Nervosismo

Foto de Bruno Silvano

O olhar de uma estrela

“Estrelas, para muitos apenas mais uma grande esfera luminosa sem vida e sem importância. Ao olhar da astronomia um grande astro celeste, de incomparáveis magnitudes, altitudes, diversidades. Muito valorizada pelos astrônomos, podem simbólica e afetivamente representar algo muito importante, bonito e necessário em nossa vida” Foi isso que me chamou atenção no livro.
Para mim não era diferente, era um garoto sonhador, no apogeu da adolescência, minhas expectativas para o futuro eram todas voltadas aos céus, sonhava em ser astrônomo, não importava a que patamar de fama, ou até onde eu seria reconhecido, mas tudo que queria era poder estar dentro daquele mundo de astros, que mesmo sendo apenas um sonho me sentia fazendo parte disso. Vinha de uma família de classe media baixa, uma grande parte da minha infância foi marcada pelas dificuldades, que apesar de serem imensas, nunca tiravam o sorriso do meu rosto.
Era uma noite, não como outra qualquer, era fria, caia aquela chuva fina que passavam pelas gretas do telhado e encharcavam tudo minha cama, a casa só tinha 2 quartos e o jeito era me refugiar no quarto de meus pais. Estava sozinho em casa meu pai havia ido trabalhar como de costume, ele era mineiro e seu turno era na madrugada, minha mãe havia saído as pressas para algum lugar, sem me especificar para onde.
O vento gelado começou a soar ainda mais forte, formando um barulho amedrontador que dava a impressão de arrancar a casa do lugar, o clima ao meu redor começou a ficar pesado, escutei gritos e tiros na parte de fora da casa, corri e me escondi em baixo da cama. A energia havia caído e fiquei iluminado somente pela luz das estrelas e da lua. Passei a observa-las com intensidade, nunca havia me encantado tanto com uma estrela, talvez o medo dos tiros e o nervosismo me fizeram ver coisas, era acostumado a ter observações noturnas no céu, mas nunca havia me deparado com aquela constelação, era muito diferente das outras, era formada por estrelas de grandes magnitudes e parecia formar um diamante e dentro dele parecia estar escrito “Júlia”. Meus olhares se prenderam a aquele lugar, cada vez ia ficando mais lindo e aquilo me acalmou. Continuei por ali e acabei pegando no sono.
Estava encantado com o que acabará de ver, era uma visão perfeita e aquilo me induziu a ter um belo sonho. Era metade da madrugada continuava ali intacto observando-a, não tinha certeza se fazia parte do sonho ou se era realidade, mas nem queria saber, apenas não fiz movimentos bruscos para que aquilo não acabasse. A estrela parecia estar cada vez mais perto, era como um pingo de luz com vida propria, soltava perfume de flor, parecia muito com o de uma dama da noite, era muito cheirosa, dali foi se criando uma mulher, não era muita alta, não emitia nenhum som, mas sua presença deixava um ar de suavidade no lugar, parecia uma deusa. Não permaneceu ali por muito tempo, logo foi embora.
Não tinha certeza se havia sido um sonho, mas no outro dia quando amanheceu brotou ali 3 lindas flores e a guria havia perdido ali um colar de diamantes que por coincidência estava escrito “Julia”.
Mais tarde havia recebido a noticia de que minha mãe havia sido assassinada durante a madrugada, mal pude permanecer em pé. Foi a ultima das quedas que tive. Eu e meu pai tivemos que ir para outra cidade, longe daquele que trazia fortes lembranças de minha mãe. Depois desse dia nunca mais fui o mesmo, jamais havia aberto um sorriso.
A partir daí nunca mais vi aquela misteriosa garota dos meus sonhos, e muito menos visto a constelação de “Júlia”.
Os dias foram passando, passará horas e horas estudando para a faculdade, em qualquer livro ou explicações de professores, não era relatado não sobre aquela constelação, me pergunta se havia aparecido para a outras pessoas e me sentia honrado por até o momento ter aparecido exclusivamente para mim.
A base de muito estudo, ingressei em uma universidade de astronomia, em porto alegre. Havia guardado comigo aquele colar de diamantes que ela esqueceu em meu quarto, todas as noites me perguntara quem era ela, o porque deixará aquele colar comigo, e porque apenas eu avistei aquela constelação. A cada indagação surgia ainda mais duvidas. Desde o falecimento de minha mãe passará a pensar sozinho em voz baixa, até que o barulho da campainha me tirou da transe de meus pensamentos, era uma colega de faculdade, nunca a havia visto, mas logo a reconheci, pensei estar sonhando novamente, mais o colar de diamantes começaram a brilhar em sua presença, não sei se seu nome era Júlia, mas como no sonho estava linda, ela havia vindo atrás de seu colar, também não sei como sabia que ele estaria ali, mas fui recompensado por ter cuidado daquilo com um dos melhores abraços que já tive ganhado. Mas como no sonho foi embora rapidamente, sem se quer dizer o seu nome.
Fiquei ainda mais confuso, mas a noite passará rapidamente e já era hora de ir para a faculdade, era o primeiro dia, cheguei ainda com olheiras na sala de aula. Era palestra com um astrônomo renomeado, um dos meus maiores ídolos. Peguei a caneta para assinar presença, logo surgiu uma mão apreçada que a pegou antes que eu, assinou em “Júlia” e saiu rapidamente, olhei para trás e vi em seu olhar o brilho de uma estrela, não demorei pra perceber que deveria correr atrás, antes que ela desaparecesse novamente.

