Música

Foto de NiKKo

Meu lamento

Escondida na penumbra de uma sala
Olho a noite fria e adormecida
Lá fora somente o vento se move,
Calando a minha voz e sangrando velha ferida.

Deixo que uma música suave ocupe o ar do ambiente
Na inútil tentativa de acalmar meu coração.
Inutilmente quero que os acordes da musica
Entorpeçam a minha mente, roubando me a razão.

Nas minhas mãos um copo de vinho
Quando levado aos lábios parecem tremer.
Pois é como um brinde feito a angustia
Marcando o presente por não lhe ter.

Em silencio lagrimas correm por meu rosto
e acaba misturando no vinho seu sabor
Tornando-o uma bebida de gosto diferenciada
“Uvas batizadas em minha dor”.

Eu me pergunto sem obter a resposta
Qual a razão para esse sofrimento atroz
Será que nessa noite fria, solitária e vazia.
Você seria capaz de ouvir minha voz?

Isso na verdade não importa agora
Pois meus sentidos estão todos em frangalhos
Meu coração nada mais é do que uma flor perfumada
Mas que jaz pendurada, morta em seu galho.

Se nesta hora se os deuses ouvissem meu lamento
Com certeza iriam de mim se apiedar
Talvez me roubassem as asas dos sonhos
E me fizessem na pira do esquecimento me aconchegar.

E ali envolta no fogo da solidão eterna
Encontrasse o abrigo distante da minha dor
Talvez um dia eu renascesse dessas cinzas
Banhadas em lagrimas de ouro derretidas no amor.

Foto de JGMOREIRA

FUGA Nº 1

FUGA Nº 1

Não tenho mais como me esconder
Todas as portas estão fechadas
Todas as luzes apagadas
Restando apenas esse clarão dos teus olhos
Alumiando meus suores na madrugada.

Todas os lugares são descobertos
Todos os dias decupados
Para o grande espetáculo.
Cerro os punhos com ódio
E amo em desespero alucinado.

Nada consegue separar minha vida
Das tuas lembranças.
Já fiz de tudo para esquecer
E continuo amando apesar de tudo
Embora odeie viver dentro do túmulo.

Abro a janela para a chuva de repente
Ameaço uma música antiga
Falando do paraíso
Derroto uma tristeza nociva
Embargo teu nome reptício.

Todas as ruas vão ao mar neste lugar
Os dias alimentam-se de tempo
As noites recolhem os meninos
Todas as minhas horas são nominadas
Todos os dias por ti contaminados

Não tenho como me esconder
Todas as fugas foram tentadas
Resta-me, apenas, esse alarde
Essa derrota, esse fingimento
De lembrança o que é sofrimento.

Foto de JGMOREIRA

CÂNTICOS

CÂNTICOS

És bela, Amada pela minha alma
Como o sol afastando a madrugada.
Teus olhos são frescas paragens
Abrigando os meus da vida voragem.

Teus lábios são fontes murmurantes
Que matam a sede dos meus, ofegantes
Beija-me e embriaga meu coração
Com o licor da tua boca em profusão.

Formosa és entre as mais belas
Reconheço-te entre todas elas;
estando entre mil, quando passas
meu coração desperta e dispara.

Passa o tempo; muda a estação.
A natureza doa flores em admiração.
Teus seios são taças macias
Que me saciarão ao findar o dia.

Tua pele agradável como o linho
Tua cor deslumbra o peregrino
Abundante é o mel que alivia
Que sorvo desejoso da tua delícia.

Tua palavra doce acalanta
Tua voz é flauta que encanta
Ergo-me mais homem a cada dia
Que teus amores são puros, amada minha

Quisera fosses minha irmã, amada
Para desde antes termos as mãos dadas
Desde o primeiro dia da tua vida
Estarias entre meus braços protegida

A mão esquerda te apoiaria a cabeça
Para que te abraçasse a direita
Envolvendo teu corpo nos braços meus
Sou um homem que chega a Deus.

Deleito-me ao ver-te preparando o leito
Perfumando-o com aromas perfeitos
Para transformar a noite do nosso amor
Em palácio de ouro, puro esplendor.

