Minutos

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BEIJO

“ O melhor beijo é o beijo desejado,
o beijo que me completa,
o beijo da minha forma adequada,
o beijo com o sabor de desejo,
na flor da minha pele,
o beijo da minha vontade,
o beijo que faz o meu pensamento,
o beijo que faz a minha boca e meu corpo querer um novo beijo outra vez e mais outra vez.
O melhor beijo é o beijo sem tempo,
o beijo de longa duração ou de pouca duração,
um beijo de vinte segundos ou de vinte minutos,
isto não importa.
O tempo não conta,
enquanto se beija, o tempo para, o tempo freia.
E nesta inércia do tempo,
só sinto a louca vontade do outro.
Sinto a outra língua que de encontro,
com a minha faz um passeio suave e excitante umedecendo minha alma.
Sinto a língua que viaja dos dentes ao céu da boca.
Sinto a língua que acarinha os meus lábios. A língua e a língua...
A língua que me roça,
Que me percorre, que me navega e que me lambe...
O melhor beijo é o beijo em que a língua faz o beijo e o beijo faz o sexo ”
Euler de Moura Câmara

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UM MENINO NUM JOGO DE INTERESSE

UM MENINO NUM JOGO DE INTERESSE

Em época não muito distante, duas mulheres se encontram na maternidade de um hospital.
Joelma chega de uma cidade do interior e é internada, pois estava próximo o dia em que deveria dar a luz a uma criança. Lúcia, a enfermeira que atendeu Joelma sentiu naquele momento uma sensação estranha que nem sabia explicar.
- Qual é o seu nome?
- Joelma, Cláudia da Silva.
- Solteira ou casada?
- Solteira.
- É o seu primeiro parto?
- Sim.
- De onde é natural?
- Carminha.
- A que município pertence essa localidade?
- Canto Novo em Santa Catarina.
- Tem algum plano de saúde?
- Não tenho, vim encaminhada pelo SUS, meu parto pode ser difícil por esse motivo fui encaminhada para uma maternidade que tenha mais recurso.
Carminha fica no interior do estado sem qualquer recurso, nem Posto de Saúde existe naquele ermo sertão.
Fez o prontuário da futura mamãe e encaminhou a mesma para o setor de internação da maternidade.
Logo em seguida fez o relatório da situação da paciente, nos mínimos detalhes para ser entregue ao ginecologista de plantão daquele dia.
- Doutor a paciente vem do interior do estado, cuja localidade não tem condições de atender em caso de um parto difícil, o médico da cidade encaminhou a mesma para um hospital que tenha mais recursos.
- Você trouxe roupas para usar aqui na maternidade?
- Não, só trouxe comigo roupas que vim vestida e uma outra para quando retornar como também para o bebê, já tinham me informado que aqui na maternidade as roupas de uso durante a internação são fornecidas pela maternidade.
- Nem sei bem porque a maternidade fornece as roupas?
- Aqui temos os mais rigorosos controles de infecção hospitalar, para garantir a saúde da mãe e do bebê.
A enfermeira da ala de internação da maternidade recebeu Joelma, anotou seus dados levando-a ao quarto indicando a cama que por ela seria ocupada, mostrou o local onde ficava o botão para acionar a campainha em caso de emergência.
Joelma levava consigo somente as roupinhas para o futuro bebê, que ficaram guardadas no setor de internação.
As roupas para seu uso, bem como para o futuro bebê eram fornecidas pela maternidade, com isso evitaria o problema de infecção hospitalar. A maternidade tinha um bom conceito em relação ao problema citado.
Mais tarde, Lúcia a enfermeira plantonista, que recebeu Joelma foi até o quarto, para saber se tudo estava em ordem.
Ela ainda estava impressionada com o que tinha acontecido quando da chegada de Joelma, pergunta:
- Está bem acomodada não falta nada para você? Estava preocupada, pensei que não tivesse um bom atendimento, muitas pessoas que chegam do interior são relegadas a um segundo plano no atendimento.
- Até parece que seu relato mostra que o atendimento pelo Sistema Único de Saúde deixa algo a desejar.
Despediu-se de Joelma dizendo:
- Se necessitar de alguma coisa durante sua estadia aqui na maternidade, peça para a enfermeira de plantão me chamar, meu nome é enfermeira Lúcia, meu plantão está no fim logo eu retorno para casa, até amanhã.
E Joelma responde:
- Até amanhã e bom descanso.
Lúcia chega ao final do seu turno de trabalho, bate o ponto, troca sua roupa e vai para casa pensando:
- O que aconteceu comigo hoje? O que tem aquela mulher que vi pela primeira vez até parece um imã a me atrair, nunca me vi numa situação dessas.
Lúcia entra em seu carro, demora para acionar a chave e seguir em frente, até parece hipnotizada, diante daquela situação liga a chave e aciona o carro, sempre pensando:
- Será que o caso de Joelma é tão complicado? Como vai ser o nascimento da criança?
Claro que Lúcia como boa profissional estava preocupada, mas será que era só isso?
Finalmente chega a sua casa, entra no condomínio estaciona o carro e fica imóvel dentro dele e pensa:
- Como cheguei aqui, nem sei por onde passei, nem me lembro de quem encontrei no caminho.
Estava realmente fora de si diante de tal situação, finalmente sai do carro, dirige-se para o elevador e sobe para o seu apartamento.
Joga-se sobre a cama e fica delirando:
- Como pode acontecer tal coisa comigo, quem é ela, de onde veio, porque logo fui eu que tive que atender essa pessoa? Ela vai ser bem atendida, o caso dela pode ser grave se vier a falecer durante o parto, com quem vai ficar o bebê, será que vai nascer sadio?
Finalmente depois de algumas horas naquela situação Lúcia acorda daquele torpor e se levanta toma um banho e vai preparar o jantar, pois morava sozinha e não tinha companhia.
Sua mente ainda não tinha se acalmado daquela situação, continuava pensando.
- O que vou fazer, como vai ser amanhã quando chegar na maternidade, como terá ela passado a noite, certamente é a primeira vez que é internada em um hospital.