Bruno Silvano

Foto de Rute Mesquita

VIAGEM

Sentada com o sol poente imagino-te em viagem… baloiçando os pés, tento despistar este nervosismo, em contornos de uma ansiedade que me esmiúça, encontro-me envolvida em pensamentos… e pouco tenho para imaginar. A nossa ligação forte faz-me chegar até ti e sentir-te.

Olhando o sol que se despede de mim e o céu a decompor-se em tons laranjas avermelhados, brotam-me as saudades pelos vales do meu corpo, pelas fossas das minhas experiências, pela minha pele ainda jovem que se arrepia por vasculhar sozinha, este manto extenso, diante os meus olhos.

Em viagem estás meu amor, enquanto desabafo e me pinto deste céu malhado de tecidos aquecidos.
Fecho os olhos, num respirar profundo, abraço-me fazendo do meu braço esquerdo, o meu cachecol. Aquele teu mimo… ainda te lembras? O afago que de longe me mandaste ao vento, quando a palavra ‘distancia’ ainda tinha uns quilómetros acrescidos pelo nosso querer faminto.

Deixando-me levitar pelos momentos que visiono sem ver, pelos sentires que sinto intensamente, sem sentir (literalmente), recordando-me e alegrando-me por ser eu, uma das tuas viagens favoritas e habituais vejo-te, sem que nunca cesses, num dedilhar delicado, tocando as minhas veias de aprendiz, como se de uma linda e melodiosa harpa se tratassem. Sinto-te soprar o meu coração, enchendo-o do teu ar puro, fá-lo bombardear, fá-lo executar a sua função, mas mais que toda a complexidade do meu ser (humano), fazes-me viver assim, desta forma tão viva, tão humana. Fazendo de mim deusa, sereia ou qualquer outra figura mitológica, lanças-me a este mar imenso de sonhos.

Hoje, na tua ausência, adormeço assim que a lua me inunde com a sua luz de neve, numa brisa suave que me fará encolher e dormitar aconchegada. Adormeço sem pressas de acordar… dormirei sem que o tempo me seja uma preocupação tentadora e para esta viagem paralela à tua, trago todos os meus projectos de vida a teu lado para a nossa realidade e vivo-os por intensos momentos, quando sem dar por isso, regressas em passos de veludo, para me acordar com beijos suaves e sussurrares angelicais.

Foto de Rute Mesquita

O quarto interdito

O silêncio profundo,
de um quarto sombrio,
que muito deixa a desejar,
atrai-me por sentir que é interdito.

O meu Mundo,
agora pulsa como o correr de um rio,
soluça ao respirar,
e é este o seu repito.

Aproximo-me daquela ombreira,
os meus passos fazem o chão gritar,
sinto-me transpirar,
como se estivesse ao abrigar de uma lareira.

O mistério mantém-se,
o meu trémulo aumenta,
O meu medo contem-se,
mas, a minha alma o alimenta.

O nervosismo censura,
aquela escuridão está prestes a domar-me,
e eu só peço que atrás daquela porta exista uma ferradura,
que se perdida, irá proclamar-me.
Um pedaço daquele chão que ruge,
caiu mesmo debaixo dos meus pés,
estive à beira do abismo,
ao olhar a palavra ‘puxe’
e ao hesitar a sílaba ‘Rés’.

