Madrugada

Foto de MARTE

CUMPLICIDADE

Daquele momento em diante,
O meu coração se apaixonou,
Pelo teu olhar esvoaçante...
E o meu mundo se modificou!

Perante o teu olhar de lua
Quando a noite se aproximou
Enfeitiçou o meu coração
Nesta cama aonde te vi nua
Nosso amor nasceu...rimou
No extase da nossa tentação!

Agora sou so o pensamento,
Que precisa transformar
Sentimentos, sonhos, desejos...
Levados um dia na brisa do vento,
Com a vontade de te amar,
Sentir o doce sabor dos teus beijos!

Nosso amor tem cheiro de madrugada,
O calor da nossa cumplicidade
Ele é lindo...demais!
Nesta imensidão minha amada
O teu olhar é a verdade
Que eu nao quero perder...jamais!

Foto de Nailde Barreto

"O conto além do espelho"

O que vemos quando nos olhamos no espelho?
Será que enxergamos quem realmente somos, ou será que conseguimos ver apenas máscaras, com todo seu arsenal de disfarces, que nos mantêm de pé, fazendo frente às aparências.

Então, é plausível essa indagação: afinal, o que há além do espelho?

Existe a fraqueza reprimida;
Existe o amor egoísta;
Existe falsa razão;
Existe cômoda inspiração;
Existe telhado de vidro;
Existe “bordel” requintado de emoção.

De tal modo, somos limitados por regras pré-fixadas por uma sociedade medíocre, “canibal”, e, muitas vezes vivemos de aparência, justamente porque somos influenciados e assustadoramente conduzidos para não ser como realmente somos.
Defronte do gigante espelho, somos marionetes de fácil manipulação, tudo é previsível sem muita emoção, personalidade de mocinho, estrelas ao alcance das mãos.
Além do espelho, somos livres, sem regras, sem culpa, sem medo do perigo, personalidade de bandido, totalmente, fora da lei.
Agora, após esta ligeira introdução, apresentar-lhes-ei, além do espelho no fim de semana.
_ Sábado, prenúncio da extravagância, quatro rodas na estrada, cheia de curvas, acabou o asfalto e, logo adentramos num caminho estreito, de poeira, pontes, árvores e xixi no chão, em meio ao pó do sertão. Costelas de vaca na estrada fizeram o corpo todo dolorir e balançar, já era chegada a hora da pausa para um breve descanso e uma gelada tomar para mais animar.
Seguimos o curso da lua, avistamos enfim, nosso destino, ao som dos grilos que cantavam nos dando boas vindas.
Já à beira do fogão a lenha, conversamos por horas a fio, acompanhados com wisk e gelo, bela combinação para apaziguar o frio e, banho de rio na madrugada clara, fomentou a excitação.
A noite pareceu passar num piscar de olhos. Já eram 05:34 hr (am), quando apagamos na cama, exaustos...
Após acordarmos, logo nos foi dito: “safados”, pensamos em chamar os bombeiros, pois, conforme os sussurros que ouvimos, parecia ser um incêndio, impossível de ser apagado com as mãos.
Engraçado, nem imaginei que algo tão normal fosse causar tanto impacto e repercussão.
Demos as mãos, e fomos apreciar o rio para relaxar e, fechar os olhos para da noite anterior relembrar, pois, breve chegaria o almoço e também a hora de retornar para casa, para a vida defronte o gigante espelho, e, em tempo, ansiosa, para além do espelho, novamente estar.