...

O pessoal da cozinha serviu o jantar para todos os doentes.
No hospital, ao cair da tarde, serviram o jantar para Joelma que estava calma, mas pensativa pela acolhida dada pela enfermeira Lúcia.
- Que bondosa ela foi comigo quando cheguei à maternidade, que primor de atendimento, muito diferente do atendimento dado nos Postos de Saúde do interior, me impressionou.
A enfermeira de plantão passa no quarto faz as recomendações necessárias e fala:
- Em caso de emergência acione a campainha que logo atenderemos.
Ela respondeu.
- Obrigado pelas orientações.
No quarto do hospital tinha televisão, assistiu o noticiário depois desligou, e fez suas orações.
- Senhor, protegei-me nesta noite, bem como meu bebê que está prestes a nascer, a todos que trabalham nesse hospital, principalmente a enfermeira que me recebeu quando aqui entrei, que ela seja feliz, peço pela minha família que ficou no interior, agradeço por tudo meu bom Deus Pai nosso que estais nos céus...
Logo em seguida adormece.

...

Lúcia em seu apartamento continua a pensar em Joelma.
- Será que serviram o jantar? Como deve estar pensativa longe de seus parentes.
A imagem daquela mulher não sai da sua memória, mas finalmente ela adormece.
...

Durante o sono já de madrugada acorda assustada, pois sonhara que a paciente que havia atendido a tarde tinha morrido na hora do parto naquela noite. Ao acordar fica pensativa:
- Será que esse sonho significa? Terá ela morrido, ou só foi um sonho meio maluco desses que sempre acontece comigo de vez em quando?
Vira para o lado e logo dorme novamente. Quando acorda com o ruído do despertador pensa:
- Vou levantar tomar banho e depois tomar meu café.
Em seguida ela vai até a garagem retira o carro; sempre impressionada com o sonho da madrugada, estava um pouco fora de si, na saída da garagem quase bate em outro automóvel que ia passando na rua pensa:
- Meu Deus o que estou fazendo? Quase bati meu carro.
Sai com mais calma e segue até a maternidade, ansiosa para saber como está passando a paciente que tinha chegado para a internação, estaciona o carro e vai direto até o setor da Maternidade e fala com a enfermeira chefe:
- Como vai Joelma aquela moça que foi internada ontem à tarde?
- Ela vai bem, entrou em serviço de parto na madrugada passou um pouco mal, pois o menino era grande pesou seis quilos é muito lindo e gordinho.
- Qual é o quarto que está?
- Está no quarto anexo a enfermaria número 3 e está passando bem.
- Vou fazer uma visita.
Lucia vai até o quarto que Joelma está internada bate na porta e entra.
- Bom dia como está passando?
- Agora estou boa, mas o parto foi difícil, o menino era grande e demorou mais, para nascer.
- Há pouco, ele estava aqui mamando depois levaram para o berçário.
- Qual é o número que tem no braço?
- É o número 3A.
- Depois eu vou lá ao berçário ver o menino.
Lúcia retorna, pois está na hora de começar o seu trabalho na recepção da Maternidade, continua pensando:
- Como será o menino; branco, moreninho e seus cabelos que cor têm, tudo imaginação.
Mas realmente quem não saía de sua memória era Joelma:
- Continuava pensativa. O que vou fazer quando entrar no berçário para ver o menino? Deixa isso pra lá.
Depois do almoço, Lúcia vai até lá, para conhecer o filho de Joelma, nesse horário quem estava atendendo o berçário era sua amiga Maria. Chegando Lúcia fala:
- Oi! Maria que bom que é você que está aqui, vim ver o menino que nasceu essa noite passada.
- Você sabe o número que ele tem no braço?
- Sim sei é o número 3A.
- Ele está no berço número 6.
- Lúcia chegou perto do berço e viu um menino robusto gordinho bem claro cabelos pretos ele estava enrolado numa faixa e dormia.
