Quando comecei com minha participação no site Poemas de Amor, graças ao meu amigo Caio Eduardo de Lima, a quem sou muito grato, não imaginava que o blogue faria parte da minha vida de maneira tão forte quanto hoje. No começo, eu colocava os textos mais para ter um lugar onde salvá-los sem os perder. Nunca tentei escrever com algum tipo de compromisso embora também nunca escondesse as opiniões que eu possuía. Assim meus textos alcançaram alguma repercussão.
Com essa repercussão, vieram as críticas. E elas eram especialmente feitas por Marcelo Rosembrock. Uma figura ainda mais polêmica, autor de poemas pornográficos. Eu estava em um momento em que mostrava mais a minha veia politizada nos meus escritos. O colega não gostou. Mandou-me um comentário depreciando meu texto. Fiquei realmente triste, mas o respondi sem rancor. Deu certo. Ele acabou advertido pela nossa administradora Fernanda Queiroz e com o tempo deixou de escrever no site. Naquela época que me incentivou a não desistir foi Graciele Gessner.
Graciele, a moça de Timbó. Escritora de primeira grandeza. Seu estilo é de uma qualidade invejável, sem contar no rigor com o qual aplica as regras da nossa língua. Ela, mesmo distante mais de setecentos quilômetros da capital paulista, esteve presente na minha vida como pouca gente antes. Graciele usa a internet para disseminar cultura, informação, solidariedade. Logo é impossível não admirá-la. Ela não só me ajudou como contribuiu para que o Allan Sobral e a minha mãe Alexandra Lopumo viessem a exibir suas excelentes criações ao criarem seus próprios blogues. Conheci o texto de outras pessoas fantásticas, como a Marilene Anacleto e a Josi Rebouças. Mas a Graciele sempre foi quem me arrebatou e quem sempre me serviu de exemplo para melhorar meus escritos. Não sei se o resultado foi o melhor, já que eu não me policio e muita vezes exagero entrando por caminhos onde não devo. De qualquer forma acho que vale a tentativa. Tenho certeza que a minha referência é inigualável.
Recentemente, Graciele foi mãe. Diminuiu a freqüência de suas postagens, o que é evidente, mas os poucos textos que ela publicava revelavam que ela passava por dificuldades. Quanto a elas, digo que a mãe de um príncipe só pode ser uma rainha. Graciele, em seus comentários, me chama de ‘Nobre Cronista’, um título que aceito sem nenhum jeito, já que seria muito mais bem aplicado a ela. Eu queria escrever igual à Graciele. Falo isso para a minha mãe, para a minha namorada Tereza, para o “rebelde” João Hesed que não toma coragem e coloca seus textos no site, enfim, para o mundo
todo. Não tenho a menor vergonha de admitir. Graciele é a pessoa com mais talento que conheci na minha vida.
Nunca estive pessoalmente com ela, e acho que nunca vou estar. Mas por quantas vezes eu puder vou homenageá-la. Graciele é a prova viva de que existem pessoas de valor nesse pequeno e conturbado planeta. Tornam-se desnecessárias as citações, diante de seu brilho como artista. Obrigado por tudo, Graciele, você merece toda a felicidade que houver.
Eis o meu singelo agradecimento.