_escrito em 25/07/11_

Foto de Allan Sobral

A Supremacia da Sobrevivência

Já é o mais alto ponto da noite, e a Lua já saúda a madrugada vindoura, o frio paulista é cortante, Homens se ocultam em jaquetas, blusas e tocas que transparecem suas personalidades, ou o mero desejo de ser algo ou alguém. Caminho lentamente entre cães fardados , e jovens vazios e sem amor, sem pressa, pois a esperança para o amanhã está no amanhecer, aprendi que para nossa noite só resta a sobrevivência.
Pois fomos jogados numa terra de ninguém, em corpos frágeis, no meio de feras, com um único instinto que nos manteve vivos, o medo, pois com por medo de sermos aniquilados, nos unimos , e dominamos os monstros, bestas e feras... vencemos! Ao fim leões rugiam em nosso respeito, elefantes nos carregavam em suas costas, e dos tigres fizemos mascotes, mas a fome de superioridade e o medo, fizeram com que nos voltássemos contra nós mesmos, a luta começou, e nos dividimos, por cor, tamanho, localidade, força ou inteligência, nos dividindo em reinos, países, estados, cidades, tribos, famílias. Nos matamos e nos dividimos a tal ponto, que hoje nosso reinado abrange a um único súdito, nossa vida já se baseia na felicidade singular. "Onde cada homem é sozinho, na casa da humanidade, onde cada homem é sozinho, na uni-multiplicidade."
Nos abstemos do amor, e denominamos todas as coisas que não conhecemos por codinomes, chamando-as sentimentos. Justificando erros, ou camuflando nossas frustrações , culpando os sentimentos e chamando as desilusões de acasos. Desculpa, é duro ter que aceitar, mas uma das coisas que São Paulo me ensinou, foi que se as coisas deram errados foi porque você perdeu o controle da situação, ou correu antes que a luta tenha acabado. Não há problema que não tenha solução, mesmo que esta seja árdua, cabe a nós decidir se vale o sacrifício, carregar o peso de um sonho, preservar segundo sua fé os seus princípios.
Mas a pressa e egoísmo nos tentam a escolher o caminho mais curto, que é cobrado com corrupção, e paga com a solidão. Nossa sede de glória é fraca e fútil, pois buscamos saciar a sede daqueles que nos assistem , buscando olhares e aplausos, nos viciando e usando de nossa carência, para transformar a atenção e a fama nas drogas mais viciantes.
A necessidade de destaque nos manipulou, a criar sistemas e articulações, como por exemplo o mercado de trabalho, o estado e o status social, camuflando arenas e coliseus, onde homens se matam em proporções, iguais ou maiores as cruzadas, as guerras e as epidemias. Com algumas poucas diferenças, antes os mais fracos morriam, hoje estes são escravizados com a desigualdade ( com se o igual, fosse algo bom), antes era derramado sangue, hoje derramamos lágrimas.
Sorrisos debochados e forçados são comuns em nossas vidas, camuflando o desespero que já nos domina. Procuramos algum motivo que nos dê forças para continuas tentando sobreviver, lotando as igrejas, os presídios, os manicômios, casas de recuperação , fabricando assassinos com nossa maquina de frustração.
Na subsistência de uma vida, as duvidas enlouqueceram poetas, profetas, sábios e cientistas, em busca da razão da vida, mas hoje vos deixo o recado: Da muita sabedoria, só nos resta o enfado. Do muito trabalhar, aprendemos a resistir e ser explorados. E da vida, cultivamos a sobrevivência.

Allan Sobral

Foto de odias pereira

" LUA PRATEADA "

Sentado aqui na areia,
Observando, o vai e vem da ondas do mar.
Os meus neurônios lembram você sereia,
E dos momentos lindos aqui contigo a te amar.
Naquela noite de lua cheia prateada,
Nós dois rolando felizes aqui na areia.
A lua linda ,as ondas clareava,
E pintava um clarão no teu rosto de sereia.
Nós dois felizes, sem ligar pra nada,
Só o amor nos interessava.
O tempo passava e e na linda madrugada,
Nós dois na areia,amando embaixo da linda lua prateada...

São José dos Campos SP
Autor Odias Pereira
15/07/2011

Foto de Jaque Fontes

Hoje o mundo volta a ser o nosso.

Parei o mundo. Pode vir me encontrar. Deixei a janela aberta. Descongelei meu coração e congelei o resto do mundo. Pula essa janela e vem olhar nos meus olhos do jeito que só você olha. Hoje eu esqueço que você não presta e você esquece que eu presto. A gente se abraça daquele nosso jeito e o mundo volta a ser o nosso. Só hoje. Só nessa madrugada. Quando o dia clarear eu volto a pensar que não preciso de você e você volta pra sua vida sem sentido. A gente segue em frente e esquece o que nunca vai ser esquecido. Mas hoje, por favor, apareça aqui pra segurar minha mão e dizer que tudo vai ficar bem, como você fez na primeira vez. Hoje vamos fazer nossos planos de futuro, juntar qualquer pedaço, eu até deixo você acender aquele cigarro. E quando o sol estiver pra sair, você me segura forte, do jeito que você sempre fazia na hora de partir. Me segura como se não fosse me deixar ir embora jamais, mas me deixe que eu descongelo o mundo e a gente segue em frente.

Foto de Jaque Fontes

Hoje o mundo volta a ser o nosso.