Lúcia se despede de Maria e volta para seu posto de trabalho. Quando na portaria chega um senhor de mais o menos 50 anos e pergunta:
- É aqui que está internada Joelma?
- Ela responde sim, é aqui que ela está internada e ontem a noite deu a luz ao um lindo menino, ela está passando bem.
- Quem é senhor?
- Sou o pai dela.
- Qual é o seu nome?
- João da Silva.
- Posso visitar ela?
- Sim pode, espere vou preparar seu crachá.
- Aguardo.
Lúcia chama uma atendente:
- Nair venha aqui leve o senhor João até o quarto anexo da enfermaria número 3 ele é o pai da Joelma que deu a luz a um menino ontem à noite.
- Sim, por favor, senhor me acompanha até o quarto.
Nair bate na porta e pede licença e fala:
- Joelma seu pai veio lhe visitar.
- Obrigada por ter trazido ele até aqui.
- Até logo, eu já vou.
O pai de Joelma entrou, cumprimentou a filha e perguntou:
- Como foi o nascimento do menino?
- Apesar de ter sido um pouco difícil ele nasceu forte e robusto.
- E onde ele está?
- Está no berçário.
- Ele não fica com você?
- Só vem aqui na hora de mamar e só faltam cinco minutos para o trazerem aqui, quando o papai vai conhecer seu neto.
Nesse momento Maria a atendente do berçário chega com o menino para ser amamentado e pergunta:
- Dona Joelma quem é esse senhor?
- É o meu pai ele veio me visitar e conhecer o seu neto.
- Pensei que fosse o pai do bebê.
Maria por curiosidade olha a ficha no pé da cama e nota que Joelma é mãe solteira e quem sabe nem saiba de quem é seu filho e pensa:
- Posso ter cometido uma gafe, em não ter olhado essa ficha antes, posso ter melindrado os dois com essa minha pergunta boba.
Maria aguarda até o final da amamentação, e do avô ver seu neto e ficar um pouco com o bebê no colo para, na volta, contar a sua esposa Virginia. Seu pai pergunta:
- Quando vai ter alta e voltar para casa?
- Não sei bem certo, mas devo ficar internada segundo o médico por mais quatro dias, mas depende de quando vem à ambulância para que eu possa voltar.
- Logo, que chegar à cidade irei falar com o prefeito para saber esses detalhes para telefonar e informar o dia que eles vêm.
- Quando o senhor for sair fale com a enfermeira Lúcia e ela lhe dá o telefone da Maternidade com todos os detalhes do dia da alta.
Estava chegando o fim do horário de visitas e o pai da Joelma iria se retirar à noite retornaria a sua cidade de origem, e disse:
- Eu vou até a Portaria falar com a enfermeira e depois vou voltar com a Ambulância da Prefeitura, espero que logo você retorne para casa, todos querem conhecer o bebê.
- Boa viagem papai; que Deus o proteja um abraço para a mamãe. Quando eu voltar vou relatar o que aconteceu aqui.
- Fique com Deus minha filha.
Chegando à Portaria a enfermeira Lúcia já tinha tudo pronto, entregou todas as informações ao pai de Joelma e disse:
- Obrigado por tudo que fez pela minha filha, que Deus lhe proteja em sua atividade profissional.
O senhor João partiu de volta para sua cidade de origem no interior do Estado, levando a lembrança do bom atendimento que recebeu quando da visita que fez a sua filha e pensava:
- Vai ser uma festa quando ela voltar no dia do batizado. Vou começar a preparar tudo antecipadamente. Qual será o nome que vamos dar a esse pimpolho? Bom, isso eu vou deixar para quando ela voltar.
Durante a viagem de regresso no final de outono início de inverno, as noites eram frias ainda mais a cada cem quilômetros ia subindo até chegar à altitude de mais novecentos metros acima do nível do mar. Em alguns trechos durante a madrugada se via fina geada nos campos quando o sol raiou trazendo um calor que foi aquecendo aos poucos e derretendo a geada. Quando já chegava o fim da viagem de retorno, o senhor João perguntou ao motorista:
