Matizes do amarelo atrás das montanhas.
Os Dois Irmãos espreitam mudos o solenes.
É o dia que finda, levando embora a luz do sol e trazendo a noite fria e solitária de Ipanema.
A solidão nem sempre é má. Às vezes nos reaproxima de nós mesmos. Vemos dentro.
Reflexão. Paz. Silêncio...
(E a luz se esvaindo...)
Num canto qualquer, crianças gritam,
No céu, pássaros ainda voam
E na cabeça, pensamentos correm, saltam, e pairam. Estagnados até tornarem-se certezas.
Frivolidades ou decisões vitais: Todos juntos ao som da música que não pára de se repetir, hora perceptível, noutra não mais, até se fazer ouvir novamente.
Nuvens riscam o céu, trazidas pelo vento da noite, mas ainda refletindo os resquícios daqueles matizes que, suavemente, ao longe, se vão apagando...
Nada substitui a luz do sol, que clareia pensamentos e caminhos.
Nada substitui a companhia de nós mesmos. Interlocutores da alma.
Os mais sinceros.
É noite.