Pecado

Foto de Carmen Lúcia

Ousadia...

Caí de pára-quedas em seu quadrado,
invadi sua intimidade,
me fiz íntima de seu pecado,
distorci minha identidade,
apartei-me de recatos,
apossei-me do que é seu...
Minha foto em seu porta-retrato,
minhas marcas no tapete do quarto
como se o lugar fosse meu...

Deixei de lado a candura,
o meu olhar de brandura,
mudei o meu modo de ser...
E ainda inconformada
joguei a última cartada...
Foi um blefe pra valer;
quase paguei pra ver...

Agora, ou tudo, ou nada...
Quem sabe será dessa vez...
Ou lhe ganho na virada
ou jamais lhe torne a ver...
Prefiro que seja assim;
quem sabe se assim me vê...
Permanecer no marasmo
é o mesmo que lhe perder.

_Carmen Lúcia_

Foto de diegozendem

meu amor

Meu amor,meu amor és o meu coraçao
sou um sonhador voce é minha paixão
meu amor,meu amor amo tanto vocÊ
a joia que é mais rará dominou o meu ser
No brilho do cristal vive um sonhador
de frente a voce revelo o meu amor
vejo a lua acesa formando um clarao
E voce meu amor vejo no coraçao
em um sonho eu há vi,num sonho avistei
e no sonho revelo me apaixonei
fui alem dos desejos,disvendei misterios
entao na minha vida voce é tudo o q eu quero
uma fada rainha dona da beleza
que me faz dizer meu amor hó princesa
uma chama ardente pra reacender
dentro da minha vida só falta voce
e mostrando o que eu sinto como numa cançao
o desejo,o amor,simplesmente paixao
rompendo barreiras,criando o pecado
amando a pessoa,mais sem ser amado
alias nos ja fomos um casal bem brilhante
que raiou bem mais forte que um diamante
é poriço que eu trago maguás do passado
amor daria tudo pra estar ao seu lado
ja pedi perdao sobre o que eu fiz
eu entendo foi eu mais nao porque quiz
e por um simples erro,o que aconteceu
uma amiguinha dela um beijo me deu
mais que conhecidencia ela estava chegando
e tao rapidamente virou-se chorando
eu tentei me explicar ela nao qui me ouvir
me desculpe amor,mais nao faça assim
eu te amor,amor tente me perdoar
pois errar é humano,humano é te amar

eu escrevi quando estava em um momento de reflexao
meio triste por ter perdido alguem q gostarva muito
e resolvi escrever ,se derrepente alguem se indentificar
com o q eu escrevi entao qer dizer q nao sou o unico a sofrer com isso
o amor é complicado ,mais é maravilhoso nao é nao

Foto de BIENVENUTI

Escrever é sonhar...

Escrever é por asas em nossos sonhos....
É mostrar nossa loucura, nossos dezejos...
desejos estes, que vivo nos mantem...
Pois so vive quem sonha,
e muda o curso do Mundo por "seu bem"...
Sonhar não é pecado,
se o desejo for profundo,...
Se tivesse todo poder
a voce daria o Mundo...
Não falando no Material,
mas sim no essencial.
Poria o Sol a seu serviço,
ao seu comando, ele brilharia,
ao seu desejo ele se ocultaria...
Poria a Lua sobre seu comandar,
mas a noite, lhe poria limites,
O seu brilho, jamais poderia,
A sua Grandeza ultrapassar...
Pois É VOCE, em meu universo,
a Principal Estrela a Brilhar...