Parei o mundo. Pode vir me encontrar. Deixei a janela aberta. Descongelei meu coração e congelei o resto do mundo. Pula essa janela e vem olhar nos meus olhos do jeito que só você olha. Hoje eu esqueço que você não presta e você esquece que eu presto. A gente se abraça daquele nosso jeito e o mundo volta a ser o nosso. Só hoje. Só nessa madrugada. Quando o dia clarear eu volto a pensar que não preciso de você e você volta pra sua vida sem sentido. A gente segue em frente e esquece o que nunca vai ser esquecido. Mas hoje, por favor, apareça aqui pra segurar minha mão e dizer que tudo vai ficar bem, como você fez na primeira vez. Hoje vamos fazer nossos planos de futuro, juntar qualquer pedaço, eu até deixo você acender aquele cigarro. E quando o sol estiver pra sair, você me segura forte, do jeito que você sempre fazia na hora de partir. Me segura como se não fosse me deixar ir embora jamais, mas me deixe que eu descongelo o mundo e a gente segue em frente.

Foto de raziasantos

Escolha o que é certo.

Escolha o Que É Certo
Apocalipse Urbano
Composição: Tito
Escolha o que é certo
Só por ser mais esperto
Tenha limite na sua humildade
Seja um malandro de verdade
Não fique alucinado feito zumbi na neblina
Esteja sempre atento diga não a cocaína
Você gosta de viver irmão então não se mate
Não caia na armadilha o beijo da morte é o crak
Na madrugada fria cocaína e cerveja
enquanto o demônio te prepara uma surpresa
O que será o que será??? UM NI DU NE TE…
O mano tá chapado sem saber q vai morrer
E se não morre através da droga quem mata é a polícia
Sem dó sentando o dedo não sabem o valor da vida
Você morreu sem apoio está seu filho
Nos bairros pobre o que manda é o gatilho
Se ser ladrão é bom me mostre a vantagem
Só tem a mente livre quem não está atrás das grades
[refrão] 2x
Se liga na fita mano
Se você vacila ninguém passa pano
Escolha o que é certo pra ficar legal
Pois uma seqüência de tiros pode ser fatal
Se conselho fosse bom não se dava vendia,
A escolha é toda sua seja bem vindo a periferia
Eu não confio eu to ligeiro eu to naquela
Tem mais um jovem estendido na viela
Não volta mais pro barraco
Tá tudo acabado
Mais uma mãe que chora em dia de finado
Está chegando a polícia eu sinto cheiro de morte
É o meu sexto- sentido adquirido na zona norte
Nas ruas da Zn devido a traição perdi meus 3 irmãos
Tiro morte aflição a mudança tá na veia mai eu to na cadeia
Assim que eu saí a minha parte será feita
Tem que ter disposição pra ficar de pé
Preto, puro, e Blake, louco sobrevivente na fé
Não sou refém da paranóia quero distância da policia
Se liga na fita malandro tem que ter malícia
Eu não dom boi pros meus inimigos não fico de peito aberto
Idéia de irmão pra irmão escolha o que é certo
Eu não do boi pros meus inimigos não fico de peito aberto
Idéia de irmão pra irmão escolha o que é certo
[refrão] 2x
EEEEEEEEEEEEEEEEIIIIIIIIIIII
O crime está se destruindo pelas ruas da "TIRADENTES"
Tem mano sofrendo, morrendo descarregando o pente
E o sistema satisfeito com a destruição
Falece branco preto pobre aqui é lei do cão
Na malandragem fui criado pode acreditar
E sou malandro o suficiente pra não vacilar
Tem ocorrência de um corpo em decomposição
Vítima do pente da pistola ou do tambor do oitão
Pois coisa rara é piedade na hora de sentar o dedo, o dedo
A morte já virou rotina derrama o sangue espalha o medo no gueto
E quem conhece não vacila,
Para pensa e assimila
Pois só vence na vida aquele q acredita
Seja na fita, seja no trampo seja aonde for
Com resultados diferentes colhendo o que plantou
É melhor não ficar loco é bom ficar careta
Os homens da lei de ponto quarenta
Na sede de sangue é muita treta
Na madrugada na periferia
A casa vai desabar
Não deve pra mim mais deve pra "DEUS" a morte veio cobrar
No tático cinza toca ninja calibre doze na mão
Sapeco na cara corpo na vala fim da perseguição
Silêncio sinistro ninguém ouve a arma disparar
Mais uma mãe espera um filho que não Vai chegaaaaaaaaaaaaaaaar...
[refrão] 2x

Foto de raziasantos

Escolha o que é certo.

Escolha o Que É Certo
Apocalipse Urbano
Composição: Tito
Escolha o que é certo
Só por ser mais esperto
Tenha limite na sua humildade
Seja um malandro de verdade
Não fique alucinado feito zumbi na neblina
Esteja sempre atento diga não a cocaína
Você gosta de viver irmão então não se mate
Não caia na armadilha o beijo da morte é o crak
Na madrugada fria cocaína e cerveja
enquanto o demônio te prepara uma surpresa
O que será o que será??? UM NI DU NE TE…
O mano tá chapado sem saber q vai morrer
E se não morre através da droga quem mata é a polícia
Sem dó sentando o dedo não sabem o valor da vida
Você morreu sem apoio está seu filho
Nos bairros pobre o que manda é o gatilho
Se ser ladrão é bom me mostre a vantagem
Só tem a mente livre quem não está atrás das grades
[refrão] 2x
Se liga na fita mano
Se você vacila ninguém passa pano
Escolha o que é certo pra ficar legal
Pois uma seqüência de tiros pode ser fatal
Se conselho fosse bom não se dava vendia,
A escolha é toda sua seja bem vindo a periferia
Eu não confio eu to ligeiro eu to naquela
Tem mais um jovem estendido na viela
Não volta mais pro barraco
Tá tudo acabado
Mais uma mãe que chora em dia de finado
Está chegando a polícia eu sinto cheiro de morte
É o meu sexto- sentido adquirido na zona norte
Nas ruas da Zn devido a traição perdi meus 3 irmãos
Tiro morte aflição a mudança tá na veia mai eu to na cadeia
Assim que eu saí a minha parte será feita
Tem que ter disposição pra ficar de pé
Preto, puro, e Blake, louco sobrevivente na fé
Não sou refém da paranóia quero distância da policia
Se liga na fita malandro tem que ter malícia
Eu não dom boi pros meus inimigos não fico de peito aberto
Idéia de irmão pra irmão escolha o que é certo
Eu não do boi pros meus inimigos não fico de peito aberto
Idéia de irmão pra irmão escolha o que é certo
[refrão] 2x
EEEEEEEEEEEEEEEEIIIIIIIIIIII
O crime está se destruindo pelas ruas da "TIRADENTES"
Tem mano sofrendo, morrendo descarregando o pente
E o sistema satisfeito com a destruição
Falece branco preto pobre aqui é lei do cão
Na malandragem fui criado pode acreditar
E sou malandro o suficiente pra não vacilar
Tem ocorrência de um corpo em decomposição
Vítima do pente da pistola ou do tambor do oitão
Pois coisa rara é piedade na hora de sentar o dedo, o dedo
A morte já virou rotina derrama o sangue espalha o medo no gueto
E quem conhece não vacila,
Para pensa e assimila
Pois só vence na vida aquele q acredita
Seja na fita, seja no trampo seja aonde for
Com resultados diferentes colhendo o que plantou
É melhor não ficar loco é bom ficar careta
Os homens da lei de ponto quarenta
Na sede de sangue é muita treta
Na madrugada na periferia
A casa vai desabar
Não deve pra mim mais deve pra "DEUS" a morte veio cobrar
No tático cinza toca ninja calibre doze na mão
Sapeco na cara corpo na vala fim da perseguição
Silêncio sinistro ninguém ouve a arma disparar
Mais uma mãe espera um filho que não Vai chegaaaaaaaaaaaaaaaar...
[refrão] 2x

Foto de Carmen Vervloet

Curió

Solta a voz na madrugada,
entoa melodias no ritmo da fonte,
traz para minh’alma triste e calada
doces acordes do além-horizonte...

Resgata sonhos que perdi no caminho,
evoca alegrias escondidas nas selvagens matas,
traz-me de volta pro meu ninho,
traz-me a paz que perdi nos desequilíbrios desta acrobata...

Vem pequeno curió... Tira-me deste sepulcro.
Liberte meus sonhos em seu vôo livre...
Vem... No seu canto a vida eu escuto!
No eco do seu canto recolho pedaços de felicidade
que perdi nos aclives...

Foto de Melquizedeque

Olho da rua

Na espreita de um velório
Quando quis envenenar-me
Recuei por ver perigo
Em coleiras me guardastes

Da fogueira as bruxas fogem
Na madrugada em noites quentes
Um prevalente suor frio
Que enferrujam as correntes

Sangue nos olhos dos heróis
Reencarnados nas serpentes
Ascendem tochas de discórdia
Por seus medos contundentes

Corriqueiro navegante
No rio de gente enlouquecida
Da meretriz me torno amante
Sem ter água nem comida

Condenado sem ter provas
No julgamento misterioso
Encarcerado por instintos
Fui privado do meu gozo

Descalço e nu, na rua estou
Um pedinte humilhado
Desumano e desdentado
Pela angústia sou tragado

Tu condenas o meu não saber
Pensas ser mais do que eu
Mas nasci sem ser bebê
E agora bebo o que não é meu.

(Melquizedeque de M. Alemão, 15 de junto de 2011)

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