Teu ventre é obra de mão apaixonada
Tuas pernas duas torres cinzeladas
Que guardam arca de rico tesouro
Que será entregue ao amado venturoso

Vem, amada minha, apressa teu passo
Que minha alma ressente-se sem teu abraço.
Acolhe-me em teu colo e apascenta
Ouve a melodia do coração na tua presença.

Amada minha, amiga fiel, irmã querida
Aceita o presente dos meus dias de vida
Afasta de mim os males da alma dos tristes
Salva-me com o amor que só em ti existe.

Sela meu coração com teus lábios
Ampara-me quando, triste, caio.
Leva-me ao leito que preparastes
Para com teu amor o desfrutasse.

És a flor banhada pelo orvalho
Quando ouço tua voz me calo
Música encantando a cotovia
Esta mulher, amada da alma minha.

Foto de HELDER-DUARTE

Menino

Menino

MENINO
Menino, menino!
Dorme meu filho,
Nesse teu sono, tranquílo
De pequenino...

Dorme, dorme criança!
Nessa tua infância...
Dorme! Porque o vento, ainda não sopra.
Só o rouxinol, música sua, toca.

E quando fores homem,
Sê menino, ainda,
Nesse estado de ordem...

Ouve música d´arpa!
Por campos, verdes, faz tua saída!
Continua, brincando na neve alva!

HELDER DUARTE

Foto de Ezequiel-Mano

Adeus!

__Tenho amor mas não consigo declarar
__Ah! Que faço eu? Se me declaro, posso não ter de volta o que tanto espero...
__Criei coragem, mergulhei com exagero!
__Quanto tempo com alguém, e agora o fim... o desespero!
__Contudo, não sabe o poeta que este amor que espera retorno é "condicional"?
__O frio e o morno não serve, tão somente o que ferve de um pequeno forno..."coração"!
__O que faltou? Cultura para entender meu amor; escrito em versos, em prosa, em música, dito em palavras, exposto na rádio??
__Não... O que lhe falta é sensibilidade para ver meu amor nas minhas ações.
__Se, tudo que fiz para bem lhe fazer, atingiu tal objetivo; sou feliz e faço este, um momento decisivo.
__Quer liberdade,é porque já sabe se cuidar... Então, agora, cuide- se bem, por quanto, não terá você um "bem" para cuidar- lhe como eu sempre cuidei...
__Por favor, não se lembre de mim nem por um instante pois, não fará diferença... Não saberei e não terá a quem dizer...
__Como eu quis ser correspondido... Como lhe faltou para me fartar!
__Hoje aprendi outra lição:" Tenho tudo mas não sou dono de nada...outros não tem nada e pensam ser dono de tudo!"
Um dia, com poesia, ao poeta se rendeu... Após quinze anos... A carta de alforria segue, com nostalgia acompanhada do "adeus"!

Foto de Izaura N. Soares

Acorda Amor

Acorda amor...
Quero olhar pra você...
Quero acariciar teu rosto, te beijar,
Cantar sua música preferida.
Acorda amor... O dia já amanheceu!
Abraça-me com carinho..
Pois preciso de você.
Te quero como nunca quis alguém
Em minha vida.
Te sinto tão cansado,
Vou ficar pertinho de você
Abraça-me com ternura...
Eu espero você acordar.
Ah, amor! Enquanto você não acorda,
Eu olho pra você e sinto meu corpo
Queimar de desejos...
Sem que eu perceba, minhas mãos
Tocam o seu corpo,
Acaricio seus olhos com meus beijos...
Dorme amor, você dorme tão
Serenamente que agora não
Quero mais te acordar.
Quero te amar silenciosamente,
Entrar nos seus sonhos para reviver
Os momentos felizes que vivemos
Abraça-me com teu calor, me faz
Adormecer em seu braços
Para eu poder te amar... E sonhar
Com seu amor... Acorda amor!

