Mil

Foto de Dirceu Marcelino

VOLÚPIA II - DUETO - En sonidos Guitarras Galegas ( El Zhivago ) -

*
* El Zhivago -
*
Marisa Dinis & Dirceu Marcelino

* * *

"...Guitarras em seus lamentos insistentes
Enfeitiçando-me em sua uma doce melodia,
Meu corpo dividido entre seu fogo ardente
E teus olhos em mim, criando uma sinfonia.

Olho para o horizonte, nessa final despedida
Que me libertará do vento que tanto soprou,
Na nua bohemia que preencheu a minha vida
E as felicidades e tristezas que o vento levou.

Olho para ti meu destino, aí deitado na cama
E nada mais belo que este simples momento
Donde meu olhar reconhece nos teus olhos
A única razão do meu ser: esse nosso amor..."(Marisa Dinis)

***

Se for nosso destino amor te darei,
Minha vida, na palma da sua mão,
Entregarei. Se fores quem procurei
Fonte inesgotável de minha inspiração.

“Tu... Aquela com que sempre sonhei”,
Musa que deslumbra meu coração
Não sei como, mas sempre te amarei,
Pois te vejo com imensa devoção,

Desde o dia quando eu te olhei,
Transmiti-te toda minha emoção
E de ti eternamente me enamorei.

O laço cego de nossa paixão,
Só com mui beijos eu desatarei,
Eis ataste com mil fios nosso coração. ( Dirceu Marcelino )

Foto de Sonia Delsin

CADÊ O ANJO QUE ESTAVA AQUI?

CADÊ O ANJO QUE ESTAVA AQUI?

Ele estava sempre por perto.
Bastava uma precisão.
Nem precisava apertar botão.

O meu anjo tinha umas asas embutidas.
E um sorriso!
Quando ele sorria tudo virava paraíso.

Ele gostava de falar.
Quando começava costumava se empolgar.
E mil conselhos vivia a me dar.

Puxões de orelha então nem vou contar.

Eu sabia que disso precisava.
Diante dele eu me desnudava.
A orelha na sua frente até colocava.

Como eu o encontrei?
Eu vou contar.
Bom demais lembrar.

Naquele tempo andava fazendo perguntas pro meu eu.
E no meu caminho, do nada, ele apareceu.
Me dava o que eu mais buscava.
Tanto carinho ele me entregava.

Não sei se fantasiei.
Mas algo me diz que não.
Do passado eu o busquei.
As brumas do tempo atravessei.

Meu anjo me ouvia demais.
Em pouco tempo soube mais de mim que meus amigos mais especiais.
Vasculhei meu eu em busca de descobertas e lhe mostrei.
Nem sei ao certo como isso aconteceu.

Um dia... talvez ele tenha pensado
que eu já estava curada.
E se afastou de mim.
Estou equivocada em pensar assim?

Meu anjo foi indo devagarzinho.
Não acabou o carinho.
Mas ele se foi de mansinho.

Anjo, eu ainda preciso de suas advertências.
Sabe, todas as minhas crenças...
Há horas que se transformam em nada.

Meu belo anjo, um dia destes eu vi o seu sorriso.
Foi através de uma vidraça.
Num prédio, ao lado de uma praça...

Foi uma utopia.
Louca fantasia?
Só sei que meu coração ficou em cantoria.

Se puder, volte.
Eu estou aqui.
Sempre precisando.
Sempre lhe esperando.
Com você contando...

Soninha

Foto de Sonia Delsin

VOCÊ ESTAVA LINDO

VOCÊ ESTAVA LINDO

Esta noite eu sonhei com você.
Você estava lindo no meu sonho.
Não era só a vestimenta que era muito chique.
Havia em seu rosto um sorriso que dava um brilho especial.
Trazia uma iluminação que enchia minha madrugada de estrelas.
Eu bebia o seu sorriso, o seu chegar, porque você vinha como sempre eu lhe esperei.
Trazia nos olhos todo seu amor, no seu andar, nas mãos...
Eu sentia que você se entregava a mim como esperei a vida toda.
Era o deus dos meus sonhos.
Seu olhar tinha todo o fogo que esperei para incendiar meu ser.
Você caminhava. No meu sonhar adentrava.
Invadia meu mundo como o mar que arrebenta nos rochedos.
Sentia que você se esparramava sobre mim, se espalhava invadindo tudo.
Então senti que nos pertencíamos.
A camisa que você estava usando no meu sonho era preta, mas enxerguei mil cores nela. Cores que refletiam seu riso. Seus olhos tinham todo o brilho que busquei.
Amei o meu sonho. Amo você. Amo sonhar com você.