Foto de Osmar Fernandes

Aparição do Capeta

Certo dia, noite escura, num terreno baldio, próximo da Igreja Católica, três moleques levados pegaram uma abóbora e fizeram dela uma caveira... Fixaram uma vela acesa em cima de um toco e a puseram por cima. Ficou parecendo o demo, o capeta mesmo!
A missa acabaria às vinte horas. Os fiéis que passariam por ali, a pé, certamente a veria. A caveira ficou num ponto estratégico, bem na esquina.
O pessoal ao sair da missa, ao vê-la, gritou: “Valha-me Deus! Jesus tende piedade! Minha Nossa Senhora da Aparecida! Salve-me Senhor!
Foi gente pra todo lado... Os três capetas caíram na gargalhada... Quando o local esvaziou, saíram da moita e se depararam com um corpo estendido no meio da rua. Joãozinho, o nanico, gritou: “É dona Julieta! Ela tá mortinha da silva! E agora?! Estamos fritos!!!” Pedrinho, o gago, disse: “Vixe, agora lascou tudo!!! Vou deitar o cabelo!!!” Luquinha, o mala, disse-lhes: “Calma aí seus frouxos, ninguém viu a gente! Não vai nos acontecer nada!!! Ela morreu de susto! E daí?!... Vamos tirar a caveira dali e vamos embora.”
Feito leopardos esconderam os apetrechos do Demo e deitaram o cabelo...
Não demorou muito e a polícia chegou ao local. D. Julieta foi levada ao hospital, acordou do susto, foi medicada e falou: “Meu Deus o que era aquilo?! Eu preciso falar com o Padre Bento!... Era o Demo! Valha-me Deus!!!”
O médico e a enfermeira diziam para ela ficar calma porque na idade dela era normal ver coisa que não existe... Deram-lhe um calmante e a fizeram dormir até o dia seguinte.
A notícia ganhou a cidade que Dona Julieta tinha batido as botas... Os três capetas estavam assustados e escondidos nas suas casas.
O pai do Joãozinho disse para esposa: “Bem, Dona Julieta viu o capeta e morreu! Estão falando que o Demo veio buscá-la. Faladeira como é, não duvido nada... Amor, toma cuidado, viu!
- Tá louco, homem, eu não falo da vida de ninguém não!
O marido deu uma risadinha maliciosa e foi trabalhar.
O investigador de polícia fazia uma busca no local do crime e achou um chinelo de tamanho trinta três. Era a pista que tinha em mãos.
Chegou na delegacia e disse ao Delegado:
- Senhor, aqui está à prova do crime!
Dr. Clécio riu, e lhe disse:
- Quer dizer que o capeta esqueceu um chinelo e saiu correndo pro inferno! KAKAKAKAKAKAK (RIU TANTO QUE SE ENGASGOU...). Vá amolar outro, Cido! Tenho mais o que fazer nariz de Pinóquio! Cada uma que me aparece! Você não percebe que essa cidade está de perna pro ar... Se esse povo não melhorar Deus vai aniquilá-la assim como fez a Sodoma e a Gomorra.
O Investigador abaixou a cabeça e saiu chateado e pesou: “Vou pegar o desgraçado que fez isso com a minha avó... Ateu eu não sou não, mas acreditar que isso é obra do Demo já é demais para minha inteligência.”
O Padre Bento assim que soube do acontecido entrou no terreno baldio e fez uma devassa, procurou por todo lado e achou a cabeça de mamão e a vela jogados debaixo dum pé-de-mato, e disse a si: “Eu sabia que não tinha diabo nenhum nessa história! Esse meu povo inventa cada uma! Perdoai-os ó Deus!!!”
Com a notícia da aparição do capeta a Igreja superlotou e o dízimo aumentou sobremaneira e o Padre ficou pensando se dizia ou não, no sermão, sobre a cabeça de mamão... Pensou... E, calou-se.
Os três capetas se reuniram e Luquinha disse:
- A velha não morreu... Com o susto desmaiou. Dona Julieta sairá do hospital hoje à tarde.
Pedrinho, o gaguinho, disse:
- Mas a polícia está investigando. O que nós fizemos é crime. Se a polícia descobrir quem fez isso, a cidade toda ficará sabendo... Nós vamos ser linchados!
Joãozinho, o nanico, disse:
- Eu sou coroinha, vou me confessar com o Padre Bento e vou lhe contar tudo. Se o meu pai souber disso vou levar uma peia, uma surra daquelas de tirar o coro.
Os dois amigos disseram juntos:
- Você não tá nem doido! O Padre nos mata!
Joãozinho:
- Eu tô com medo!
Os três amigos fizeram um pacto: “Nunca contariam sobre a caveira pra ninguém, levariam esse segredo para o túmulo.”
Joãozinho confidenciou: “Perdi um pé do meu chinelo, presente do meu pai, fui na data procurar e não achei. Temos que achar o chinelo logo.”
Os amigos não deram importância nisso e foram embora.
O investigador conhecia todo mundo da cidade, saiu de casa em casa perguntando se aquele chinelo pertencia a alguém daquela residência.