Foto de Hisalena

Cartas de Amor

Há uma música que diz que todas as cartas de amor são ridículas ou não seriam cartas de amor... talvez seja verdade, mas também é verdade que não me importava de Ter uma gaveta cheia delas.
Afinal o que há de ridículo nas cartas de amor? Se alguma vez tivesse recebido alguma talvez soubesse responder...mas assim...
O certo é que na era dos e-mails, dos sms e mms as cartas já são vistas como uma espécie de dinossauro da comunicação, será justo supor que desse ponto de vista as cartas de amor sejam realmente ridículas.
Mas bem vistas as coisas uma carta é uma carta...tem corpo, tem forma, tem alma, tem cheiro, tem força e tem uma magia muito especial... será deste ponto de vista justo deduzir que uma carta de amor é um tesouro... raro, afinal só quem teve um grande e verdadeiro amor deve Ter no seu baú de recordações um envelope amarelecido pelo tempo dentro do qual repousam eternamente as mais belas palavras que um coração apaixonado poderá Ter dito...
Ridículas? Talvez... mas que me importava a mim que me chamassem ridícula...se por um momento pudesse sentir essa catadupa de sensações que uma carta de amor provoca...suponho eu...
Afinal e a bem da verdade somos todos progressistas, pró-modernistas a favor do desenvolvimento e das novas formas de comunicação mas no fundo, no fundo quem não gostava de receber uma carta de amor? Mesmo dessas ridículas de que toda a gente fala...
Ah! Eu não me importava de ser uma romântica ridícula e receber cartas de amor ridículas...
E vocês... digam lá a verdade, não gostavam de receber uma carta de amor?

Foto de Marta Peres

Versos, Nada Mais

A primeira vez que eu lhe vi,
Pode ter certeza
Quase morri,
você ali tão perto
e ao mesmo tempo tão longe...

A segunda vez que lhe vi,
foi quando morri
E
você não estava por perto.

Nem vela foi preciso,
Os vaga-lumes teimavam em acender
Um ou outro verso,
E fora de mim, tudo seguia a fria rotina.

A terceira vez que lhe vi,
Desejei que chegasse de repente,
Espantasse os encantos, quebrasse copos
E me amasse em lençóis de areia.

Nada disso aconteceu,
você não me tomou como vinho
nem me espalhou como cartas na mesa,
nem como seu pão, se fartou.

Foi apenas sonho,
Nem como sua música embriagante
Dançando nua e você pegando meus pedaços,
Sem culpa, no arco íris da rua eu lhe vi.
Marta Peres

Foto de Marta Peres

Dança do Amor

Lentamente...como um sonho
Vejo seu vulto chegar de algum lugar
Pleno de magias...um olhar sorrateiro
Envolto por luzes de divinas cores,
Um corpo que transcende do nada
Para despertar manhãs em êxtase
Arrebatar tristezas...
Seu rosto másculo...puro
Amor que invade min'alma
trazendo poesia!

Se faz presente, no olhar
na boca, nos lábios que sonho beijar
pela magia construída por mãos sensíveis
Com um jeito sensual que aos poucos vai
entrando, impregnando pela canção...

Ah! música dos deuses,
parece ter sido feita para embalar meus sonhos,
a doçura, o aconchego de quem ousa
mostrar o belo sem vulgaridade...

Lá vejo o vulto que cresce
sei que é meu, é belo, é suave, é puro.
A música cresce numa magia,
e vai crescendo...já é noite,
Um convite para dançar,valsar
por dentre nuvens, sonhar...
e se perder em ilusões!
Marta Peres

Foto de Marta Peres

Flor Azul

Ouvindo música suave em virtola antiga
Lembrei-me de ti Flor Azul!

Era calma e mansa como penso que és,
De rosas e mais rosas senti suave perfume,
Ao pensar de ti.

Caminhavas em dia de sol lindo e ardente,
e tua imagem loura, ariana, encheu meu olhar
e o azul do céu em ti me confundiu a visão.
Estavas bela em teu traje azul.

Vi desabrochar botão azul da Flor Azul
E doces sentimentos nasceram na alma,
Eras bela e mais bela era a alma...

Pelo semblante notei que sonhavas,
a vitrola entoando suave melodia
dedilhava som inebriante,
emanando em teu coração o sonho.

Dores, amores, lembranças doces
Falavam na mulher e Flor Azul
E a viola chorava na vitrola
Feliz ao falar na mulher, amor e Flor.

Marta Peres

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