Soninha

Foto de Marceloi9

Mesmo depois de Tudo.

Eles se tornaram enamorados a muito tempo.

O destino os testou, maltratou.
Queriam amar, mas não sabiam como, queriam falar mas não sabiam o que.
Queriam curar, mas não achavam remédio,
Poderiam até morrer para que o outro pudesse viver.

Algum tempo se passou,
e o coração guardava,
o que nem mesmo eles sabiam que ainda poderia existir.

A Saudade...
noites mau dormidas, sonhos inacabados...
e todo aquele amor guardado.

A Coragem...
A vontade de saber, mas o medo de tentar...
algum tempo se passou.

O Contato...

Apenas naquele momento,
mesmo depois de tudo,
novamente escutaram-se.
O idioma do coração é universal, eles sabiam disso;
basta sensibilidade para ouvi-lo e deixá-lo falar,
mas é preciso querer resgata-lo

O amor lançou, no mesmo instante
em que se viram novamente,
mesmo depois de tudo
Uma flecha ardente aos seus corações
e um raio de luz ao seu espírito.

Os dois novamente, após terem-se ouvido
procuravam ver-se para se ouvirem melhor,
havia ali muita experiência, muita expectativa mascarada.
A curiosidade é o resultado dos primeiros conhecimentos.

Eles aproximaram-se; procuraram-se;
afastam os galhos; vêem-se depois de tanto tempo.
Deuses, que êxtase!
Nunca esperavam ter aquilo novamente.

É preciso ter o ardor de seus desejos,
o tumulto de suas idéias,
o fogo que anima seus sentidos,
para compreender a situação dos 2 naquele momento.

Durante algum tempo, permanecem imóveis;
são tomados por um tremor,
mesmo depois de tudo,
parece uma novidade do prazer para os seus sentidos.

Tocam-se; mantêm silêncio;
deixam no entanto escapar
algumas palavras mal articuladas.
Ela lhe diz: Deixa assim!
Ele sorri.

Mil perguntas um ao outro lhe sondam a cabeça
mas nada respondem com precisão;
Todavia, estão satisfeitos
com o que dizem um ao outro,
mesmo depois de tudo,
acham-se até esclarecidos.

Compreendem,
pelo menos, que se desejam,
E que encontraram o que procuravam,
o que estava esquecido.
o que só podiam encontrar um no outro
e isso é o que importava.

Eles tiveram um desses encontros
que o amor e o prazer transformam em delícias;
Desses encontros
que basta se ter tido um único na vida
para ser feliz e poder dizer,
valeu a pena.

Seja apenas pelo encanto de recordá-lo.
Quando o amor nasce,
tudo é mistério:
à medida que ele cresce,
tudo é confiança.

O local preferido deles é o lindo jardim,
onde em homenagem ao mistério do amor,
o dia só aparecia através das folhagens mais espessas,
onde sempre que quisessem,
fugiam do mundo para ir ali se encontrarem.
Mesmo depois de tudo.

Lá, a árvore amorosa inclinava seus galhos
com mais docilidade do que em qualquer outro lugar;
o tico-tico articulava, de cem maneiras diferentes, os nomes ternura e felicidade.
Noite e dia, o rouxinol lá cantava os seus prazeres; e sem cessar o pardal a eles se entregava.

É fácil fazer uma descrição romântica
dos lugares consagrados ao amor;
Mas como é possível lembrar o que dois enamorados
dizem um ao outro nos momentos de paixão?

Eu prometi guardar segredo
E, se traio a promessa,
é porque quero que os românticos
saibam de todos esses detalhes.

Porque valeu a pena!
O amor prevaleceu,
assim como nas histórias
do bem contra o mau
Não poderia ser diferente.
Tudo estava guardado.

O jardim secreto se mostrou ao mundo
Deu frutos que causavam inveja a própia felicidade.
Tudo estava consagrado, protegido.

E quem prova essa história....
o amor
Assim como fé, basta acreditar...

Os enamorados
nuncapoderiam ser mais felizes.

