Silêncio…
Que me domina…
Silêncio…
Que fala sem palavras…
Que me faz elevar a alma…
Que me leva pelas minhas memorias…
Silêncio…
Que deixa em pedaços os meus sonhos…
Que silencia a voz da minha esperança…
Silêncio…
Por tudo o que senti…
Pelas marcas que me deixaram…
Pelos amores que passaram…
Por tudo aquilo que não vivi…
Silêncio…
Por todas as palavras que quis dizer…
Por tudo o que disse com a voz do silêncio…
Silêncio que nos domina…
Prende…
Protege…
Separa…
Mata…
O silêncio do amor…
O silêncio de mim mesma…
De nós os dois…
Em que apenas existe…
O silêncio…
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Eu sou assim
Duas mulheres dentro de mim…
Às vezes três
Quatro... cinco... seis...
Talvez seja uma por mês.
Diversifico-me
Existe momentos em que dou um grito
Existe outros em que vivo um conflito
Apresento ao mundo a minha dor
Em outros momentos, só consigo falar de amor
A mais romântica
Melodramática
Imóvel
Chorosa ou nervosa
Carente ou decadente
Vingativa ou inconsequente
É nestes momentos em que eu não me apercebo
E transformo-me numa mulher cheia de medo
Cheia de reservas
Coberta de subtilezas
Séria e sem defesas
No minuto seguinte
No papel de mulher fatal
Transformo-me logo na tal
E nesses momentos sou a dona do mundo
Segura e destemida
Presunçosa e atrevida.
Rasgo todos os meus segredos ao meio
E exponho-me num letreiro
De poesia ou texto
Assalto, incendeio...
Conto o que ninguém tem coragem de contar
Explico detalhes que nem é bom me lembrar
Sou assim
Várias de mim
Sorrisos por fora
Angústias a toda hora
Por dentro um tormento
No rosto nem um único sofrimento
No corpo uma explosão de prazer
Nos olhos, deixo o meu desejo se perceber
O melhor é ninguém me conhecer
Fiquem apenas com as minhas letras
Com as minhas palavras
Na vida real sou muito mais complicada
Sou uma em mil
E quem tentou, descobriu
Que viver ao meu lado
É viver dentro de um campo minado
Que vai explodir em qualquer momento
Mas quem esteve nele
Nunca mais quis fugir
E ainda hoje se cá encontra