Luquinha ficou com os olhos estatelados ao vê-lo em sua casa perguntando à sua mãe se ela não tinha dado falta de um pé de chinelo.
Luquinha reuniu seu bando imediatamente e disse:
- Vamos roubar aquele pé de chinelo hoje à noite. Cido vai sempre jogar no Tunguete... Vamos aproveitar esse momento e vamos em sua casa buscar o pé de chinelo. Não tem outro jeito. Ou fazemos isso ou esse sujeito vai descobrir tudo.
O Delegado foi à Igreja e logo após a missa disse ao Padre Bento: “Padre o meu investigador tem uma prova cabal do malfeitor... Creio que dentro de poucas horas iremos elucidar o caso.”
- Meu filho, que prova é essa?
- Respeito-lhe demasiadamente Reverendo, mas isso é segredo de Estado, não posso dizer de jeito nenhum.
- Mas meu filho, eu sou o Pároco, pode me falar, vou guardar segredo... Quantas vezes você já se confessou comigo?!
- Padre Bento isso não é um pecado, é segredo profissional.
- Meu filho, eu lhe vi nascer, lhe batizei, lhe crismei, foi meu coroinha... Vai ter coragem de fazer isso comigo? Conta-me logo que prova é essa?!
- Conto não! Não posso!... O senhor pode falar sobre as confissões dos fiéis?
- Claro que não! Você tá doido, perdeu a cabeça. Jamais violarei o segredo do Confessionário. Exerço minha função com a fé em Deus e obedeço piamente com o que preceitua no CANON 1388 (1), que diz: O confessor que viola diretamente o sigilo da confissão incorre um sententiae (automática latae) excomunhão reservada à Sé Apostólica.
- Eu também não posso falar sobre essa prova! Não posso violar a confiança do meu investigador, estaria cometendo um crime.
O Delegado foi embora com a pulga atrás da orelha e pensou: “Por que tanto interesse do Padre nessa prova?!”
Paulinho viu seu filho descalço e lhe disse:
- Joãozinho, cadê seu chinelo? Já lhe dei de presente para não ver você descalço... Não ande descalço menino! Vá calçar o chinelo agora!!!
Joãozinho correu na casa do amigo e lhe pediu o chinelo emprestado, e Carlos lhe disse: “Mas você tem que me devolver logo, senão meu pai me dá uma surra se me ver descalço também.”
Pedrinho era muito religioso e naquele dia às dezessete horas resolveu se confessar com o Padre... Contou tudo e admitiu que estava com medo do investigador descobrir toda a história, porque seu amigo tinha perdido um pé do chinelo que ganhara de presente do pai.
Padre Bento pensou: “Mas Cido é ateu... Tenho que dar um jeito de calar a sua boca...”
O Padre arquitetou um plano e mandou o seu Sacristão chamá-lo, urgentemente... Rubens, o puxa-saco do Padre Bento foi à casa do investigador e disse-lhe:
- Cido, o padre Bento quer vê-lo, agora, já. Ele disse pra você ir lá, correndo, imediatamente, agora mesmo!
- Mas, que diabos o padre quer comigo? Num devo nada para Igreja... Nem em Deus não sei se acredito?!
- Não fala assim não rapaz! Deus é tudo e tudo é amor. O padre não tem diabo nem um. Vai logo e saberá. Quando o padre chama é como se fosse Deus nos chamando, né?!
- Fala pra ele que mais tarde eu passo por lá.
Dona Julieta visita o padre Bento e lhe diz: “Padre, eu nunca vi bicho mais feito no mundo que aquele. Era o Demo, o Demônio em pessoa!... Minha Nossa Senhora da Aparecida! Eu fiquei frente a frente com o Demo, Padre!... Eu já preparei uma novena. Vamos começar amanhã cedo... Padre, eu disse para os que me visitaram no hospital que se o Demo está nos visitando é porque estamos sem fé, é um sinal dos céus. Por isso vamos fazer a novena!”
Aquele acontecimento abalou a cidade. Nas ruas, nos bares, nas casas, nas roças, nas Igrejas, em todo lugar o boato corria solto: “O Demo está fazendo tocaia na nossa cidade!”
O Padre Bento ficou com a consciência pesada e pensou “Será que devo falar sobre essa história hoje na hora do sermão? Será que devo levar o assunto ao Bispo?!”
Dona Julieta foi rezar e depois foi para sua casa...
As Igrejas protestantes começaram a fazer cultos durante o dia todo. Até os ateus temeram... A cidadezinha pacata acordou... Era gente acendendo velas no Cruzeiro do Cemitério... Despachos nas encruzilhadas... Novenas... Enfim, os religiosos se mexeram de forma jamais vista naquele lugar. Em todas as Igrejas as oferendas aumentaram significativamente. O comércio de produtos religiosos vendia como nunca.
A palavra numa das Igrejas Protestantes era brilhante e dizia:

Ezequiel [Capítulo 28:13-18]

Tu estiveste no Éden, jardim de Deus ;cobriste de toda pedra preciosa: A cornalina, o topázio, o ônix, a crisólita, o berilo, o jaspe, a safira, a granada, a esmeralda e o ouro. Em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados. Eu te coloquei com o querubim da guarda; estiveste sobre o monte santo de Deus; andaste no meio das pedras afogueadas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até o dia em que em ti se achou iniqüidade. Pela abundância do teu comércio o teu coração se encheu de violência, e pecaste; pelo que te lancei, profanado, fora do monte de Deus, e o querubim da guarda te expulsou do meio das pedras afogueadas. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti. Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem.

Mateus [Capítulo 4:1-11]

Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome. Chegando, então, o tentador, disse-lhe: Se tu és Filho de Deus manda que estas pedras se tornem em pães. Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. Então o Diabo o levou à cidade santa, colocou-o sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito; e eles te susterão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra. Replicou-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus. Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles; e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares. Então lhe ordenou Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. Então o Diabo o deixou; e eis que vieram os anjos e o serviram

E o pastor encerrava seu sermão dizendo: “Na casa do senhor não existe satanás, Xô satanás! xô satanás!”

O Investigador chegou à Casa Paroquial, adentrou, foi imediatamente atendido pelo Padre Bento que o levou ao seu escritório e lhe disse:
- Meu filho, eu lhe peço encarecidamente que pare com a investigação sobre a aparição do Capeta.
- Padre o senhor está me pedindo algo que não posso atender.
- Por que meu filho?
- Padre, eu quero pegar o desgraçado que fez isso com a minha avó. Ela quase bateu as botas... Tenho certeza que não tem nada a ver com coisa doutro mundo. Isso foi coisa de moleque, de vândalo; brincadeira de mau gosto... Se não fizermos alguma coisa para punirmos esse tipo de “brincadeira boba, idiota”, ainda vamos perder um ente querido. O senhor não acha?
- Meu filho, nem tudo parece o que é. Deus tem desígnios que só pertence a Ele. Veja o movimento da nossa cidade!... O povo voltou à igreja, voltou a ter medo dos castigos de Deus. Isso vai fazer a criminalidade zerar. Nunca se viu tanta reza por aqui. O povo voltou a temer a Deus! Os meninos e as meninas voltaram para o catecismo. O fervor da fé voltou a tomar conta da nossa cidade... Nunca vi você na missa. Falam que é ateu... Mas, pare com essa investigação?
- Padre Bento, eu sou agnóstico... Não estou lhe entendo! O que tem a ver uma coisa com a outra?
- Meu filho, eu sei que você é um exímio Investigador de Polícia, mas essa história não pode ir adiante. Pare de investigar... Essa história acabou fazendo um milagre por aqui. O povo voltou a ter Deus no coração. Isso não é bom?
- Padre, eu acho que o senhor está sabendo demais... Já descobriu a verdade?
- Não!!! Vieram me dizer que você anda perguntando nas casas se alguém deu por falta de um pé de chinelo.
- É verdade! Eu achei um pé de chinelo novinho em folha naquele matagal, local do medo. Vi muitos pisados por lá... De pés pequenos... E, cheguei à conclusão que tem mais de um moleque envolvido nessa tramóia. Padre, eu vou achar o criminoso que quase matou minha avó, custe o que custar!
O Padre franziu a testa, várias vezes, e pensou: “Vou ter que falar com o superior desse traste e pedir para que o transfira daqui.”
O Investigador foi embora e não hesitou em dizer para o delegado sobre a sua visita na Casa do Padre:
- Doutor, eu estou vindo da casa do padre...
- Que diabos você estava fazendo na casa do Bento?!
- Eu fui lá porque ele mandou me chamar... Estranhei, mas... O senhor sabe, Padre é Padre, enfim.
- E o que a Igreja queria contigo?
- Só faltou se ajoelhar pra mim Doutor... Implorou para eu parar com as investigações sobre a aparição do capeta.
O Delegado coçou seus poucos cabelos da cabeça e disse: “Aí tem coisa!” E disse ao Cido:
- Você me traga o pé de chinelo e me entrega ainda hoje.
- Doutor ele está aqui na minha mochila, pega!
- Então essa é a prova que temos?... Pois é, a partir de hoje em diante essa investigação é minha. Você está fora desse caso. Vai cuidar de descobrir quem roubou o Jumento do Zé, que ele está me enchendo o saco e até hoje você não descobriu nada.
O Investigador de Polícia sem ter o que dizer, simplesmente obedeceu seu superior e saiu à procura do ladrão do Jumento...
O Doutor Clécio foi ter com o Padre Bento cinco dias depois e disse:
- Padre eu tenho a prova do crime aqui em minhas mãos e já descobri tudo. Vou prender quem fez isso.
- Doutor Delegado o senhor tem o quê em mãos?
- Eu tenho o pé de chinelo.
- Pé de chinelo!!! O que isso tem a ver com a aparição do Capeta?
Padre, isso tem tudo a ver! É a prova que não existe Capeta nenhum, isso provavelmente foi armação de quem não tem o que fazer na vida e fica assustando as pessoas de bem.
- Esse chinelo não prova nada. Qualquer pessoa pode ter ido naquele matagal e o esquecido.
- Será Padre?!
- Claro meu filho!
Padre, o senhor está muito interessado no encerramento dessa investigação, por quê?
- Não meu filho, eu não estou não! Mas, se você pensar bem, depois que viram o Capeta, a cidade melhorou muito. A Igreja não cabe de tanta gente nas missas. Não se falou mais de roubos, mortes, vadiagem, etc. Nunca vendeu tanto produto religioso como agora. Pense no sossego que nossa cidade vive hoje!
- É Padre Bento, pensado por esse lado o senhor está coberto de razão. Minha delegacia está um deserto, nem um B.O, nem de briga de casal. Nunca vi tanta calmaria em nosso Município.
- Então, pra quê elucidar esse episódio? Deixa o povo pensar que o Diabo está de olho bem aberto e bem pertinho de cada um.
- Mas, Padre Bento, o Capeta não anda de olhos arregalados pra todo mundo mesmo, doido para tomar conta da nossa alma?!
- Sim... Mas essa já é outra história...
O Delegado deu o pé de chinelo para o Padre e deu o caso por encerrado.
O Padre chamou Joãozinho e lhe deu o pé de chinelo e lhe disse: “Vê se não o perde mais...”
Os três capetinhas voltaram a participar assiduamente de todas as missas e a ajudar o Padre no catecismo.
Toda vez que o povo fraquejava, desanimava, deixava de ir à missa, a aparição do Capeta era automática.