Mesmo depois de tudo

Foto de Martorano Bathke

LUZ

LUZ

“Deus disse faça-se a Luz”,
E a Luz foi feita.
Você a tem em seu coração.

“Você é Luz, estrela e luar”.
“Luz que descortina belezas sem par.”
Que me atrai qual mariposa perdida,
Tal barco a procurar o seu farol
E chegar ao seu porto seguro
E em seu seio se acalentar,
Não em ilusões perdidas
Mas na beleza de te amar.

Mil beijos, não os da boca
Mas os dos olhos, cheios de Luz
Para que ao encontrarem a tua aura
Se multipliquem em infinitesimais
Coordenadas universais,
E numa noite escura
Brilhem no firmamento.
Mesmo não sendo astronauta,
Te encontro, não no infinito
Mas ao meu lado.
Ao meu redor.

E para que não sejas fútil,
No meu interior,
Tal qual átomo fissurado
Explode,
No estase do amor
Ou na agonia da dor
Mas com o único sentido,
De iluminar,
A Luz
Da Luz.

Ronald Martorano Bathke

*Publicação permitida: desde que conste o nome e e-mail do autor.

Foto de The Dream Catcher

Poema ao meu filho

PARA TI, MEU FILHO
Há dias que nunca esquecerei na minha vida

E um desses dias foi quando te vi pela primeira vez

Peguei em ti, abracei-te, chorei de felicidade

Toquei a tua pele, quase sem jeito, nem sabia como te segurar

Agradeci a Deus por seres tão perfeito,

beijei-te e senti-me tão feliz, como se num abraço pudesse abraçar o mundo todo,

partilhar o momento mágico que estava a experimentar.

Teres nascido mudou a minha vida, completou-me

Nada mais ficou igual, és sangue do meu sangue, carne da minha carne,

em ti revejo-me, renasço criança, na nossa cumplicidade,

Sou o teu companheiro de brincadeiras, sorrindo c/ a tua presença

feliz por estar contigo, ao ver-te ser herói de mil aventuras,

em mundos por ti reinventados.

Sabes filho, por ti daria a minha vida sem hesitar

Perante a ideia de nunca mais te poder abraçar, tocar e amar

Adoro todo o teu ser, o modo como sorris e me chamas papá...

Pudera eu parar o tempo e perpetuar esse momento,

doce, terno, de felicidade sem igual

e num abraço passar-te todo o meu amor e carinho

nada mais me importaria por saber que és angelical

e me dás na vida uma benção sempre especial.

Foto de Ana Botelho

MEU PRIMEIRO AMOR

MEU PRIMEIRO AMOR.

De repente, distante de tudo eu me senti,
Foi-se a luz que me sustentava e reluzia
A minha vida e, com isso, esta se apagou
Por tudo que a sua ausência me causou ...
O meu mundo caiu em doídos pedaços
Arrastando-se ao chão e em meus passos.
De lágrimas se fez todo o meu jardim
E a minha alma em tristezas sem fim.

Você era o caudaloso rio que passava
E deslizava, lá, e nem sequer se tocava,
Que eu houvera nascido em suas margens
E que grudada, entrelaçada às amoreiras,
Banhávamos as nossas longas cabeleiras
Continuamente, apinhadas de longas mágoas
Na pureza das suas corredeiras e frescas águas.

Se era estio, escasseava nosso sugar em seu leito,
Mas nas chuvas, nos saciávamos, e tudo ficava perfeito.

Verdejantemente, rebrotávamos na primavera,
Estação dos amores, flores e mil quimeras.
E assim fora por meses e muitas, muitas estações
Todos nós em um só tom, nos mesmos diapasões,
Afinados na melodia da vida, amando e mais amando...
Mas veio o tempo e foi logo nos separando,
Porque ele já sabia o que o destino guardara,
E assim, distantes, consumou-se o que tramara.

Numa tarde fria de chuva, bateu-me uma agonia sem fim
Era a má notícia chegando, tomando conta de mim
Falaram que você havia partido, pro outro lado da vida,
Fiquei uma eternidade parada, cuidando da minha ferida
Que não cicatrizou ainda, só fica quietinha pulsando
Por isso eu vivo sozinha, e aqui, de tristeza falando.
Ninguém vai encher de amor o meu pobre coração
Ele é uma casa vazia, mal assombrada por esta paixão.