- Quando será a próxima viagem a capital?
- Não sei bem certo temos alguns pacientes que tem que fazerem exames especiais, mas temos um pequeno problema, no momento esses exames estão suspensos, por falta de verba; pode ser que surja alguma emergência, porque da sua pergunta.
- Você sabe a Joelma está internada na Maternidade e deve receber alta dentro de poucos dias e ela poderia voltar na ambulância para casa, depois vamos conversar com o pessoal da prefeitura.
Finalmente chegaram à cidade. O motorista foi até a prefeitura, para saber se tinha alguma coisa a fazer com a ambulância o responsável pela saúde disse:
- Vá para casa dormir, viajou toda à noite e tem que descansar. Volte amanhã no horário normal.
O Senhor João foi para casa e sua esposa já o esperava para saber as notícias de sua filha e também saber se tinha nascido o filho (a) de Joelma. Na chegada foi uma festa e todos a rodeavam fazendo perguntas:
- Como foi a viagem?
- A viagem foi boa com muito frio na volta.
- Como vai a Joelma?
- A Joelma vai bem, nasceu o seu filho é um pimpolho muito lindo, gordinho e saudável.
- Quando ela vem daqui a alguns dias depois de estar recuperada o parto não foi fácil.
Na capital ficou a Joelma na maternidade pensando em seu pai que viajou de volta para casa, ela pensava:
- Como foi a viagem essa noite foi fria lá na serra devia estar mais frio, será que tudo correu bem e quando chegou em casa quais foram às perguntas?
De manhã serviram o café e logo mais tarde a enfermeira Lúcia veio visitá-la e saber com tinha passado aquela noite e perguntou:
- Seu pai viajou ontem à noite?
- Sim ele retornou com a ambulância da prefeitura deve ter chegado hoje de manhã em casa.
- Quando ele vai voltar para levar você de volta para casa?
- Vai depender de saber o dia da minha alta e se a prefeitura naqueles dias tem uma viagem até a capital para eu retornar.
- Posso fazer uma pergunta?
- Sim, pode fazer.
- Você gostaria de ficar morando aqui?
- Como vou ficar aqui longe de meus pais e como vou cuidar de um filho? Sem emprego isso seria difícil.
- Sei que pode ser difícil, mas não impossível.
- Com pode ser isso se não tenho ninguém por mim aqui?
- Isso se dá um jeito.
- Qual seria o jeito?
- Depois vamos falar sobre o assunto.
Tinha chegado a hora da enfermeira começar seu turno de trabalho, então se despediu dizendo:
- Antes de você voltamos a falar sobre esse assunto.
Joelma ficou pensativa todo o dia a imaginar o porquê daquela proposta da enfermeira Lúcia pensava em tudo:
- O que realmente ela quer fazendo essa proposta para mim, mas nem posso fazer isso e minha família o que vai dizer? Na certa, papai foi preparar a festa para quando eu chegar e já tenha marcado o dia do batizado do meu filho. Nem posso imaginar alternativa para ficar aqui, deixa para depois quero ver em que vai dar.
No dia seguinte quando o médico fez a visita de rotina, como vinha fazendo todos os dias desde sua internação, ele disse:
- Dona Joelma, eu vou marcar o dia da sua alta para que você comunique a seu pai para providenciar seu retorno para casa.
- Qual vai ser o dia Doutor?
- Daqui a três dias será o suficiente para se comunicar com ele?
- Ele deverá ligar amanhã para a portaria da maternidade.
- Eu vou falar com a enfermeira Lúcia e deixo o comunicado com ela.
- Assim ele terá dois dias para providenciar com a prefeitura para mandarem a ambulância me buscar.
- Nesses dias farei as visitas normais até o dia da alta.
- Doutor muito obrigado pela sua amável atenção.
- Tenha um bom dia.
Joelma fica a pensar:
