Palhaço

Foto de sidcleyjr

Quarto escuro

Porta fechada guardando palavras ilustres,
Fazendo sombra às fotos do passado,
Medo que a luz apareça sem sentido acordando a realidade dos monstros,
Água ao lado matando a sede das fabulas,
Escorrendo pelos rios e alagando florestas sem prejudicar as borboletas,
Voando pelos céus ao alcance da metamorfose.

Quarto sustentando o escuro poder de significado das quatro paredes,
O amor muitas vezes passou e deixou vozes do puro desejo,
Deixou aqui a velocidade dos constantes privilégios da emoção,
Uma viagem a marte com passaportes ao doce mel da abelha rainha.

Aventurado foi à aniquilação do silêncio,
Que provocou as promessas ameaçadoras,
Conservando a tal verdade dos homens,
Atuando no breve momento dos sonhos,
Acordando pelo próprio despertador no meio da madrugada.

Ninguém escutou,
O quarto permaneceu em silêncio no inverno constante,
Lágrimas deixaram à marca no chão delicado,
Base de vidro que hoje passo com calma,
Para manter-me firme ao local que acreditei.

Agora semeio a experiência,
Ganhei o semblante noturno,
Possuindo uma mascara de palhaço enfeitando o sorriso,
Neutralizando o atrevimento e esperando que o dia amanheça.
O tempo passa e sinto seqüelas oferecidas pela lembrança,
Ao desprezo do corpo sou vulnerável a luz,
Conduzindo a escuridão do quarto.

'Macro

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

MEU PAI, MEU HEROI.

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Tu me ensinaste a beleza e a dor da vida.
Que a vida tem seus altos e baixos.
Ensina-me a lutar e correr atrás do válido.
Ensina-me a dizer sim! Como também, não!

Tu és o exemplo de homem que tive em toda vida.
É brincalhão, e animado é palhaço.
Faz de minha vida um circo armado.
Onde o principal personagem é você.

A vida tem lhe dado uns golpes,
Mas tu tens sido forte.
Não aceita injustiça, esta na frente dos filhos.
Admiro-me ter como pai!

É o avô mas engraçado e amado,
Faz do neto o mas levado.
Não tem estresse com você.
Tudo faz o teu aparecer.

Mas tu não me ensinaste pai,
O que farei sem ti ficar,
Tu precisas ensinar-me essa arte.
A arte de entender certas coisas da vida.
Por exemplo uma partida.

Pai eu e você invertemos papeis,
Agora eu cuido de ti, e não você de mim.
Agora eu passo noites em claro contigo.
E você se aborrece comigo.

Eu queria muito gritar aos quatro cantos.
Como é meu planto de ver-te tão frágil.
Que tua saúde fez com que ficasse quietinho.
Só curtindo seu netinho, que lhe tem muito carinho.

Paizão, se cuida, não me deixa louca, não!
Cuido de tudo pra você, cuido de você.
Mas me ensina como fazer,
Se um dia eu te perder.
Eu te amo, meu paizão!
É um dos homens, mas importante
Na minha vida, eu não me imagino seu tua orientação.
Hoje sou o que sou, graças a tua educação!

*-*ANNA A FLOR DE LIS.

Homenagem ao meu pai, que se encontra meio debilitado.
E deixa a Flor doidinha.Mas adoro cuidar dele!
Meu pai Heroi.

Foto de Wilson Madrid

ANJOS ESPANCADOS

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ANJOS ESPANCADOS

Hoje eu vou compor uma poesia diferente,
Mas eu bem sei que ela serve a muita gente...
Acabaram de assaltar e espancar um filho meu,
E isso só pode ser coisa de animal cruel e ateu...

Esse meu filho trabalha para poder estudar e ser um futuro ator
E atua como palhaço em asilos e creches, gratuitamente, por amor...
Voltando do aniversário de um amigo, a duas quadras da nossa residência,
Foi atacado pelas costas por dois ferozes animais irracionais e jogado ao chão...

Por estar sem dinheiro e nem sequer o seu celular o espancaram brutalmente;
Até mesmo os seus óculos de armação de aço ficaram distorcidos totalmente...
Graças à Deus, continua vivo porque Aquele que tudo vê envio-lhe socorro...
De um carro que passava pelo local, duas outras pessoas desceram e o salvaram...

Esse meu filho que trabalha, estuda e que foi covarde e cruelmente espancado,
Ainda teve que ir para uma delegacia de polícia e um hospital desaparelhado...
Chegou ainda há pouco aqui em casa e já foi dormir depois de medicado;
mas logo mais vai ter que ir trabalhar, mesmo muito estressado e assustado...

Eu sei muito bem que nesta mesma noite só aqui na minha cidade de São Paulo
Muitos outros anjos e pessoas honestas e decentes também foram espancados,
Furtados, assaltados, desrespeitados, violentados e até mesmo assassinados...
Não dá mais para tapar o sol com a peneira: contamos só com a proteção de Deus!

Mesmo sabendo disso não podemos nos conformar com essa calamidade pública!
Nos discursos os políticos candidatos sempre exploram esse drama para pedir o voto
Depois de eleitos os hipócritas só voltam a tratar do assunto para serem reeleitos?
O que mais prometem é justamente o que nunca dão: segurança, saúde e educação!

Até quando teremos que continuar convivendo com essa situação?
Nossas casas já tem mais grades do que no zoológico e do que na prisão!
E o nosso direito da nossa liberdade de ir e vir que é comum a todo cidadão?
Ficou exclusivo dos que andam com carros blindados e com seguranças armados?

E você que me leu até aqui: o que é que você está fazendo para mudar essa realidade?
Pelo menos nos teus pensamentos, palavras e atitudes você faz algo pela paz?
A justiça ou a injustiça social, a violência ou a tranqüilidade social,
É o resultado da somatória das nossas atuações individuais onde quer que atuemos...

Pelo amor de Deus!
E em nome de tantos anjos que são sendo espancados e exterminados todo dia,
Vamos cuidar cada um de fazer o máximo esforço para obtermos a nossa alforria:
Que os nossos pensamentos, palavras e atitudes promovam sempre o espírito da paz!

Os nossos filhos, netos e descendentes agradecem pelo inferno ou pela paz
que estamos construindo e que lhes deixaremos como inevitável herança...
Apesar de tudo tenhamos confiança, perseverança e esperança,
tomemos como modelo a verdade e a pureza da criança...

Foto de Wilson Madrid

GENTE SIMPLES DO BRASIL

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Eu dispenso o teu tão escravizante ouro de tolo,
eu prefiro a utilidade do broto doce do rebolo...
Eu dispenso a tua linda bmw preta e blindada,
eu prefiro a minha charrete azul e ensolarada...

Eu dispenso todo o teu vil tesouro ouro e prata,
eu prefiro a orquídea que eu pego ali na mata...
Eu dispenso o teu discurso tolo que me cansa,
eu prefiro a verdade da ternura de uma criança...

Eu dispenso todas as tuas ricas jóias puras,
eu prefiro as flamboyants caídas pelas ruas...
Eu dispenso as tuas flores mortas e artificiais,
eu prefiro as maravilhas vivas dos meus quintais...

Eu dispenso o luxo dos teus condomínios fechados,
Eu prefiro a periferia dos meus manos abandonados...
Eu dispenso a tua neurótica academia de ginástica,
Eu prefiro o palhaço engraçado na cama elástica...

Eu dispenso a tua enorme piscina até aquecida,
eu prefiro a energia das águas puras do mar...
Eu dispenso o teu banquete fino com caviar,
eu prefiro só uma doce manga rosa do pomar...

Eu dispenso o teu chique e frio ar condicionado,
eu prefiro o vento natural do meu telhado furado...
Eu dispenso a tua voz desgovernada e prepotente,
eu prefiro só ouvir ao menos um bem-te-vi contente...

Eu dispenso o teu cartão de crédito escravizante,
Eu prefiro que a minha palavra seja cintilante...
Eu dispenso o teu corpo de plástico e silicone,
Eu prefiro a mulher que pensa e não é clone...

Eu dispenso o teu fútil cruzeiro internacional,
eu prefiro a caminhada na mata verde nacional...
Eu dispenso o teu tão importante círculo social,
eu prefiro a companhia voadora de um pardal...

Eu dispenso a tua novela das oito da televisão,
Eu prefiro o espetáculo divino de um beija-flor...
Eu dispenso toda a tua definição de vencedor...
Eu prefiro quem faz história usando a sua mão...

Eu dispenso a tua fútil vã filosofia hedonista,
eu prefiro a polidez de uma só exclusivista...
Eu dispenso a tua vida fútil de “patricinha”,
eu prefiro ser uma águia e só voar na minha...

Eu dispenso a tua alegria eufórica e barulhenta,
Eu prefiro o silêncio das borboletas do manacá...
Eu dispenso a tua libido desgovernada e sedenta,
Eu prefiro o prazer de rimar a poesia com a faca...

Eu dispenso a tua igreja estelionatária e capitalista,
Eu prefiro o sermão da montanha puro e verdadeiro...
Eu dispenso o teu cheque especial agiota e vigarista...
Eu prefiro voar a pé observando as flores do canteiro...

Eu dispenso a tua imprensa sensacionalista e egoísta,
Eu prefiro citar as que morrem de fome e ninguém diz...
Eu dispenso a tua omissão no avanço da prostituição,
Eu prefiro me indignar ao ver uma menina meretriz...

Eu dispenso a tua vida materialista, medíocre e infeliz,
Eu prefiro a alegria do girassol sábio e energizado...
Eu dispenso esse teu diploma que foi comprado,
Eu prefiro o aprendizado da formiga que é feliz...

Eu dispenso o teu vício na sociedade de consumo,
Eu prefiro a satisfação da observação do vagalume...
Eu dispenso o teu deus mercado e o teu cego rumo,
Eu prefiro louvar a divina natureza e o seu lume...

Eu dispenso a tua tão disfarçada e simulada lucidez,
Eu prefiro a minha aparente e descarada maluquez...
Eu dispenso a tua ilusão de um prepotente burguês,
Eu prefiro a minha consciência de eterno aprendiz...

Eu dispenso o teu orgulho de submisso globalizado,
eu prefiro a humildade de quem luta e soa no arado...
Eu dispenso o teu discurso de intelectual tão pueril,
eu prefiro a sabedoria da gente simples do Brasil...

Foto de Henrique Fernandes

SEDE DE SENSAÇÕES

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Sou sujeito passivo de um suspiro
Desorientado prisioneiro de um desejo
Carrasco de decisões banidas da normalidade
De qualquer um agreste palhaço da vida
Sim, a vida é um circo ilusionista malabarista
Um trapézio sem rede que nos torna indomáveis
Vorazes animais famintos de emoções
É insaciável a sede de sensações neste palco
De enredos teatrais das nossas vontades soltas
Em gargalhadas como cortinas embelezadoras
De dores que nos dão a mais pura lição de vida
Como palhaços maquilhamos interesses
Iludindo inocentes tão culpados quanto nós
Sem magia o destino é cartola dos nossos truques
Ora sacamos uma pomba branca de sinceridade
Voando livres sobre planícies virgens
Ora tiramos lenços para enxaguar lágrimas
Jorradas pela nossa inércia galopante
Pelas pradarias doentes da nossa alma

Foto de Enise

Sob o fio da navalha

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Poeta finge ser caçador
Um palhaço invertido
Um catador de sonhos
Arranca presumido
Os estilhaços de sua dor

Pele apertada na alma
Explora as letras
Fluídas como cometas
Ao sair de suas mãos...

Rega dores
Fala dos falsos amores
Abaixo de um sol cego.
Cintila uma lua surda
Destila suas mágoas
Num oceano de escuridão...

Na magra inspiração
O céu fecha-se em solidão
Procura no som das águas
Um vinco lúcido da razão.

É dualista
Poeta...realista
Profeta em cada nova imersão.
Laico, itinerante
Tão brilhante
Como um mosaico de emoção...

Na textura das suas palavras
Aponta como as nuvens fugiram
Quais caminhos o vento seguiu
Atrás de quais carinhos...

Como o porte
Entre o romântico e o sensual
Surgiram
No tênue corte
Da poesia que entalha
Sob o suave fio da sua navalha...

Enise

Foto de Sonia Delsin

PALCO DA VIDA

PALCO DA VIDA

No rosto sem maquiagem a lágrima do palhaço.
Ninguém tem coração de aço.
...
A atriz esconde a cicatriz.
...
O ator morre de amor.
...
Tanta dor no palco da vida.
Ainda que seja tão bela a estrada escolhida.

Foto de fer.car

POESIA

Poesia que cobre minha alma de doçura
Que me fez forte quando fraca me encontrava
Que deu vida aos meus dias e matou a saudade
Poesia, que é senão esta leve beleza em dizer verdades?
Que acarinha o mais frio coração e cala a maldade
Cada palavra escrita é uma gota de suor, de uma vida sentida
Um sentimento que se foi, outro que vem
A poesia que é prima da morte e do renascimento
Cada verso pronunciado, uma lágrima que eclode do peito
Um sorriso abrasador que demonstra o mais íntimo de um ser
Poesia é senão a nossa maior farsa descoberta
A metade nunca revelada e agora despida
O grito que ficou engasgado na garganta e ora solto ao vento
A loucura mais exagerado, o mundo sob a ótica de um palhaço
Poesia que me fez dizer em beleza a falsidade das pessoas
Ver num voar de pássaros a liberdade tão almejada
Mesmo no cinza ver o colorido
E na dor, a alegria
A Poesia que é simbolo de nova estação
Um arco íris no final de uma paisagem
Uma mensagem que já nem mais esperava ler ou ouvir
A Poesia que vive em meus dias
Porque poesia é tudo que eu vejo
É tudo que acredito e ninguém a tira mais de mim

AUTORIA: FERNANDA CARNEIRO

Foto de Drica Chaves

Noite de lua

Enluarada a noite vagueia
Procurando cores
Risos de um palhaço estonteante
Até que enfim encontra um amante.
Sai a divagar no horizonte
Serena,orvalhando as flores.
Para aonde vais?
Certamente ao encontro do mar
O lugar mais belo e profundo
Onde acha o seu abrigo.
Difícil conter-se diante do agito
Das ondas espumantes
Delírios repletos de esplendor.
E o amante?
Sorri junto a ela,
Envoltos numa atmosfera de sonhos
Românticos
Clareados por um raio fascinante
Por ser multiplicador
De quê?
Amor,amor,amor...

Drica Chaves

Direitos autorais reservados

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"O CIRCO DA VIDA"

“O CIRCO DA VIDA”

Quantas são as vezes que palhaços precisamos ser...
Quantas são as vezes que nos esgueiramos em cima
Da passarela estreita das duvidas...
Quantas são as vezes que pintamos nossa cara para
Fazer o papel de vilão ou de mocinho...
Quantas são as vezes que sorrimos com vontade de chorar!!!

No teatro das ilusões somos quem todo mundo quer ver,
E não quem realmente queremos ser...
Acredito que neste zigue zaguear deste circo...
Onde somos aplaudidos e vaiados...
Todos nós um dia já fomos palhaço...
Mas lutamos para ser o artista principal!!!

O circo da vida, a magia dos excluídos...
A alegria dos escolhidos...
A sinceridade da pura mentira...
A falsidade da verdade cruel...
O doce versejar de um alegre menino...
Em busca de seu tão sonhado ideal!!!

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