Osmar Soares Fernandes

Foto de Tony dias

Meu amor minha vida perdoa-me

Este é um poema de amor

tão meigo, tão terno, tão teu...

É uma oferenda aos teus momentos

de luta e de brisa e de céu...

E eu, quero te servir a poesia

numa concha azul do mar

ou numa cesta de flores do campo.

Talvez tu possas entender o meu amor.

Mas se isso não acontecer, não importa.

Já está declarado e estampado

nas linhas e entrelinhas

deste pequeno poema,

o verso;

o tão famoso e inesperado verso que

te deixará pasmo, surpreso, perplexo...

cometi o acto do pecado

perdao eu cometi um erro

se eu soubesse antes de medir as consequencias

nao faria o k fiz....

nao diria tudo o k disse...

nau causaria a tua dor...

nao seria eu ponto de referencia nas nuvens negras...

nao precisaria de ter mentido...

nao seria propagador de cinzas...

nao nao nao

eu amo-te, perdoa-me, eu amo-te..."

«Casa comigo»

amareite para toda a vida e depois de haver vida....

AMO-TE PRINCESA

Foto de Osmar Fernandes

Sou apenas seu bobo

Nunca amei ninguém assim.
Esse amor é meu pecado,
Vive sonhando dentro de mim...
Vivo desacordado.

Não consigo fazer nada direito.
Meu pensamento está sempre voando.
Ah, se esse amor dormisse em meu leito!
Viveria deitado, sonhando.

Que amor tão louco!
Nunca vou ser seu...
Sou apenas seu bobo.

Nunca mais iria acordar!!!
Esse amor nunca vai ser meu...
Nasceu só para me machucar.

Foto de Osmar Fernandes

Amor proibido

Pura adrenalina...
Vive no fio da navalha.
No coração da colina
Ateia fogo em palha.

Flutua sem destino.
Arrisca tudo por um momento.
Segue seu desatino
Na ventania desse sentimento.

Tem começo e fim precipitado.
Inconsequente, não tem juízo.
Amor desalmado... Pecado!
Sofre desiludido.

Assim, é o amor proibido.
É loucura sem pujança...
Vegeta num labirinto,
É alma sem esperança.

