Mar

Foto de Paulo Gondim

As Águas do Rio São Francisco no Sertão

As águas do Rio São Francisco no Sertão (Cordel)
Paulo Gondim
05/05/2005

Quando o assunto é Nordeste
É só discriminação
Muita gente torce a cara
Com medo da solução
Para o problema da seca
Querendo que prevaleça
Na mesma situação

É assim há muito tempo
Mas já foi bem diferente
O Nordeste já foi rico
Produzindo imensamente
Cana-de-açúcar, cacau
Ouro, prata e muito sal
Riquezas de nossa gente

Há gente que desconhece
A nossa história real
Despreza nossos costumes
E só sabe falar mal
Acho até que nunca ouviu
Que Salvador, do Brasil,
Foi a primeira Capital.
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Houve até uma proposta
Pro Brasil ser dividido
Do Sul, com sua arrogância
“Feito menino enxerido”
Querendo toda riqueza
Sem se importar com a pobreza
Desse povo tão sofrido

É isso que envergonha
Ser chamado de indigente
Mas é preciso mudar
A cabeça dessa gente
Pois se há uma só terra
Pra que fazer tanta guerra
E querer ser diferente ?

Mas o sertanejo sonha
Com a vida diferente
Se houver água na terra
Nada há que não enfrente
Quer ver seu filho crescer
E poder permanecer
No meio de sua gente
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Voltemos ao nosso tema
A velha seca de sempre
Um problema do Nordeste
O ganho de muita gente
Por isso que nunca muda
Nessa roleta absurda
Remando contra a corrente

Trazer água pro Nordeste
Sempre foi uma questão
De tão difícil deslinde
E de muita oposição
Se há água em tantos rios
Eis os grandes desafios
Pra irrigar o sertão

Já queria Dom João Sexto
Fazer a transposição
Das águas do São Francisco
Para irrigar o sertão
Mas falta boa vontade
Política de qualidade
Pra resolver a questão
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Sempre há uma desculpa
Pra seca ser combatida
A vazão do São Francisco
Não pode ser transferida
Pois fere o meio ambiente
Mesmo que toda essa gente
Continue desassistida

É coisa de “ECO CHATO”
Que não sabe o que é sofrer
Pois tem comida na mesa
E água para beber
Sem saber de onde vem
Acha só que ele tem
O direito de viver

É só conversa fiada
De falso intelectual
Quero ver quem é que diz
Fale bem ou fale mal
Que água aqui no Sertão
Pra molhar nosso torrão
Causa impacto ambiental
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O nosso problema é água
E o São Francisco tem
Qualquer coisa a gente busca
No Tocantins, mais além
Ou até no Araguaia
De onde quer que a água saia
É pra aqui que ela vem

Nossa questão é de clima
Da Bahia ao Ceará
Não é região de chuva
Nunca foi e nem será
Mas temos lençol freático
Um bom subsolo aquático
Mas é preciso cavar

Pra resolver o problema
Da seca no meu sertão
Qualquer esforço é pequeno
Mas falta disposição
De fazer poço ou açude
Até que a política mude
Pra prender tanto ladrão
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Se na indústria da seca
Muita gente se dá bem
Por outro lado o caboclo
Não ganha e perde o que tem
Nossa política é corrupta
Nela vale a força bruta
Sem ter pena de ninguém

Os poderosos não querem
Com a seca exterminar
Para eles ela é boa
Para o pequeno explorar
A seca é um bom negócio
Pra quem só vive do ócio
Sem precisar trabalhar

A questão é bem mais séria
É de ordem social
Água aqui no meu Nordeste
É ponto fundamental
Pra combater a pobreza
Para aflorar a beleza
Dessa gente tão leal
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A seca sempre foi um tema
Pra se ganhar eleição
É grande a compra de votos
Afora nesse sertão
E o coitado do caboclo
Por um dinheiro tão pouco
Vota a mando do patrão

E a desculpa continua
Pra água não vir pra cá
Um “ecologista” aqui
Outro “estudioso” lá
Sempre com um mau palpite
Pra que a gente acredite
Que jeito mesmo não há

Mas o jeito aqui é água
Seja do rio ou do mar
Já que com água da chuva
Nunca se pode contar
Se num ano a falta faz
Em outro ano é demais
O jeito mesmo é irrigar
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Já passou pelo governo
Muito doutor presidente
Poliglota, professor
Se dizendo inteligente
Disse ter a solução
Pra combater o verão
Mas nada fez novamente

É assim há muitos anos
Só promessa, só engano
O rico fica mais rico
E o pobre no desengano
Com a indústria da seca
Onde há água, tem cerca
Onde tem cerca, tem dono