- O que vai acontecer quando o Doutor falar para enfermeira Lúcia que vou receber alta daqui a três dias, ela vai vir aqui insistir naquela sua proposta, mas não posso aceitar sem voltar para casa, quem sabe depois.
Naquele dia a enfermeira não visitou Joelma, como de costume. Ela estava preocupada pensou:
- Deve estar com muito serviço por isso não veio até aqui.
No dia seguinte cedo seu João telefonou para a Portaria da Maternidade, para saber noticias do dia da alta de sua filha Joelma. Quem atendeu foi à enfermeira de plantão:
- Alô! Que fala?
- É a enfermeira Lúcia.
- Aqui é o pai da Joelma queria saber se o médico marcou o dia da alta.
- Sim ele marcou ontem e deu a contar de hoje três dias.
- Ontem fui à prefeitura saber do dia a ambulância vai até a capital informaram que vão viajar daqui a três dias chegarão aí no amanhecer do terceiro dia, ela que fique com tudo pronto para voltar para casa, aqui todos estão com saudades dela. Vou comunicar para ela daqui a pouco.
- Obrigado pela sua atenção e tenha um bom dia.
- E o Senhor também.
Naquele momento a enfermeira Lúcia levou um choque, não sabia o que fazer, ir logo ao quarto avisar Joelma? Seria uma saída, iria ela tentar mais uma vez convencê-la da sua intenção. Chega lá discretamente e pergunta:
- Já tem uma resposta para a proposta daquele dia?
- Pensei muito nesses dias, mas vai ser difícil estou esperando que ele telefone para saber do dia da minha alta, ou ele já telefonou?
A enfermeira Lúcia fica num êxtase nesse momento sem saber o que responder Joelma pergunta:
- O que aconteceu Lúcia? Parece que morreu, meu pai ligou ou não ligou?
- Ele ligou agora de manhã eu passei todos os dados que o doutor deixou comigo ontem e ele disse que a prefeitura está mandando a ambulância para buscá-la no dia marcado.
- Quanto a sua proposta depois que eu voltar para casa e ajeitar tudo por lá voltamos a conversar sobre o assunto com mais detalhes.
Naquele momento chega ao quarto a chefe do berçário com seu filho e diz:
- Está na hora de amamentar o nenê.
Lúcia sai cabisbaixa sem nada falar. Joelma amamenta o nenê e no final entrega dizendo:
- Daqui a três dias retorno de volta para casa.
A chefe do berçário tomou o menino no colo e levou para sua cama sem nada falar. Aquele foi o dia mais nefasto para a enfermeira Lúcia, uma noite interminável, estava mesmo atordoada e só pensava:
- Porque ela não aceitou a minha proposta, nem me deixou apresentar o que e tinha a dizer a ela.
Chegou o dia da partida de Joelma tudo tinha sido preparado na véspera recomendações médicas e quando deveria retornar para uma nova consulta. O motorista da prefeitura chega à portaria da maternidade e pergunta:
- A dona Joelma está pronta para viajar?
Lúcia responde que tudo está pronto.
Logo ela chega na portaria cumprimenta o motorista:
- Bom dia o senhor veio me buscar?
- Sim daqui a pouco vamos partir tudo está pronto para carregar na ambulância?
- Sim tudo está aqui às malas e mais o meu filho que ainda não escolhi o nome dele.
Joelma se despediu de todos e também da enfermeira Lúcia. Agradeceu a atenção e o atendimento que deram a ela no tempo que esteve internada embarcou e partiu de viagem. Lucia com os olhos cheios de lágrimas ficou pensando.
- Será que ela vai voltar um dia...
A viagem transcorreu dentro da normalidade e no final da tarde chegaram à cidade, em frente à prefeitura estava a família de Joelma esperando-a. Quando ela desceu sua mãe falou:
- Que bom minha filha que você voltou com um neto para sua mãe.
- Obrigada mamãe por essa recepção.
- Filha, no domingo será batizado o meu neto, o padre vem rezar missa na Igreja e seu pai já providenciou tudo só falta escolher o nome e os padrinhos.

