Mundo

O negrusco acastanhado dos teus faróis naufragam-me o mundo na praia branca e fina de tua pele.
Alvorecer no rubor de tua face é contemplar deitado no desejo e chama do refúgio de teus lábios.
Agasalhar-me na macieza de tua carne
é sentir na palma das mãos as mudas de plumagem alva ,como quem sente as flores de pessegueiro molhadas por uma chuva fina à tarde quente.
Orvalhadas por ti ,sol.
A aragem de teu ofegar, o relento da noite, me acalenta.
Me sangram as pérolas de tua boca,
me cravam como raízes.
Tu videira me sorve.
Me envelhece em ti meu carvalho,
apura-me com o aroma de tuas florestas de ébano, com o vestígio do mel delas, o leite de teus montes, o pão de tua cintura e o calor a cada gole das grutas de nascente morna e nevoada.
Chama-me com o tremular de teu dorso desfolhado.
Chama-me com o escorrer das nascentes por teus vales intactos.
Eu como uma brisa gélida soprando ao leito, hei de criar em ti outono e ti eriçar a relva das margens.
Paraíso inexplorado.
Vem, me toma Ártemis .
Me ensina a matar-te animal lascivo, coisa arisca.
Me faz querer tua carne. Eu sou só fome em ti.
Ti faz riacho, me mata a cede.
Estremece em meu mergulho e me deixa,
em queda, percorrer-te em vinco.
Teu olhar é mar cálido, escuro destas partes do oceano.
Vulcão. Floresta úmida quente, tropical.
Solo profundo: branco, roxo, vermelho, dor. Fértil.
É doce na aragem do porto de teus faróis ao alvorecer.
E salgado são os deltas de teus vales no fluir das termas .
A concha do oceano ti traz Afrodite em tua alvura.
Toque de carne de ostra, sabor de mar,
cor de papoula, brisa de oceano em revolta.
Anseio por ti cercar, abater-te, ti esquartejar com os olhos.
Ti devorar as partes. O celeiro de tuas pernas, a cana de teus lábios,o leite de teus montes.
Conheço os todos. Habito-os, alimento me deles.
Os faço vermelhos e em brasa os devoro.
Labareda que me arde em ti.
Me comprime em teu vale, me torna ecoar em tuas montanhas.
Meu brado em ti é suplica.
Meu gemido em ti, ilha minha, deleite.
Como resistir à tuas frutas?
Como fugir da terra tua, mana, leite e mel?
Fome é de trôpego em tuas montanhas, é de arrastar-se em tua relva.
Perscrutar-te o delta em teu oceano, canto a canto.
E morrer em teu canto é ficar exausto em ti.
Saciar a cede de ti é ti fazer morada,
descansar nas castanheiras de teus cabelos.
Viver é ti mapear todo o solo, a alvura de todas as praias, as águas mornas do oceano à margem de teu bosque ebâneo.
Ti possuir é desejar matar-se sempre em ti.

Tu sabes…
Sabes que te amo, que o meu maior sonho és tu… sabes porque te digo todos os dias. Sabes que te pertenço, que desejo ficar contigo para sempre, que és o rapaz da minha vida, o que me mantém acordada, o que me dá força para me levantar quando caio. Sabes que anseio pelos teus beijos, pelo teu toque… tu sabes, mas sinto que o devo repetir vezes sem conta.
Tenho medo…
Tenho medo de te perder, que me troques, que me deixes… tenho medo de um dia acordar e ver que já não estás ao meu lado. Tenho medo da palavra “acabou”, da frase “já não te amo”… tenho medo que tudo desabe… o meu maior medo…
Por mais que tente não pensar, quero…
Quero um futuro a teu lado, um cantinho só nosso, virado para uma janela de sonhos. Quero filhos, uma casa, uma vida desejada desde há muito. Quero esse olhar sempre assim, doce, de amor… quero fazer-te feliz, dar-te um mundo perfeito…
Então, fica…
Fica, meu amor, fica comigo, para sempre…

O que acontece no meu mundo é que meu sentimento por você é muito profundo, mas ter que esquecer é enfrentar de perto o furacão descendo para a desilusão. Um dia ainda vou ser capaz de deixar de lado o que fere drasticamente e deixar de ser oprimido contristado...
Quando nem vejo já fizemos outro momento, inexplicavelmente invade minha mente, solenemente invade o coração da gente, o homem é feliz quando não tem tantas confusões como eu tenho na cabeça, tenho que resistir muito antes que eu enlouqueça.
A minha noite transforma meus olhos e vão refletindo a escuridão, a visão vai direto para o coração.
Como vai ser quando eu sair da sua vida? O que vai fazer se sou seu guia, seu caminho, sua forma especial de existir mas não é o que quero pra mim, nunca quis o que nos pegou de surpresa, o amor veio como em uma bandeja sobre a mesa, as vezes eu sumo, as vezes vou para outros lugares, as vezes não estou em mim, não estou no sentimento profundo, mas quando estamos juntos tenho que amar, tenho que dar amor, Um dia ainda vou ser capaz de deixar de lado o que fere drasticamente e deixar de ser oprimido contristado...
Paulo Zamora- 04/01/2006

Eu amo,
Adoro o mar,
As nuvens,
O sol,
Tua cara envergonhada perante ele,
Tua duçura expressa em palavras,
Os amigos que nos acompanham nesta tarefa,
Enfim!
Eu amo a vida,
O mundo e a verdade.
Principalmente a tua,
Contada na primeira pessoa,
Sem enfeites,
Sem rodeios,
Quero saber na verdade quem tu és,
Teus pensamentos,
Tuas perguntas,
Teus desejos mais intimos.