Foi preciso no governo
Um presidente “peão”
Nascido aqui no Nordeste
Que muito dormiu no chão
Mas com coragem e bravura
Sem temor e sem frescura
Retomou essa questão
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Assunto tão delicado
Essa tal transposição
Das águas do Velho Chico
Aqui pro nosso sertão
Tem que ter coragem rara
Muita vergonha na cara
Pra tomar a decisão

Mas o Presidente disse:
-“Recurso não vai faltar
As águas do São Francisco
Vão o Nordeste irrigar
Eu assumo o compromisso
Nem que tenha para isso
Na cabeça carregar”

O projeto foi mostrado
Em toda televisão
Logo despertou a ira
De toda oposição
Que não quer a melhoria
“Esses tais da ecologia”
“Eco chatos” de plantão
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Mas o caboclo responde:
-Tenha a santa paciência
Não me venha com a excrescência
Dessa “tal ecologia”
Aqui, nós queremos água
Pra lavar a nossa cara
Pra encher pote e bacia

Está certo o Presidente
E o caboclo também
Errados são esses chatos
Que nem sei de onde vêm
Com tal conversa fiada
Se a água for desviada
Não servirá a ninguém

Também acho que é preciso
Proteger o natural
Mas é muito ecologista
Morador da Capital
Dando palpite infeliz
Metendo em tudo o nariz
Em nome do ambiental
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Tudo isso tá errado
Povo em primeiro lugar
Não é por causa de um sapo
Que a água não vai passar
Pra irrigar o sertão
Pra ter muita produção
Até pro sapo cantar

Por isso que esse projeto
Deve sair do papel
Bote força, Presidente
Nós cremos no seu plantel
Traga água pro Nordeste
Mostre que é “cabra da peste”
Pro senhor, “tiro o chapéu”

Pra tocar esse projeto
Vai ter muita resistência
Vai ter muito oportunista
Com muita experiência
Com a cara e a coragem
Vai querer levar vantagem
Pousando de inocência
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Vai ter muita gritaria
De Minas a Sobradinho
De tudo que é “eco chato”
De tudo que é ribeirinho
Com a velha posição
Ser contra a transposição
Que já está a caminho

Já tem morador da roça
Onde a água vai passar
Que pergunta presunçoso
Quem vai me indenizar ?
Mas na sua ignorância
Já desperta a ganância
De algum dinheiro arrancar

Por isso que há tanto tempo
Isso foi adormecido
De propósito ou intenção
Pra não causar alarido
Pois se um quer, outro não quer
Ou por bem ou por má-fé
Melhor deixar esquecido
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Mas não é assim que penso
Nem a gente do sertão
Eu quero é água na terra
Irrigando a plantação
Eu quero ver a fartura
Nascida da água pura
Que vem lá do Fransicão

Quero ver o bem-te-vi
E ouvir o galo cantar
Ver o roçado crescer
E ver o gado pastar
Sentir o verde da serra
Com água molhando a terra
Que nunca mais faltará

Não quero ver nas cidades
Gente morando em favelas
Crianças abandonadas
Casas sem porta e janelas
Não quero ver minha gente
Infeliz e descontente
Sofrendo dessas mazelas
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Quero ver o sertanejo
Na sua terra morar
Do seu pedaço de chão
Nunca ter que se afastar
Sem precisar ir embora
Sem destino, mundo afora
Pra longe de seu lugar

Quero ver o meu sertão
Produzindo sem parar
Pra alimentar nosso povo
E o restante exportar
Com faz em Petrolina
Que tem uva da mais fina
Só porque tem água lá

Vamos mostrar que é possível
Transformar nosso sertão
Com água do São Francisco
Sem cometer erosão
Sem modificar seu curso
Sem perder qualquer recurso
Que vem de sua vazão
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Para proteger o rio
É só fazer “piscinão”
Ao longo de suas margens
Lá pra dentro do sertão
Quando a chuva do Sudeste
Correr aqui pro Nordeste
Ai eles se encherão

Pra tudo se tem um jeito
Só pra morte é que não tem
Quando o povo quer fazer
Não pede nada a ninguém
Vai na raça, vai no grito
Por isso que acredito
Que essa água logo vem

Acredito no meu povo
Na sua força e ação
Nas águas do São Francisco
Pra fazer a irrigação
De tanta terra perdida
Tão seca e adormecida
Mas que dará produção
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Por isso que quero ver
Essa tal transposição
Das águas do São Francisco
Tão logo pro meu sertão
Pra que o sertanejo ria
Sentindo a doce alegria
De ver a água no chão

Sei que a luta vai ser dura
E muito que esperar
Vai ter muita “cara feia”
Mas é preciso cobrar
Vai ter muita resistência
Ma a nossa paciência
Em breve triunfará

O que não pode é a gente
Olhar o tempo passar
Se conformar com a vida
Sem nada querer mudar
E o São Francisco correndo
Suas águas se perdendo
Quando despejam no mar
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Foto de Rosita

EIS QUE CHEGA O AMOR

E eis que chega o amor
Trazendo ao coração calor
De leve e passos lentos
Dançando ao sabor do vento.

O calor do sol
A claridade da lua
O balanço do mar
Tudo é motivo para te amar.

Como é gostoso
Sentir o coração pulsar
Gritando ao mundo
Estou a te amar.

Rosita Barroso
05/09/2007

Foto de Joaninhavoa

Chamas por mim

Quero dar-te a luz do amanhecer
E com ela mil e um pensamentos
Para que tu possas escolher
Entre mim e a magia dos momentos

Breves instantes, isentos d`alicérces
Fortalezas d`aquém e d`além mar
Vê agora o que às cegas pareces
Não querer voltar a amar!..

Mas o brilho do teu olhar, resplandecente!..
Corre veloz por entre as multidões
Por descobrir a forma tão ausente
A presença constante no mundo de ilusões!...

É tua sina de ficares onde estarás
E te afirmares onde me encontrarás!..
Escolherás verde, azul e carmim
E brotarás d`alma, chamas por mim!..

Joaninhavoa,
em 11 de Novembro de 2007

Foto de Sentimento sublime

O mar! Osvania Souza

O Mar!

São ondas que choram.
Quando a tristeza contigo está.
Ele ouve teu lamento.
Sabe de teus sentimentos.
Fica tranqüilo a te escutar.
Ele também se revolta.
Com a tristeza de tua alma.
E quando ele o mar chora.
A areia ele vem molhar.
Você já ouviu o lamento.
Quando o mar também triste está?
Ele geme, ele chora.
E suas ondas começam a arrebentar.
Ele te aquieta, te acalma.
Vai no fundo de tua alma.
E começa a te tranqüilizar.
Quando é noite de luar.
Ele te convida a amar.
E na manhã ao por do sol.
Suas ondas contigo vem brincar.
Ele te renova, te enobrece.
Porque quem amou o mar.
Nunca se esquece.
De tua nobreza e beleza.
Que a nossa alma embriaga.
De fantasia de alegria.
Com sua triste e suave melodia.
O mar é como o mais puro vinho.
Que nos enche de alegria.
E ele está lá, sempre a nos esperar.
Para ouvir nosso lamento.
E conosco a lamentar.

Osvania

Foto de Sonia Delsin

CONFISSÃO

CONFISSÃO

Hoje eu vou contar o que sinto por você.
Palavras conseguem expressar?
Claro que não.
Mas podem dar uma idéia.
O mar ama a areia, e ama a sereia.
A flor ama a abelha e a abelha é louca pela flor.
Sou louca por você, meu amor!
Diante da fogueira eu quedo silenciosa.
Fico a observar as chamas.
Elas se erguem e meu pensamento voa.
Incendiada pelos sentimentos vou ao encontro das lembranças.
Revivo cenas.
Vejo de novo todo o passado.
Momentos bons que tive ao seu lado.
Pra quem vou contar que eu o amo tanto?
Ao vento, que pode levar até você minhas palavras?
Ou elas cairão no mar e se afogarão antes mesmo que uma sereia as possa acolher?
O amor não pode nos fazer sofrer.
Saudade é uma forma de reviver.
Entre as chamas que se agigantam diante de meus olhos um casal enamorado eu quase posso ver.
Verdade.
Eles dançam agora; se abraçam, se beijam.
Correm pela areia e riem despreocupados.
São dois apaixonados.
Agora caminham lado-a-lado.
Estão vindo ao meu encontro e os recebo de braços abertos.
Os dois fazem ninho no meu peito ardente.
Me deixam tão contente.
Meu amor está declarado.
Sei que antes eu já tinha falado.
Mas o que sentimos não pode ficar guardado.
O amor não pode ser sufocado.
Ele sempre precisa ser revelado.
Agora que já falei tudo, posso descansar, meu amado!