Foto de DAVI CARTES ALVES

MENINA MULHER, MENINA BRASIL, FILHA DE JOSE DE ALENCAR

Menina mulher, menina mimada, menina Brasil
Tu és sereia do seu majestoso mar
Tu só pode ser irmã de Iracema, de Isabel
Com pinceladas de uma Diva, pitadas de Aurélia
E com esses trejeitos expansivos de Berta, ( pobre Jão Fera)
Filhas de Jose de Alencar

Menina mulher, menina travessa
Por quê faz comigo o que bem quer?
Como não ser seu Peri,
minha doce e marota Ceci?
Um sorriso de diamantes de neve, me chama
Ascende n’alma uma chama

Será mais uma de suas armadilhas?
Não sei, mas ao dormir em seus braços,
Puro, cândido , conchegante travesseiro de jasmins
Não sou Alice,
Mas estou no País das Maravilhas

Em seu mundo Mágico de Oz,
Eu também quero um novo coração,
Mas tem que ser de aço,
Pois o meu ficou em pedaços
Depois de seus ternos abraços

Menina mulher, menina traquina
Talhe sinuoso, leve,
num rostinho rosicler

Tu és Flor graciosa, em haste delicada, Linda, formosa
És hortência, gardênia, acácia, camélia, Amélia, Luciola
Seu olhar de ternura, criva-lhe n’alma
Vertiginosos espinhos de bálsamo
Qual nívea Rosa, mimosa

Menina mulher, menina moleca
Tirou do cabelo , tiaras, flores e fitas
E se encheu de penduricalhos eletrônicos
Mp5, bluetoof, câmara digital, celular,
vocês viram como ela ésta???
Hai!! Pode???? Gente???

Menina Brasil, Menina mulher,
Sou o ícaro dos seus sonhos
Sou seu soldadinho de chumbo, graciosa bailarina
Sou seu gênio sem lâmpada, você tem mil pedidos
Peça o dia, a hora,
Peça quando quiser

Com esse olharzinho triste, sorumbático, taciturno
Sou capar de roubar pra você
Não só os anéis,
Mas as pulseiras, o colar, as maria-chiquinhas,
o piercing ( ranco-lhe da língua )
roubaria todas as jóias, bijouterias
e penduricalhos de Saturno

menina moleca, menina travessa
como tu seguras assim, firmes na mão!
as rédeas do charme, do encanto
e da sedução?

menina chorona, frágil, florzinha de estufa
jeitinho dengoso, jeitinho carente
sou seu pagem ciumento, o mais atencioso
minha encantadora Cecília,
belíssima princesinha fidalga

e mesmo em seus sonhos mais profundos
estou atento ao seu mais inaudível sussurro pueril
e me coloco prontamente em ação
solícito, prestativo, Peristimoso
quando você pousa em mim pouco a pouco
plácidamente, suas ternas pupilas
matizadas, esmaltadas e contornadas
no azul mais anil

menina moleca, menina traquina
este sorriso feiticeiro, teima em brincar comigo
nos seus lábios travessos,
e me deixa nas alturas, e me lanças ao chão
1, 2, 3 , é Nocaute !!! Acabou!
Ela me põe aos avessos!

Menina mulher, menina Brasil,
Tu és sereia, do seu majestoso mar
Tu só pode ser irmã de Iracema,
Cecília, Berta, Aurélia, Maria Lucia...
Filhas do meu sogro querido,
Jose de Alencar.

poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de Dirceu Marcelino

O MAR - Meu salvamento - DUETO - VANESSA BRANDÃO e DIRCEU

(Vanessa Brandão )
Em um lado deserto
Daquela linda praia.
Sentada na areia,
Admirando o mar,
Avistei alguém dentro dele.
Que tentava sair,
Mais não conseguia
O mar que antes estava com as ondas tênuas
De repente se tornou agressivo.

Ao olhar bem percebi que era um lindo homem
Tentei pedir ajuda
Mais não havia ninguém
Fiquei sem saber o que fazer
E mesmo que eu quisesse
Não poderia salvá-lo
Pois não sabia nadar.

Me vi enloquecida
Pois queria muito ajudar
E nesta hora lembrei
Que existia em mim
Uma força muito poderosa
A fé em Deus.

