Parentes

Foto de JGMOREIRA

A MÃO QUE ACENA

A MÃO QUE ACENA

Toma essa mão que acena adeus
que desentrava toda a tristeza do mundo.
U'a mão pálida
um olhar soturno. E toda a tristeza do mundo.

Mergulho meu dia na luz malsã do mercúrio
passando o dia todo, todos os dias
passando por mim,
pensando que passo no mundo.

Não! Não farei como os poetas abnegados
que deixaram nomes encravados em placas
largaram obras belíssimas aos olhos do mundo.
Passarei em claro, deitarei em escuro e terá sido tudo.

E será tudo passar assim pelo mundo ?
Se olho, não vejo; se vejo,não escuto.
Se amo não odeio; se quero, discuto.
Discuto comigo nas serras da minha cabeça
procurando caminho na aurora
aurorescendo que esse caminho aconteça.
Que aconteça de repente, feito nascimento
para que todos os caminhos desapareçam
só restando um caminho
e eu seja criança que se alimenta
de um caminho que a abasteça
que me faça dono do mundo,
senhor das coisas e da razão.
Criança vestida de homem
posando para retrato no jardim
enquanto espoucam as luzes dos dias na sala.
II
AH, toma essa mão que acena adeus.
Repousa todas as mãos e restará essa
que desentranha toda a tristeza do mundo.

Em casa, escutando sons familiares
louças que entretinem, água que jorra
parentes que falam...Essa é toda a vida.
Mas terá vida essa vida de família pelos ares ?
Será vida acalentar nesse quarto o sonho da vida ?
Será vida amassar mil papéis da vida ?
Escrever mil linhas e chamá-las vida ?

O que será viver se passo em branco
todos os meus dias? Não altero nada
não provoco nada, não amo nada
sinceramente. Desejo mil coisas
e passo por elas, tão perto,
que meu desejo fica contente

E ri meu desejo em minha boca
E presto atenção no gato do hotel
na senhora que lava o rosto na pia na área
na menina que grita mãe!
Nas danças de rua nas portas dos bares
Atencionado em tudo, estaciono
Paro. Mole e parvo, à beira de tudo
E não mudo nada, nada mudo
Por isso,
toma essa mão que acena adeus
Pergunta a ela
se é viver passar ao largo do mundo.

Mas pergunta ríspido e forte
que essa mão tonta
às vezes faz-se de surda
para passar sem resposta
a tantas perguntas absurdas.
III
Toma essa mão que acena adeus
Reconforta-a no desenho do teu seio
Aqueça-a com o calor do teu corpo.
Não tenha medo do homem atrás da mão !
O homem é uma coisa de pó
finíssimo, que toma a forma de jarro
onde derrama-se uma gota de poesia.
Forma-se o miraculoso barro

d'onde surge essa mão
que levanta-se do pó para tornar-se mão
para acenar adeus à própria vida
ou a vida do próprio irmão.

Quantas vezes o homem detrás da mão
bem oculto pelas falanges aneladas
esteve louco de tanto olhar
e não ver outra mão?

Eram jarros sem pingo de poesia
que marchavam lá fora
Rolavam, chocando-se com tanta força
que rompiam espalhando o pó
Pó tão espesso, tão pesado
que logo tomou a cidade
Cobriu o céu até não se ver estrela.
O pó alevantado não assentava
Tranquei-me em livros, armadilhas de amar,
em corpos frios de copos vazios
cofres antigos de segredos perdidos
Mas o pó me achou
A poeira pesou meus ombros
Eu a respirei
Quando abri a janela, não pasmei:

estava infecto, imundo, não ventilado
Aquele pó era o mundo
O mundo não cabia no vaso.

Toma, urgente, essa mão que acena
Beija-a, abraça essa mão que não repousa
que insiste acenando adeus
coberta de um pó que não se afugenta.
IV
Oiço tantos sons familiares
o relógio, a buzina, o assobio desafinado
os passos da menina, o grito do soldado
Nessa janela, abismado
confirmo com meus olhos
que minha família está pelos ares
Durmo preocupado
sonhando com o pó envenenado.
V
Vamos, toma logo essa mão
Não a deixa ao acaso
tentando erguer-se da mesa
estando o corpo anestesiado.
Não te apavores, amada, não te apavores!!
Hás de ver tantas mãos acanhadas
que hás de implorar pela minha mão que te acode
empurrando teus passos pela estrada.
Minha mão, no silencio da chuva que desaba
está fria, morta, quieta
lutando contra o vício que a descarna.
Minha mão não quer ser poeta
não quer o formol das estantes
não anseia taças
póstumas pousadas na sua palma sem semblante.
A mão quer a paz dos arvoredos
quer o canto das aves trinadoras
o vôo da rapina mais absoluta
a envergadura de asas perfeitas
Minha mão quer dormir um sono tranquilo
sabendo que a poesia pulou o muro
saiu do quintal esquisito
veio cá fora respirar ar mais puro.

Minha mão quer liberdade
quer justiça.
Uma justiça sem mãos
sem crinas
Minha mão que acena adeus
não quer abrigar sonhos em sua morada
Não quer estalar patíbulos
não escalar horas marcadas

Minha mão quer ser amada !
Quer que tu a toques com cada dedo da tua alma

Minha mão que acena adeus
acena a Deus
que do longe das estrelas
acena duas mãos perfeitas
à minha mão deformada.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

A SINDROME DA SATISFAÇÃO MENTAL(SSM).

A SINDROME DA SATISFAÇÃO MENTAL (SSM)”

Esta pratica foi condenada por séculos a fio, sendo inclusive considerada uma doença, comumente tratada por neuropsiquiátras, mas hoje após mergulhar fundo no vão estreito e comprido da minha mente, descubro não se tratar de doença e sim de uma forma de auto satisfação, como se fosse uma gostosa masturbação cerebral, prejudicial em certos aspectos, mas extremamente gratificante na maioria.

Fui um garoto muito sonhador e realizei mentalmente milhares de fantasias em todos os campos quer seja no esporte, no trabalho, nos estudos, no amor, enfim em todas as áreas inerentes a compreensão humana, por incrível que pareça sentia mais satisfação na realização mental do que na física, por tais motivos deixei de terminar muitas coisas que comecei, e hoje após a constatação de que não sofro de nenhuma patologia sèria, tiro proveito da minha capacidade de me satisfazer mentalmente em muitas situações que narrarei no decorrer deste trabalho que julgo ser de extrema importância para quem divide comigo essa característica de realizar coisas a frente do nosso tempo, e eu me preocupo muito com as pessoas que vivem essas experiências, pois me crucifiquei a vida inteira, fui alvo de criticas de familiares e amigos por não terminar certas coisas que comecei ,coisa que hoje sei administrar e tirar proveito da mente que possuo não começando nenhum projeto que no meio venha a ter a realização mental total, e consequentemente sua interrupção física, pois passaria a não me interessar mais, já que seria sabedor dos resultados. O meu interesse em escrever este trabalho è na intenção de ordenar os pensamentos e projetos de pessoas iguais a mim, impedindo-as de se desgastarem com prejuízos financeiros, e nem de se aborrecerem com amigos e parentes ao receberem criticas consideradas por nós como inadequadas.

Essa nossa característica é uma ponte entre o mundo material e o extra-fisico, e quem a possue, pode se orgulhar de estar à frente do tempo, pois já chegou onde toda a população da terra sonha em chegar um dia que é no plano mental-dimensional onde a realidade é fruto de mentalização exaustiva e os resultados são de extrema satisfação.

AS DECEPÇÕES

Tinha eu pouco mais de dez anos de idade quando minha professora me chamou dizendo para que na outro dia minha mãe fosse até o colégio falar com ela, intrigado perguntei a mestra o porquê, já que julgava não ter feito nada que justificasse a ida de minha mãe a escola, e ela disse tratar de assunto entre as duas. No dia seguinte após voltar do colégio perguntei a minha mãe qual o teor daquela longa conversa que tivera com a mestra, e minha mãe preocupada disse, meu filho ela não falou nada de grave, a meu entender me alertou no sentido de prestar mais atenção a você, pois apesar de te elogiar, dizendo ser você um menino muito inteligente, suas notas não correspondem aos seus conhecimentos, achando ela que eu deveria procurar um psicólogo, pois algo diferente acontecia contigo, ela manifesta também sua total ignorância em relação a tal problema, inclusive não sabe discernir entre um provável problema ou uma mente privilegiada, portanto me aconselhou procurar ajuda de um profissional, coisa que nunca foi feito, pois em casa não sobrava dinheiro para tais luxos. Logo depois comecei a trabalhar e as coisas saíram um pouco do controle de minha mãe, pois dali para frente fui meio que dono de minhas decisões não extrapolando em nenhum sentido a conduta de um garoto de minha idade. O tempo foi passando fui crescendo e as decepções aumentando nada fazia sentido o colégio já não me interessava ,às matérias que os professores passavam eram sempre enfadonhas tinha a nítida sensação de que já sabia tudo aquilo, embora chegasse às provas e tirasse notas baixas, muitas eram as vezes que tirava a nota máxima em um trabalho e no outro beirava a nota mínima, vez ou outra era chamado de alheio, e outras de gênio, e nesse ziguezaguear literário desisti do colégio ao completar o segundo grau não me interessando por nenhum curso, fui apresentado por minha mãe a diversas carreiras, advocacia, engenharia, medicina, nada me interessou, em casa era eu e uma irmã completamente normal tinha uma carreira brilhante sabia o que queria e eu completamente desnorteado, quando foi aventada a possibilidade de ingressar no curso de direito, passou um filme na minha cabeça me vi estudando me formando e vivendo uma vida medíocre trabalhando em causas nojentas, defendendo crápulas, assassinos e fraudadores e não quis isso pra mim, da mesma maneira foi à engenharia, me vi trabalhando em projetos medíocres economizando material e mão de obra e pondo em risco a vida de inocentes, na medicina vi-me batalhando em hospitais sem nenhum recurso expondo à vida de pessoas as condições precárias desta área em meu Pais, por tais motivos decidi não seguir nenhuma carreira que contrariasse aos meus propósitos.

Migrei para o comercio meio sem saber para onde olhar, segui o ramo de meu pai, mais por continuidade do que por vontade, não me desagradava e em certos momentos ate prazer conseguia extrair, mas as decepções sempre me acompanhavam.

No amor também sonhei e vi onde ia chegar e me decepcionei e assim possibilitando o fim do relacionamento, a melhor coisa que aconteceu, pois pela primeira vez na vida fiquei algum tempo sozinho e permitindo-me a investir no auto conhecimento.

Com o mergulho profundo nos obscuros quadrantes do cérebro achei explicações para aquele "alheio" da infância que me acompanhava até então, o interessante que pesquisando a mente humana descobri que aquela característica dita por muita gente como menor, pejorativa, poderia se transformar em uma arma fortíssima aos conhecimentos de gente bem intencionada, e por ai que decidi seguir, tudo a que deixei por fazer tratei de terminar ou providenciar sua execução, revitalizei meus sonhos e estou conseguindo concluir tudo com muito prazer, muita satisfação, descobri como funciona a mente das pessoas iguais a mim e por tal motivo escrevi esta crônica.

Meus amigos fiz loucuras com as viagens mentais a que tive acesso, misturei ficção com realidade e realidade com ficção, fiz uma tremenda salada mental, e hoje consigo conviver muito bem com minha característica que é de viajar nas profundezas da mente, creio que algum dia psicólogos vão cuidar de pessoas com esta característica e acho que o nome certo é SINDROME DA SATISFAÇÃO MENTAL.

Vida longa a todos!!!

EDSON PAES.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

CARREGANDO MALAS.

CARREGANDO MALAS”

Já havia algum tempo que tinha vontade de realizar este trabalho, mas achava que ainda precisava de alguns subsídios para enriquecê-lo, conversando com amigos e parentes, e prestando atenção às suas características resolvi por no papel tudo que penso sobre este tema. Percebi que carregamos coisas durante a vida que nem sempre precisaríamos carregar, mas continuamos a levar de um lugar para outro, pesos desnecessários.

Em certa época se falou muito sobre baixo e alto astral, mais subsídios para este trabalho, não é à toa que alto astral se fala quando a pessoa esta leve, bem humorada, e baixo astral quando ela esta triste, cabisbaixa, partindo deste principio, estabeleci que "Carregando Malas" se deve as nossas lembranças, sucessos e insucessos, magoas, rancores, ódios, amores alegrias e tristezas, percebem que muita coisa não se deve colocar nas malas, mas se tivermos que transportar nossa vida para outros lugares vamos levar as coisas mais leves, entende que baixo astral vem de tristeza, uma pessoa quando esta triste esta cabisbaixa pesada, ai então a mala fica pesada, quando você esta alegre esta sempre sorrindo olhando para cima ,seu peito esta inflado e seus pés com a convergência correta, assim sendo se diz, Ah hoje estou me sentindo leve, quando se olha para o chão, encontra-se com coisas que caíram, e quando se olha para cima vemos coisas que estão se elevando,Não é a toa que pessoas tristes dizem estar na "fossa", ja imaginaram como se encontram estas pessoas.

Existem pessoas que insistem em carregar malas pesadas, são capazes de lembrar de tragédias de anos, com a maior riqueza de detalhes, mas não conseguem ver a milímetros de distancia uma flor brotando, não conseguem ouvir uma musica perfeita que leva nossos ouvidos ao êxtase, não conseguem entender que ainda estão vivas, embora torçam para narrar sua própria morte .

Coloque na sua mala muito amor, muita compreensão, muita harmonia, em fim muita alegria, estes sentimentos não pesam nada e nem ocupam lugar, caberá quanto quiser colocar, coloque também fatos enriquecedores que aconteceram em sua vivencia terrena, vocês já perceberam que a pagina de arte de um jornal tem poucas letras e a pagina policial quase tudo que tem é informação negativa escrita?

Pois bem, as coisas boas não precisam de tantas explicações, o bonito é explicito, seja através de um quadro, uma estatua, uma musica um livro ou uma poesia, mas tudo muito leve, você vê entende e se serve daquela arte, já as tragédias são pesadas precisam de explicações, relatos impregnados de sangue, de sofrimento, seja mensageiro de coisas boas, até por inteligência, da menos trabalho relatar um fato positivo.

Informe a seu cérebro só coisas positivas, ai você se sentira mais leve e consequentemente mais feliz.

Quando você insiste em viver uma vida pesada as pessoas que estão a sua volta acabam sofrendo, até fisicamente quando você decide guardar coisas que já não te servem mais, os espaços ficam apertados e consequentemente sua vida se torna mais difícil.

Percebe que sentimentos como ódio, rancor, magoa são pesados e fica difícil carrega-los através dos tempos.

Já a alegria, o sorriso, a felicidade e o amor são leves ,pra cima, não há quem sorri olhando para baixo, o sorriso é franco e espontâneo, e com certeza não ocupa nenhum lugar em suas malas.

Esvazie estas malas que carregastes a vida toda, olhe item por item, veja se aquele pacote de magoas que você guardou todos estes anos ainda tem serventia, veja também se aquela sacola de ódio, que já esta até embolorada, ainda dá para usar, Ah meus amigos, com sinceridade, acho que vais ter que jogar tudo fora, nada ai tem valor, é só peso morto, se possível jogue também estas malas velhas, viva esta vida maravilhosa, seja feliz, a felicidade também não ocupa espaço.

VIDA LONGA

EDSON PAES.

Foto de Remisson Aniceto

Parentes

À maldade dos afins estando sujeitos,
Maldade de tio, irmão e cunhado,
Mesmo que mal não lhes tenhamos feito,
Abramos os olhos, tenhamos cuidado...

São mui gordos os olhos dos parentes
Em cima de todo sucesso que temos;
Dão-nos conselhos, estão sempre presentes,
Aos poucos nos matam e tarde percebemos

A inveja oculta, bem como a ofensa
De quem à nossa frente se fez tão bondoso.
Quando vaza o fel a gente até pensa:

Meu Deus! Como causa tristeza e nojo
Quem só malefícios no peito condensa!
_ A cobiça se esconde em fino estojo...

Foto de Ednaschneider

Corram do Monstro *

*Poema de amor à vida.

Corram ele vem vindo
É o monstro, ele é um perigo.
A periculosidade deles, vocês não têm ciência.
Por causa desse monstro, muitos estão fugindo.
Até nossos parentes e amigos.
Por causa do monstro da violência.

Coloquem no “pitbull” a focinheira
Amarrar o cão bravo ou correr?
Coloquem no homem consciência
Ficar vivo calado ou falar para morrer?

Fujam da bala perdida
Fujam da cidade sem lei
Vamos para a “Terra Prometida”
Que eu ainda não encontrei.

Dêem trabalho à juventude
Parem de criar leis que os levem à criminalidade.
Tenham nobres atitudes
Vamos fazer do mundo um mundo de LIBERDADE.

De que adianta fortunas e riquezas;
Pois não posso sair com a família?
De que adianta ter uma vasta mesa
Quando vejo a fome no dia-a-dia?

Será que a desigualdade social
Justifica a violência?
Ou será que a violência é resultado final
De um mundo sem consciência?

Enquanto buscamos conceitos para este mundo vil
Fujamos dos “monstros alheios” das mentes sem consciência.
Fujamos da violência, da bala perdida, da guerra civil.
Pois fugir será a única alternativa para a sobrevivência.

2 de maio de 07 Joana Darc

(Este poema é registrado.Copyright: Todos os direitos reservados à autora dos mesmos,não devendo ser reproduzido total ou parcialmente sem a prévia permissão da respectiva autora, estando protegido pela lei, ao abrigo do Código dos Direitos Autorais)

Foto de Emerson Mattos

História Infinita

Autor: Emerson
Data: 25/07/05

Todo dia nasce gente:
Somos nós.

Todo dia morre gente:
Nossos avós, nossos pais
Também nós.

Todo dia a vida continua
As famílias se formam
Os filhos, os parentes:
Somos nós.
Todos personagens
Duma história infinita

Nasce o Sol; Entardece
O Sol se põe; Anoitece
Lua vem e vai; Amanhece
Nos cenários
Duma história infinita

Todos os anos
Na primavera, as flores
No verão, o calor e as chuvas
No outono, os frutos
No inverno, o frio
Dias e noites
São, assim, os efeitos
Duma história infinita

E tudo se repete:
Os efeitos e os cenários
Sofrem pequenas alterações
Mudam-se apenas
Os personagens
Dessa história infinita

Foto de Zedio Alvarez

Amor + Amizade = Amigos

Claro que eles são parentes
Basta ver os seus entes
O amigo é a extensão de Deus na terra
Por isso sempre o amor se prolifera

A amizade é um plano elaborado
Não para durar algumas horas
É duradoura intuitivamente
Mas para ficar eternamente

Não construo amizades de graça
Sempre cobro a senha da união
Querem saber o que acontece?
Todos cabem no meu coração

Foto de Mor

UM MENINO NUM JOGO DE INTERESSE

UM MENINO NUM JOGO DE INTERESSE

Em época não muito distante, duas mulheres se encontram na maternidade de um hospital.
Joelma chega de uma cidade do interior e é internada, pois estava próximo o dia em que deveria dar a luz a uma criança. Lúcia, a enfermeira que atendeu Joelma sentiu naquele momento uma sensação estranha que nem sabia explicar.
- Qual é o seu nome?
- Joelma, Cláudia da Silva.
- Solteira ou casada?
- Solteira.
- É o seu primeiro parto?
- Sim.
- De onde é natural?
- Carminha.
- A que município pertence essa localidade?
- Canto Novo em Santa Catarina.
- Tem algum plano de saúde?
- Não tenho, vim encaminhada pelo SUS, meu parto pode ser difícil por esse motivo fui encaminhada para uma maternidade que tenha mais recurso.
Carminha fica no interior do estado sem qualquer recurso, nem Posto de Saúde existe naquele ermo sertão.
Fez o prontuário da futura mamãe e encaminhou a mesma para o setor de internação da maternidade.
Logo em seguida fez o relatório da situação da paciente, nos mínimos detalhes para ser entregue ao ginecologista de plantão daquele dia.
- Doutor a paciente vem do interior do estado, cuja localidade não tem condições de atender em caso de um parto difícil, o médico da cidade encaminhou a mesma para um hospital que tenha mais recursos.
- Você trouxe roupas para usar aqui na maternidade?
- Não, só trouxe comigo roupas que vim vestida e uma outra para quando retornar como também para o bebê, já tinham me informado que aqui na maternidade as roupas de uso durante a internação são fornecidas pela maternidade.
- Nem sei bem porque a maternidade fornece as roupas?
- Aqui temos os mais rigorosos controles de infecção hospitalar, para garantir a saúde da mãe e do bebê.
A enfermeira da ala de internação da maternidade recebeu Joelma, anotou seus dados levando-a ao quarto indicando a cama que por ela seria ocupada, mostrou o local onde ficava o botão para acionar a campainha em caso de emergência.
Joelma levava consigo somente as roupinhas para o futuro bebê, que ficaram guardadas no setor de internação.
As roupas para seu uso, bem como para o futuro bebê eram fornecidas pela maternidade, com isso evitaria o problema de infecção hospitalar. A maternidade tinha um bom conceito em relação ao problema citado.
Mais tarde, Lúcia a enfermeira plantonista, que recebeu Joelma foi até o quarto, para saber se tudo estava em ordem.
Ela ainda estava impressionada com o que tinha acontecido quando da chegada de Joelma, pergunta:
- Está bem acomodada não falta nada para você? Estava preocupada, pensei que não tivesse um bom atendimento, muitas pessoas que chegam do interior são relegadas a um segundo plano no atendimento.
- Até parece que seu relato mostra que o atendimento pelo Sistema Único de Saúde deixa algo a desejar.
Despediu-se de Joelma dizendo:
- Se necessitar de alguma coisa durante sua estadia aqui na maternidade, peça para a enfermeira de plantão me chamar, meu nome é enfermeira Lúcia, meu plantão está no fim logo eu retorno para casa, até amanhã.
E Joelma responde:
- Até amanhã e bom descanso.
Lúcia chega ao final do seu turno de trabalho, bate o ponto, troca sua roupa e vai para casa pensando:
- O que aconteceu comigo hoje? O que tem aquela mulher que vi pela primeira vez até parece um imã a me atrair, nunca me vi numa situação dessas.
Lúcia entra em seu carro, demora para acionar a chave e seguir em frente, até parece hipnotizada, diante daquela situação liga a chave e aciona o carro, sempre pensando:
- Será que o caso de Joelma é tão complicado? Como vai ser o nascimento da criança?
Claro que Lúcia como boa profissional estava preocupada, mas será que era só isso?
Finalmente chega a sua casa, entra no condomínio estaciona o carro e fica imóvel dentro dele e pensa:
- Como cheguei aqui, nem sei por onde passei, nem me lembro de quem encontrei no caminho.
Estava realmente fora de si diante de tal situação, finalmente sai do carro, dirige-se para o elevador e sobe para o seu apartamento.
Joga-se sobre a cama e fica delirando:
- Como pode acontecer tal coisa comigo, quem é ela, de onde veio, porque logo fui eu que tive que atender essa pessoa? Ela vai ser bem atendida, o caso dela pode ser grave se vier a falecer durante o parto, com quem vai ficar o bebê, será que vai nascer sadio?
Finalmente depois de algumas horas naquela situação Lúcia acorda daquele torpor e se levanta toma um banho e vai preparar o jantar, pois morava sozinha e não tinha companhia.
Sua mente ainda não tinha se acalmado daquela situação, continuava pensando.
- O que vou fazer, como vai ser amanhã quando chegar na maternidade, como terá ela passado a noite, certamente é a primeira vez que é internada em um hospital.

...

O pessoal da cozinha serviu o jantar para todos os doentes.
No hospital, ao cair da tarde, serviram o jantar para Joelma que estava calma, mas pensativa pela acolhida dada pela enfermeira Lúcia.
- Que bondosa ela foi comigo quando cheguei à maternidade, que primor de atendimento, muito diferente do atendimento dado nos Postos de Saúde do interior, me impressionou.
A enfermeira de plantão passa no quarto faz as recomendações necessárias e fala:
- Em caso de emergência acione a campainha que logo atenderemos.
Ela respondeu.
- Obrigado pelas orientações.
No quarto do hospital tinha televisão, assistiu o noticiário depois desligou, e fez suas orações.
- Senhor, protegei-me nesta noite, bem como meu bebê que está prestes a nascer, a todos que trabalham nesse hospital, principalmente a enfermeira que me recebeu quando aqui entrei, que ela seja feliz, peço pela minha família que ficou no interior, agradeço por tudo meu bom Deus Pai nosso que estais nos céus...
Logo em seguida adormece.

...

Lúcia em seu apartamento continua a pensar em Joelma.
- Será que serviram o jantar? Como deve estar pensativa longe de seus parentes.
A imagem daquela mulher não sai da sua memória, mas finalmente ela adormece.
...

Durante o sono já de madrugada acorda assustada, pois sonhara que a paciente que havia atendido a tarde tinha morrido na hora do parto naquela noite. Ao acordar fica pensativa:
- Será que esse sonho significa? Terá ela morrido, ou só foi um sonho meio maluco desses que sempre acontece comigo de vez em quando?
Vira para o lado e logo dorme novamente. Quando acorda com o ruído do despertador pensa:
- Vou levantar tomar banho e depois tomar meu café.
Em seguida ela vai até a garagem retira o carro; sempre impressionada com o sonho da madrugada, estava um pouco fora de si, na saída da garagem quase bate em outro automóvel que ia passando na rua pensa:
- Meu Deus o que estou fazendo? Quase bati meu carro.
Sai com mais calma e segue até a maternidade, ansiosa para saber como está passando a paciente que tinha chegado para a internação, estaciona o carro e vai direto até o setor da Maternidade e fala com a enfermeira chefe:
- Como vai Joelma aquela moça que foi internada ontem à tarde?
- Ela vai bem, entrou em serviço de parto na madrugada passou um pouco mal, pois o menino era grande pesou seis quilos é muito lindo e gordinho.
- Qual é o quarto que está?
- Está no quarto anexo a enfermaria número 3 e está passando bem.
- Vou fazer uma visita.
Lucia vai até o quarto que Joelma está internada bate na porta e entra.
- Bom dia como está passando?
- Agora estou boa, mas o parto foi difícil, o menino era grande e demorou mais, para nascer.
- Há pouco, ele estava aqui mamando depois levaram para o berçário.
- Qual é o número que tem no braço?
- É o número 3A.
- Depois eu vou lá ao berçário ver o menino.
Lúcia retorna, pois está na hora de começar o seu trabalho na recepção da Maternidade, continua pensando:
- Como será o menino; branco, moreninho e seus cabelos que cor têm, tudo imaginação.
Mas realmente quem não saía de sua memória era Joelma:
- Continuava pensativa. O que vou fazer quando entrar no berçário para ver o menino? Deixa isso pra lá.
Depois do almoço, Lúcia vai até lá, para conhecer o filho de Joelma, nesse horário quem estava atendendo o berçário era sua amiga Maria. Chegando Lúcia fala:
- Oi! Maria que bom que é você que está aqui, vim ver o menino que nasceu essa noite passada.
- Você sabe o número que ele tem no braço?
- Sim sei é o número 3A.
- Ele está no berço número 6.
- Lúcia chegou perto do berço e viu um menino robusto gordinho bem claro cabelos pretos ele estava enrolado numa faixa e dormia.
Lúcia se despede de Maria e volta para seu posto de trabalho. Quando na portaria chega um senhor de mais o menos 50 anos e pergunta:
- É aqui que está internada Joelma?
- Ela responde sim, é aqui que ela está internada e ontem a noite deu a luz ao um lindo menino, ela está passando bem.
- Quem é senhor?
- Sou o pai dela.
- Qual é o seu nome?
- João da Silva.
- Posso visitar ela?
- Sim pode, espere vou preparar seu crachá.
- Aguardo.
Lúcia chama uma atendente:
- Nair venha aqui leve o senhor João até o quarto anexo da enfermaria número 3 ele é o pai da Joelma que deu a luz a um menino ontem à noite.
- Sim, por favor, senhor me acompanha até o quarto.
Nair bate na porta e pede licença e fala:
- Joelma seu pai veio lhe visitar.
- Obrigada por ter trazido ele até aqui.
- Até logo, eu já vou.
O pai de Joelma entrou, cumprimentou a filha e perguntou:
- Como foi o nascimento do menino?
- Apesar de ter sido um pouco difícil ele nasceu forte e robusto.
- E onde ele está?
- Está no berçário.
- Ele não fica com você?
- Só vem aqui na hora de mamar e só faltam cinco minutos para o trazerem aqui, quando o papai vai conhecer seu neto.
Nesse momento Maria a atendente do berçário chega com o menino para ser amamentado e pergunta:
- Dona Joelma quem é esse senhor?
- É o meu pai ele veio me visitar e conhecer o seu neto.
- Pensei que fosse o pai do bebê.
Maria por curiosidade olha a ficha no pé da cama e nota que Joelma é mãe solteira e quem sabe nem saiba de quem é seu filho e pensa:
- Posso ter cometido uma gafe, em não ter olhado essa ficha antes, posso ter melindrado os dois com essa minha pergunta boba.
Maria aguarda até o final da amamentação, e do avô ver seu neto e ficar um pouco com o bebê no colo para, na volta, contar a sua esposa Virginia. Seu pai pergunta:
- Quando vai ter alta e voltar para casa?
- Não sei bem certo, mas devo ficar internada segundo o médico por mais quatro dias, mas depende de quando vem à ambulância para que eu possa voltar.
- Logo, que chegar à cidade irei falar com o prefeito para saber esses detalhes para telefonar e informar o dia que eles vêm.
- Quando o senhor for sair fale com a enfermeira Lúcia e ela lhe dá o telefone da Maternidade com todos os detalhes do dia da alta.
Estava chegando o fim do horário de visitas e o pai da Joelma iria se retirar à noite retornaria a sua cidade de origem, e disse:
- Eu vou até a Portaria falar com a enfermeira e depois vou voltar com a Ambulância da Prefeitura, espero que logo você retorne para casa, todos querem conhecer o bebê.
- Boa viagem papai; que Deus o proteja um abraço para a mamãe. Quando eu voltar vou relatar o que aconteceu aqui.
- Fique com Deus minha filha.
Chegando à Portaria a enfermeira Lúcia já tinha tudo pronto, entregou todas as informações ao pai de Joelma e disse:
- Obrigado por tudo que fez pela minha filha, que Deus lhe proteja em sua atividade profissional.
O senhor João partiu de volta para sua cidade de origem no interior do Estado, levando a lembrança do bom atendimento que recebeu quando da visita que fez a sua filha e pensava:
- Vai ser uma festa quando ela voltar no dia do batizado. Vou começar a preparar tudo antecipadamente. Qual será o nome que vamos dar a esse pimpolho? Bom, isso eu vou deixar para quando ela voltar.
Durante a viagem de regresso no final de outono início de inverno, as noites eram frias ainda mais a cada cem quilômetros ia subindo até chegar à altitude de mais novecentos metros acima do nível do mar. Em alguns trechos durante a madrugada se via fina geada nos campos quando o sol raiou trazendo um calor que foi aquecendo aos poucos e derretendo a geada. Quando já chegava o fim da viagem de retorno, o senhor João perguntou ao motorista:
- Quando será a próxima viagem a capital?
- Não sei bem certo temos alguns pacientes que tem que fazerem exames especiais, mas temos um pequeno problema, no momento esses exames estão suspensos, por falta de verba; pode ser que surja alguma emergência, porque da sua pergunta.
- Você sabe a Joelma está internada na Maternidade e deve receber alta dentro de poucos dias e ela poderia voltar na ambulância para casa, depois vamos conversar com o pessoal da prefeitura.
Finalmente chegaram à cidade. O motorista foi até a prefeitura, para saber se tinha alguma coisa a fazer com a ambulância o responsável pela saúde disse:
- Vá para casa dormir, viajou toda à noite e tem que descansar. Volte amanhã no horário normal.
O Senhor João foi para casa e sua esposa já o esperava para saber as notícias de sua filha e também saber se tinha nascido o filho (a) de Joelma. Na chegada foi uma festa e todos a rodeavam fazendo perguntas:
- Como foi a viagem?
- A viagem foi boa com muito frio na volta.
- Como vai a Joelma?
- A Joelma vai bem, nasceu o seu filho é um pimpolho muito lindo, gordinho e saudável.
- Quando ela vem daqui a alguns dias depois de estar recuperada o parto não foi fácil.
Na capital ficou a Joelma na maternidade pensando em seu pai que viajou de volta para casa, ela pensava:
- Como foi a viagem essa noite foi fria lá na serra devia estar mais frio, será que tudo correu bem e quando chegou em casa quais foram às perguntas?
De manhã serviram o café e logo mais tarde a enfermeira Lúcia veio visitá-la e saber com tinha passado aquela noite e perguntou:
- Seu pai viajou ontem à noite?
- Sim ele retornou com a ambulância da prefeitura deve ter chegado hoje de manhã em casa.
- Quando ele vai voltar para levar você de volta para casa?
- Vai depender de saber o dia da minha alta e se a prefeitura naqueles dias tem uma viagem até a capital para eu retornar.
- Posso fazer uma pergunta?
- Sim, pode fazer.
- Você gostaria de ficar morando aqui?
- Como vou ficar aqui longe de meus pais e como vou cuidar de um filho? Sem emprego isso seria difícil.
- Sei que pode ser difícil, mas não impossível.
- Com pode ser isso se não tenho ninguém por mim aqui?
- Isso se dá um jeito.
- Qual seria o jeito?
- Depois vamos falar sobre o assunto.
Tinha chegado a hora da enfermeira começar seu turno de trabalho, então se despediu dizendo:
- Antes de você voltamos a falar sobre esse assunto.
Joelma ficou pensativa todo o dia a imaginar o porquê daquela proposta da enfermeira Lúcia pensava em tudo:
- O que realmente ela quer fazendo essa proposta para mim, mas nem posso fazer isso e minha família o que vai dizer? Na certa, papai foi preparar a festa para quando eu chegar e já tenha marcado o dia do batizado do meu filho. Nem posso imaginar alternativa para ficar aqui, deixa para depois quero ver em que vai dar.
No dia seguinte quando o médico fez a visita de rotina, como vinha fazendo todos os dias desde sua internação, ele disse:
- Dona Joelma, eu vou marcar o dia da sua alta para que você comunique a seu pai para providenciar seu retorno para casa.
- Qual vai ser o dia Doutor?
- Daqui a três dias será o suficiente para se comunicar com ele?
- Ele deverá ligar amanhã para a portaria da maternidade.
- Eu vou falar com a enfermeira Lúcia e deixo o comunicado com ela.
- Assim ele terá dois dias para providenciar com a prefeitura para mandarem a ambulância me buscar.
- Nesses dias farei as visitas normais até o dia da alta.
- Doutor muito obrigado pela sua amável atenção.
- Tenha um bom dia.
Joelma fica a pensar:
- O que vai acontecer quando o Doutor falar para enfermeira Lúcia que vou receber alta daqui a três dias, ela vai vir aqui insistir naquela sua proposta, mas não posso aceitar sem voltar para casa, quem sabe depois.
Naquele dia a enfermeira não visitou Joelma, como de costume. Ela estava preocupada pensou:
- Deve estar com muito serviço por isso não veio até aqui.
No dia seguinte cedo seu João telefonou para a Portaria da Maternidade, para saber noticias do dia da alta de sua filha Joelma. Quem atendeu foi à enfermeira de plantão:
- Alô! Que fala?
- É a enfermeira Lúcia.
- Aqui é o pai da Joelma queria saber se o médico marcou o dia da alta.
- Sim ele marcou ontem e deu a contar de hoje três dias.
- Ontem fui à prefeitura saber do dia a ambulância vai até a capital informaram que vão viajar daqui a três dias chegarão aí no amanhecer do terceiro dia, ela que fique com tudo pronto para voltar para casa, aqui todos estão com saudades dela. Vou comunicar para ela daqui a pouco.
- Obrigado pela sua atenção e tenha um bom dia.
- E o Senhor também.
Naquele momento a enfermeira Lúcia levou um choque, não sabia o que fazer, ir logo ao quarto avisar Joelma? Seria uma saída, iria ela tentar mais uma vez convencê-la da sua intenção. Chega lá discretamente e pergunta:
- Já tem uma resposta para a proposta daquele dia?
- Pensei muito nesses dias, mas vai ser difícil estou esperando que ele telefone para saber do dia da minha alta, ou ele já telefonou?
A enfermeira Lúcia fica num êxtase nesse momento sem saber o que responder Joelma pergunta:
- O que aconteceu Lúcia? Parece que morreu, meu pai ligou ou não ligou?
- Ele ligou agora de manhã eu passei todos os dados que o doutor deixou comigo ontem e ele disse que a prefeitura está mandando a ambulância para buscá-la no dia marcado.
- Quanto a sua proposta depois que eu voltar para casa e ajeitar tudo por lá voltamos a conversar sobre o assunto com mais detalhes.
Naquele momento chega ao quarto a chefe do berçário com seu filho e diz:
- Está na hora de amamentar o nenê.
Lúcia sai cabisbaixa sem nada falar. Joelma amamenta o nenê e no final entrega dizendo:
- Daqui a três dias retorno de volta para casa.
A chefe do berçário tomou o menino no colo e levou para sua cama sem nada falar. Aquele foi o dia mais nefasto para a enfermeira Lúcia, uma noite interminável, estava mesmo atordoada e só pensava:
- Porque ela não aceitou a minha proposta, nem me deixou apresentar o que e tinha a dizer a ela.
Chegou o dia da partida de Joelma tudo tinha sido preparado na véspera recomendações médicas e quando deveria retornar para uma nova consulta. O motorista da prefeitura chega à portaria da maternidade e pergunta:
- A dona Joelma está pronta para viajar?
Lúcia responde que tudo está pronto.
Logo ela chega na portaria cumprimenta o motorista:
- Bom dia o senhor veio me buscar?
- Sim daqui a pouco vamos partir tudo está pronto para carregar na ambulância?
- Sim tudo está aqui às malas e mais o meu filho que ainda não escolhi o nome dele.
Joelma se despediu de todos e também da enfermeira Lúcia. Agradeceu a atenção e o atendimento que deram a ela no tempo que esteve internada embarcou e partiu de viagem. Lucia com os olhos cheios de lágrimas ficou pensando.
- Será que ela vai voltar um dia...
A viagem transcorreu dentro da normalidade e no final da tarde chegaram à cidade, em frente à prefeitura estava a família de Joelma esperando-a. Quando ela desceu sua mãe falou:
- Que bom minha filha que você voltou com um neto para sua mãe.
- Obrigada mamãe por essa recepção.
- Filha, no domingo será batizado o meu neto, o padre vem rezar missa na Igreja e seu pai já providenciou tudo só falta escolher o nome e os padrinhos.

Foi a mais bela festa realizada na cidade. Com muita comida, churrasco, porco assado e galinha recheada.

São José/SC, 9 de maio de 2.006.
morja@intergate.com.br
www.mario.poetasadvogados.com.br

Foto de Wendell

Aproveite a vida

Aproveite a vida de maneira descente,não deixe um problema te derrubar,erga a cabeça,siga em frente.

Maus momentos não podem fazer você parar,mas isso passa,a vida te dar a oportunidade de continuar.

Siga sempre construindo,nunca com destruição,seja sempre um exemplo para parentes,amigos e irmãos.

Viva a vida sem deixar nada para pra depois,porque o amanha pode não chegar,você constrói o mundo,cuidado para não faze-lo parar.

Foto de Crisrosa

Amor Próprio

Eis-me aqui em frente ao gelado computador, leio poemas, histórias, mensagens que fazem esquentar o coração...
Pessoas que não conheço, pessoas que com suas palavras me fazem sonhar e acreditar que apesar do sofrimento que algumas vezes passamos durante a nossa existência é possível amar.
Amar de várias formas, por atos e canções...
Amar quem não nos ama, mas ter a coragem de amar por dois, amar a nossa família, ao nosso trabalho, aqueles que escolhemos como amigos e fazemos deles nossos parentes, amar sem medo, mesmo que lá no fundo esperamos algo que nunca venha acontecer.
Amar pelo simples fato de amar, de querer cuidar, proteger, dar aquilo que temos de melhor, para simplesmente ganharmos um obrigado, um sorriso e por algumas vezes o desprezo. Mas, nada vale amar, se não nos amarmos primeiramente.
Crisrosa

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