Tenho uma mão transpirada sobre a maçaneta,
e na outra, o coração
imagino qual será a minha vinheta,
nesta minha aterrorizarão.

Entrei de pé direito
e sinto um vazio enorme…
o meu coração agora chora encostado a meu peito,
pedindo que não me conforme.

Este era o quarto da minha outra parte…
ele não está… nem mesmo a sua sombra…
Aqui caio moribunda nesta arte,
o único apoio que me sobra…

O que mais preciso dizer?
Lágrimas inundarão este quarto,
já nada tenho a perder…
daqui já não parto.

Foto de Odir Milanez da Cunha

O TREM DO TEMPO - POEMA

O TREM DO TEMPO
Odir, de passagem

O que é tempo, afinal?
Sequência de sombra e luz,
O madeiro de uma cruz
começo, meio e final.
É a história no jornal
que na memória nos vem.
A crença de ir além
desde o tempo de criança,
tendo certa semelhança
com uma viagem de trem.

Começa bem vagaroso,
dos trilhos seguindo a trilha,
depois vai acelerando
até correr à vontade.

Se não quebra ou descarrilha,
vai maquinando a missão.
Estação por estação,
sem cometer desatino,
lá vai o tempo criança
carregado de esperança
rumo às rotas do destino!

Quando chega ao entroncamento,
a rota vai permutando,
vai mudando o pensamento
e a carga, de vez em quando.

O trem agora é capaz
de correr mais livremente.
Ele agora é um rapaz,
tem a vida pela frente.
Leva sonhos de futuro,
leva um pouco de saudade
e, enquanto na vida passa,
dos túneis clareia o escuro
e escurece a claridade
nas cortinas de fumaça.

Lá vai o trem em seu leito
de trilhos presos ao chão.
Ele agora é homem feito
e leva, em cada vagão,
angústias, desilusão,
pressa, preço e qualidade,
nervosismo, ansiedade,
disputa, perda e vitória.
Planos prontos na memória,
a despesa, o capital,
temores de não dar certo...
Vai o trem chegando perto
da estação principal.

Muda o trem de maquinista.
Agora é um homem maduro
que tem pressa no presente
e o presente por futuro!

Da carga que o trem escolta,
já de volta no caminho,
vai de esperança um pouquinho,
vai um vagão de revolta.
Mas leva, noutros vagões,
as emoções, os louvores,
tramas de muitos amores,
prosas, versos e canções,
discursos, loas e chistes,
sentimentos de saudade
dos pensamentos entregues
aos alegres dias tristes,
aos tristes dias alegres!

Chega o trem ao seu final,
sem mais nenhum contratempo.
Um novo apito é o sinal,
aval para o trem do tempo
retomar a sua andança
como se fosse criança:
começando, vagaroso,
dos trilhos seguindo a trilha,
depois vai acelerando
até correr à vontade...

JPessoa/PB

Foto de Gabrielaa

Nosso Lance.

Você foi o meu sonho oculto,o meu desejo profundo.
Eu te avistei ali na multidão e os seus olhos aos meus penetraram.
Meus pensamentos iam e vinham,e num determinado momento suas mãos tocaram as minhas.
Tive vontade de ir ao infinito em fração de segundos,tive vontade de te dar um beijo inesquecível e tive vontade de te agarrar aos meus braços e não soltar mais.
Ah,tu és aquele homem por quem eu esperei.
Senti na flor o cheiro do seu perfume,e vi no céu estrelas que brilhavam como os seus olhos.
Num palpitar,te vejo a seguir,e da minha mão soltastes para então partir.
Sorri de tristeza para não chorar de infelicidade.
Eu sempre sonhei com aquele dia,sempre sonhei com seus beijos,sempre sonhei com os seus abraços e sempre sonhei em te ter.
Sozinha eu estava a me lamentar por um passado bom que iria voltar.
Então,num frio de nervosismo eu te encontro me esperando no final da festa pra gente ficar.

Foto de Diario de uma bruxa

Posso ler sua mente

Posso ler a sua mente
Eu sei o que você esta pensando
Eu conheço os seus desejos
Sei que estou em seus pensamentos

Eu vejo o que você quer
Esta em seus olhos
Esta em sua boca

O seu nervosismo te condena
Cada vez mais
Essa sua mordidinha no canto dos lábios
Mostra-me ainda mais
Que é comigo
Que você deseja estar

Posso ler a sua mente
É a minha imagem que vejo
Quando olho pra você
Posso ver
Sou eu em seu pensamento.