E foi nela que me apeguei
Para retirar o homem do mar
Aquele homem que estava desesperado
E que aos poucos perdia as suas forças.
Percebi que as correntes marinhas,
Formavam um círculo na baía,
E com os braços fui indicando
E ele foi nadando,
De acordo com aquela orientação.
Foi da praia se aproximando
Até que no local em que as ondas se quebram
Seu corpo já entregue foi levado
Por uma das grandes ondas

Que o jogou na areia

Justamente aonde eu me encontrava
Olhei pra baixo e lá estava ele
Aos meus pés desmaiado...
Mas vivo...

(DIRCEU)

Poderá parecer mentira,
Um sonho de pescador
Ou delírio de um caipira.

Mas, foi realidade
Eras ainda uma menina,
Mas alguém como tu
Vi sentada na areia da praia,
Observando o mar de longe.
Estendi a minha esteira
Na areia.

Queria chamar-lhe atenção:
Fiz algumas flexões,
Olhei-a mas ela não me via.
Não deu bola.

Adentrei na água,
Passei os arrebentos das ondas,
Mergulhei.

Virei-me ná água
Não sei mais se ela me via
E aos poucos fui adentrando
Mar adentro.
Sempre eu fazia isso
Ia até o farol.

Mil metros, para um jovem
Na época era pouco.
Mas naquele dia,
Não percebera por encanto
Que o mar estava tenebroso
E fui adentrando,
Adentrando...

De repente
Vi que tinha passado o farol,
Era hora de retornar,
Desvirei-me do nado de costas,
E dei algumas braçadas.

De três ou quatro,
Avançaria dois metros,
Mas naquele instante recuei um metro.
Mais quatro ou cinco braçadas,
Avancei meio metro.

Ah! Já fiquei desesperado.
Olhei ao ser erguido por uma onda
Para a praia e vi ao longe só aquela morena.

Não podia gritar,
Nem adiantaria
O marulho do mar era intenso
E então fiz alguns gestos,
No padrão do S.O.S.

Noutro levantar das ondas
Vi que ela desesperada
Levantou-se da areia
E virava a cabeça para todo lado,
Talvez, pedindo ajuda,
Foi quando percebi.

Ela me fazia sinais,
Com os braços,
Em círculos
E comecei
Então,
A obedecê-los,
Seguia a corrente d’águas,
Que eu não podia vê-las
Tantas eram as fortes ondas.

Mas, com certeza, ela as via de longe
E assim, confiei nela,
E atendendo suas indicações,
Comecei a avançar,
Dois metros,
Em forma de um semi-círculo,
Dez metros,
No sentido dos ponteiros do relógio,
Cinqúenta metros,
E via a medida que avançava
Em cada onda que me erguia,
Que ela me seguia,
Andando pela praia.

Passei o farol,
E sempre em círculo,
Seguindo suas indicações
Fui avançando,
Quinhentos metros
E, já podia ver
Que para trás o farol foi ficando
E fui avançando,
Novecentos metros,
Até quando
Sentia
As ondas me elevando,
E quando passavam
Meus pés ia roçando
A areia do fundo,
E não sei quantos metros
Faltavam.
Mas já era praia
E continuei,
Remando...
Não sei
E
Só acordei,
Recobrei os sentidos
Quando a minha frente vi duas pernas
D’uma linda morena e
Ela me olhava
Sorrindo.
Vivi.
E vi que ela caminhou vários quilometros
Pela areia da praia
E foi assim que me salvou.

Se não fosse ela,
Não estaria agora aqui poetando

Por isso te peço, continues,
A vida é assim...

Até hoje agradeço a Deus!

NB. Ontem indicastes o caminho,
Hoje poderei indicar o teu
E, aqui temos muitos amigos,
Vamos nos encontrar
Na Escolinha da Fernanda. Uai!

Foto de DAVI CARTES ALVES

GATINHA TRAVESSA

No rostinho cor de pêssego,
duas sedosas romãs
olhos negros e profundos
como grandes avelãs

um enigma, mil segredos
embalsamados em pudor
Nada a vê!!! Não penso em namorar:
Fulminou mais um amor

leve sandália rasteirinha ,
estojo de brillho labial
leu mais um romance top ten
ela diz que tem Know - How

linda medusa de chapinha
quero enlear-se em teus cabelos
menina, quem não se encanta contigo?
quem resiste a seus apelos?

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