Foto de Jhessyca Lima

Com você

É com você que quero voar,
ir além do horizonte,
ir além dos limites de um grande amor...
É com você que eu quero ir ao céu,
andar pela Lua e contar as estrelas,
e na cauda de um cometa
ver um sonho se realizar.
É por você que eu quero
descobrir os mais intensos segredos,
encher o universo de novos planetas,
e buscar as etrelas do mar pra te oferecer.
Porque foi em você
que vi meus sonhos adormecidos acordarem,
repletos de vida e alegia.
Foi em você que senti minhas forças se renovando,
que vi meus olhos brilharem
diante de um outro olhar...
Foram tuas palavras que me tocaram profundamente
e teus anceios que me fizeram
despertar em um novo mundo
e descobrir a verdadeira essência de ser
E é só por você,
que hoje meu coração está em festa,
e volta a ter insipração
para novamente rabiscar
as antigas tristes folhas de papel,
onde sempre se esconderam
os segredos do meu coração...

Foto de Ricardo Barnabé

Navegas num barco sem rumo

Navegas num barco sem rumo
em busca das certezas perdidas
caidas no mar da tua vida em que
lutas contra as ondas das tuas lágrimas
que inundaram o teu chão fazendo-te
escorregar em cada passo teu
Porque o tempo passou e tudo mudou
mas as marcas ficaram presentes
em cada traço do teu rosto
e todo o amor que acreditavas
nele abriu-se um buraco fundo
causado pelas lágrimas caidas dos teus olhos
tristes e fixos na solidão e perdidos
numa rua infinita, adormecida pela escuridão
dos teus desgostos sem fim, inundados
por cada lágrima tua em busca das tuas
certezas perdidas que se tornaram
no mais cruel de todos os sentimentos
A desilusão e magoa marcada por aquela
que julgavas um dia poder vir a ser a tua vida

Ricardo Barnabé

Foto de Osmar Fernandes

Pior que estar velho é sentir-se velho

Pior que estar velho é sentir-se velho

Será que vale mesmo apenas
Viver longos anos?... Ficar velho?
Será um presente ou um castigo de Deus?
Ao se olhar no espelho como fica o ego?
Viver num corpo envelhecido, mal-amado,
E perder a juventude do espírito,
É ficar desiludido, desalmado.
No tribunal da vida é declarar-se réu confesso.
No coração é rasgar o sonho e dizer: desisto!
Será que vale apenas assistir às rugas
E sentir a alma tão pequena?
Perceber nos olhos da solidão o dó, a pena?
Como envenena essa tal metamorfose!
Perder o direito de não ter mais fuga...
É como estar no meio do mar em seco à deriva.
Isso é pior que morrer algoz!
Desistir da cadeira da esperança cativa,
É sentença do fim, é atroz.
Os anos podiam passar com os seus turbilhões.
Mas, os vinte e cinco, os trinta, os quarenta, jamais.
É muito cruel deixar de viver as emoções
E vegetar no fel-mel de tantos ais.
Pior que estar velho é sentir-se velho.
É se entregar sem luta... esperar a morte chegar.
Ficar velho sem afeto, sem neto, sem porto,
E não ter mais o que comemorar,
Deve doer... É pior que estar morto.

Foto de Raiblue

Quando...

Suas mãos ainda
Estão aqui
Quando fecho os olhos
Quando me toco
Quando me molho
Quando há mar em mim...

Sua boca ainda
Posso sentir
Quando a língua contorna os lábios
Quando a saliva transborda
Quando seu gosto me provoca...

Seu sexo ainda
Causa contração no meu
Quando sozinha estou
Quando sugo as lembranças
Quando te engulo à distância...

Seus olhos ainda
Iluminam as noites
Quando tudo é insônia
Quando a solidão me acompanha
Quando a madrugada arde...

Tudo é você
Miragem
Vertigem
Viagem...

(Raiblue)

Foto de Cesare

Rastros na Areia

Deixo pegadas atrás de mim...
Marcas de meus próprios pés descalços,
que vão ficando para trás.
Recuso-me a olhá-los,
são sulcos gravados na areia molhada pelas ondas do mar.
Logo, esses rastros serão apagados.
As pegadas serão levadas pela natureza.
Seria ideal ver minhas dores lavadas pela natureza...

É isso que desejo nesse momento.
Que meu passado seja apagado,
como os sulcos na areia.
Arrastado pelas ondas do mar e se perdesse...
Ficariam apenas rastros de minhas lembranças.
Mas não existem ondas para carregar tais dores,
nem as lembranças onde você teima em aparecer.

Ah... se o mar pudesse lavar as recordações,
como os rastros de meus pés na areia.
Mas não é assim tão simples,
rastros de amor não se apagam dessa maneira.
As ondas do mar não atingem meu coração!
E é lá que você teima em se esconder delas.
Ainda viva e forte na memória...

Rastros na areia são apagados.
Mas em meu peito,
meu coração parece afogar-se...
E rastros de lágrimas molham meu rosto.

LeandroCesar

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