Foi a mais bela festa realizada na cidade. Com muita comida, churrasco, porco assado e galinha recheada.

São José/SC, 9 de maio de 2.006.
morja@intergate.com.br
www.mario.poetasadvogados.com.br

Foto de paulobocaslobito

Sem resposta

Na solidão do meu recanto sinto a inércia das horas vagas, que navegam-me pela mente inconsciente, do nada poder fazer, dizer nem saber.
Queimam-se-me as entranhas vomitadas de insolência, e quero chorar.
Passou tanto tempo neste estado vegetativo, que me esqueci dos dias felizes, para se tornarem em negrumosas e calamitosas tempestades do meu ser enervadamente raivoso, no qual navego p'lás memórias e me finjo não existir...

Tenho medo do que me está a acontecer, tenho medo de me perder... Mas não será já esse o meu estado?

Passou-se tanto tempo, que já não sei se existi realmente. Passaram-se tantos minutos... muitos, que já não sei se as horas estão certas.
Não tenho consciencia dos meus limites intemporais; estou gelado!

A dor é uma coisa misera que sentimos por insatisfação, e vogamos nela embalados por obte-la.
Navegamos nesse marasmo de protuberância, onde as chagas aplainam a alma e nos dilaceram as imagens, toldando-nos a visão, "irracionalizando-nos", os sentidos.

Sei, que hoje não existo, que estou perdido e que nada disto faz sentido...
Sei que tenho que continuar, para não apodrecer, para não minguar.
Tenho que continuar porque devo... Inconscientemente devo.
Mas, se me perguntarem: - Para onde?
Claro que não tenho resposta!!!

Paulo Martins

Foto de paulobocaslobito

Viver amando

Quando surges amor... és a melhor coisa do mundo!
És inexplicável, furioso e arrebatador.
És a noite feito o dia, és o dia feito a noite; não almoças, não jantas: emagreces e adoeces; o coração deixa de existir, sufocando a alma nas tuas guerras.
Comandas a mente e o corpo, és o dono e o senhor de todas as emoções.

Olho-te nos olhos...
Estremeço só de te ver.
Sinto-te a cada instante, cada, cada vez mais perto.
Perco-me nas tuas mãos, nos teus braços, nos teus lábios, na tua boca: atiro-me a ti feito felino, um Gato pardo ou Tigre da Sibéria...
Beijo-te os lábios encarniçadamente... já não sei quem sou... já deixei de ser eu... já não sou eu!

Sôfrego mordo-te e beijo-te os lábios a boca os dentes e o teu corpo lambendo-te os olhos a alma e a vida...
... Tanto tempo de espera meu amor, tantas noites afoito... beijo-te os olhos, os dentes, o pescoço, aperto-te em meu peito; apetece-me gritar, chorar, entrar dentro de ti: apetece-me morrer agora, para que este momento resista a penúria dos tempos e não se mexa no relógio da vida como se o nosso tempo acaba-se AGORA, como se nada mais existi-se senão tu e esta memória!

A paixão é d'ouro: ela incendeia, queima, assa, amordaça-nos.
A paixão é uma loucura onde o acto de amar se entorna num coito atrás de outro, entre este e outro coito, coito após coito.
Não existe cançaso, não existe fim, não existe descanço nem cansaço, não existe tempo nem minutos nem horas nem comboios na estação. O tempo é infinito, nunca acaba. O beijo é o alimento, o abraço a protecção, o sexo é o dia, dizer-te amor é a vida!

A paixão é d'ouro, a perdição de todas as maneiras, em todos os lugares e em todas as horas.
Vivemos para amar, amamos para viver.
Nada importa: nada mais importa: - A familia não importa; o trabalho não importa; Os amigos não importam; o dinheiro não importa... nada importa!
Vivemos para amar e amamos para viver: estamos APAIXONADOS!

Paulo Martins

Foto de cnicolau

Perdão

Se por 14 anos, te deixei sozinha, e não fui atrás de você,
Se ontem a noite não fui a pessoa que você esperava que eu fosse.

Tenho meus motivos para agir assim, e por mais que eu te deseje, te queira,
tem algo em mim que me diz para ir devagar com você, não por desconfiança
ou algo do gênero, mas sim, por estar sentindo uma coisa muito boa em mim.

Penso que esse sentimento seja exatamente o que estava me faltando, ou seja,

Amor visivelmente verdadeiro e puro.

Hoje, posso dizer que só não sou o homem mais feliz do mundo, porque ainda
não consegui almejar o meu sucesso, para sim poder te dar tudo aquilo que
você realmente merece.

Saiba que em todos os minutos da minha vida, desde que te reencontrei,
foram os momentos mais mágicos e maravilhosos de toda a minha existência.

Minhas atitudes perante ti, são de um homem apaixonado, e que quer você

Não como amiga,
namorada,
amante.

E sim,

Te quero como minha companheira, e principalmente como minha
mulher e mãe dos meus filhos.

Duvidas?
Existem, claro, mas quem não as tem?

Mas de uma coisa, você (e eu) pode ter certeza.
Meu amor por ti é verdadeiro e incondicional.
Te amo com todas as forças que tenho e que me restam.

Ontem depois que partiu, senti um aperto no coração, que hoje me fez pensar.

Porque agimos daquela maneira?
Porque fiz aquilo?
Porque não a dei ouvidos?

Será,

Por medo?
Por encanto?

Não.

Foi por muito, mas muito AMOR, que me enche o peito de vontade de
abraçar, de te beijar,

E principalmente

Respeito

pela pessoa que você foi, que você é e que quero que você seja.

Pode parecer piegas tudo que te escrevo, mas são os meus sentimentos
traduzidos em carta.

Te amo de todas as formas e maneiras possíveis e imagináveis.

Do seu,
Sempre seu,

Foto de cnicolau

Você

Estou eu aqui hoje cedo, pensando em minha vida, quando me veio você em minha cabeça.

Que terei feito eu para merecer você?
Será que agora eu realmente fui recompensado?
Será que você finalmente me viu?
Será que tudo é verdade?

Não sei,
Só sei que cada minuto tem sido bom,
bonito,
maravilhoso,
especial,
sincero,
perfeito.

Quando me pego nesses minutos por dia, e sinto o que estou sentindo,
Não imagino outra coisa senão ter você ao meu lado e em minha vida.

Este final de semana foi muito especial pra mim,
Pois pude descobrir um pouco mais de você,
E posso dizer sem sombra de dúvidas,
Que você é um ser humano muito lindo e especial.

Sua capacidade de ver e sentir o que as pessoas pensam ou falam ou mesmo sentem,
às vezes me espanta. Fico pensando:

Que terei feito eu para merecer você?
Será que agora eu realmente fui recompensado?
Será que você finalmente me viu?
Será que tudo é verdade?

Não sei,
Só sei que a cada dia que passa eu AMO mais você,
GOSTO mais de você,
ADMIRO mais você,
SINTO falta de você.

Só não invejo você, pois sei que esse sentimento que tenho por ti,
também é recíproco verdadeiro e lindo.

Tanto tempo estive procurando alguém sem saber que esse alguém,
estava em minha infância e que de um modo ou outro,
Sempre vinha a minha cabeça.