Foto de Edson Cumbane

Viola da minh`alma

A viola da minh`alma
retumbila em jeito de introdução
ressuscita as tristezas do meu coração
tenha calma minha alma
é simplesmente música!
Música do meu sofrimento

que veio atormentar as dez maneiras
que eu não tenho de entristecer
que eu nem sei quais são,
simplesmente as sussurou meu coração!

Há vida, música desprovida de sorte
que de sorte me conduz a não-morte
que de morte finge sofrer
fingindo simplesmente viver
auto-designando-se de vida!

É esta música que escuto
dentro de dentro de mim
no meu mais íntimo impossível
tentando eu, entristecer o inentristecível
querendo não dar atenção
a música que toca no meu coração

lá apareço eu e zás!
O silêncio toma-me conta.
O que houve afinal de contas?
Desvairadas lembranças tornaram
as minhas entristizadas penúrias
sentimentais em música o meu pesar?
Pesar por esta triste vivência
que me fez ver o Homem não pesar:
amor e ódio, alegria e tristeza

e assim disto criou-se o desbalanço
que faz do Homem um verdadeiro aço!
Posso de maldades irracionais
emboscadas no que se diz racional!
O que é afinal?
Terror humanitizado no que de civilizado se chama?
Arrogância do saber imprioritário?
Pecado, a morte do salário?
Sim, porque há por aí justificações
insanificadas que fazem um trabalhador
não receber o seu nobre salário! Justificação:
morreu o salário devido a crise!
Sim, a tal crise financeira
causada por vírus de insanidade
Humana com intenções de racional!

Por infinalidade, a viola da minh`alma
Se cala e assim termina
esta impoetifisciência ciência
da minha nobre alma poetificada!

Foto de raqueleste

tudo passa até mesmo o desejo por alguem...

fiz tudo errado, nao era para ter me apaixonado eu sei,mas quando
a vi senti-me enfeitiçado, a desejei quiz ser o namorado, acreditei que nada havia de errado, me empolguei e me entreguei a esse pecado, me iludi achando que era amado, so acordei quando vi outro ao lado, como iria adivinhar que eu iria ser trocado, a olhava escondido, até me torturava por a amar,sonhava com ela , com corpo dela, com olhos dela, acordava sentindo o gosto daquela pele, queria muito a amar,tinha noites que nao conseguia dormir,ficava olhando o retrato, me imaginando ao lado daquela ingrata, como que minha deusa se transformou em `uma sapa´, quando a via queria falar, queria beijar, a possuir naquele mesmo lugar, mas aquela doce mulher que se entregava aos meus beijos, e pedia os meu carinhos, agora fingia nao me notar, mas um dia o acaso, destino ou sina, quiz me juntar a aquela mulher, digo-te meu amigo: era prá ter resistido mas eu me entreguei, como um homem qualquer, beijei aquele corpo, mas nada senti, nao tinha mas o mesmo gosto, nem mas era o mesmo corpo, até parecia ser outro alguem, nao era mas aquela pele ,que eu tocava e se arrepiava querendo a amar, era outra pessoa, mas triste, mas calada, menos ingenua, mas safa, e eu só pensava cade aquela deusa, quem meu corpo desejava, e com o tempo que nem foram muitos, eu fui perceber que o encanto acaba, e se os momentos nao farem aproveitados, quando dois corpos estao predestinados, depois nao temos ao que mas recorrer,e que nao há pecado, quando dois apaixonados se amam e se querem, com eu quiz aquela mulher... ainda bem que eu tive a chance de me libertar, e de perceber que nada é prá sempre e que aquela esnobe jamas vai me ter.

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

O PECADO

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O PECADO.

Porque me persegues?
Induz-me a errar?
Porque tento fugir;
E estou sempre a pecar?
Tento ser forte ignorar meus impulsos.
Quando descuido, volto a pecar.
Volto à estaca zero , minha alma contaminar.
Não sou perfeita erro com freqüência.
Enfraquece minha alma;
E vivo de aparência.
Saia de mim, não use meu lado fraco de ser humano.
Não quero ser possuída por seus caprichos mundanos.
Peço a Deus para que me proteja;
Da sua perseguição em meus planos.
Que eu não peque... E se pecar!
Se pecar!? Sei que será sempre assim;
Você pecado atrás de mim;
Mas para minha sorte.
Deus esta a nos observar.
E corrigir com braços fortes!

A FLOR DE LIS

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