiu seu leite, fruto de amar

Nesse mágico encontro de sabores
Onde nos entregamos sem pudores
Provei e degustei você integralmente
Você me sentiu e sorveu igualmente

Amo me conhecer através de você
Encharcar minha boca do meu prazer
Você se conhece através de mim
Bebo seu leite e você o tem por fim

Não fazia idéia da falta que me fazia
Do quanto meu corpo lhe queria
Do quanto seu corpo me é benvindo
Do quanto nosso amor é lindo!

Foto de fer.car

O QUE VEJO

Vejo pessoas com o olhar tão distante
Falta-lhes algo além do que já possuem
Falta-lhes vida, algo a mais a sentir
Vejo sorrisos falsos soltou ao léu
Sorrisos insatisfeitos com as coisas que vêem
Mas ante a frieza dos dias em que se vive, nada lhe basta
A não ser este sorriso mudo, sem vida, estático, que nada expressa
Vejo bocas que dizem barbaridades, amaldiçoam, denigrem
Palavras de ira, de revolta
Vejo que falta mais compaixão e piedade nos corações humanos
Diante de um mundo em que poucos são realmente dignos e probos
Em que poucos sabem o sinal de felicidade e do amor
E mais poucos ainda dormem com a alma limpa e a paz dentro da alma
Vejo que momentos são perdidos
Crianças são cada vez mais precoces e carentes de pais
Os sonhos cada vez mais longínquos
O amor mais comedido, frustrado e desejado
Vejo que muito se diz e pouco se faz
Muito se odeia e pouco se ama
Muito se critica e pouco se incentiva
Vejo que as pessoas não sabem mais acreditar no amanhã
E deixam de viver, de sentir, de serem mais além de si mesmas
Fecham-se em seu pequeno mundo
Calam as maiores dores e não sabem dividir sentimentos
Vejo que estamos na época do consumo exarcebado, da alma cada vez mais vazia
Onde está a poesia, a magia de ser e do existir, o calor, a brisa, enfim, a vida?
Onde está você que ainda sonha como eu, que ainda ama intensamente?
Onde está você que acredita no futuro, que luta, que persiste?
Porque não posso aceitar esta reles realidade, que me dilacera por dentro?
Não aceito esta mediocridade, esta falta de valores morais.
Quero viver com tudo que posso
Querer além de tudo, de mim
De meus anseios e de minhas próprias forças
Quero muito mais...
Porque simplesmente estou viva
E isso é o bastante, isso me basta
Para eu sonhar...
Porque o que vejo é muito pouco
Perto do que ainda sonho
E ei de sonhar sempre...

AUTORIA: FERNANDA CARNEIRO
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS

Páginas

Subscrever Perto

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma