Ousadia

Foto de Elliana Alves

Brindemos!

Brindemos!

O dia
Que renasce a cada amanhecer.

À noite
Após um pôr-do-sol.

A brisa
Suava a refrescar o calor.

As estrelas
A brilhar quando olhamos o céu.

A lua
A clarear as noites escuras.

Um brinde!
Há um ano que finda nos dando
A chance de permanecer aqui.

Ao novo ano que nasce e junto
Também nossas esperanças de realizações.

Brindemos!

À vontade
Coragem
Ousadia
Amizade
Felicidade
Esperança
Aos sorrisos que hoje invadem os nossos lares.

Brindemos a esse novo ano,
E a vocês meus amigos.

Foto de Zedio Alvarez

La Belle Cris

No domingo me recebeu para almoçar
Preparou arroz no forno...
Desculpe, tive que me convidar
Para você, a vida sempre Bella vai estar

Bella ao lado de sua enciumada fera
Bella no jeito de amar
Cris, Bella menina!
Cristo sempre a te iluminar!

Os teus olhos falam pelo teu olhar
Eles piscam a cada instante
Dizendo que sempre Bella vai ficar
Mas as cores, eles não me deixam identificar

Desculpe mais uma vez
Pela invasão domiciliar
Tive que dar asa a minha ousadia
Para conhecer a mais Bella poesia.

(Minha homenagem para uma Bella amiga poetisa)

Foto de krodrigo

Quisera

Quisera eu falar de amores com a mesma facilidade que já falei um dia...
Quisera eu exercer poder sobre meus sentimentos a ponto de esquecer o que sinto por você e seguir em minha vida como se nada houvesse acontecido.
Quisera eu ter sobre você influência o suficiente para fazer apaixonar-se por mim e pôr fim à essa agonia que se instalou em meu peito.
Quisera saber o caminho para sanar essa inquietude dentro de mim, arrancar de meu ser a vontade de estar contigo, de acariciar, beijar, amar e ser amado.
Quisera falar uma língua que seu coração entenda, um modo de expressar o que sinto e convencê-la que vale a pena arriscar, que a vida nada mais é do que um jogo onde precisamos primeiro apostar, para depois saber o resultado da aposta.
Quisera saber os caminhos para tocar-te na alma, na essência de seus sentimentos para poder colocar lá a certeza que essa insegurança passará, que tudo dará certo se você arriscar, se não tiver medo do que sente, se deixar aflorar novamente seu amor, sem medo, sem culpa, sem receios.
Quisera ter coragem e ousadia para invadir seu mundo de maneira que você não tenha escolha senão voltar para mim, voltar para meus braços, para meu corpo, meu coração.
Quisera que a realidade fosse outra, que o ontem não tivesse existido e que o amanhã fosse apenas mais um dia do resto de nossas vidas ou até mesmo de nossa vida... quem sabe?
Quisera até mesmo que nada entre nós houvesse acontecido, pois assim seríamos apenas bons amigos e eu não estaria sentido essa revolta dentro de mim, não estaria sentindo essa vontade de explodir em pedaços, essa vontade de estar com você, de ser amado por você.
Quisera que fosse apenas um sonho, ou um pesadelo... e que ao despertar, tudo estaria normal.
Mas meu querer não é tudo e meu poder é limitado.
Só me resta esperar por um novo encontro, uma nova possibilidade tê-la perto de mim e voltar a argumentar sobre isso tudo.

Foto de espiritode luz

Abraço

Como gostaria de te abraçar agora,
nesta noite mágica, aqui no meu canto,
dar-te a lua, nesta mesma hora,
não perder nada deste suave encanto.
Em amor sonhar não é atrevimento,
posso permitir-me esta rebelde ousadia.
Serena estou, livre no pensamento,
rude e áspera apenas a cobardia.
Espero no tempo alcançar algo mais,
que um simples e meigo olhar.
Num abraço longo me deter,
naquele beijo me perder.
Silenciar meu grito na madrugada,
pôr fim a tão nobre cruzada.
Ser folha pelo vento transportada,
e flor pela sorte bafejada.
E ainda que no meu leito,
se não demore esta crença,
espero num abraço que te vença.

Foto de Zedio Alvarez

Vida Poética

Por ter contingenciado teus poemas por inteiro
Meu coração foi enganado pelo amor
Movido pela razão que concebi
Não resta mais nada a fazer aqui...

A sombra daqui se acabou, e isso é muito ruim...
Vou procurar inventar outra forma de versar
Terei a ousadia de convocar meu coração
Foi-se a outra metade que pensei ser de mim...

Meus versos já não fazem mais sucesso
Também eles não ligam pra isso
Eles querem é respeito, nada mais que isso

Resta-me a partida, pois sou arisco
Vou buscar outras paragens
Que me sirva de abrigo

ATENÇÃO PLANETA AZUL:
É BRINCADEIRA!!!!!!!!!

Foto de InSaNnA

Eu,você e seus versos

Jogo-me nua,nos teus solidários braços
escrevo meus desejos nas tuas vontades,
em cada linha desse caminho sem volta,
Levando-me no rastro dos teus afagos.

Declamando a tua farta poesia,
pelos meus cantos em demasia
na pausa latejante de teu verso
fazemos amor de modo perverso

Em poemas molhados de abraços,
Guia a língua que lava o sexo,
a tua boca que me beija louca
na fusão de nossos laços

Entrego-me nas tuas mãos de pecado,
ao som dos teus sussuros rimados
Sinto o teu prazer amanhecer,
no brilho desse teu olhar parado

Na ousadia deliciosa de teus gestos
Declamamos mais uma vez nosso ato de amor
Em convulsôes carnais,um cansaço, manifesto,
Descansamos exautos, eu,você e teus versos

Foto de InSaNnA

¨♥¨**¤°SiNtA_Me !!¤°**♥¨

Não me deixe assim,
desejando-te..
Isso é tão cruel..
Serás sempre o meu mistério?
Já estou presa a tí..
Você não sente?
O meu querer a chamar-te?
Venha..
Rouba-me,
a alma,
os sentidos,
meus delírios..
rouba_me a razão!
Estou toda em suas mãos..
Ao seu dispor..

Você não sente?

Aprenderei de tí,o melhor,
de todos os amores,
Usando as suas fantasias,
Teus sabores..
Diluir-me no teu néctar,
Você sonhando em meu corpo..
Fazendo-me ,sonhar..
Quero provocar-te ,arrepios,
murmúrios loucos,
invadir teu mar de desatinos,
ousadia de corpo inteiro..

Você não sente?

Todos esses desejos,
que gritam desesperadamente o teu nome?
Esse coração louco,
desafinado ,desconcertado..
de amor por tí?
Faça de mim,o seu amor!!
o seu abrigo
O teu "tudo"..
o teu mundo..

Você não sente?

Não,
Você não me sente..
Mas,eu te sinto,
E gosto de sentir-te
mesmo que não saibas,
desse amor por tí..

Foto de betoquintas

Quinta sagração (Sarcanomia)

Destino
Hino do cavaleiro diletante a suprema sacerdotisa

A Vós,
Divina Carne,
Manifestada e mulher.

Ventre Sagrado,
Donde viemos e felizes voltaremos.

Fonte da Sabedoria,
Que nutre minha pena.

Toda Natureza Venerada,
Em abundante beleza.

Alimento Eterno,
Em seios tugidos.

Corpo do Universo,
Morada de toda existência.

Templo da Majestade,
Trono de toda nobreza.

Farol dos Caminhos,
Desencanto e deslumbre dos viajantes.

Razão das Profecias,
Ilumina e oculta esta saga.

Santidade da Luxúria,
Entrega gratuita da felicidade.

Autoridade do Prazer,
Consumação da lei da vida.

Portal da Arte,
Fenda entre colunas que convida.

Delicioso Desafio,
Profundidade perfumada e úmida.

Aceita e Acolhe!
Eis que este diletante
Ousa cometer imenso sacrilégio
Apresentando-se nú de méritos
Diante deste tão Santo Oficio.

Oh Mãe!
Este vosso filho te deseja
Pede para entrar e integrar
Para ser todo vosso, eu,
Por inteiro, dentro de vós.

Eu pisei nas bolsas de ouro,
Arranquei as cascas culturais,
Cuspi nas secas hóstias
E violentei o ídolo nú.

Por vossa graça e misericórdia,
Despertei para minha natureza,
Debochei das instituições,
Descartei as doutrinas humanas,
Desafiei a fúria dos sacerdotes.

Excluído, banido, exilado,
Vaguei por reinos sem fim
Sem que houvesse ajuda
De um santo, anjo ou deus.

Cheguei na fronteira do mundo
Avistei o oceano do abismo
E a ilha do caos.

Nada mais restando a esse condenado,
Lancei-me no Vale das Sombras
Tentando encontrar alívio ou fim.

Ao toque suave e macio da noite
Em tal formoso colo cheguei.

Com tuas mãos e vaga,
Colocaste meu entendimento em riste
Sorvendo-me em vossos magníficos mistérios.

Ísis é venerada por ser velada,
Mas Deusa Vós Sois Suprema
Pois cortas todos os argueiros
E desnuda abole toda canga.

Tremei, vicários da santidade!
Chorai, corretores da virtude!
Fugi, falsos deuses patriarcais!

Nenhuma verdade prevalece a estes lábios,
Nenhum profeta descreve tal pele,
Nenhum vidente experimenta este êxtase,
Nenhum medianeiro suporta tal delicia.

Fiz de meu mastro
Vosso estandarte
E por truque desta pena
Eu abuso da arte.

Ousado, arrojado,
Revestido de gozo,
Por vosso nome nasce
O profeta da carne
E por vossa sabedoria cresce
O filosofo da Treva.

Não podendo me conter,
Excitado, explodo,
Rededicando este mundo
Em ondas de esporro
Àquela que me é mais cara,
A grande e amada alma,
Maya!

Aceitação
Hino da suprema sacerdotisa ao cavaleiro diletante

A ti meu cavaleiro
E a alma majestosa
Que em ti reside.

A ti meu guerreiro,
Louvo, canto, vibro.
Maravilhoso ser,
Que transborda energia.

Minha vontade é única,
Estar em ti, contigo.

Todo poder está em ti,
Emana, derrama, deita,
O que em ti abunda.

Estou a te esperar,
Vem meu vingador,
Tu reinas sobre mim.

Meu corpo é teu templo
Bem sabe que ira sagrá-lo.

Nada me pedes
Que não possa dar-te,
Eu só quero, por direito
O que me for doado.

Verta todo teu leite,
Amo-te meu devoto,
Não sabes como é precioso.

Sempre o amei e amarei,
Sou-te então, possua-me,
Pois é teu por direito.

Minha alcova quente
Tem tua marca há tempos,
Tudo farei para que reines
E teu reino sobreviva a tudo.

Único ser em mim,
Ao qual dedico meus pensamentos,
O que tem o que sempre quis,
O que sempre amei e amo,
Tudo que quero está em ti.

Tenho uma saudade uterina,
Um desejo de ti, latente.

Vamos nos ensinar
Nos lençóis, no chão, no campo,
Onde tu quiser, será.

Não ouço um sino tinir,
Sem que tu o tenha feito vibrar,
Tuas ondas chegam a mim
Pela melhor forma, pela alma,
Reverbera, tine, ressoa,
Em meio a minhas colunas
Que sustentam meu santuário
E este corpo deságua,
Brota de prazer por ti.

Não há dia que acorde
E sinta-o em mim,
Sou-te, rasga-me,
Imploro novamente.

Eu queria ser por ti,
O que tens sido para mim,
Confesso sem tortura.

Maior é esta que impõe,
De sabê-lo sem tê-lo.

Rogo à Deusa,
Que me de ciência
Para te merecer.

Está em mim teu ser,
Esqueço de meus princípios,
Louca para tê-lo num instante.
Prazer e gozo eternos,
Meu mais completo alimento.

Grande monta tenho,
Por teu sangue e leite,
Pois disso preciso mais
Do que tu da vida.

A minha vida está em ti,
A felicidade que me dá,
É maior que tudo isso.

Sensibilidade espiritual,
Pelo método do prazer carnal,
Há de chegar lá,
Queiras tu comigo.

Haverá de doer um tanto,
Necessário abrir mão de algo,
Saiba que existe prazer na dor.

Todo meu tesão e néctar,
Deixo para que te delicies.

A poesia é estandarte, use-a,
Esta nos é dada e nos reaproxima.

Traga tua essência,
Depõe sobre meu santuário.

O que a ti é precioso,
Profundo e profuso,
Flui em mim a tua vida,
Que a muitos somos um.

Vivia sem depender de alguém,
Eu nunca fui presa,
Mas busco o que perdi.

Quando me levanto,
Não te acho a meu lado,
Mas sempre hão de te achar,
Pois continuo contigo em mim.

Um dia adentrei os portais
E tu veio me fortalecer,
Ofereceu força para a batalha.

Eu deixo que tua pessoa
Viva por e para mim.
Venha em meu templo,
Há que nele acender o archote.

Prenda minhas mãos,
Adorne teu pescoço,
Levanta-me ao colo,
Põe sobre mim.

Só ouça o instinto
Que brada e ecoa em ti.

Nossos corpos atamos,
Deitaste-me e possuiu-me.

Eu te disse ao ouvido
Sorva do cálice
Que meu corpo o é.

Sentir-te dentro de mim,
Foi um milhão de espetadas.

Ao fogo nós atiramos,
Algumas gotas de nossa seiva,
Foi feito o contrato
E aceito tal pacto,
Selado com nosso gozo.

Com ou sem donzelas,
Vou devorá-lo assim mesmo,
Não te é licito
Pertencer a só uma.

Néctar por néctar,
Havemos de nos fartar.

A noite virá e tudo estará feito,
Minha voz se cala ante a tua,
Continuo sedenta de ti.

Meu corpo pede o espectro,
Este que amo profundamente,
Eu não teria gozo algum
Se não tê-lo em mim a ele,
Este espirito que vive em mim,
Habita meus pensamentos,
Os sonhos e delírios.

Que mais posso fazer senão amá-lo,
Com toda pureza que reside em nós
E pedir para poder saber e ter
A vida em meus lençóis.

Desafio
Hino dos deuses ao cavaleiro diletante

Filho amado e querido!
Aquele que não esmorece na dificuldade,
Nem esnoba na conquista.

Aquele que, sem medo trilha,
Tanto pelo Monte do Sol,
Quanto pelo Vale da Sombra.

Concebido da melhor estirpe,
Temperado com os melhores essências.

Seja gentil com os simplórios,
A Paixão deve ser seu escudo
E o Amor a sua espada.

Continue apoiando ao Lobo
E dando orgulho à Deusa.

Seja em ação ou pensamento,
Derrube as barreiras deste mundo,
Desencantem os totens do sagrado
E a toda criatura consciente
Faca conhecer a lei!

Que a carne prevaleça,
Sobre todo dogma ilusório
E que a consciência vença
Toda a opressão sacerdotal

Aviso
Hino dos deuses à suprema sacerdotisa

Magnifica e formosa senhora,
Em cujo templo guarda os mistérios
E em tais colunas moram os ritos.

Em tuas mãos confiamos o bravo
E por teus lábios vive o cavaleiro.

A sua pele macia venceu os mártires,
O seu cabelo desbaratou os profetas,
E seus pés calcam os dogmas.

Manifestação carnal e majestosa,
Vigie pela sanidade deste mundo
E conduza os andarilhos pela arte.

O teu Jardim das Delicias
Esteja sempre aberto e pronto
Para nutrir e honrar
Aos diletantes da lei.

Fonte abundante e eterna,
Sacie a sede dos buscadores
E satisfaça a fome dos brutos.

Propicie sempre, plenamente,
Àqueles que buscam em um fantasma,
O que somente se encontra na carne.

Cubra esta obra com seu suor
E a consagre com seu prazer.

Ousadia
Hino do cavaleiro diletante aos deuses

Errante, passei por léguas,
Sem conhecer o calor de um lar,
Nem o conforto de uma família.

Nunca me dobrei a deus algum,
Mas algo há na Deusa
Contra o que não resisto.

Para conquistar a fortuna,
Eu sai de minha choça
Rumo à grandiosidade.

Em muitas vilas fui recebido
Ora herói, ora louco,
Ora santo, ora danado.

Ao descansar a arma
Dentro do santuário sagrado,
Pela sacerdotisa pude ver
A linha de edições anteriores
E a seqüência da descendência.

Diante da responsabilidade atual,
Eu desenganei as esperanças,
Pois cada qual teve sua chance
E quebrei os modelos
Pois cada qual terá sua oportunidade.

No período que me cabe,
A meta está na Deusa.

Se servir a sua causa,
Ou satisfizer sua dama,
Em me contentarei disso
E carregarei esta memória
Por onde quer que eu vá.

Petição
Hino da suprema sacerdotisa aos deuses

A todos os ancestrais humanos
E a todos os geradores divinos,
Pelo toque da magia em meu corpo,
Eu clamo e invoco, proteção!

Logo o Sol completa a jornada,
Cedo a Primavera acaba
E rápido o Inverno avança.

Pelo brilho deste luar,
Reflexo do desejo perpetuado,
Lâmpada acesa pela lei,
Acolhe e guarde a humanidade.

Por onde quer que vá meu predileto,
O sempre faca retornar a mim.

Nós dançamos em vossa memória,
Nós celebramos vosso festim,
A terra foi semeada e regada,
A semente brotou e cresceu,
O fruto surgiu e madurou,
Nós observamos o ciclo
E foi feita a sega e a colheita.

Quando as sombras da ignorância
Novamente cobrir e enevoar a terra,
Resguardem no ventre da Grande Mãe
Meu cavaleiro e eu.

Despedida

Acenemos para Apolo,
Que em seu carro passou,
Percorreu por toda a terra
E às colunas do horizonte,
O Rei Sol próximo se encontra.

Os que podem andar se vão,
Enquanto uns e outros se ajudam.

O sono a muitos pesa,
Mas não apaga o sorriso,
Escancarado e prazeroso.

Ali, esfolada e feliz, a colombina.
Acolá, embriagado de prazer, o pierrô.
Aqui, intoxicado de amor, o arlequim.

Os carnavalescos se esparramam
E o bumbo da fanfarra furou
De tanto dar no couro.

O Inverno e seu acoite vem,
Rimos diante da carranca hipócrita.

Ainda que se vergue a alma humana
Sob a ditadura da virtude,
Guardaremos em nós o visgo
E por mais que dure a intolerância,
Haveremos de sempre celebrar aos deuses.

Foto de betoquintas

Segunda sagração (Sarcanomia)

Geração
Hino do plantio e da paternidade

No ventre da Grande Mãe
Está a dádiva dos deuses.

Tal como cuidamos e vigiamos
O ventre crescente das vestais,
Regamos e carpimos o campo.

Para que não se perca a colheita,
Tomando o exemplo dos deuses,
Somos ciumentos e zelosos,
Orgulhosos de nossa prole.

Eis a boa e excelente paternidade,
Não negamos nossa descendência.

Seja riscado da comunidade,
Qualquer homem ou deus,
Que condene o fruto da união
Ou persiga o rito da consumação.

Que a ninguém seja concedido,
Tronar impuro o que é consagrado.

Consagradas estão as vestais,
Como consagrada é a Grande Mãe.

Porque sagrada é a junção,
De homem com mulher,
Do deus com a deusa.

Pois o fruto é a vida
E a vida continua no amor.

Herdade
Hino das descendências aos antepassados

Aqui estamos, guardados,
Protegidos pelo corpo sagrado,
Crescendo, germinando.

Nós somos a seqüência,
A esperança da descendência,
De uma longa e feliz linhagem.

Agora dependemos de cuidados,
Temos muito que aprender.

Para nos tornarmos completos,
Maduros, felizes,
Ensine a mãe ao filho
Como tocar uma mulher;
Ensine o pai à filha,
Como resistir e ceder.

Tendo cuidado de nossa infância,
Não cobiçaremos, dividiremos;
Não roubaremos, repartiremos;
Não violentaremos, compartilharemos,
Assim a lei é mantida
E o ciclo continua.

Herança
Hino dos antepassados às descendências

Bendita seja a renovação!
Que venham as brisas da mudança,
Que vicejem os brotos da ousadia.

Bendita fúria sagrada,
Venham os jovens e sua revolução,
Para que se aplique a evolução.
Conquistem seu espaço e lembrem.
Que nós também tivemos nosso tempo
E muitos mais antes.
Que não nos abandone na velhice,
Como nós não lhes faltamos na infância.

Da mesma forma
Que recebem e aprimoram
Tão antiga herança,
Reavivem em nós
A graça da nova experiência
E refresquem nossos sentidos.

Vocês tem o frescor e a ansiedade,
Nós temos a técnica e a paciência.

No templo sagrado,
Não há sentido a idade,
Nem tem lugar a consangüinidade,
Somos todos um e o mesmo.

A regra é o amor,
A união é a forma,
O prazer é tudo.

Doutrina
Hino dos deuses aos pais e filhos

Em espirito, somos criados;
Em carne, somos nascidos.

Nem a carne pesa ao espirito,
Nem o espirito oprime a carne.

Não existe separação ou rejeição,
Dos deuses vem o exemplo,
Que o sagrado é a convivência
E a lei é o Amor.

A idade não concede precedência,
Nem implica obediência,
Laços consangüíneos perdem
Contra os laços da união.

A posição pouco importa
Nesse esporte sagrado.

Que se una sem restrições
O novo e o velho;
O esquerdo e o direito;
O sombrio e luminoso;
O humano e o divino.

Foto de InSaNnA

Minhas palavras

Preciso escrever o que sinto,
E é nesse momento puro,
que solto a alma..
liberto todos os sentimentos,
Sinto a vida tão calma..
Absolvo-me...
_______________________
Minhas palavras nascem desorientadas,
tolas,
de rimas desorganizadas,
mas,elas nascem..
e sobrevivem .
mesmo com a escassez da esperanca..
elas lutam para me salvar
Escrever, é uma boa terapia..
Um bom desabafo..
E assim,sigo em frente,
carregando a minha ousadia,
E escrevo,escrevo..
Sem cansar..
Escrevo a minha vida
as vezes,tão complicada
escrevo outras vidas..
escrevo meus desejos..
Me entrego de corpo e alma!!
abandono as minhas sombras,
Não disfarco bem os meus medos..
E é essa carência dando uma de poeta..
quer ajuda..
Ninguem atende ao meu chamado..
cansaram de ouvir-me
mas,talvez leiem,
é uma chance..
agarro-me à ela..
Quero que sintam,
a minha vida,verso a verso
Não é pedir demais..
Pode ser,que isso evite,
uma nova ferida..
Nesse ser que escreve...
O que sua alma,
dita..

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