Poema as Bruxas

Foto de Jonas Melo

QUANDO NOS ENCONTRAMOS

QUANDO NOS ENCONTRAMOS

Quando nos encontramos o tempo parou para nós

O teu sorriso acompanhado do meu nervosismo foi o que fez o tempo parar

Tudo foi maravilhoso, teus beijos tímidos e logo avassaladores

Simplesmente fizeram meu corpo reviver lembranças de outrora...

Tuas mãos acariciaram-me como há muito tempo meu corpo não vivia

O teu desejo falou mais alto que tua razão...

E num piscar de olhos, estávamos nós, como viemos ao mundo

Beijos lascivos e avassaladores deixavam aflorar nosso amor

Vivido em um passado não tão distante

A loucura despertou de um momento adormecido

E nos amamos como nenhum mortal é capaz de amar

Se não souber o verdadeiro valor de conjugar o verbo amar.

Jonas Melo !

Foto de Jonas Melo

MEDO

MEDO

Sentimento esquisito

Que nos deixa aflito...

O qual muitas vezes se personifica...

Grito de dor

Grito de amor

Grito de jaz

Grito de paz

O medo sempre traz seus irmãos: nervosismo, insegurança...

Mas o mesmo sempre é vencido pela esperança

Afinal a esperança é a última que foge

A fé sim, é a última que morre.

Jonas Melo !

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"QUANDO TUDO PARECE ESTAR ESCRITO"

“QUANDO TUDO PARECE ESTAR ESCRITO”

Tudo tem um sabor nostalgico...
As manhas cinzentas...
As noites calmas...
As madrugadas silenciosas...
E o entendimento da alma!!!

Tudo tem um sabor nostálgico...
A aflição do ansioso...
O nervosismo do incrédulo...
A perplexidade do cético...
E a ignorância do tosco!!!

Tudo tem um sabor nostálgico...
As musicas repetidas...
As palavras em tom uníssono...
Os contratempos da vida...
Do despertar até a hora do sono!!!

Tudo tem um sabor nostálgico...
A palavra não ouvida...
A indagação silenciosa...
Os mistérios da vida...
E a certeza duvidosa!!!

Tudo tem um sabor nostálgico...
A não aceitação ante a morte...
A peculiaridade de cada um...
O estigma da sorte...
A abundancia e o jejum!!!

Tudo tem um sabor nostálgico!!!

Foto de Jeff.YM

sei que quando canto tu podes me escutar...

Espero algum dia poder dizer a mim mesmo que estou tranqüilo com as coisas que desejo. Quero um dia parar no meio da noite pra pensar e perceber que estou suficientemente lúcido para ordenar os meus objetivos e minha trajetória.

Há tantas coisas que me confundem, que ora me dão certezas, ora incertezas. Situações, percepções, interjeições que me fazem parecer um louco querendo viver.

Querer viver eu quero, mas será que essa loucura faz parte do "meu" prefácio? Tive dúvidas, acabei com elas. Sucumbi em preocupação, nervosismo, sentimentos tristes. Demorou até que percebi que não era o que eu queria no momento. As coisas passaram. Passei a viver outro mundo, outro hemisfério, tão próximo quanto poderia ser...

Eu estou feliz, muito mais do que pensei que poderia um dia estar. Mas assim, tão perto e tão longe... o maior problema nisso é que não posso dizer a ninguém o que penso, o que sinto, pois eu estaria me expondo de uma forma anormal, estaria dando aos outros motivos para me destruírem mentalmente, pra me esfolarem pelos olhos num círculo perfeito de acusações.

Eu posso mesmo estar infringindo algumas das leis naturais de todas as coisas, mas é pertinente a mim estar sempre atento aos pensamentos e a todas as minúcias de meus lapsos comportamentais. Sou indicador de meus próprios problemas.

Queria poder dizer-te que estou livre de todas as lembranças, mas estaria sendo um mentiroso. Tendemos a criar fábulas acerca de nosso passado... a minha teria um início melancólico, um meio entristecedor e um final trágico.

De tudo o que eu viver, não sairá da minha cabeça... a segurança, o conforto, o olhar...

cedo ou tarde...

Páginas

Subscrever Nervosismo

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma