Luz

Foto de Carmen Lúcia

Assim te vejo...Assim tu és...

Em meio a um campo de vibrações
a emanar sensações, emoções, comoções,
submerso em riquezas de cores inexplicáveis,
trazendo a brandura de momentos fugazes
e a doçura do mel, passagem para o céu...
Cores mansas, suaves nuanças;
tons de azuis, de muita luz...
Violetas angelicais, sons musicais,
és vento que me arrepia
levando-me em espirais.

Morada da poesia...
Possuis a porta que se abre
ao apelo de minha inspiração.
Reino de palavras e rimas
alçando voo ao cume do belo,
irradiando o simples, o singelo
e, sem alarde, conduzindo à liberdade!
 És fonte dos prazeres e amores!
A chama a reacender calores,
a inflamar nossos corpos entrelaçados
incendiando nossas almas inquietantes
em variações de abraços incessantes.

Revelas o segredo da escuridão
que há entre as estrelas, rastros de ilusão,
passado de astros e cintilações
que se apagaram, já não brilham mais,
deixando luz em nossos corações...
 
És, dos mistérios, revelação...
És, da poesia, todos os versos...
És, para mim, o universo!

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Silêncio, escuridão e mais nada...

Esperei o silêncio se pronunciar,
as últimas notas musicais se assentarem,
as falas se amortecerem e aos poucos
se esvaírem pelos arrabaldes...

O assovio do vento foi se enfraquecendo
e o tempo ininterrupto ficou ali prostrado.
A última sombra saída dos patamares
no vácuo se escondeu e se perdeu pelos lugares...

A lua não se manifestou e solidária
se fez meia, fino anel de prata,
estrelas apagaram suas luzes
deixando o breu da noite ocultá-las...

Um uivo abafado por não ver a lua
aquietou-se na penumbra da rua...
Agora era silêncio, escuridão e mais nada...

Assim quis permanecer...
Início da madrugada...
Nenhum ruído a comprometer,
nenhuma luz a me acender
e eu ali calada...

Momento propício
para um diálogo destoado
em que o silêncio fala por si mesmo
e o pensamento, um eco lá de dentro...

É um choro convulsivo rebuscando a camuflagem,
é o encontro de dois eus discutindo seus disfarces...
O eu que sou, sufocando a espontaneidade ,
O eu que não sou, dissimulando minha imagem.

_Carmen Lúcia _

Foto de Carmen Lúcia

Até o pôr do sol...

O sol estava se pondo...
Tarde de outono!
Observo minha mãe
Num denso sono...
Nem percebe as folhas que caem
E amareladas se esvaem,
Tocando seu inexpressivo rosto.

Parece querer de pleno gosto
Ir de encontro ao sol se pondo
Sem resistência, sem confronto...
Espera que a leve a luz tênue da tarde
Sem barulho, sem aviso, sem alarde...
Frágil como a pluma a dançar no ar.

Logo ela, que se lançava aos desafios,
Entrega-se agora...Nem luta, nem chora...
Desiste a cada dia, definha a cada hora...

Espera ver o pôr-do-sol levá-la embora.
Triste saber que ela desiste...
Vacila entre o existe e o inexiste.
Tão triste vê-la
triste...

_Carmen Lúcia_

Foto de leandro landim

Seu Amor

Posso me esconder da luz do sol,
Da noite de luar
Correr da chuva que cai,
Fazer o vento não soprar
Mas o amor que sinto por você
Esse eu não consigo negar;

Posso subir a mais alta montanha
E numa simples caminhada
Com as pernas cansadas, cair
Mas com o seu amor
Sempre conseguirei me levantar;

Posso matar a saudade
Partir sem ter hora pra voltar,
Esquecer do céu
E do sistema solar,
Mas do seu amor eu não esqueço
Passe o tempo que passar.

Foto de Otávio Gomes

Lembranças ao vento dançante


Esparge, a lua, num brilho sem luz
No anoitecer do inverno, as folhas de uma Ipê rosa em dança,
Onde sintilante o vento, a dama árvore conduz
O vento sou eu te guiando no passado da lembrança

A lua te ilumina em pequenos feichos,
E na grama brinca, por sua sempre criança,
Em teu sorriso me envolvo e vos brinco
Tu se solta aos suspiros irradia confiança.

Paira o anjo, de leve em meu ombro
Como o cisne se movimenta com exatidão
Abre tuas exuberantes asas ao espaço longo
A Ponta dos pés se esticam com tamanha perfeição

Eu senti o talento de tu minha luz de aurora,
Da minha criança bela, mulher querida,
Carregada pela doce inocência da sua história,
Que os ventos trouxeram para ser minha, por toda minha vida.

By: Otávio Gomes

Foto de Anderson Maciel

UM AMOR ESQUECIDO

Não peço que espere que minha personalidade mude por este amor, já tentei de várias formas conquistar seu meigo coração. Você em sua doçura sempre tem palavras fortes e um semblante ávido que até me alimenta a alma, mas eu não irei poder ficar mais cativando esse sentimento... Peço que me deixe aqui em minha agonia e solidão; talvez eu seja mais feliz sozinho, talvez a luz da lua possa me guiar e me mostrar uma direção nova aonde você já não exista dentro de meus pensamentos, pois a dor é o que eu sinto agora e cada lagrima que cai dos meus olhos demonstra o meu sentimento de ódio, amargura e dor por saber que estarei partindo sem volta para uma nova cidade, guiado pela luz da lua eu seguirei para outro lugar aonde você será apenas uma recordação esquecida de um amor que eu nunca vivi. Anderson Poeta

Foto de Anderson Maciel

O MEU MELHOR ALIMENTO

Um dia a luz irá iluminar toda a sua vida, mas enquanto isso eu peço que não fique triste se me ver na escuridão pois este é o meu caminho; aquele que tracei para seguir... Você hoje pode estar triste com muitas coisas só que não deveria já que estamos tão bem e nossas reações são sempre boas. Não espere que essa luz que vem te iluminar chegue até mim, pois eu não estarei aqui para recebê-la. Irei a outro destino longe num patamar sombrio aonde a dor será meu melhor alimento. Anderson Poeta

Foto de Marilene Anacleto

Mãe

Esparge, a lua, sua luz em raios,
No anoitecer de outono, em dança,
Ilumina as ondas em pequenos fachos,
E a mãe ora por sua sempre criança.

No movimento da onda, a lua
Penetra mais fundo na água.
A oração vem banhar o semblante
Enquanto ilumina a minha alma.

Entre suspiros e palpitar de coração,
Crescente, nova, minguante e cheia,
Há sempre um consolo ou um perdão.
Traz-me as bênçãos das manhãs serenas.

E no encontro depois de tempos,
Enquanto a lua faz dia no despido céu
Paira o anjo, de leve em meus ombros:
Beijo de mãe, saudade transformada em festa.

Foto de Marilene Anacleto

Para as Mães

Para as mães deste espaço
Que partilham comigo
O eu alegre e o sofredor,
Muitas bênçãos e luz
Um abraço envolvedor
Da Presença Divina
E do Seu Puro Amor.

Foto de Anderson Maciel

A SOLIDÃO É A MINHA CASA

Em uma noite fria de domingo eu elevo meus pensamentos, indo para um patamar de pura nostalgia aonde o desprezo é a realidade da minha alma. Pessoas passando diante de mim com mascaras em suas faces, todos os dias um alguém novo surgindo em meu pequeno mundo... Cativando a acreditar no amor; mas prefiro ficar com a solidão, pois ela pode ser cruel e profunda mas é a única que é verdadeira, que me mostra o caminho para me lamentar e ficar perdido no esquecimento. Um esquecimento frio, aquele lugar onde não há luz e a solidão se torna minha casa. Anderson Poeta

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