Seja como um sonho,
Uma lembrança,
Um desejo,
Ou mesmo uma alucinação.

Quero que saiba, que de agora em diante, você sempre estará dentro de mim,
em um lugarzinho especial, que hoje, só tem lugar para você e se chama:

CORAÇÃO

Só espero que:

Se eu estiver dormindo, nunca me acordem deste sonho que é ter você em minha vida.

E se estiver acordado, nunca me deixem dormir, pois tenho medo de não ter mais você quando abrir os olhos.

E HOJE POSSO DIZER SEM MEDO QUE

TE AMO

Do fundo do meu coração.

Foto de Fernanda Izi Gewehr

Estaria Mentindo...

Se falasse que não te amo...
Se falasse que não penso em você...
Se falasse que não sinto saudades...
Se falasse que não é nada para mim...
Por que...
É impossível não pensar em você,
Fico morrendo de saudades quando, estamos longe...
Conto as horas, minutos e segundos,
Só para ti ver... A vida fica melhor com você...
Meu vicio é AMAR VOCÊ.

Autora: Fernanda Izi Corrêa Gewehr

Foto de Mabel

Me lembro de você...

Me lembro de você....o tempo todo
Você e tudo que eu sempre quis
Se eu te amar um pouco mais do que deveria, me perdoe por favor
Mas eu não consigo parar de te amar

Quando digo que te amo
Não quero que interprete
Como algo passageiro e que só me acomete por um breve instante
Pois, meu sentimento é algo constante e portanto verdadeiro.
Não é coisa de momento, tão pouco superficial ou ainda vaidoso...
É sentimento real, e, por certo, precioso!
Quando digo que te quero
Logo me vem em mente a sua forte lembrança.
E tudo que mais espero é te sentir, é te tocar...
Não só com palavras ou poesia,
Meu desejo é te amar , é sentir sua presença
Quando digo que te amo não quero que imagine que isso seja temporário, pois é sublime e não é passageiro. sei disso porque quando estou perto de você os minutos passam e os segundos voam. Quando estou a sua espera os minutos cochilam e os segundos adormecem e quando estou com vontade te ver tudo e sem graça e monótono.

Foto de @iram

Surreal

Noites escuras caem sobre mim...
Noites sem estrelas,
noites sem fim...
Grito ao horizonte
já sem saber o que digo.
Onde está a minha fonte?
Onde fica o meu abrigo?
Nascem dias todos diferentes,
todos iguais;
que sem sentido
não dizem nada de mais.
Na nostalgia dos minutos que passam
o relógio na parede geme:
Tic tac, tic tac, tic tac...
E memórias seguem-se
densas, uniformes...
Os livros na prateleira
continuam por ler
e a caneta está cansada de escrever,
de se repetir
a dizer sem sentir...
É surreal o pensamento do poeta;
que mente no que sente
e sente no que não mente.
Surreal,
desleal;
o amante da morte certa.

27-02-06 Lídia de Sousa

Foto de oswaldo

Amar não tem limites...

Amar não significa somente tentar
É muito maior do que estar
É querer, é aprender, é satisfazer.
E por ti meu coração diz querer

Hoje e amanha no mesmo ritmo do meu pulsar
Que a cada dia eu volto a te olhar
E amanha te encontrarei da forma mais bela
Para beijar-te por noites eternas

Conquistar-te é algo que farei sempre
Pois amar não é só ser convincente
Mas ter plena satisfação
De um amor que aquece meu coração

Peço a Deus para esse sonho nunca tenha fim
Pois meu amor por ti é eterno, sim.
E ter você ao meu lado me faz crescer
Pois você é mais bela que qualquer anoitecer

E quando vem o amanhecer
Conto no relógio as horas, os minutos e os segundos.
Para saber quanto tempo falta
Para estar ao seu lado novamente.

E quando essa hora chegar
Eu serei muito mais feliz por poder estar,
Do lado da mulher mais bela
Que um homem jamais conseguiu sonhar!

E sei que nunca irei te iludir
Nem fugir para uma ilha
Somente irei se ao meu lado estiver
meu grande amor: Camila.

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